quinta-feira, 29 de setembro de 2022

PETISMO NÃO TEM PLANO DE GOVERNO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Ex-ministro Henrique Meirelles se com Lula em ato com ex-presidenciáveis.| Foto: Ricardo Stuckert/PT

Planos de governo são peças que, se muitas vezes acabam esquecidas por aqueles que são eleitos, não deixam de ser um indicador importante a respeito da direção que um candidato pretende imprimir em seu mandato caso vença as eleições. Durante a campanha, podem ser submetidos ao escrutínio da imprensa, de especialistas em cada área e, principalmente, do eleitor, que tem todo o direito de saber como os postulantes a um cargo executivo pretendem governar. Todos os candidatos à Presidência da República em 2022 entregaram seus planos ao Tribunal Superior Eleitoral – menos Lula, que se contentou em apresentar à corte eleitoral apenas diretrizes genéricas, desejando assim um “cheque em branco” do brasileiro, de preferência ainda no primeiro turno para não ter de ver suas ideias e sua biografia questionadas por mais quatro semanas.

Não que a sociedade não saiba as linhas gerais do programa lulopetista: estatismo exacerbado, descontrole no gasto público, controle da imprensa e da sociedade civil organizada, reversão de avanços importantes no campo trabalhista, retomada da camaradagem com ditaduras latino-americanas, hostilidade ao agronegócio e recrudescimento dos conflitos no campo com o fortalecimento do “exército de Stédile”, promoção do aborto e da pauta identitarista… tudo isso já foi defendido pelo próprio Lula ou por outros líderes petistas ao longo da campanha, mas sem a formalização que viria com o protocolo de um plano no TSE.

Um desempenho de 20 anos atrás e o mero fato de não ser Jair Bolsonaro não bastam para que Lula venha pedir voto ao brasileiro, muito menos para convencer eleitores de outros candidatos a migrar para sua candidatura já no primeiro turno

A estratégia, em primeiro lugar, é um enorme desrespeito ao eleitor e a seu direito de conhecer com maiores detalhes o que cada candidato propõe. Mas ela também serve a outro propósito: o de poder misturar o discurso radical que mobiliza a militância com acenos que cooptam mais apoios entre aqueles que não estão automaticamente alinhados ao petismo. Ao tratar seu plano como uma “metamorfose ambulante”, sujeito a alterações até o último momento, Lula consegue puxar para seu palanque alguém como Henrique Meirelles – apesar de ele ser filiado a um partido que tem candidato próprio ao Planalto –, o pioneiro do recente ajuste fiscal que Lula quer deixar para trás.

Sem definir um plano de governo, Lula se limita a repetir indicadores do período 2003-2010 e quer fazer o eleitor acreditar que basta apertar seu número na urna que aqueles tempos retornarão. No entanto, o contexto econômico em que Lula venceu sua primeira eleição, 20 anos atrás, é radicalmente diferente do atual. Além disso, o petista esconde um detalhe importante: se no início de seu período no Planalto o tripé macroeconômico herdado de Fernando Henrique Cardoso foi respeitado, garantindo a sensatez na política econômica, foi no fim da passagem de Lula pela Presidência que foram lançadas as bases da “nova matriz econômica” que o “poste” por ele escolhido para sucedê-lo aplicou à risca, causando a pior recessão da história do país. Não há como dissociar a era Lula da era Dilma, apesar dos esforços do PT em apagar da história os anos finais do partido no poder.


Desprezo pelo povo

Um desempenho de 20 anos atrás e o mero fato de não ser Jair Bolsonaro não bastam para que Lula venha pedir voto ao brasileiro, muito menos para convencer eleitores de outros candidatos a migrar para sua candidatura de forma a resolver a disputa já no primeiro turno. Sem plano de governo, o petista quer que os brasileiros embarquem em um voo cego, recorrendo ao proverbial “la garantia soy yo”, demonstrando mais uma vez aquela arrogância de quem se julga o único capaz de salvar o Brasil sem precisar dizer como o fará caso volte ao Planalto.

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O TSE JÁ SABE O RESULTADO DAS ELEIÇÕES E 2022?

 

Certeza!

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Entre tantas falsas certezas, meu medo é o de que uma única pessoa, Alexandre de Moraes, realmente saiba já o resultado das eleições 2022.| Foto: EFE

Vai dar Lula no primeiro turno. Que nada, vai dar Bolsonaro no primeiro turno. Vocês são dois idiotas, vamos ter segundo turno e o Lula ganha do Bolsonaro. Deixe de falar bobagem! Vai dar Bolsonaro no segundo turno. Aposto que vai dar Lula no segundo turno, margem apertada, convulsão social, o combo todo. Todo mundo está errado e a Terceira Via vai surpreender. Ouvi dizer que, em caso de empate, é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral quem decide. É verdade?

Por esses dias todo mundo camufla as dúvidas sob uma reluzente camada de certezas baseadas em delírios e conspirações. As justificativas são muitas e variadas. Para uns, Lula vai ganhar porque o povão está se vingando. Para outros, a vitória de Lula representa é a vingança da elite contra esse mesmo povão. Já os que têm certeza absolutíssima da vitória de Bolsonaro falam em voto envergonhado e em Datapovo.

Só da Terceira Via é que realmente ninguém mais fala. Ninguém acredita. A não ser que uma formiguinha resolva passear perigosamente pelos sistemas do TSE, cause um curto-circuito na engrenagem infalível, vire inseto frito e, assim, sacrifique sua vidinha em nome da democracia. E de um resultado tão improvável quanto o arrependimento de Alexandre de Moraes.

Não estou reclamando. De jeito nenhum. Nutro uma admiração genuína por quem tem as certezas que me faltam. Aqui de onde contemplo a humanidade, ou melhor, a brasilidade, ou melhor ainda, a curitibanidade em todo o seu esplendor frio e úmido, vejo com especial interesse como todo mundo é capaz de unir pontos que simplesmente escapam das minhas mãos. As pessoas trocam dados e disse-me-disses e sinais esotéricos e informações desencontradas que acabaram de receber e narrativas sem sentido e, com essas coisas, cozinham o sopão que alimenta suas certezas.

Como não admirar isso?! E depois ainda me dizem que o homem contemporâneo enfrenta uma crise do imaginário. Que nada! A imaginação nunca foi tão importante para os brasileiros, que a ela recorrem depois de cada pesquisa, de cada declaração do candidato, de cada decisão do TSE e de cada debate. Uma pena que toda essa imaginação não possa aflorar na forma de livros ou filmes magistrais porque, primeiro, falta talento aos artistas que têm acesso ao dinheiro e, segundo, é capaz de o TSE mandar prender todo mundo por fake news.

Eu, sabendo só que nada sei, fico observando e colhendo muita opinião bichada na esperança de encontrar o Argumento Perfeito que me dê tranquilidade ou que me deixe apreensivo de uma vez por todas. Se me dizem para ficar de olho no dólar, por exemplo, eu fico. Se me aconselham a dar ouvido à minha intuição, está mais do que dado. Se me sugerem pedir asilo político na Embaixada da Itália, vou logo procurando o endereço. Se me mandam rezar, eu rezo, ué.

