NOVIDADES NO ENSINO DE QUÍMICA
Brasileiro
usa animações em 3D para ensinar química
Estudar química, mesmo para quem
não é muito fã da matéria, promete se tornar mais prazeroso, visual e
intuitivo. Quem já teve contato com a disciplina sabe, química não é nada
fácil; principalmente porque uma forte característica no ensino da matéria é o
uso da imaginação. A maior dificuldade acontece quando o professor precisa
ilustrar o aspecto microscópico: átomos, moléculas e tantos elementos e reações
químicas que só de olhar a tabela periódica já deixa muita gente assustada.
Até hoje, a única saída era usar
modelos e fórmulas para tentar explicar aquilo que não se enxerga. Mas, por
mais criativos que sejam os alunos, dificilmente todos criariam a mesma imagem
mental sobre o tema proposto…
"Não tinha como o professor checar se aquilo que ele queria que os alunos imaginassem era o que eles estavam imaginando. Mas quando você transforma tudo aquilo em imagem, a coisa muda porque você tem certeza que todos estão imaginando a mesma coisa e o questionamento do aluno é diferente, muito mais sólido. Agora ele enxerga", explica Pedro Faria, professor de química da Unicamp.
"Não tinha como o professor checar se aquilo que ele queria que os alunos imaginassem era o que eles estavam imaginando. Mas quando você transforma tudo aquilo em imagem, a coisa muda porque você tem certeza que todos estão imaginando a mesma coisa e o questionamento do aluno é diferente, muito mais sólido. Agora ele enxerga", explica Pedro Faria, professor de química da Unicamp.
A grande novidade surgiu com a
tese de doutorado do engenheiro elétrico Manuel Baptista. Ele criou animações
em 3D para serem usadas no ensino de química. Com a animação, a parte
microscópica da química ganhou outra dinâmica.
Manuel conta que teve a idéia de
usar a animação durante uma aula de química orgânica. Quando o professor
mostrou algumas imagens, ele imaginou se não seria possível fazer melhor do que
aquilo que existia até então. O problema é que o engenheiro não tinha qualquer
noção sobre softwares de animações 3D. Cinco anos atrás, quando deu início ao
projeto, a produção em três dimensões ainda não era muito difundida.
Foi então que ele descobriu um
software gratuito para baixar na internet; Manuel achou que todos seus
problemas estavam resolvidos. Ele só não contava com a complexidade de usar tal
ferramenta originalmente desenvolvida para a produção de desenhos animados. Ou
seja, sem a ajuda do manual do software ele não iria muito longe. A saída foi
escrever para o criador do Blender, o software usado para as animações, e pedir
uma cópia do manual… que, demorou, mas chegou…
"Eu esperei umas três
semanas, o manual não chegava e eu comecei a ficar apreensivo. Com muita
cautela, escrevi uma carta dizendo a eles que estava esperando. Daí ele disse
para esperar porque havia mandado por um navio para não ficar muito caro",
conta Manuel Baptista, engenheiro elétrico.
O próximo desafio era
transformar as recomendações do manual em imagens 3D animadas. Segundo ele,
foram seis meses de auto aprendizado e muitos testes até fazer com quem um
simples cubo se movimentasse na tela do computador.
"Uma animação de dois
minutos leva 80 horas, duas semanas de trabalho intenso. Neste tempo, uma boa
parte é no Blends, mas outra é discussão conceitual", diz Baptista.
A iniciativa, que já conta com
70 animações produzidas, virou sucesso mundial no ensino de química inclusive
nas melhores universidades do mundo. Os vídeos já ultrapassaram um milhão de
visualizações no YouTube originárias de 148 países diferentes. Curioso é que o
Brasil é o terceiro na lista dos que mais acessam o canal, ficando atrás de
Estados Unidos e Índia, respectivamente. Todo o material está disponível para
download na internet…
Na visão do professor Pedro, as
imagens superam qualquer tipo de dificuldade, mas é muito importante que não
haja qualquer tipo de erro conceitual na sua concepção. A parceria entre aluno
e professor foi essencial para o sucesso da criação da Química 3D.
"Um aluno não consegue
fazer uma animação sozinho, com qualidade e sem erros conceituais. Ele precisa
do apoio de um professor com absoluto domínio conceitual", explica Manuel
Baptista.
Para alunos que já nasceram
imersos em tecnologia e estão sempre ansiosos por novidade nas salas de aula,
as animações nas aulas de química vêm na hora certa. Por outro lado, é
importante também que os professores estejam preparados para trabalhar com essa
nova ferramenta, que ao mesmo tempo que torna a aula mais interessante e
intuitiva, muda radicalmente o tipo de questionamento do aluno – que agora,
mais do que nunca, consegue ver o que antes era preciso imaginar.
Mais interessante, é que
animações 3D e recursos de imagem podem ser aplicados em diferentes
disciplinas. A Química 3D ainda é só um primeiro passo…e, mais legal, um passo
brasileiro. E você, o que acha da novidade? Já estudou química? Concorda que
assim as coisas mudam de rumo? Acesse olhardigital.com.br e deixe sua opinião
no nosso fórum; aproveite e confira o link que deixamos logo abaixo do vídeo
desta matéria no nosso site para quem quiser baixar as 70 animações
disponíveis.
LINK: http://www.quimica3d.com/indexbr.php
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