Bons tempos aqueles
Juca Kfouri
POR RAUL MILLIET
FILHO*
“A História é um profeta com o olhar voltado para trás. Pelo que foi e contra o que foi e anuncia o que será” ( Eduardo Galeano)
“A História é um profeta com o olhar voltado para trás. Pelo que foi e contra o que foi e anuncia o que será” ( Eduardo Galeano)
Amanhã o Brasil terá a Venezuela pela frente.
Pensando em Eduardo Galeano, não podemos deixar de recuar no tempo e
darmos uma espiada, memorialista, no primeiro jogo contra a Venezuela nas
eliminatórias de 1969.
João Saldanha era o técnico.
E protagonizou passagem interessante, reveladora, engraçada.
Bons tempos aqueles.
A chave do Brasil nas eliminatórias da Copa do México, apontava como
adversários Colômbia, Venezuela e Paraguai em jogos de ida e volta.
A estréia da Seleção ocorre no dia 6 de agosto de 1969, em Bogotá, com
vitória do Brasil por 2 a 0, dois gols de Tostão.
Para este jogo a Seleção passou por um período de adaptação a altitude
de Bogotá, chegando com 20 dias de antecedência ao local do jogo.
Escalação: Félix (Fluminense), Carlos Alberto Torres (Santos), Djalma
Dias (Atlético Mineiro), Joel Camargo (Santos), Rildo (Santos), Piazza
(Cruzeiro), Gérson (Botafogo), Jairzinho (Botafogo) (Paulo César Caju)
[Botafogo], Tostão (Cruzeiro), Pelé (Santos), Edu (Santos).
Saldanha manteve praticamente o mesmo time durante os seis jogos das
eliminatórias.
O segundo jogo contra a Venezuela no dia 10 de agosto em Caracas, foi
fácil. 5 a 0.
Três gols de Tostão e dois de Pelé.
Nesta partida, porém, durante o primeiro tempo, o time passeou em campo
de sapato alto, indo para o intervalo com o placar em branco.
Os jogadores perdiam os gols e riam….
Eis como relata a página oficial da CBF:
“A diferença técnica entre as duas Seleções era muito grande, o que
apontava para uma vitória de goleada do Brasil. Só que o time não conseguiu se
encontrar no primeiro tempo, jogou um futebol abaixo de suas possibilidades, e
por isso a expectativa de muitos gols se viu frustrada no 0 a 0 com que o jogo
se encerrou na primeira fase.
À beira do campo, furioso com a atuação da equipe, João Saldanha esperava impaciente que os jogadores se dirigissem ao vestiário. Quando isso aconteceu, encontraram a porta fechada – as chaves estavam nas mãos de Saldanha, que foi logo gritando.
– Não vou dar instrução nenhuma. Para jogar esse futebolzinho que vocês jogaram, nem adianta. Voltem lá e façam o que vocês sabem!
Os jogadores reagiram. Argumentando que precisavam beber água, utilizar o banheiro, insistiram para Saldanha abrir o vestiário.
– Não tem água, não tem nada! No vestiário ninguém entra – falou Saldanha.
O time voltou direto para o campo, como confirma o capitão Carlos Alberto Torres.
– Ele não abriu mesmo, apesar dos pedidos. Ainda disse que os venezuelanos não jogavam nada e que a gente tinha obrigação de vencer por goleada”.
À beira do campo, furioso com a atuação da equipe, João Saldanha esperava impaciente que os jogadores se dirigissem ao vestiário. Quando isso aconteceu, encontraram a porta fechada – as chaves estavam nas mãos de Saldanha, que foi logo gritando.
– Não vou dar instrução nenhuma. Para jogar esse futebolzinho que vocês jogaram, nem adianta. Voltem lá e façam o que vocês sabem!
Os jogadores reagiram. Argumentando que precisavam beber água, utilizar o banheiro, insistiram para Saldanha abrir o vestiário.
– Não tem água, não tem nada! No vestiário ninguém entra – falou Saldanha.
O time voltou direto para o campo, como confirma o capitão Carlos Alberto Torres.
– Ele não abriu mesmo, apesar dos pedidos. Ainda disse que os venezuelanos não jogavam nada e que a gente tinha obrigação de vencer por goleada”.
.

Nenhum comentário:
Postar um comentário