terça-feira, 20 de outubro de 2015

ONDE TEM DINHEIRO O GOVERNO METE A MÃO

  

Márcio Doti



Esse duelo era esperado. De um lado, Lula e a sua vontade de fomentar um falso ar de reação na economia para daí retirar apoios e com ele plantar um ambiente de revanche, com apoiadores, militantes que hoje faltam de tanto que os absurdos e a economia em frangalhos derrubaram o discurso da justiça social. Como é que se faz justiça social com desemprego, carestia, inflação, desaquecimento da economia? Do outro lado, o ministro Joaquim Levy, empurrado pela presidente Dilma Rousseff, querendo implantar austeridade, fazer o povo entender que é preciso enxugar o país, como se fosse possível esquecer que a presidente foi para os palanques do ano passado e garantiu aos brasileiros que tudo isso que pregava à sua oposição era falso, que o Brasil ia bem, obrigado. E entre seus trunfos de agora, lança dois da maior vergonha: a volta do imposto do cheque com o qual espera arrecadar dinheiro para atravessar as eleições gastando e o verdadeiro golpe que se pratica contra o trabalhador brasileiro ao retirar do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), um dinheiro do trabalhador brasileiro, nada menos do que R$8 bilhões. Dinheirama retirada do trabalhador a fundo perdido, quer dizer, não voltará nunca para o caixa dos seus donos e servirá para alimentar o programa Minha Casa, Minha Vida, com o qual pretende completar o seu leque de demagogias eleitorais.


GARFADA NO DINHEIRO DO TRABALHADOR
Ao abordar o golpe praticado contra os depósitos judiciais, no plano federal e aqui, em Minas, pelo governador Fernando Pimentel, com apoio dos deputados da base de governo, lembramos o que foi feito no passado com o Fundo Previdenciário, talvez o maior fundo do mundo, destruído, arrasado por governos que se sucederam no empreguismo, nos saques, nas fraudes, em tudo o que acabou com o dinheiro dos trabalhadores, que depois se transformam em aposentados. Alertei para o que poderia acontecer com o FGTS, com o FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador), o PIS/Pasep, enfim, todos os fundos que, pertencendo ao povo, estavam sendo desrespeitados pela busca obstinada por dinheiro. Foi aqui no Hoje em Dia, na coluna de Ricardo Gallupo, que o jornalista contou em detalhes a manobra através da qual o Conselho Curador do FGTS, dirigido por um ministro de estado, por um vice também ministro e por membros indicados em sua maioria pelo governo, aprovou a liberação para o governo dos R$8 bilhões que vão servir para alimentar o programa Minha Casa, Minha Vida, para faltar no futuro, quando dessa imensa fortuna necessitar o seu legítimo dono que é o trabalhador brasileiro. Aí se igualará ao aposentado. Aquele porque contribuiu ao longo da vida para o fundo previdenciário, sem notar ou sem querer notar, velho hábito brasileiro, que estavam enfiando a mão no dinheiro e que no futuro ele, aposentado, lesado em seu patrimônio coletivo, seria considerado um estorvo, não teria sequer direito a um reajuste de aposentadoria no mesmo nível do pessoal da ativa. Receberia migalhas. E iria cobrar justiça de quem? Os que se sucederam destruindo o dinheiro já se foram. Ficou só o rombo. E a falta de compromisso.

AGORA É SAQUEAR O FGTS
Depois do que fizeram com o Fundo da Previdência e do que aconteceu com os aposentados, é a vez do trabalhador, dono do FGTS, cujo conselho curador, que deveria tomar conta do dinheiro, decide liberá-lo para o governo gastar sem qualquer compromisso de devolver. E se estão falhando os membros desse conselho curador, onde estão nossos deputados e senadores? Onde estão os que deveriam cuidar do dinheiro que é patrimônio dos trabalhadores? Estão no mesmo lugar dos tantos que assistiram à destruição do Fundo da Previdência Social. Olhando, tirando proveito, dando de ombros.


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