EMPREENDEDORISMO 3
TRECHOS DO LIVRO – O NEGÓCIO DO FUTURO – ROBERT T. KIYOSAKI
Acabei percebendo que,
ainda que o sucesso pessoal seja gratificante, é muito mais gratificante quando
você pode ajudar os outros a criarem o próprio sucesso também.
Ao longo dos anos que se
seguiram, minha mente começou a se abrir. Passei a refletir mais sobre as
coisas que meu Pai Rico me ensinou e minha perspectiva se ampliou.
Durante todos esses
anos, também me senti fortemente atraído pela ideia de não só me tornar rico,
mas também de encontrar formas de ajudar os outros a enriquecerem. Percebi que,
embora o sucesso pessoal seja gratificante, é muito mais gratificante quando
você pode ajudar os outros a criarem também o próprio sucesso.
Durante anos, as pessoas
têm me pedido dicas sobre investimentos imobiliários. Elas querem saber se
podem investir comigo. Mas não podem, porque a maioria não tem os $50 mil ou
$100 mil necessários para entrar no meu nível de investimentos em imóveis. Na
verdade, muitas não têm absolutamente dinheiro algum. Algumas estão a apenas
dois contracheques distantes da falência. Assim, elas procuram negócios
baratos, coisas que não precisam de dinheiro de entrada e que, muitas vezes,
são investimentos ruins. Com o marketing de rede, posso realmente ajudar as
pessoas a conseguirem a quantia necessária para fazer alguns investimentos
sérios. Quanto mais pessoas ajudo a fazer isso mais investidores tenho!
Além disso, realmente
amo trabalhar com pessoas que estão ansiosas por aprender e crescer. É uma
chatice trabalhar com pessoas que pensam que já sabem tudo, que é o que muitas
vezes acaba acontecendo no meu ramo de negócios imobiliários. As pessoas com
quem trabalho no marketing de rede são genuinamente entusiasmadas com novas
ideias”.
Para aqueles leitores
que talvez ainda não saibam, o que exatamente é marketing de rede e o que o faz
funcionar?
O marketing de rede tem
existido de formas diversas, desde meados doséculo passado. A ideia básica é
tão simples quanto brilhante: em vez de gastar toneladas de dinheiro em todos
os tipos de agências e canais de comercialização para promover produtos ou
serviços, por que não pagar aos fãs desses produtos para que façam propaganda
deles? Isso é exatamente o que uma empresa de marketing de rede é: devolve uma parte
de cada centavo recebido de vendas para seus representantes independentes, que
normalmente também são os consumidores mais comprometidos e entusiasmados de
seus produtos.
Como é que isso pode
realmente funcionar? Quer dizer, um monte de pessoas comuns que não são
vendedores qualificados pode realmente competir e gerar um nível significativo
de vendas?
Na verdade, aí reside a
beleza disso. Como todo profissional de marketing, produtor de Hollywood e
gigantes corporativos sabem, a forma mais poderosa de promoção do mundo é o boca
a boca. É por isso que os comerciais de televisão gastam milhões para contratar
atores que falam como sua mãe, seu cônjuge, seu melhor amigo ou seus filhos:
eles estão imitando a propaganda boca a boca. No marketing da rede, usamos a
coisa real. O poder verdadeiro do modelo – que chamamos de alavancagem – é que, como representante, não
recebe as comissões somente pelos produtos utilizados pelas pessoas que você
indica para a empresa, mas, muitas vezes, sobre os produtos comprados pelas
pessoas que elas indicam, direta e indiretamente, o que pode realmente adicionar
muito a seu resultado. Então, isso funciona? Você sabe a resposta para isso:
venda direta/marketing de rede representam hoje mais de $110 bilhões em vendas
anuais no mundo – um bloco econômico mais ou menos do tamanho de Nova Zelândia,
Paquistão ou Filipinas. (Costumo descrever esse modelo de negócio usando ambos
os termos, “venda direta” e “marketing de rede”, porque hoje as empresas que
fazem venda direta costumam empregar foco de marketing de rede. No entanto,
para os fins deste livro, só usarei “marketing de rede” em minhas referências. Uma
das razões para que as vendas totais do marketing de rede continuem a crescer é
que o sistema é um verdadeiro ganha-ganha. A empresa obtém um incrível nível de
penetração no mercado e percepção do cliente que seria muito difícil e muito
caro conseguir com o marketing tradicional. E o representante independente tem
a oportunidade de criar um excelente fluxo de caixa. Como? Dominando o poder do
boca a boca – relacionamento pessoa a pessoa – para construir uma sólida rede
que represente a linha de produtos e/ou serviços da empresa.