Me tranquiliza saber que está todo mundo exercitando a fantasia e projetando felicidades para o já mítico Dia Seguinte. É sinal de que ainda mantemos algo que nos torna essencialmente humanos: o sonho. Por outro lado, o que me incomoda é a possibilidade de a certeza quanto ao resultado das eleições de 2022 existir para uma única pessoa. Sim, ela mesma: a autoridade que deveria garantir que a dúvida saudável, própria do processo democrático, pairasse sobre toda a sociedade.

Segunda-feira (3) será o dia do “eu te disse!”, do “eu avisei!”, do “eu já sabia!” e, porque vivemos numa época um tanto quanto perversa, do “só você que é idiota não tinha percebido isso!”. Analistas dirão que a vitória ou a derrota tem explicação nos astros ou na mais nova teoria da comunicação de massa ou na mais recente tese da ciência política. Eu mesmo escreverei algo, na esperança de nunca envergonhar o Paulo do futuro. O que, convenhamos, é uma missão quase impossível.


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PESQUISAS ELEITORAIS FAZEM PREVISÃO ERRADA

 

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Vitória de Romeu Zema em 2018 foi um dos casos de erros graves cometidos por pesquisas de intenção de voto.| Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

Esta quinta-feira é Dia Mundial do Coração. É um dia destinado à prevenção de doenças cardíacas, porque o coração é o que mais mata no planeta Terra, segundo a Organização Mundial de Saúde: são 18 milhões de mortes por ano. Mas está difícil segurar o coração assim, dias antes da eleição mais animada e mais polarizada que eu já vi. O segundo turno entre Lula e Collor em 1989 foi bastante polarizado, mas agora está mais, até porque o eleitorado é muito maior: 156 milhões de brasileiros serão chamados às urnas obrigatoriamente.

Tem gente que está com coração aos pulos, porque acredita nas pesquisas. Mas vi no Twitter do Vinícius Mariano um levantamento de 30 erros graves dos dois principais institutos de pesquisa na eleição de 2018 para senador. Fulano de Tal estava em quarto lugar três dias antes da eleição e foi eleito. Outro, que estava em terceiro lugar, foi reeleito. Um estava em primeiro, bem longe dos outros, coisa de 50% a 10%, mas foi o de 10% que ganhou a eleição.

Para governador aconteceu a mesma coisa; alguns citados por ele foram Carlos Moisés, de Santa Catarina; Wilson Witzel, do Rio de Janeiro; e Romeu Zema, de Minas: estavam todos lá atrás, não tinham a menor chance cinco dias antes da eleição, segundo os grandes institutos de pesquisa. Para a Presidência, aquele que acabou eleito presidente perdia para todo mundo, só não perdia para Marina Silva, se não me engano. Ou seja, foi tudo um fiasco em 2018.

Alguém me explique: por que ainda tem quem acredite? Por masoquismo? Não sei. Muitos acreditam por interesse, pra usar como propaganda. Eles me pegaram em 2018, vão me pegar de novo só se eu permitir. Muito obrigado ao jornalista Vinícius Mariano, que fez esse levantamento para nos lembrar do que aconteceu em 2018.


Moraes mostra sala de totalização de votos
Na quarta-feira o presidente da Justiça Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, mostrou a sala de totalização ao ministro da Defesa, ao presidente do PL e a representantes dos outros partidos. Na verdade não é bem a sala de totalização; ali se monitora a chegada, porque depois há um computador maior que vai somar tudo. Funciona no terceiro andar de um majestoso e faraônico palácio, construído para abrigar uma Justiça Eleitoral que na verdade é um órgão administrativo para organizar uma eleição a cada dois anos. Por isso que outros países não têm Justiça Eleitoral, são secretarias de Estado que fazem tudo, por exemplo, nos Estados Unidos, mas essa é uma outra questão.

Agora todos sabem quem é o padre Kelmon
Que estranho: peguei a agenda dos candidatos na quarta-feira e só um candidato, o atual presidente, candidato à reeleição, estava nas ruas: em Santos (SP), fazendo motociata. Os outros todos tinham compromissos fechados.

Não resta dúvida de que o debate no SBT deu projeção ao padre Kelmon. Ele não foi o grande vencedor, mas deu um salto. Todos passaram a saber quem é esse tal padre, que era vice na chapa do Roberto Jefferson. Mas Jefferson foi impedido de concorrer porque, mesmo sendo indultado, continua ficha-suja, assim como Daniel Silveira, que também que foi indultado e segue ficha-suja. O que não é o caso do ex-presidente, que foi condenado, teve o processo anulado e depois virou um ficha-limpa; segundo o Supremo, são questões diferentes.

São é coisas muito estranhas, que acabaram denunciadas no New York Times, levando o jornalista Claudio Humberto a observar que tudo o que o New York Times está denunciando não aparece na grande imprensa brasileira. Que mico, não? Que omissão, que coisa incrível. Sempre vi a grande imprensa brasileira se espelhar no New York Times, pois agora o New York Times está mostrando como se faz jornalismo.


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DOAÇÃO E DOARES DE CAMPANHA PRESIDENCIAL 2022

Veja quem mais doou

Foto: Redação

Por Fernanda Guimarães e Luciana Dyniewicz – Jornal Estadão

‘Campanha pelo voto útil é uma violência’, diz Candido Bracher

Total de dinheiro para os candidatos e partidos chegou a R$ 545 milhões e se aproximou do total registrado em 2018

Na reta final do primeiro turno das eleições, o empresariado colocou a mão no bolso e aumentou as doações feitas para as campanhas. Em cerca de duas semanas, o volume de recursos doados dobrou e já superou os R$ 545 milhões. O valor se aproxima do total doado em 2018, considerando também as quatro semanas entre o primeiro e segundo turno, quando alcançou R$ 560 milhões no ano em que Jair Bolsonaro foi eleito, de acordo com dados compilados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Hoje, são 43 pessoas que doaram R$ 1 milhão ou mais às campanhas. Há 15 dias, eram 14.

O dono do grupo Cosan, Rubens Ometto, segue na dianteira no ranking das doações por pessoas físicas, com R$ 8,8 milhões, ultrapassando o total doado por ele em 2018, quando tirou do bolso R$ 7,5 milhões. O empresário aumentou suas doações em R$ 3 milhões, ou 53%, em duas semanas. A principal beneficiária de Ometto, um dos homens mais ricos do Brasil, foi a direção nacional do Republicanos, que recebeu R$ 3 milhões. Há 15 dias, a direção nacional do PSD era a maior beneficiária, com R$ 2 milhões – número que não foi alterado.

Em nota, a assessoria de imprensa da Cosan afirmou que as “doações eleitorais feitas por Rubens Ometto Silveira Mello são realizadas em caráter pessoal e seguem as regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral e demais normas aplicáveis”.

