quinta-feira, 10 de setembro de 2015

FARDO PESADO



  

Jornal Hoje em Dia




O governo federal continua em sua busca desesperada por um tributo – ou vários deles – que proporcione mais arrecadação e compense seu excesso de gastos. Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acenou com um aumento no Imposto de Renda. Comparou a carga tributária das pessoas no Brasil e nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e disse que nós pagamos menos que eles.

Só se esqueceu de dizer que as 34 nações que integram a OCDE possuem uma elevada renda per capita e Índice de Desenvolvimento Humano superior aos demais países. São, portanto, nações desenvolvidas e onde os impostos são bem aplicados e se revertem em eficientes serviços públicos. Ao contrário do Brasil, onde os impostos têm servido para tapar buracos nas contas de governos perdulários.

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, apesar de pertencerem ao PMDB, partido que, supostamente, faz parte da base aliada ao governo, já foram taxativos em rechaçar o aumento de tributos. Cunha chegou a dizer que o governo está “se autodestruindo”. Com a aprovação popular ao rés do chão, a atual gestão levará essa situação a níveis insuportáveis.

Conforme mostra reportagem nesta edição, o Tribunal de Contas da União descobriu que o governo vem retendo os recursos arrecadados com a chamada Cide, que taxa principalmente os combustíveis, e não os está repassando a estados e municípios, como prevê a legislação. Justamente esse imposto e também o IPI (produtos industrializados) e o IOF (operações financeiras) estão na mira do Executivo para terem suas alíquotas elevados.

Ou seja, em um período de economia estagnada, em clara recessão nos setores produtivos, o governo pensa em elevar os encargos da iniciativa privada em uma das nações mais tributadas do mundo. Isso aumentará o chamado custo Brasil para as empresas e diminuirá a renda dos trabalhadores.

Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, a carga tributária no Brasil no período de 1993 a 2002 era, em média, de 28,4%. Já a partir de 2003, quando começa o governo do PT, passou para 34,8% até 2013 e agora está em torno de 37%.

É nesse panorama que o governo quer aumentar ainda mais a arrecadação.

Em um período de recessão, o governo pensa em elevar os encargos da iniciativa privada em uma das nações mais tributadas do mundo. Elevará o custo Brasil para as empresas e diminuirá a renda dos trabalhadores

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