No Brasil, 52% dos professores do ensino médio não têm formação adequada
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Adriano Vizoni/Folhapress
A maioria dos professores do
ensino médio no Brasil (51,7%) não tem licenciatura na disciplina em que dá
aulas. Outros 22,1% dos docentes que estão nas salas do ensino médio
não têm nenhuma licenciatura. Os dados do Censo Escolar 2013 foram compilados
pela ONG Todos Pela Educação.
O Nordeste é a
região em que faltam mais professores licenciados nas áreas específicas das
disciplinas - 66% não são formados na área em
que atuam. No Centro-Oeste, o índice é de 60,5%. Na região Norte, o percentual
é de 55%. As regiões Sul (41,9%) e Sudeste (42%) são as com as menores
carências de professor.
Na sua
opinião, por que faltam professores com formação adequada?
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Faltam cursos de ensino superior
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Os salários são muito baixos
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A carreira não é valorizada
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A rede pública não exige formação adequada
A disciplina com maior deficiência é artes em que apenas 14,9% dos professores são
licenciados. Língua portuguesa é a disciplina com mais professores dentro da
sala de aula que se formaram na área (73,2%). Em física, 80,8% dos
docentes não são formados na área; na disciplina de química, o índice é de
66,3%.
Nos anos finais do ensino fundamental, 21,5% não tem qualquer formação no ensino
superior e 35,4% dos professores não cursaram licenciatura.
Há também 67,2% dos docentes não são
habilitados nas disciplinas que lecionam. Mais uma vez é o Nordeste a região com maior deficiência (82,4%). No
Norte, 81,9% dos professores dos anos finais do ensino fundamental não são
formados nas áreas que atuam. No Centro-Oeste, o índice é de 64,3%.
Nessa etapa de ensino, apenas 28,1% dos professores de geografia são formados na área.
Em história, o índice é de 31,6%, e em ciências, o percentual é de apenas
34,2%.
Deficiência na
formação
Em março, uma auditoria do Tribunal de Contas da
União, feita em parceria com tribunais de Contas dos Estados, já tinha indicado
a carência de 32 mil professores com
formação específica nas 12 disciplinas obrigatórias do nível médio.
Com salários baixos, um dos problemas é que a
docência não atrai os jovens no ensino superior. Neste ano, o piso nacional do
professor foi fixado em R$ 1.697,39, para uma
jornada de 40 horas.
Mesmo entre os que decidiram seguir carreira na
sala de aula, a evasão da educação básica é cada vez maior. Insatisfação no trabalho e
desprestígio profissional são alguns dos motivos apontados por
quem prefere abandonar a sala de aula.
Em outubro do ano passado, uma pesquisa
internacional mostrou que, entre 21 países, o Brasil fica em penúltimo lugar em
relação ao respeito e à valorização dos seus professores.
A formação e a valorização do professor é uma das
metas do PNE (Plano Nacional de Educação),
que está em discussão na Câmara dos Deputados e deve ser votado no dia 22 de abril.
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