Brasil piora mais que o esperado em meio à crise política, afirma FMI
A atividade econômica do Brasil se contraiu em ritmo mais profundo que o
esperado por conta da contínua queda da confiança de empresários e
consumidores, em meio à piora do ambiente político, afirma o Fundo Monetário
Internacional (FMI) em um documento para a reunião do G-20, o grupo dos países
mais ricos do mundo, que será realizado dias 4 e 5 na Turquia, chamado
"Perspectivas Globais e Desafios de Política Econômica".
O necessário ajuste fiscal e monetário conduzido pela equipe econômica
de Dilma Rousseff em meio aos baixos níveis de confiança dos agentes deve
seguir enfraquecendo a demanda doméstica, afetando o investimento, que tem
declinado de forma rápida, ressalta o documento.
O FMI chama atenção para o fato de que a manutenção da queda do preço
das commodities no mercado internacional, provocada pela moderação do ritmo de
crescimento da China, também está afetando o Brasil e outros países da América
Latina. A região pode ter o quinto ano consecutivo de crescimento
decepcionante.
Com a economia brasileira pressionada, tanto pelo cenário externo mais
adverso, como pelo ambiente doméstico mais complicado, sobretudo em Brasília, o
FMI destaca no relatório que o real sofre forte desvalorização. Entre julho e
agosto, foi a terceira moeda que mais perdeu valor, atrás das divisas da Rússia
e da Turquia.
Uma das receitas para o Brasil voltar a crescer recomendadas no
documento do FMI é que o governo de Dilma Rousseff tome medidas para melhorar o
ambiente de negócios, incluindo reformas estruturais, o que ajudaria a
recuperar a confiança dos agentes na economia. O FMI volta a sugerir que o
Brasil faça reformas, como na educação e no mercado de trabalho, para aumentar
a competitividade e a produtividade.
O FMI deve atualizar as projeções para a economia mundial em outubro,
quando faz sua reunião anual, que desta vez será em Lima (Peru). No dia 6 de
outubro serão divulgadas as novas estimativas para o Produto Interno Bruto
(PIB) mundial e de diversos países. Nos últimos números divulgados pelo FMI
sobre o Brasil, em julho, a previsão era de que o PIB brasileiro fosse recuar
1,5% este ano e ter expansão de 0,7% em 2016.
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