Desde a reforma eleitoral em 2015, as empresas foram proibidas de doar para legendas e candidatos. Já as doações de pessoas físicas para campanhas eleitoras podem ser feitas, segundo o TSE, por transferência bancária, com a devida indicação do CPF do doador. O valor pode ser de até 10% dos rendimentos brutos da pessoa no ano anterior à eleição.

Neste ano, o controlador do Grupo Cosan, Rubens Ometto, já doou mais do que nas eleições de 2022
Neste ano, o controlador do Grupo Cosan, Rubens Ometto, já doou mais do que nas eleições de 2022 

Nos últimos dias antes da ida às urnas, o dono da calçadista GrendeneAlexandre Grendene, também ampliou o valor de suas doações, que agora somam R$ 5,9 milhões. No começo do mês, Alexandre era o quarto maior doador do País, com R$ 2,5 milhões. Hoje, ele ocupa a segunda colocação. O principal destino do dinheiro do empresário segue sendo Roberto Argenta, que concorre ao governo do Rio Grande do Sul pelo PSC e é dono da também calçadista gaúcha Beira Rio. A campanha de Argenta recebeu R$ 1,9 milhão de Alexandre, que é acionista minoritário da Beira Rio. Procurado, Argenta preferiu não comentar.

O empresário do setor calçadista também destinou R$ 1 milhão para a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro e R$ 1 milhão para o candidato ao Senado pelo Ceará Camilo Santana (PT). Ainda no Ceará, Estado em que a Grendene tem unidades de produção, os candidatos ao governo Elmano de Freitas (PT) e Capitão Wagner (União) receberam R$ 750 mil e R$ 375 mil do empresário, respectivamente. A direção municipal do PDT na capital do Estado se beneficiou de R$ 750 mil.

O empresário do setor calçadista Alexandre Grendene destinou R$ 1 milhão para a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro
O empresário do setor calçadista Alexandre Grendene destinou R$ 1 milhão para a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro  

Pedro Grendene, cofundador da Grendene ao lado do irmão, subiu, nos últimos dias pré-primeiro turno, para a terceira colocação entre os maiores doadores. Duas semanas atrás, ele não aparecia no ranking dos dez maiores doadores. Os dois primeiros beneficiados são Camilo Santana, do PT, com R$ 1 milhão, e o presidente Jair Bolsonaro, com o mesmo montante.

Pedro Grendene destinou o mesmo volume de recursos que seu irmão aos candidatos ao governo do Ceará. No total, as doações do empresário chegam a R$ 4,5 milhões. Procurada, a Grendene afirmou não comentar as decisões pessoas de seus acionistas. A reportagem não conseguiu contato com Pedro e Alexandre Grendene.

Outro nome ausente no ranking dos maiores doadores há duas semanas, Pedro de Godoy Bueno, controlador do grupo do setor de saúde Dasa, aparece agora em quinto lugar. O empresário distribuiu a candidatos a deputados estaduais e federais R$ 2,95 milhões. Quatro líderes indígenas receberam R$ 150 mil cada um: Vanderlecia Ortega dos Santos (candidata da Rede à deputada federal pelo Amazonas), Maial Paiakan Kaiapó (candidata da Rede à deputada federal pelo Pará), Célia Xakriabá (candidata do Psol à deputada federal por Minas Gerais) e Almir Suruí (candidato do PDT à deputado federal por Rondônia). Procurado, o empresário não comentou.

Ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro e controlador da LocalizaSalim Mattar é o quarto maior doador pessoa física dessa eleição. O montante repassado aos candidatos, no entanto, quase não se alterou nas últimas duas semanas: passou de R$ 3,1 milhões para R$ 3,2 milhões. O empresário não destinou, até o momento, recursos para Bolsonaro ou o atual partido do presidente, o PL. Dentre os seus ex-colegas de governo, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles recebeu R$ 250 mil.

Mattar afirmou, em nota, estar “apoiando predominantemente, mas não exclusivamente, candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado estadual, pelo partido Novo, de cujos valores liberais compartilha e que renunciou ao uso de verba do fundo eleitoral”.

Também aparecem na lista dos maiores doadores o empresário do setor agropecuário e sócio da consultora Dan-Hebert Valter Egidio da Costa (R$ 2,6 milhões), o vice-presidente da Calçados Beira Rio, Heitor Vanderlei Linden (R$ 2,6 milhões), o ex-presidente do Itaú Unibanco Candido Bracher (R$ 2,5 milhões).

Linden não ampliou os recursos repassados às campanhas nos últimos dias, mas Costa não aparecia entre os dez maiores doadores antes. A reportagem não conseguiu contato com Costa e Linden não quis comentar o assunto.

Bracher aumentou as doações de R$ 1,5 milhão para R$ 2,5 milhões. Dos beneficiários de Bracher, 27 são candidatos ao Senado e, principalmente, à Câmara dos Deputados, sendo a maior parte deles do PSDB. O executivo se diz preocupado com a situação do Legislativo brasileiro. Bracher ainda doou R$ 125 mil à direção nacional do MDB, R$ 100 mil ao candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PSOL, Marcelo Freixo, e R$ 50 mil ao do Acre pelo PT, Jorge Viana.

Erro na contabilidade

Na última terça-feira, 27, uma doação de R$ 800 bilhões surgiu no ranking de doações do TSE: tratava-se de uma professora de uma universidade federal. Procurada pela reportagem, a professora disse que um erro havia ocorrido e que já havia entrado em contato com o TSE. Ela chegou a enviar o comprovante à reportagem. Sua doação, de R$ 800, era para uma candidata a deputada federal pelo Rio Grande do Sul. Na quarta-feira, o erro havia sido corrigido.

Confira os dez maiores doadores

  1. Rubens Ometto, com R$ 8,8 milhões
  2. Alexandre Grendene, com R$ 5,9 milhões
  3. Pedro Grendene, com R$ R$ 4,5 milhões
  4. Salim Mattar, com R$ 3,2 milhões
  5. Pedro de Godoy Bueno, com R$ 2,95 milhões
  6. Valter Egidio da Costa, com R$ 2,6 milhões
  7. Heitor Vanderlei Linden, com R$ 2,6 milhões
  8. Candido Bracher, com R$ 2,5 milhões
  9. Marcelo Rodrigues de Oliveira, com R$ 2,4 milhões
  10. Helio Figueiredo Freire Filho, com R$ 2 milhões

 

RUSSOS FOGEM DA GUERRA NA UCRÂNIA

 

Foto: Irakli Gedenidze / Reuters

Por Redação – Jornal Estadão

Homens russos estão fugindo para países vizinhos para evitar a convocação para lutar na guerra da Ucrânia; Kremlin vai parar de emitir passaportes para convocados

KYEV – O Kremlin despachou ainda mais forças para seu esforço de guerra. As unidades, no entanto, não estão indo para a Ucrânia, mas para as fronteiras da Rússia com outros países, onde desde o começo da semana eles enfrentaram jovens russos tentando fugir do país em meio a um êxodo do país provocado pela convocação de 300 mil reservistas.