Falei sobre um negócio no
quadrante D como tendo pelo menos 500 funcionários. No marketing de rede, você
não contrata funcionários; patrocina indivíduos que são todos representantes
independentes. Mas a mesma dinâmica financeira se aplica: no momento em que sua
rede de representantes independentes passa a ser de 300, 400 ou 500, você tem
uma organização séria que proporciona renda residual significativa.
Tom Peters, o lendário
especialista em gestão e autor do clássico best-seller Vencendo a crise,
descreve marketing de rede como “a primeira mudança em marketing
verdadeiramente revolucionária desde o advento do marketing ‘moderno’ na
Procter & Gamble e Harvard Business School há mais de 50 anos”.
Hoje, o marketing de
rede é reconhecido por muitos especialistas e empresários de sucesso como um
dos modelos negociais de maior crescimento no mundo.
Não admira o fato de que
muitas pessoas não entendam o valor do marketing de rede: muitos daqueles que
estão realmente envolvidos com ele não compreendem plenamente o valor daquilo
que detêm em mãos. Quando as pessoas assistem a uma apresentação de marketing
de rede, muitas vezes a principal pergunta que fazem é: “Se eu aderir a este
negócio, quanto de renda posso ganhar?” E, claro, quando as pessoas promovem
seu negócio de marketing de rede, muitas vezes é exatamente isso que você as escutará
descrevendo: o quanto é possível ganhar por mês. A razão pela qual as pessoas
querem saber o quanto podem ganhar por mês é porque elas estão pensando em
termos de viver no quadrante E ou no quadrante A. Elas estão pensando sobre
como suplementar ou substituir seus atuais ganhos com o rendimento do trabalho
dos quadrantes E ou A. Mas não é aí que reside o valor real do marketing de
redes. O problema com o rendimento do trabalho é que o processo é incrivelmente
limitado e linear. Trabalhe uma hora, ganhe X; trabalhe duas horas ganhe 2X.
Depende de você, ou seja, você nunca pode parar. Como eu já disse, é uma
armadilha. A maioria das pessoas intuitivamente sabe disso, mas assume que o
caminho para sair da armadilha é ganhar mais. No entanto, ganhar mais não muda
o fato básico de ainda estar vinculado ao rendimento Não é sobre renda – é sobre
os ativos que geram renda do trabalho. Na verdade, muitas vezes ganhar mais só
serve para apertar ainda mais o laço da armadilha. Os quadrantes D e I nada têm
a ver com ganhar mais; eles tratam da aquisição de bens – ativos que gerem
renda.
Todas as coisas nos
fazem ou nos custam dinheiro. Se não fizer dinheiro, não é um ativo, é um
passivo.
Um ativo é algo que
trabalha para você, para que, então, você não tenha de trabalhar para o resto
da vida. Meu Pai Pobre sempre dizia: “Procure um bom emprego.” Meu Pai Rico
dizia: “Construa ativos.” A coisa poderosa sobre a vida no quadrante D é que,
quando você constrói um negócio, está construindo um ativo.
