Jornal Hoje em Dia
O clima de ebulição em que vive o
Brasil teve nessa quinta-feira (20) outro de seus pontos altos. O presidente da
Câmara dos Deputados, terceiro na linha de sucessão da Presidência da República
em caso de morte ou renúncia, e um senador foram denunciados ao Supremo
Tribunal Federal pela acusação de corrupção. No mesmo dia, foi anunciado que o
desemprego chegou a 7,5% da população economicamente ativa no mês de julho.
A desocupação dos trabalhadores vem
numa curva crescente pelo menos há sete meses. O patamar de 7,5%, informado
pelo IBGE, é o maior desde 2010. No mês passado, a taxa havia sido de 6,9%. O
último pilar em que se agarrava o governo de Dilma Rousseff está ruindo.
A renda dos assalariados também
registra queda, achatando o poder de compra dos salários. Houve retração de
2,4% em julho, a sexta seguida, de acordo com o IBGE. É uma sequência de recuos
que não era vista desde 2003.
Esses e outros indicadores negativos
da economia se somam à grave crise política que o país vive. O Executivo está
sob suspeita de envolvimento indireto na corrupção que tomou conta da
Petrobras. Os dirigentes do Congresso também estão com o Ministério Público
pisando em seus calcanhares. A denúncia feita nessa quinta-feira (20) contra
Eduardo Cunha é apenas um dos efeitos do grande descrédito do Legislativo
federal.
Quando deputados e senadores não
fizeram as reformas exigidas pelas grandes manifestações populares de 2013,
durante a Copa das Confederações, para tentar moralizar a política, perderam
uma grande oportunidade de melhorar a imagem do Parlamento.
Uma atitude que foi tomada em outra
época, quando um Congresso mais comprometido que o atual aprovou o impeachment
de Fernando Collor – senador também denunciado nessa quinta-feira (20) –, em
1992. O governante foi retirado de seu cargo pelos desmandos de seu governo, acusações
de corrupção e mau uso do dinheiro público. Além de ter confiscado a poupança
dos brasileiros.
Nessa quinta-feira, pequenos grupos
foram às ruas para defender o governo e acusar de “golpistas” aqueles que
querem a saída da presidente. Pararam o trânsito em um dia útil da semana.
Entretanto, faz parte da democracia. Mas não chegaram nem perto das
manifestações de domingo passado contra o estado de coisas em que se encontra o
país.

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