À medida que os caminhos para os russos escaparem da ordem de convocação diminuem, o Serviço de Segurança Federal enviou veículos blindados para as fronteiras, onde alguns homens que esperavam para fugir recebiam papéis de convocação militar, informou a mídia estatal.

As forças do Serviço Federal de Segurança da Rússia, a principal agência sucessora do KGB, foram mobilizadas nas passagens de fronteira para garantir que os reservistas não deixem o país “sem cumprir as formalidades de fronteira”, disse o serviço em comunicado.

Muitos continuaram na fila mesmo tendo recebido a notificação, alguns deles desistiram de fugir, segundo a mídia estatal russa.

Russos tentam passar de bicicleta pela fronteira com a Georgia: aumento de 80% de russos tentando fazer a travessia após a convocação 300 mil reservistas por Putin
Russos tentam passar de bicicleta pela fronteira com a Georgia: aumento de 80% de russos tentando fazer a travessia após a convocação 300 mil reservistas por Putin  Foto: Irakli Gedenidze / Reuters

Na semana passada, Vladimir Putin assinou uma lei que endurece a pena para soldados que se recusarem a combater e fugirem da convocação obrigatória. As mudanças introduzem pela primeira vez no Código Penal do país conceitos como “mobilização, lei marcial e tempo de guerra”.

Pela nova lei, a rendição voluntária é agora punível com 15 anos de prisão, já o soldado que desertar durante o período de mobilização ou de guerra (caso dos convocados agora), pode ser punido com até 10 anos de prisão.

Segundo ONGs, manifestantes detidos em Moscou são obrigados a escolher entre ir para a guerra ou a cumprir a pena de prisão.

A corrida para as fronteiras começou horas depois do anúncio do presidente Vladimir Putin, na semana passada, de uma convocação militar afetando centenas de milhares de russos, e o fluxo só aumentou desde então.

Embora o Kremlin tenha rejeitado relatos de que em breve poderá proibir quase todos os homens em idade militar de deixar o país, muitos russos não se arriscaram.

Na terça-feira, nas fronteiras da Geórgia, Casaquistão e até Mongólia, seus números continuaram a aumentar, atingindo quilômetros de fronteira.

No Casaquistão, respondendo aos pedidos de fechamento da fronteira de quase 8 mil quilômetros com a Rússia, o presidente Kassim-Jomart Tokaiev pediu “humanidade, paciência e organização”, dizendo que os russos foram “forçados a sair por causa da atual situação desesperadora”.

Com carros alinhados por quilômetros em sua fronteira e esperas de mais de 48 horas, a Geórgia disse que permitiria que os visitantes entrassem a pé. O número de pedidos de entrada quase dobrou na semana passada, para cerca de 10.000 por dia, disse o ministro do Interior do país.

Filas na fronteira

Imagens feitas por satélite pela empresa Maxar Technologies mostram que longas filas de carros se formaram nas fronteiras da Rússia com a Geórgia e com a Mongólia.

Homens russos estão fugindo para países vizinhos para evitar a convocação para lutar na guerra da Ucrânia. O plano do presidente Vladimir Putin é convocar 300 mil reservistas para reforçar as tropas russas na guerra na Ucrânia. A mobilização foi anunciada no dia 21 de setembro. Não há dados precisos a respeito do tamanho do êxodo para outros países.

Cenas como as da fronteira da Rússia com a Geórgia e com a Mongólia também ocorreram nas divisas com o Casaquistão e a Finlândia. A Rússia não fechou suas fronteiras, e os guardas, aparentemente, deixam as pessoas saírem do país.

A fila de carros e caminhões tentando sair se formou em um ponto de passagem no lado russo da fronteira, segundo a empresa norte-americana Maxar Technologies, que divulgou as fotos na segunda-feira.

Imagem de satélite mostra fila de mais de 16 quilômetros saindo da Rússia em direção à Geórgia, onde a quantidade de homens russos tentando entrar no país aumentou 80%
Imagem de satélite mostra fila de mais de 16 quilômetros saindo da Rússia em direção à Geórgia, onde a quantidade de homens russos tentando entrar no país aumentou 80%  Foto: Maxar Technologies/EFE/EPA

“O engarrafamento provavelmente continuou mais ao norte da área fotografada”, disse a empresa com sede nos EUA. Fotos aéreas da empresa mostram veículos serpenteando em outra longa fila perto da fronteira da Rússia com a Mongólia.

Os carros também estão alinhados nas fronteiras da Rússia com a Finlândia e o Casaquistão desde a semana passada, quando Putin anunciou a convocação de pelo menos 300 mil reservistas para lutar na guerra na Ucrânia. Foi a primeira mobilização de reservistas da Rússia desde a 2ª Guerra.

A confusão sobre quem poderia ser convocado também levou milhares de pessoas a fugir, juntamente com o medo de que as fronteiras da Rússia pudessem ser fechadas para homens em idade militar.

Homens russos com malas caminham ao longo da rodovia que liga a Geórgia à Rússia na cidade de Verkhnii Lars: milhares tentam cruzar a fronteira
Homens russos com malas caminham ao longo da rodovia que liga a Geórgia à Rússia na cidade de Verkhnii Lars: milhares tentam cruzar a fronteira  Foto: Zurab Kurtsikidze/EFE/EPA

Eles não têm muitas opções se não quiserem se deslocar para a Ucrânia. As nações bálticas fecharam suas fronteiras terrestres. Nos últimos dias, pilhas de bicicletas abandonadas perto de postos de fronteira apareceram em imagens de mídia social.

Rússia vai parar de emitir passaportes para convocados

A Rússia não emitirá mais passaportes para pessoas convocadas para o Exército, informou o portal de informações do governo nesta quarta-feira, em um momento em que dezenas de milhares de pessoas já deixaram o país fugindo da mobilização parcial anunciada pelo presidente Vladimir Putin na semana passada.

“Se um cidadão já foi convocado para cumprir o serviço militar ou se recebeu intimação (para mobilização ou alistamento), o seu passaporte internacional será rejeitado”, diz o portal de informação. Nesse caso, “será entregue uma nota ao cidadão para explicar o motivo da rejeição e o prazo de validade da medida”.

Cidadãos russos precisam de um passaporte internacional para viajar para a maioria dos países estrangeiros, com exceção de Armênia, Bielorrússia, Casaquistão e Quirguistão para onde podem ir com o passaporte interno, equivalente a um documento de identidade. Apesar disso, encontrar voos para sair da Rússia ainda é uma tarefa complicada e extremamente cara: um voo de Moscou para Baku, no Azerbaijão, podia ser encontrado por até 665 mil rublos (R$ 61,6 mil).

Nos últimos dias, no entanto, países como a Noruega e a Turquia registraram um aumento de chegadas de cidadãos russos.

Depois de anunciar a mobilização parcial de 300 mil reservistas, o governo estabeleceu uma série de restrições a quem poderia ser chamado, como homens com mais de quatro filhos menores de idade, pessoas acima de determinada idade, além de determinados profissionais, como professores e do setor de Tecnologia da Informação.

Putin anuncia ‘mobilização parcial’ de russos em idade de combate

Medida foi tomada no país pela última vez na 2ª Guerra, quatro regiões controladas por Moscou na Ucrânia anunciaram referendos para integração a Rússia

No começo da semana, no entanto, o governo russo admitiu “erros” na convocação de reservistas, após uma série de denúncias vindas de todas as partes do país, e de críticas vindas até mesmo de aliados.

Vários estudantes disseram à AFP que foram convocados, apesar de as autoridades terem prometido que seriam excluídos na campanha de mobilização. No sábado, Putin assinou um decreto confirmando que os estudantes de centros de formação profissional e de ensino superior ficarão isentos.

Outra situação que criou polêmica é o caso de manifestantes contra a ofensiva na Ucrânia que receberam ordens de mobilização durante sua custódia. O Kremlin disse que, nesses casos, “não havia nada ilegal”.

Em meio às convocações, que em algumas áreas ocorrem no meio da noite, as redes sociais foram inundadas de denúncias de violações das próprias regras do Kremlin. Sob pressão, alguns aliados, como a chefe da rede RT, Margarita Simonyan, estão expondo certos casos — cabe ressaltar que Simonyan, uma das principais propagandistas do Kremlin, defende ferrenhamente a chamada “operação militar especial”.

A presidente da Câmara Alta do Parlamento, Valentina Matviyenko, também pediu no domingo atenção dos governadores, que supervisionam as campanhas de mobilização. Um dia antes, a Rússia anunciou a substituição de seu general de mais alta patente a cargo da logística, em plena campanha de mobilização.W.POST, NYT e AP

MÍDIA SOCIAIS SÃO FORMADORAS DE OPINIÃO

 

Por Mateus Feitosa – designer gráfico, professor do curso de Design Gráfico da Faculdade Senac Goiás (go.senac.br), especialista em processos e produtos criativos

O século XXI em seu primeiro quarto trouxe-nos avanços tecnológicos antes apenas sonhados por nossas gerações passadas. As comunicações e as formas com que geramos conexões foram revolucionadas para além do que estávamos preparados no mercado. Teóricos do século XX se propuseram a entender como estabelecemos nossas relações sociais neste período pós-moderno, em que as estruturas de consumo são dadas pela volatilidade e constante renovação. Zygmunt Bauman, filósofo polonês, estabeleceu que nesta quadra da sociedade humana a modernidade é líquida, em oposição à rigidez dos séculos passados. O consumo é individualizado, personalizado, direcionado e influenciador de decisões.

O foco do consumo deixa de ser o desenvolver da oferta coletiva e busca suprir demandas de grupos de nicho. A partir destes grupos, Henry Jenkins, intelectual americano que se dedica a explorar os caminhos das comunicações, vai estabelecer o conceito de cultura da conexão. Estamos o tempo todo a nos conectarmos uns com os outros em diferentes níveis, caracterizados pela sua instantaneidade. É neste choque entre liberdade de escolha e influência de nicho que as redes sociais evoluem e se multiplicam como representações da realidade.

Mídias sociais como Facebook, Instagram e Twitter, são formadoras e disseminadoras de opinião que permitem ao indivíduo se sentir pertencente a um grupo ao validar sua opinião de forma pública e estabelecer posição contra suas discordâncias. Estas redes funcionam por meio de reforço positivo, em que somos recompensados pelo engajamento com likes e comentários.

As empresas desenvolveram suas formas de participar destas ágoras de maneira efetiva e buscam reforçar suas imagens como reflexo dos posicionamentos individualizados de seus consumidores. Sabemos nos conectar com nossos clientes em uma relação horizontal, desde que pública. Contudo, o nível privado de comunicação oferece desafios diferentes.

Em plataformas privadas, como Whatsapp e Telegram, canais de comunicação são criados de forma sigilosa, sem contrapontos. Se por um lado estas redes permitem a troca instantânea de informação entre pessoas e grupos, por outro, representa um desafio para as empresas que não podem participar do debate sobre suas imagens, é o que conhecemos como Dark Social.

Na Dark Social, as empresas estão no escuro, temos métricas de compartilhamento, engajamento e feedback das repercussões em redes sociais abertas, o que não se reflete em mensageiros instantâneos. O desafio está no volume de engajamento não detectado pelas métricas abertas e o impacto que este traz às estratégias de marketing.

Ainda que em um primeiro momento possa assustar a falta de controle por parte das empresas, a Dark Social não representa necessariamente um ponto negativo das nossas estratégias. Temos ferramentas que auxiliam, ao fornecer informações importantes como o direcionamento do tráfego, para quais plataformas foram compartilhados ou ainda, ao estabelecer a relação entre os visitantes gerais e aqueles que vieram por link direto.

Conhecer estes dados é fundamental para melhor gerir o investimento feito e analisar o retorno esperado. A gestão da comunicação nas mídias não segue uma fórmula básica e exige estudo e investigação por parte de nossas equipes para conhecermos nossa audiência e reconhecermos onde ela está presente. Este é o desafio, como disse Sócrates, conhece-te a ti mesmo!

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

MOMENTO PERIGOSO NA GUERRA DA UCRÂNIA

 

CNN

O caos da semana passada pode ser incorretamente reconfortante. Apesar de a Rússia continuar a lidar desastrosamente com a sua guerra na Ucrânia, o momento mais perigoso do conflito pode estar a aproximar-se.

Putin fala ao país© CNN Portugal

Em algum momento desta semana, o Kremlin irá provavelmente declarar que os referendos “fictícios” em quatro áreas parcialmente ocupadas da Ucrânia deram um mandato para a sua rápida assimilação no que Moscovo chama de território russo.

Os referendos são ilegais à luz do direito internacional, e a Ucrânia, os Estados Unidos e o resto da NATO já deixaram claro que esta medida não terá estatuto legal e conduzirá a sanções.

Mas ainda assim isso acontecerá, e a Rússia irá provavelmente aproveitar o momento para ampliar a ameaça central por detrás desta charada, declarada abertamente pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, no fim-de-semana: que Moscovo se reserva o direito de “proteger plenamente” áreas que se tenham tornado formalmente território seu.

A ameaça de Moscovo é claramente nuclear. Putin apresentou a sua retórica belicosa – avisando na semana passada que a Rússia “fará uso de todos os sistemas de armas disponíveis”, se necessário – como resposta a ameaças nucleares inexistentes da NATO.

Mas os seus funcionários oficiais têm sido assustadoramente claros: querem que a utilização de armas nucleares seja considerada uma possibilidade real e, como Putin disse, “não é um bluff”.

Isto levou a uma mudança arrepiante nas mensagens de Washington.

Durante meses, os oficiais ocidentais afastaram quaisquer sugestões de que o conflito nuclear estava sequer em consideração. Agora o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os funcionários do seu gabinete, são forçados a enviar publicamente mensagens de dissuasão e prontidão para tranquilizar os seus aliados – e quase todos os outros no Planeta Terra.

