Márcio Doti
A pergunta parece de fácil resposta,
mas não é. O vice-presidente Michel Temer, ainda que para muitos seja forte
candidato, é político experiente e não vai cair nesta. Sabe que o momento é
melindroso. Por que, então, já se adianta com posicionamentos contra impostos,
contra a elevação do Imposto de Renda, PIS, Cofins, Cide? Porque, seguramente,
ele sabe que precisa marcar presença da forma correta. Não pode ficar calado
diante de desatinos. Mas não há quem queira neste momento assumir o lugar de
Dilma. Ela lutou e vem lutando tanto por esse cargo com mentiras, jogadas,
recursos eleitoreiros, que agora deve continuar no seu papel de presidente.
Imagina a confusão: se Dilma fica, ela
e seu pai político, Lula, vão ambos amargar a derrota por desacertos que
continuarão cometendo num quadro difícil, política e economicamente. É
fundamental para quem vier depois que isso fique bem claro, que o povo, o dono
do voto, enxergue com clareza quem errou, como errou e como não deu conta do
recado. Se Dilma sai agora e junto com ela toda a petezada tão cínica na
argumentação que logo vão adotar o discurso de vítima enxotada, banida, expulsa
pela burguesia, pelos coxinhas e vão fazer aquelas caras de coitadas. E vão
assumir uma oposição com terreno muito fértil. Muito fértil por que?
Simplesmente porque se vier depois de Dilma alguém com a mínima vontade de
acertar, terá mesmo que adotar medidas duras, mas medidas duras no sentido de
eliminar despesas e não de criar novas receitas enfiando a mão nos bolsos do
povo, como o PT de Dilma quer fazer hoje.
Virão consequências, gente em
dificuldade, mercado desaquecido e olha só que prato cheio para uma oposição
irresponsável e demagógica como o PT sabe fazer. Mas, então, se é assim, por
que não se dá a Dilma agora o apoio de que necessita para romper a crise?
Porque além de não saber fazer, ela não reúne à sua volta a mínima condição de
administrar: sem Congresso, com escândalos pipocando e investigações avançando
até dentro do seu governo. E virão sempre os recados de Lula para priorizar o
social, dar mais dinheiro aos mais pobres, algo que sempre deve ser feito, mas
dentro do limite do possível porque, do contrário, não estaremos lutando por
justiça social. Não há como alcançar essa meta obrigatória num cenário
econômico destruído. Deve ser constante a busca de um ambiente social,
econômico e político estável e, de fato, bom para todos. Mas, sem demagogia,
sem irresponsabilidades e com os pés no chão.
Não há quem queira assumir o lugar de
Dilma. Ela vem lutando tanto por esse cargo com mentiras que agora deve
continuar no seu papel

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