CONSUMIDOR PAGARÁ POR
EMPRÉSTIMO BILIONÁRIO ÀS DISTRIBUDORAS DE ENERGIA ELÉTRICA
O socorro ao setor
elétrico vai custar R$ 37,417 bilhões aos consumidores brasileiros. Pagaremos
esses empréstimos bancários em quatro anos e meio e somente os juros custarão
12,8 bilhões de reais.
Enquanto isso, a CEMIG-MG
propõe reajuste salarial de 11,6% para direção e conselheiros da empresa para o
mês de abril/2015.
Caso o aumento seja
concedido e vai ser concedido, os dados apontam para remuneração anual,
incluindo benefícios e gratificações, de R$ 1.438 milhões para o presidente da companhia
e de 1,233 milhões para os 11 diretores. O valor não é fixo, e pode variar
conforme os bônus, metas, e lucro da empresa.
Mensalmente, se aprovada a
proposta, o presidente da estatal receberá um pró-labore fixo de R$ 44.270 que
somada aos benefícios lhe dará um salário de R$ 119.875, maior que o salário do
presidente da Petrobras.
A Cemig concede mensalmente
aos diretores, vale-refeição (não deve ser marmitex), seguro de vida (são muito
importantes), planos de saúde e odontológicos e ainda concede a participação em
planos de previdência privada.
Outros componentes da
remuneração dos diretores são uma gratificação anual do valor do salário mensal,
pagamentos referentes às licenças remuneradas e recolhimento de FGTS sobre o
salário e participação de resultados recebidos.
Já para os funcionários um
pequeno reajuste de 3%.
A SEGUIR, A
VERDADE SOBRE O SETOR ELÉTRICO, QUE MERECE UMA INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL.
Denunciamos
no CADE irregularidades no setor elétrico
.
Diante da
escassez de energia elétrica disponível, as empresas geradoras tiraram proveito
da crise para lucrar com a venda de eletricidade no mercado de curto prazo.
Para combater essas irregularidades, no último dia 24, a PROTESTE Associação
de Consumidores e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) protocolaram, no
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), representação contra as
práticas abusivas das concessionárias geradoras de energia elétrica.
Avaliam que o equilíbrio econômico do país será afetado com perdas para a
indústria e refletirão no aumento da conta de luz.
Para as entidades, a preocupação do governo federal com a crise do setor elétrico, ao conceder subsídios e autorizar empréstimos com recursos públicos e privados às concessionárias de distribuição de energia elétrica, não apresenta solução para o problema já que a dívida será repassada aos consumidores ao longo dos próximos anos.
A Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi citada na representação pela omissão
nesse possível processo de cartelização. De acordo com o documento entregue aos
membros do CADE, a Aneel não cumpriu seu papel de "proporcionar
condições favoráveis para que o mercado de energia elétrica se desenvolva com
equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade".
Os membros
do CADE se comprometeram ao investigar possíveis irregularidades. Um dos
primeiros passos do conselho será ouvir a agência sobre os possíveis motivos
que tenham levado as empresas a não participarem dos leilões de 2013.
Na
representação, as entidades afirmam que as empresas optaram por não oferecer
energia em leilões realizados em 2013 e lucrar com os altos preços do mercado
de curto prazo. As três são estatais dos estados de São Paulo (Cesp),
Minas Gerais (Cemig) e Paraná (Copel), todos governados pelo PSDB. Depois da
Eletrobrás, são as maiores do país.
Segundo a
representação, a Copel e a Cesp não ofertaram energia no leilão realizado em
junho de 2013, enquanto que a Cemig não ofertou energia no pleito de dezembro
de 2013. Os leilões foram organizados para cobrir a exposição de distribuidores
de energia criada com o fim dos contratos entre esses distribuidores e as
geradoras.
A
estratégia das empresas culminou em um prejuízo bilionário que esses
distribuidores tiveram no mercado de curto prazo no primeiro semestre de 2014.
O governo precisou resgatar essas empresas e negociou dois empréstimos que
somam R$ 17,7 bilhões para evitar um aumento da inadimplência no setor. No
primeiro trimestre, por causa dessa estratégia de restringir a oferta de energia
ao mercado de curto prazo, as empresas lucraram R$ 2,5 bilhões entre janeiro e
março, o dobro do que ganharam no mesmo período de 2013.
O preço
da energia nesse mercado chegou a R$ 822 por megawatt-hora (MWh) no início do
ano, enquanto que o maior valor estipulado para os leilões foi de R$ 192 por
MWh.
No
documento, as entidades denunciam que, para manter sua lucratividade, as
empresas geradoras de energia deixam de firmar contratos, obrigando as
distribuidoras a comprar energia no mercado de curto prazo. Ou seja, as
geradoras não participam dos leilões oficiais promovidos pelo governo federal,
destinados ao atendimento das distribuidoras, fazendo com que se tenha pouca
energia disponível no mercado regulado, o que aumenta significativamente os
custos de aquisição de energia.
As
geradoras deixam de atender ao requisito legal de se contratar 100% da carga
disponível. A dívida acumulada em empréstimos emergenciais de socorro às
empresas distribuidoras e aportes da União será bilionária e se tornará impagável,
fazendo com que os prejuízos sejam repassados para as tarifas dos consumidores.
As entidades pedem ao CADE que sejam adotadas medidas preventivas e coercitivas - com a abertura de inquérito administrativo para apuração das infrações à ordem econômica - junto a todos os agentes que estão se beneficiando com a venda no mercado de curto prazo.
A
consultora da PROTESTE, Flávia Lefevre, destaca: "São necessárias ações
imediatas em vista da bilionária dívida que vem sendo acumulada e que vem
sempre aumentando para socorrer as empresas distribuidoras e que serão pagas
pelos consumidores de energia".
Carlos
Kirchner, diretor da FNE, acredita que a utilização de termelétricas, desde
outubro de 2012, devido à forte estiagem no país, não é o único motivo do
aumento de custo para a produção de energia. "Na verdade, a geração de
energia pela fonte hidráulica não deveria implicar aumento de custos, pois a
maioria delas é proveniente de usinas hidrelétricas já amortizadas, ou seja,
com seus contratos de venda de energia encerrados no final de sua vigência em
31/12/2012 ou em 31/12/2013", aponta.
O diretor
do SEESP explica que as empresas se respaldam em uma interpretação restrita e
distorcida da legislação do setor elétrico para justificar suas condutas anticoncorrenciais
e o aumento arbitrário dos lucros está em desacordo com regras de defesa do
consumidor. "O fato de se produzir energia em uma usina hidrelétrica já
amortizada, como é o caso da Cemig, Copel e Cesp ao custo de R$ 20,00 por
megawatt-hora e de vendê-la pelo preço de R$ 822,83, com margem de 4.000%
(quatro mil por cento), viola o princípio do serviço público essencial, em que
a regra é a do menor lucro possível", comenta.
De acordo
com as entidades, a conduta das concessionárias é anticompetitiva e ilegal,
pois o agente gerador transformou a sobra deliberada de energia numa prática
corriqueira de lucro. Por sua
vez, as distribuidoras de energia, que compram o produto caro no mercado, vão
repassar o prejuízo integralmente aos seus consumidores, ainda que alguns
empréstimos governamentais e privados protelem o pagamento destas dívidas. "É
inadmissível a conduta que tenha como resultado a retirada de energia do
mercado, implicando em escassez artificial que leva ao aumento injustificado
dos preços prejudicando a livre concorrência e também os consumidores", conclui
Flávia Lefevre.
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