Márcio Doti
Todo o exagero dos gastos públicos
desmedidos e praticados nos últimos 12 anos está sendo cobrado agora por uma
economia em frangalhos. As grandes façanhas sociais realizadas sem limite, sem
equilibrar a boa ação com o dinheiro disponível, acabaram provocando o que aí
está: uma conta imensa que já está sendo paga com desemprego, conta de luz
cara, altos preços de produtos de sobrevivência e agora se anuncia um pacote de
indisfarçáveis maldades. Sempre quem paga a conta por erros governamentais é o
povo, mas desta vez, a cobrança está vindo misturada com uma boa dose de
crueldade. Alguém poderia imaginar que um governo petista chegaria ao absurdo
de propor a volta do imposto do cheque? Foram muitos os governos que sofreram a
ira do PT oposição por causa da CPMF, uma contribuição criada para ser
provisória, para valer por poucos anos e que o brasileiro levou muito tempo
para afastar de suas contas mensais.
Se alguém pensa que é só isto se
engana. Depois de gastar com países amiguinhos o dinheiro do BNDES, quer dizer,
o dinheiro do povo operado por aquele banco de fomento, e de administrar mal a
Petrobras ao ponto de permitir o roubo de bilhões de reais naquela estatal
brasileira, o governo agora já está cuidando de vender parte da BR
Distribuidora, um apêndice da Petrobras que vale em tempos de vacas gordas R$
35 bilhões. E faz outro anúncio sobre a venda de 10% das operações dos
principais aeroportos do país, ou seja, Guarulhos, Viracopos, Confins, Brasília
e Galeão.
Ajuda de governadores
Para ressuscitar o imposto do cheque a
presidente Dilma está pedindo a ajuda dos governadores. Não terá muita
dificuldade porque estão todos correndo atrás de dinheiro a qualquer custo.
Basta ver esse caminho imaginoso tomado pelo governador de Minas, Fernando
Pimentel, ao fazer uma lei com a ajuda dos deputados estaduais mineiros, para
gastar agora um dinheiro que pertence a quem fez depósitos judiciais. Gente que
aguarda a decisão dos processos, certamente que esperançosa de ganhar as causas
e poder ficar com o dinheiro que, entretanto, já terá sido gasto com uma
promessa de retorno que ninguém será capaz de garantir. Mas a busca obstinada
por dinheiro só não está passando por cima, por enquanto, daqueles que
questionam o ato nas nossas cortes superiores, preocupados com o desarranjo a
ser produzido pelo emprego desse dinheiro e com o problema que ficará para
solução que ninguém sabe quando e nem como.
É certo que o cidadão espera dos
administradores o emprego da criatividade para solucionar um problema eterno, o
de combinar a necessidade sempre crescente de dinheiro com a falta de recursos.
É antiga essa tendência da burocracia brasileira de resolver os problemas
enfiando as mãos nos bolsos da população. E haja bolso porque mãos não faltam,
como falta racionalidade e sobra incompetência para controlar o limite de
gastos e combater o roubo de fortunas.
É antiga essa tendência de resolver
problemas enfiando as mãos no bolso da população
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