Saída de Cid Gomes mostra
governo Dilma esfarelando
Fernando Rodrigues
18/03/2015
Presidente enfrenta momento de grande fragilidade
Desfecho da crise é incerto e ninguém aposta no melhor
O pior está
acontecendo para o governo da presidente Dilma Rousseff. Tudo o que poderia dar
errado nos últimos dias está dando muito errado.
A popularidade de Dilma é a pior
para um presidente desde Fernando Collor de Mello.
Seu gabinete no
Planalto produziu uma crítica aguda na qual Dilma e Lula são apontados como
derrotados. Era um texto reservado. Vazou. “Não é uma goleada. É uma derrota
por WO”, diz a análise.
No final da tarde
desta quarta-feira (18.mar.2015), o ministro Cid Gomes (Educação) deixou o
governo de forma espalhafatosa, xingando o Congresso.
Alguém pode
argumentar que Cid Gomes é um político de temperamento mercurial e dado a
arroubos. Sua saída seria uma decisão unipessoal e não teria nada a ver com o
governo de Dilma Rousseff. Essa é uma avaliação errada.
Alguém acredita que
se a atual administração federal estivesse fortalecida e popular Cid Gomes
faria o que fez? Claro que não. Este é um momento de grande fragilidade do
Palácio do Planalto.
No caso do documento ao qual a
mídia teve acesso, tratou-se de um episódio emblemático sobre a barafunda
atual. Primeiro, mérito dos jornalistas que tiveram acesso. Segundo, seria
muito mais difícil conseguir ler um documento dessa natureza se o governo
estivesse mais coeso e ajustado.
A presidente nesta
quarta-feira lançou um pacote anticorrupção que não teve o menor impacto.
Aliás, na saída da cerimônia, o Blog pode presenciar alguns governistas
falando que as medidas eram apenas ações requentadas e de pouco impacto para
recuperar a força política do Planalto.
Outro detalhe.
Nenhum chefe de Poder esteve presente ao lado de Dilma nesta quarta-feira. Essa
foi a mesma situação da última segunda-feira (16.mar.2015), quando a presidente
resgatou José Sarney para sentar ao seu lado na cerimônia de sanção do novo Código
Civil.
Brasília vive dias
muito dramáticos. A presidente parece ter poucos assessores diretos em quem
pode se fiar para alavancar uma recuperação. Há uma sensação de solidão dentro
do Palácio do Planalto.
O desfecho da crise
é absolutamente incerto. E ninguém com quem se conversa em Brasília, seja do
governo ou da oposição, aposta no melhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário