sexta-feira, 28 de agosto de 2015

APÓS A ELEIÇÃO VALE TUDO



  

Márcio Doti




Todo o exagero dos gastos públicos desmedidos e praticados nos últimos 12 anos está sendo cobrado agora por uma economia em frangalhos. As grandes façanhas sociais realizadas sem limite, sem equilibrar a boa ação com o dinheiro disponível, acabaram provocando o que aí está: uma conta imensa que já está sendo paga com desemprego, conta de luz cara, altos preços de produtos de sobrevivência e agora se anuncia um pacote de indisfarçáveis maldades. Sempre quem paga a conta por erros governamentais é o povo, mas desta vez, a cobrança está vindo misturada com uma boa dose de crueldade. Alguém poderia imaginar que um governo petista chegaria ao absurdo de propor a volta do imposto do cheque? Foram muitos os governos que sofreram a ira do PT oposição por causa da CPMF, uma contribuição criada para ser provisória, para valer por poucos anos e que o brasileiro levou muito tempo para afastar de suas contas mensais.

Se alguém pensa que é só isto se engana. Depois de gastar com países amiguinhos o dinheiro do BNDES, quer dizer, o dinheiro do povo operado por aquele banco de fomento, e de administrar mal a Petrobras ao ponto de permitir o roubo de bilhões de reais naquela estatal brasileira, o governo agora já está cuidando de vender parte da BR Distribuidora, um apêndice da Petrobras que vale em tempos de vacas gordas R$ 35 bilhões. E faz outro anúncio sobre a venda de 10% das operações dos principais aeroportos do país, ou seja, Guarulhos, Viracopos, Confins, Brasília e Galeão.

Ajuda de governadores

Para ressuscitar o imposto do cheque a presidente Dilma está pedindo a ajuda dos governadores. Não terá muita dificuldade porque estão todos correndo atrás de dinheiro a qualquer custo. Basta ver esse caminho imaginoso tomado pelo governador de Minas, Fernando Pimentel, ao fazer uma lei com a ajuda dos deputados estaduais mineiros, para gastar agora um dinheiro que pertence a quem fez depósitos judiciais. Gente que aguarda a decisão dos processos, certamente que esperançosa de ganhar as causas e poder ficar com o dinheiro que, entretanto, já terá sido gasto com uma promessa de retorno que ninguém será capaz de garantir. Mas a busca obstinada por dinheiro só não está passando por cima, por enquanto, daqueles que questionam o ato nas nossas cortes superiores, preocupados com o desarranjo a ser produzido pelo emprego desse dinheiro e com o problema que ficará para solução que ninguém sabe quando e nem como.

É certo que o cidadão espera dos administradores o emprego da criatividade para solucionar um problema eterno, o de combinar a necessidade sempre crescente de dinheiro com a falta de recursos. É antiga essa tendência da burocracia brasileira de resolver os problemas enfiando as mãos nos bolsos da população. E haja bolso porque mãos não faltam, como falta racionalidade e sobra incompetência para controlar o limite de gastos e combater o roubo de fortunas.
É antiga essa tendência de resolver problemas enfiando as mãos no bolso da população

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...