Márcio Doti
É esta pergunta que tanto as
autoridades policiais e judiciárias e mais uma ala da política brasileira
querem responder a partir das investigações, inquéritos e comissões
parlamentares. O banco buscou o desenvolvimento de quem ao firmar contratos no
exterior, no período de 2007 a 2015, no valor de US$ 11,9 bilhões? E como foram
feitos 1.753 contratos dentro do Brasil, no período de 2012 a 2015, no valor de
R$ 320 bilhões?
Muito dinheiro, muitas operações, muitas suspeitas que envolvem inclusive o ex-presidente Lula, agora sob investigação do Ministério Público Federal, que pretende saber se houve influência sua em negócios firmados pela Construtora Odebrecht no exterior, mediante remuneração que é negada por Lula. Também passará pelas mesmas lupas o governador de Minas, Fernando Pimentel, titular do Ministério do Desenvolvimento em parte do tempo em que ocorreram as operações do BNDES, que se vincula a essa pasta do governo federal.
Tudo andava muito calmo pelas bandas do banco de fomento, com operações protegidas por decreto presidencial que cobre de sigilo esses financiamentos, sob o argumento de que deve ser assim para evitar danos à imagem das empresas que se candidatam a esses empréstimos, como se obter financiamento fosse sinal de dificuldade econômica, quando, em verdade, é sinal de disposição para empreender, crescer, expandir negócios ou, no caso dos financiamentos internacionais, estreitar relações, estimular o intercâmbio comercial ou simplesmente produzir bem estar que nem desfrutamos, para povos de países vizinhos. Ou, prosperidade para empresas brasileiras, no caso a Odebrecht.
O Congresso Nacional chegou a derrubar a lei que estabelecia o sigilo nessas operações de financiamento, mas a presidente Dilma vetou a medida em maio último. Era preciso manter os contratos sob sigilo.
Dados públicos
O Tribunal de Contas da União (TCU), considerou prejudicada a sua função de fiscalizar órgãos e entidades públicas e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), no caso específico de um financiamento concedido à Friboi e sua controladora, a JBS, uma grande colaboradora das campanhas eleitorais do ano passado, nascendo daí a determinação do Supremo para que os dados relativos a esses financiamentos fossem tornados públicos. Diante disso, o BNDES decidiu estender a medida a todas as operações realizadas por ele desde 2012, pretendendo ampliar a divulgação dos anos anteriores a esse.
O clima, pelo que se percebe pelas tentativas do governo em apaziguar as relações com Renan no Senado e Cunha na Câmara, é de apreensão. Por tudo se percebe que o assunto BNDES é apimentado e justamente por isto indesejável. Da reunião de ontem entre a presidente, seus ministros e auxiliares diretos, o que ficou mais evidente foi a tentativa de se buscar a paz com o Congresso. Também, não é para menos. Tendo já como inimigos a inflação, a crise, a dificuldade em converter os números da economia, os descolamentos de Lula, as vaias, a Petrobras e o BNDES com o dinheirão que rolou para países amigos e contratos internos, só falta mesmo querer um legislativo rebelde, hostil e perigoso.
Muito dinheiro, muitas operações, muitas suspeitas que envolvem inclusive o ex-presidente Lula, agora sob investigação do Ministério Público Federal, que pretende saber se houve influência sua em negócios firmados pela Construtora Odebrecht no exterior, mediante remuneração que é negada por Lula. Também passará pelas mesmas lupas o governador de Minas, Fernando Pimentel, titular do Ministério do Desenvolvimento em parte do tempo em que ocorreram as operações do BNDES, que se vincula a essa pasta do governo federal.
Tudo andava muito calmo pelas bandas do banco de fomento, com operações protegidas por decreto presidencial que cobre de sigilo esses financiamentos, sob o argumento de que deve ser assim para evitar danos à imagem das empresas que se candidatam a esses empréstimos, como se obter financiamento fosse sinal de dificuldade econômica, quando, em verdade, é sinal de disposição para empreender, crescer, expandir negócios ou, no caso dos financiamentos internacionais, estreitar relações, estimular o intercâmbio comercial ou simplesmente produzir bem estar que nem desfrutamos, para povos de países vizinhos. Ou, prosperidade para empresas brasileiras, no caso a Odebrecht.
O Congresso Nacional chegou a derrubar a lei que estabelecia o sigilo nessas operações de financiamento, mas a presidente Dilma vetou a medida em maio último. Era preciso manter os contratos sob sigilo.
Dados públicos
O Tribunal de Contas da União (TCU), considerou prejudicada a sua função de fiscalizar órgãos e entidades públicas e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), no caso específico de um financiamento concedido à Friboi e sua controladora, a JBS, uma grande colaboradora das campanhas eleitorais do ano passado, nascendo daí a determinação do Supremo para que os dados relativos a esses financiamentos fossem tornados públicos. Diante disso, o BNDES decidiu estender a medida a todas as operações realizadas por ele desde 2012, pretendendo ampliar a divulgação dos anos anteriores a esse.
O clima, pelo que se percebe pelas tentativas do governo em apaziguar as relações com Renan no Senado e Cunha na Câmara, é de apreensão. Por tudo se percebe que o assunto BNDES é apimentado e justamente por isto indesejável. Da reunião de ontem entre a presidente, seus ministros e auxiliares diretos, o que ficou mais evidente foi a tentativa de se buscar a paz com o Congresso. Também, não é para menos. Tendo já como inimigos a inflação, a crise, a dificuldade em converter os números da economia, os descolamentos de Lula, as vaias, a Petrobras e o BNDES com o dinheirão que rolou para países amigos e contratos internos, só falta mesmo querer um legislativo rebelde, hostil e perigoso.

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