É verdadeiramente desconfortável viver numa época em que o governo dos EUA sente que tem de avisar publicamente uma Rússia em tempo de guerra – uma Rússia que está a perder pesada e inesperadamente contra um vizinho que sempre pensou poder subjugar à sua vontade – que usar armas nucleares é má ideia. Os princípios da destruição mútua assegurada, que trouxeram uma calma sombria à Guerra Fria, parecem ter caducado.

Estamos confrontados com uma Rússia que quer projetar a imagem de um louco pronto a perder tudo – e para todos – se for confrontada com uma derrota nesta guerra.

Putin está muito mais fraco agora

Este é um momento binário para Putin, que não tem nenhuma rampa de subida ou de saída suave disponível.

A mobilização parcial de civis russos tem sido tão desastrosa como qualquer pessoa que tenha observado o recrutamento na Rússia ao longo das décadas teria esperado: estão a ser recrutadas as pessoas “erradas”, já que os ricos fogem e os pobres são em maior número do que todos os outros.

Espingardas enferrujadas, cargas bêbadas de recrutas em autocarros, e ainda nenhuma resposta à questão-chave sobre como estas dezenas de milhares de soldados sem formação e talvez sem vontade serão abastecidos e equipados na linha da frente, se Moscovo não conseguir sequer equipar adequadamente o seu exército regular durante os últimos seis meses?

A crise na Rússia de Putin não teve de esperar que os recém-mobilizados regressassem em caixões. O caos da mobilização já tem líderes da propaganda do Kremlin, como Margarita Simonian, a chefe da rede estatal RT, a agir no Twitter como uma tia agónica para os russos cujos pais, filhos ou maridos foram incorretamente enviados para a linha da frente.

Eles argumentam que funcionários locais demasiado zelosos são culpados por erros de recrutamento, mas por baixo de tudo isto, é a guerra, e a sua terrível continuação, que têm conduzido a Rússia até aqui. O reconhecimento da catástrofe da mobilização pela elite de Moscovo tresanda um pouco a críticas ao próprio chefe, o que é raro.

Tudo isto deixa Putin muito mais fraco do que quando ele estava apenas a perder a guerra. Para agravar os seus pesares, Putin enfrenta agora uma dissidência interna que talvez não tenha precedentes. A sua posição depende da força, e isso falta-lhe agora, quase completamente. É pouco provável que a mobilização forçada de homens mais velhos e jovens pouco dispostos mude o cálculo do campo de batalha, onde o moral ucraniano é altíssimo e o seu equipamento melhora lentamente.

Não procure a mudança dentro do círculo interno de Putin. Todos eles estão cobertos pelo mesmo sangue desta guerra, e por detrás do lento ritmo da repressão que transformou a Rússia numa autocracia distópica ao longo dos últimos 22 anos. Putin não tem um sucessor óbvio; não espere que alguém que finalmente o substitua inverta o rumo e siga pela paz e pela recuperação económica. Qualquer sucessor pode tentar provar a sua coragem com um exercício ainda mais imprudente do que a invasão original da Ucrânia.

E a seguir?

Ficamos então com um Putin perdedor que não se pode dar ao luxo de perder. Sem muita força convencional, ele poderá recorrer a outras ferramentas para inverter esta posição desastrosa.

Aviões estratégicos podem bombardear partes da Ucrânia, embora em muitas das suas cidades e vilas pareça que isso já aconteceu. Ele poderá também recorrer a armas químicas ou biológicas, embora estas estejam demasiado perto da sua própria fronteira para sanidade ou conforto, e levariam a uma resposta internacional intensa.

E depois há a opção nuclear – uma opção outrora tão impensável que parece uma loucura considera-la. Mas isso também traz riscos a Putin, além da provável retaliação militar da NATO. Uma força militar que não consegue pôr a voar o suficiente os seus aviões nem abastecer o suficiente os seus tanques, tem problemas. E pode legitimar receios de que não consiga realizar um ataque nuclear tático preciso, limitado e eficaz.

O próprio Putin poderá recear que o seu fraco domínio do poder não consiga manter uma cadeia de comando suficientemente sólida para realmente obedecer à ordem de lançamento de uma arma nuclear. Esse poderia mesmo ser o momento em que os melhores anjos da natureza russa viessem à tona. Nos cinco anos que lá vivi, conheci um povo brilhante, quente e cintilante, arruinado sobretudo por séculos de má governação.

No entanto, nos dias que se avizinham, será tentador desvalorizar as amplas reivindicações de soberania e de guerra de Moscovo como sendo a agonia moribunda de um império que se esqueceu de olhar para debaixo do capô antes de ir de carro para uma tempestade. Este é um momento de ganhar ou perder para Putin, e ele não vê um futuro em que perca.

PERSEGUIÇÃO DO TSE AO BOLSONARO ATINGE TAMBÉM A SUA ESPOSA


“Vai dar canetada e me prender?”, diz Bolsonaro ao criticar Moraes por quebrar sigilo de auxiliar
Por
Gazeta do Povo


O presidente Jair Bolsonaro (PL).| Foto: Joédson Alves/EFE.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, criticou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, por determinar a quebra do sigilo telemático do ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid. Durante live, nesta terça-feira (27), Bolsonaro chegou a desafiar Moraes a prendê-lo.

“Alexandre, você mexer comigo, é uma coisa. Você mexer com a minha esposa você ultrapassou todos os limites, Alexandre de Moraes. Todos os limites. Você está pensando o que da vida? Que você pode tudo e tudo bem? Você um dia vai dar uma canetada e me prender? É isso que passa pela sua cabeça?”, disse o presidente.

A declaração ocorreu porque após a quebra do sigilo, determinada por Moraes, a Polícia Federal teria começado a investigar despesas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que teriam sido pagas por Cid. A quebra do sigilo telemático do ajudante de ordens ocorreu no âmbito da investigação sobre o vazamento do inquérito sigiloso da PF em uma live do presidente.

Nesta segunda-feira (26), o assunto se tornou público, quando a Folha de S. Paulo divulgou uma reportagem afirmando que a PF considerou as movimentações suspeitas. Após verem o conteúdo das mensagens, os investigadores pediram a quebra do sigilo bancário de Cid, para investigar a origem do dinheiro utilizado nos pagamentos, e foram atendidos por Moraes. Bolsonaro acusou o ministro de “vazar” o inquérito para o jornal.

“Já está errado porque o Alexandre de Moraes vazou. Foi o Alexandre de Moraes que vazou. Não vem com papinho que foi a PF não porque esse pessoal da PF, Alexandre de Moraes, come na tua mão. Então foi você que vazou. Pra quê? Na reta final [da campanha], criar clima”, afirmou o presidente.

Bolsonaro disse ainda que não iria “adjetivar” as ações do ministro porque tem “vergonha” de falar o adjetivo que ele “merece”. O mandatário disse que o suposto vazamento do inquérito por Moraes ocorreu para constrangê-lo.

