Márcio Doti
O destempero do líder do PT, deputado
Sibá Machado, ao enfrentar manifestantes favoráveis ao impeachment da
presidente Dilma, nada mais é do que a tônica de um partido que se acostumou a
conviver com baixarias porque é produto delas. Episódios foram vividos nos
gabinetes de Brasília e por toda a parte onde o júbilo pelo poder falou mais
alto que a própria prudência recomendava, tendo em vista os malfeitos em curso.
Um pouco de bom senso bastaria para mostrar a esses que a reação intempestiva e
violenta, os gestos tresloucados não cabiam e um dia seriam cobrados.
Vem agora o próprio partido, e segue a
linha de Sibá Machado, de lideranças, de trabalhadores há muito vestidos de
assalariados governamentais, que já prometeram ir para as ruas como se nas ruas
não estivessem também os tantos indignados com tanta baixaria, tanto roubo,
tanto desfalque e desrespeito pelo dinheiro e pela coisa pública.
Assegurando ao ex-presidente Lula a
condição de grande líder, por mais que em torno dele venham se fechando
suspeitas, acusações e indícios de malfeitos, as lideranças do partido não
enxergam o grotesco das atitudes, o desespero de pressentir um quadro adverso
ao partido, em nada compatível com o velho discurso que insinuava um grupo
valente, representante das oposições, defensor dos fracos e oprimidos, mas hoje
revelado como aproveitador. O discurso desmentido pela prática. As lideranças
derrubadas pelo rastro de realidade que vêm construindo uma trajetória de
destruição, de atos absurdos e incompatíveis com o discurso dessa quinta.
Alto preço
O Brasil pagará um alto preço por
todas as destruições produzidas até aqui e aquelas que ainda serão praticadas
até que prevaleça a seriedade e o país possa reencontrar o caminho do acerto.
Os que praticam essas leviandades e esses malfeitos serão punidos, sobretudo
pela própria desmoralização, pelo nojo do povo.
Os que oferecem solidariedade estão,
em verdade, praticando a cumplicidade e também pagarão pela desavergonhada
solidariedade. E os que se calam, comungam ou lavam as mãos, também terão
contas a ajustar, não apenas com a Justiça, com os tribunais, mas, sobretudo,
com a história.
Serão lembrados por aqueles que estão
chegando, os que irão chegar e que encontrarão a terra arrasada ao invés do
país arrumado, construído, pronto para servir-lhes de ambiente de trabalho, de
afirmação pessoal e pública, de crescimento no panorama internacional.
Desespero
Triste herança, triste legado,
impossível de ser varrido para debaixo do tapete porque não há tapete. O que se
observa é o desespero da realidade indefensável. Não há o que dizer, mas ainda
assim, há os que dizem. Insistem na tese da injustiça, seguem na linha do velho
líder que nunca soube de nada, embora vivendo no centro de todas as
bandalheiras descobertas lá atrás e mais essas que vamos conhecendo ainda
agora.
Quais mais descobriremos ou das quais
saberemos, quais? Difícil dizer e repugnante perceber que a desfaçatez é a mais
vergonhosa das armas usadas como defesa.
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