O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice.
Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.
Melhor idade
Quando a
gente está beirando os 60 e começa a frequentar velórios de amigos com mais
frequência, convém ouvir os sábios. Então, ouçamos Mário de Andrade:
“Contei meus anos e
descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi
até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino
que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas
percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com
mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me
com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares,
talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para
discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já
não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade
cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram
pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. As pessoas não debatem
conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater
rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas cerejas na
bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus
tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade, caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, o
essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!”.
Ouçamos,
também, Vinícius de Morais:
“Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos… Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim… do companheirismo vivido… Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre… Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe… nos e-mails trocados… Podemos nos telefonar… conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar… meses… anos… até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo… Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E… isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente… Quando o nosso grupo estiver incompleto… nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos… Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado… E nos perderemos no tempo… Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades… Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores… mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!”.
“Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos… Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim… do companheirismo vivido… Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre… Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe… nos e-mails trocados… Podemos nos telefonar… conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar… meses… anos… até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo… Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E… isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente… Quando o nosso grupo estiver incompleto… nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos… Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado… E nos perderemos no tempo… Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades… Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores… mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!”.
Texto do
grande Jornalista Eduardo Costa da Rádio Itatiaia e do Jornal Hoje em dia do
dia 28/04/2014.
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