“Ele pega isso tudo, que tem a ver com minha vida particular, e difama. Eu não vou adjetivar aqui porque eu tenho vergonha de falar o adjetivo que merece o Alexandre de Moraes… Alexandre, fazer um pedido para você. Esqueça a minha esposa. Esqueça a minha esposa. Isso é comportamento de pessoas vis”, declarou o presidente, exaltado.


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PROMESSAS DOS PRESIDENCIÁVEIS CAUSAM IMPACTO NO ORÇAMENTO FEDERAL

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Manutenção do valor atual do Auxílio Brasil é promessa dos principais candidatos ao Planalto.| Foto: Divulgação/Governo Federal

Na campanha dos principais candidatos à Presidência da República, infelizmente falta realismo e sobra a fé na geração espontânea de dinheiro público quando se trata das propostas que têm impacto sobre o orçamento federal. Sem exceção, os acenos dos presidenciáveis às classes mais baixas têm se caracterizado pela ausência completa de explicações a respeito de como os benefícios prometidos seriam viabilizados – e menos ainda se fala de como esses novos gastos se encaixariam dentro das atuais ferramentas de ajuste fiscal.

A Gazeta do Povo realizou um levantamento considerando os planos de governo dos cinco principais candidatos – à exceção de Lula, que entregou ao TSE apenas um punhado de diretrizes, escondendo o verdadeiro plano de governo para não atrapalhar a cooptação de apoios fora da esquerda – e outras propostas que têm aparecido na propaganda eleitoral. Pelo lado da despesa, os presidenciáveis prometem Auxílio Brasil “turbinado”, programas de renda mínima que superam os valores pagos atualmente, “poupanças sociais” e construção de moradias populares. Pelo lado da receita, eles acenam com o reajuste (há muito necessário) da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física, outras isenções de IR e alíquota zero para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Uma economia em ordem é a melhor forma de ajudar os mais pobres, pois contém a inflação e os juros, estimulando investimentos que geram emprego e renda

Elevar despesas e cortar receitas ao mesmo tempo já é o tipo de conta que obviamente não fecha; e, mesmo nos poucos casos em que os candidatos mencionam possíveis fontes de financiamento para suas propostas de gastos mais elevados, o brasileiro tem motivo para se preocupar. Isso porque tais fontes ainda não existem – trata-se de impostos que ainda teriam de ser aprovados pelo Congresso Nacional, como tributações sobre lucros e dividendos ou sobre grandes fortunas. Levando em conta que mesmo uma simplificação tributária já tramita com enorme dificuldade no Legislativo, a instituição de novos impostos é algo que encontraria ainda mais resistência dos futuros parlamentares.

De qualquer forma, apenas indicar fontes de financiamento não basta. Ainda que a arrecadação federal começasse a bater recordes sucessivos, ainda que um governo levantasse centenas de bilhões de reais com privatizações, a despesa total da União continuaria limitada pelo mecanismo do teto de gastos. E os candidatos que se comprometeram com a manutenção do teto – pois há os que não escondem a intenção de derrubá-lo – são incapazes de explicar o que cortariam para encaixar as novas despesas. Isso apesar de ser evidente que o orçamento tem uma série de imoralidades, desperdícios, gastos ineficientes e engessamentos; eles poderiam muito bem ser atacados para permitir novos gastos sem romper o teto, mas isso exigiria fazer uma série de escolhas que deixariam muitos insatisfeitos.


O socorro aos brasileiros mais vulneráveis é uma urgência nacional. Mas elevar gastos com programas de ajuda sem preocupação com a responsabilidade fiscal terá as consequências que já conhecemos, especialmente na forma de recessão, desemprego e inflação – esta última, “a principal consequência de medidas eleitoreiras de gastos irresponsáveis”, na descrição de Alexandre Chaia, economista e professor do Insper. Ele ainda acrescenta que “a inflação é o pior tipo de ‘imposto’ para quem tem pouca renda, porque a pessoa não consegue se proteger, tudo sobe mais rápido do que o salário e ela fica sempre correndo atrás”.

Combinar uma maior rede de proteção aos brasileiros mais pobres com saúde fiscal é mais trabalhoso, embora factível. Uma economia em ordem é a melhor forma de ajudar os mais pobres, pois contém a inflação e os juros, estimulando investimentos que geram emprego e renda. Este é o objetivo que todo candidato deveria buscar, empregando todos os meios ao alcance para tal, especialmente uma racionalização do orçamento e das atuais regras que deixam uma porcentagem mínima dos recursos públicos para que os governantes executem os programas vencedores nas urnas. Crer que é possível esticar ilimitadamente o gasto público sem que isso cobre seu preço na forma de desordem econômica é puro terraplanismo orçamentário.


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DEBITO DE IMPOSTOS DE LULA SÃO POSTERGADOS E AINDA SOBRE O TRIPLEX

 

Cautelar
Por
Gazeta do Povo


Ex-presidente Lula, candidato à Presidência da República nas eleições deste ano.| Foto: Ricardo Stuckert/PT.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes concedeu na noite desta terça-feira (27) uma liminar em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspendendo a cobrança de R$ 18 milhões em impostos à Receita Federal. Nesta segunda (26), o petista recorreu à Corte contra uma determinação do procurador da Fazenda Nacional Daniel Wagner Gamboa que cobrava o montante. O valor seria referente às atividades do Instituto Lula e a LILS, empresa de palestras do político.

Gamboa fez a cobrança baseado em provas da extinta operação Lava Jato. No ano passado, o STF declarou a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato, incompetente para julgar o ex-presidente e com isso invalidou as provas obtidas. A Corte também declarou a suspeição do então juiz Sergio Moro.

A defesa do petista argumentou que todas as provas produzidas no âmbito da operação “estão maculadas irremediavelmente por nulidade absoluta e, assim, devem ser declaradas ilícitas”. Mendes criticou a atuação do procurador no caso e suspendeu a cobrança de forma provisória, até que a reclamação apresentada por Lula seja julgada definitivamente.

Para o ministro, que é relator da ação, “os autos trazem indícios claros de que agentes públicos estão se valendo de expediente flagrantemente ilegal, com claro prejuízo ao patrimônio jurídico do Reclamante [Lula], e evidente repercussão no processo eleitoral”.

O procurador alegou que “o STF não inocentou o réu Luiz Inácio Lula da Silva” e “não tratou do mérito da condenação”. “Não foi afirmado, em hora nenhuma, que o réu é inocente, mas considerou-se que não cabia à Justiça Federal do Paraná julgá-lo naqueles processos específicos. Para o STF, a sentença dada no Paraná foi irregular e, por isso, inválida”, disse Gamboa.

O ministro rebateu a alegação do procurador, a quem chamou de “incauto parecerista” na decisão. “A distinção entre ‘sentença irregular’ e ‘inocência’, tecida pelo incauto parecerista, é de cristalina leviandade. Tal manifestação do Procurador da Fazenda Nacional, encampada parcialmente pelo ato reclamado, ostenta nítidos contornos teratológicos e certa coloração ideológica”, escreveu Mendes.