Dado que possuir um
negócio significa possuir um ativo, quando você constrói um marketing de rede,
não está apenas aprendendo habilidades importantes, mas também construindo um ativo
real para si mesmo. Em um trabalho, você ganha salário. No marketing de rede,
em vez de ganhar salário, você constrói um ativo – o seu negócio – e o ativo
gera renda. Só invisto em coisas que me trazem dinheiro. Se isso me traz
dinheiro, é um ativo; se tira dinheiro de mim, é um passivo. Tenho dois
Porsches. Eles são passivos. Estão totalmente pagos, mas não estão colocando
dinheiro no meu bolso; ao contrário, estão tomando dinheiro do meu bolso. Não é
ciência espacial. É fácil de entender.
O propósito de se
possuírem imóveis é mantê-lo como um ativo, não vendê-lo com lucro. Se você
comprar um pedaço de terra por $100 mil e, em seguida, vender por $200 mil,
isso não é um ativo; você só gerou um ganho de capital de $100 mil. Você teve
de queimar o ativo para obter esse dinheiro. Você matou o ativo. É como vender sua
vaca por dinheiro. Prefiro possuir a própria vaca e vender o leite. Este é o
maior problema de se estar empregado: um emprego não é um ativo. Você não pode
vendê-lo nos sites de compras, não pode alugá-lo, não pode ganhar dividendos a
partir dele. Por que gastar décadas, os melhores anos de sua vida, se
desgastando para construir algo que não é um ativo? Ou, para ser mais preciso,
para construir ativos para outras pessoas – não para si próprio? Porque, quando
você é um empregado, está construindo um ativo – apenas não é o seu ativo.
Nós temos essa ideia,
incrustada em nós, de que há algum tipo de valor inerente em se ter um bom
emprego, mas não há absolutamente valor algum nisso – zero. E, para enfiar o
dedo ainda mais nessa ferida, a renda do seu trabalho é, então, tributada a uma
alíquota mais elevada do que qualquer outra forma de renda. Isso é que é jogar
contra você! No entanto, esse é o preço que algumas pessoas estão dispostas a
pagar pela “proteção e a segurança” do quadrante E.
O marketing de rede não
é sobre vender produtos ou obter rendimentos!
O maior equívoco popular
sobre o marketing de rede é que é um negócio de venda. Mas vender é apenas
ganhar mais renda. O problema é que, se você para a atividade, a renda também
para. Um vendedor tem um emprego. Se você trabalha atrás do balcão de uma loja
de departamento, está no quadrante E; se tem um negócio próprio, vendendo
seguros, casas ou joias, você está no quadrante A. De qualquer forma, você tem
um emprego – e seu emprego é vender. Isso não vai construir sua riqueza ou sua
liberdade. O que você quer não é outro emprego; você quer é outro endereço, no quadrante
D.
Muitas vezes, assume-se
que ser bem-sucedido no negócio de marketing de redes significa ser “excelente vendedor”.
Mas o objetivo da rede não é vender muito do seu produto ou serviço específico,
porque, não importa o quão bom você seja – e sejamos honestos, se você é como a
maioria das pessoas, nem acha que é muito bom no que faz –, há limite para a
renda que você pode ganhar vendendo.
No marketing de rede, o
objetivo não é vender um produto, mas construir uma rede, um exército de
pessoas em que todas estão representando o mesmo produto ou serviço, com o objetivo
de compartilhar com outros.
O objetivo não é você ou
qualquer outra pessoa vender um monte daquele produto, mas muitas pessoas sendo
seus próprios melhores clientes, vendendo e atendendo a um número razoável de
clientes e recrutando e mostrando a muitas outras pessoas como fazer o mesmo.
E aqui está a razão pela
qual você quer construir um exército de representantes independentes: uma vez
que você consegue, sabe o que tem em mãos? Um ativo que gera renda para você –
renda passiva.
O marketing de rede não
é sobre como ter mais renda; é sobre como construir um ativo.
CONTINUA

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