“Quanto não demonstra, antes, alguma fragilidade intelectual, por desconsiderar algo que é de conhecimento de qualquer estudante do terceiro semestre do curso de Direito: ante a ausência de sentença condenatória penal qualquer cidadão conserva, sim, o estado de inocência”, completou o ministro.

Prédio do triplex
Lula busca na Justiça devolução de R$ 815 mil pagos por apartamento no Guarujá

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília

Edificio Solaris, na praia das Asturias, no Guaruja, litoral de Sao Paulo – Edificio Solaris na Avenida General Monteiro de Barros 638, virou ponto turistico e passou a ser chamado de Triplex do Lula. O predio Solaris levou o ex-presidente Lula a condenacao em primeira instancia.


Lula quer receber de volta valores pagos por Marisa Letícia por apartamento no edifício Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Desde setembro do ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta obrigar a OAS Empreendimentos a devolver a ele R$ 815.344,30, pagos pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, falecida em 2017, para aquisição de um apartamento em Guarujá (SP). O imóvel fica no mesmo condomínio do famoso triplex, que levou o petista a ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro – sentença anulada em 2021 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2005, quando Lula era presidente, a então primeira-dama reservou, na planta, a unidade 141 do futuro Edifício Navia, apartamento de três quartos e 82,5 metros quadrados. Deu uma entrada de R$ 20 mil e pagou parcelas mensais até setembro de 2009. O empreendimento, então batizado como Mar Cantábrico, era de responsabilidade da Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários, e deveria ter sido concluído até fevereiro de 2007.

A obra atrasou e, em outubro de 2009, sem condições de mantê-la, a Bancoop passou o prédio, que passou a se chamar Solaris, para o grupo OAS. Caberia à construtora terminá-lo, o que ocorreu só em 2013, com a entrega das unidades.

Marisa Letícia decidiu devolver o apartamento em 2015. Na época, Lula era investigado pelo Ministério Público de São Paulo pela suspeita de ocultar a propriedade do triplex, unidade bem maior, de 297 metros quadrados, localizada entre o 16º e o 18º andar do mesmo prédio. Os promotores paulistas sustentavam que ele havia sido reservado e reformado pela OAS para Lula. Em 2016, o caso foi transferido para a Lava Jato em Curitiba e, em setembro do mesmo ano, o Ministério Público Federal denunciou Lula por corrupção e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente sempre disse que nunca foi dono do triplex, apenas que ele lhe foi oferecido, mas que nunca aceitou comprá-lo. De fato, não há escritura da propriedade em nome de Lula. O MPF sustentou, com base nas provas colhidas pelo MP-SP, que o imóvel era do ex-presidente, mas não foi registrado em seu nome para ocultar uma vantagem indevida de R$ 2,4 milhões, que corresponderia à diferença entre o apartamento antes adquirido por Marisa e o triplex reformado. Seria uma contrapartida por contratos bilionários firmados entre a OAS e a Petrobras – relação que a defesa de Lula também sempre contestou.

As acusações levaram o ex-juiz Sergio Moro a condenar Lula a 9 anos e 11 meses de prisão. A sentença foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reduziu a pena para 8 anos e 10 meses.

Ao anular a condenação, no ano passado, o STF não adentrou no mérito do caso, apenas invalidou a sentença por entender que o processo deveria ter tramitado em Brasília, não em Curitiba. Depois a Corte acabou anulando boa parte das provas por considerar que Moro foi parcial na condução do caso. Em Brasília, o processo foi arquivado em 2022 por prescrição.


Viúvo, Lula é inventariante do espólio de Marisa Letícia
Lula hoje figura no processo contra a OAS por ser o inventariante do espólio de Marisa Letícia. A OAS e a Bancoop foram condenadas em abril de 2019 a devolver os R$ 815 mil, dois anos após o ajuizamento da ação. O STJ já rejeitou um recurso da construtora para se livrar da dívida e, agora, a defesa de Lula batalha numa outra ação, de execução, para forçá-la a pagar. Em dezembro do ano passado, o juiz Adilson Aparecido Rodrigues Cruz, da 34ª Vara Cível de São Paulo, bloqueou contas bancárias da OAS para reter o valor e efetivar o pagamento a Lula.

A OAS, no entanto, está em recuperação judicial e nada foi encontrado em suas contas. Lula passou, então, a cobrar a dívida da Metha, uma nova empresa formada pela maioria dos antigos sócios da OAS e que assumiu parte dos negócios do grupo.

Em abril, a OAS pediu no processo que a dívida não fosse cobrada da Metha. Alegou que o caso ainda não transitou em julgado, pois teria recursos judiciais pendentes, e que todos os ativos da OAS “estão tomados por dívidas preferenciais ou estão atrelados ao cumprimento das obrigações previstas no plano de recuperação judicial”.

“A OASE [OAS Empreendimentos] continua em processo de recuperação econômica, passando por longos anos de dificuldades financeiras, que a levaram, inclusive, a um processo de recuperação judicial e, se não bastasse, na reta final de sua recuperação, se viu obrigada a encarar uma pandemia que assolou o mundo”, alegou, acrescentando que a recuperação judicial “ainda demandará anos para ser cumprida”.

“Não é nada simples – para não falar impossível que uma empresa, que ainda passa por severa dificuldade financeira, tenha bens ou ativos livres para fazer frente a um vultoso débito”, disseram os advogados.

Em junho, a defesa de Lula protestou contra a tentativa da OAS de livrar a Metha do caso, e também pediu o bloqueio de suas contas. Alegou que a construtora passou a operar contas em nome da sucessora para escapar das dívidas e ocultar seu patrimônio, o que deveria levar a Justiça a aplicar-lhe uma multa, que pode chegar a R$ 163 mil (20% do valor da causa), além do imediato pagamento da restituição a Lula.

“Não reconhecer a sucessão é autorizar conduta fraudulenta, ao não responsabilizar a Metha, que assumiu o controle do Grupo Econômico da OAS, inclusive passando a representá-lo judicialmente e notoriamente constituída para suceder a OAS, mas sem honrar suas obrigações”, disseram os advogados de Lula, acrescentando que, no último balanço divulgado, de 2018, a empresa declarava receita de R$ 28 milhões. “Não é factível que uma empresa deste porte, que propaga diversos empreendimentos, não tenha um real em suas contas”, completou.

Desde essa manifestação da defesa de Lula, em junho, não houve mais movimentações no processo de execução da dívida.

Quem ficou com o triplex?
O triplex foi confiscado em 2017, logo após a condenação de Lula. Desde então, passou por dois novos donos. Em 2018, o empresário Fernando Gontijo arrematou o imóvel num leilão da Justiça Federal no Paraná por R$ 2,2 milhões. Neste ano, ele foi sorteado numa rifa pela internet para um morador de São Paulo.


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