sábado, 3 de setembro de 2022

OS SISTEMAS ELEITORAIS FORAM LACRADOS ONTEM

 


Alexandre de Moraes afirma que não há “absolutamente nada de secreto na Justiça Eleitoral”
Por
Gazeta do Povo


Cerimônia de Assinatura e Lacração dos Sistemas Eleitorais foi encerrada em 2 de setembro| Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE/Arquivo

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que não há “absolutamente nada de secreto na Justiça Eleitoral”. A declaração foi dada na manhã desta sexta-feira (02) durante o encerramento da Cerimônia de Assinatura e Lacração dos Sistemas Eleitorais no TSE e está relacionada à criação do Núcleo de Inteligência contra violência nas eleições. Alguns veículos se referiram à estrutura como uma espécie de “serviço secreto” na quinta-feira (1º).

“Não há nada, nada, absolutamente nada de secreto na Justiça Eleitoral. A única coisa secreta e sigilosa é o voto do eleitor, que a Justiça Eleitoral garante que isso ocorrerá”, disse Moraes durante a cerimônia desta sexta.

Criado em parceria com o Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares (CNCG), o núcleo tem o objetivo de combater a violência relacionada à política e por isso pretende coletar dados e processar informações que sejam de interesse da segurança pública durante o período eleitoral.

Ao fim da Cerimônia de Assinatura e Lacração dos Sistemas Eleitorais, Moraes salientou também que a Justiça Eleitoral atua de maneira pública, transparente e que ela confia em seus sistemas.

Ao longo desta semana, técnicos da Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal (STI) compilaram os programas do sistema eletrônico que serão usados nas urnas nas eleições 2022 e verificaram a integridade e o funcionamento deles. Já nesta sexta, Moraes e representantes das Forças Armadas, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Controladoria-Geral da União (CGU), entre outros órgãos, fizeram a assinatura dos sistemas e eles foram lacrados digitalmente e fisicamente.

Os sistemas agora ficarão armazenados na sala-cofre do TSE até que as cópias dos programas lacrados sejam enviadas aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). De acordo com a Justiça Eleitoral, cada TRE estabeleceu um calendário próprio para inserir os programas nas urnas eletrônicas. O primeiro turno das eleições vai ocorrer em 2 de outubro e o segundo turno está marcado para 30 de outubro.

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NOVAS REGRAS PARA APOSENTADORIA NO INSS PARA 2023

 

Rodrigo Favoretto – IstoÉ

Para se preparar para anos mais tranquilos, é preciso conhecer bem as mudanças das regras de aposentadoria, sob risco de você ser prejudicado Arek Socha/Pixabay© Arek Socha/Pixabay

Desde a Reforma da Previdência Social em 2019, as regras para as aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sofrem alterações gradativas a cada ano para não prejudicar os segurados que estão próximos de terem o benefício aprovado.

Dessa maneira, as regras para 2023 terão modificações e quem pretende se aposentar terá de se enquadrar em uma dessas três regras: por pontos; por idade mínima; e aposentadoria por idade.

Regra por pontos

Nesta situação é necessário somar a idade mais o tempo de contribuição, sendo que em 2023 será necessário atingir a seguinte pontuação:

• 90 pontos para mulheres, com ao menos 30 anos de contribuição;

• 100 pontos para homens, com ao menos 35 anos de contribuição.

Essa regra seguirá sofrendo alterações até chegar:

Em 2028, quando os homens terão que alcançar 105 pontos;

Em 2033, quando as mulheres terão que alcançar 100 pontos.

Idade mínima

A regra para a aposentadoria pela idade mínima progressiva em 2023 exigirá os seguintes requisitos:

• Mulheres: 58 anos de idade e 30 anos de contribuição;

• Homens: 63 anos de idade e 35 anos de contribuição.

E, seguindo as alterações já previstas para os próximos anos, quando a regra terá o acréscimo de seis meses a cada ano, as modificações ocorrerão até:

2027 para homens, que precisarão chegar aos 65 anos para se aposentar;

2031 para mulheres, que precisarão chegar aos 62 anos para se aposentar.

Aposentadoria por idade

Na regra da aposentadoria por idade do INSS para 2023, somente as mulheres sofreram alterações. Dessa forma, os requisitos são:

Mulher: 62 anos de idade e ao menos 15 anos de contribuição;

Homens: 65 anos de idade e ao menos 15 anos de contribuição.

Com a alteração prevista para 2023, a regra da aposentadoria por idade ficará fixada nestas condições, sem modificações para os próximos anos.

COMO VOCÊ SE VENDE?

 

Carla Campos  e Panamericana Escola de Arte e Design

Nova parceira da Front Row, estilista Carla Campos explica como alguns critérios definem as roupas ideais para cada pessoa

Comprar roupas e acessórios de forma assertiva, priorizando peças que valorizem o corpo, sua personalidade e que façam a diferença no closet é um desafio diário. Auxiliar clientes nessa tarefa é o que faz Carla Campos, estilista e estrategista de imagem pessoal. “O processo envolve desde a escolha de peças que enaltecem a beleza de cada pessoa, a partir dos modelos de roupas e de corpos, até sugestões de como fazer bom uso do que as pessoas já possuem no guarda-roupas, evitando o investimento em peças que não serão usadas”, explica Carla que, recentemente, se tornou parceira da Front Row, marketplace especializado em artigos de luxo novos e seminovos, para atender quem compra através da plataforma.

Carla Campos cita e explica três quesitos que devem ser considerados na hora das compras. Confira:

Cores

“Cientificamente, a famosa “primeira impressão” ao conhecermos alguém ou chegarmos a determinado ambiente é causada pelas cores. Elas são o primeiro impacto, e escolher aquelas que te valorizam é essencial. É preciso ter em mente qual mensagem você quer passar em um evento ou reunião, por exemplo, e quais cores cumprem este papel”, afirma Carla.

Estilo

“O estilo tem a ver com o autoconhecimento, entender quais roupas que, ao mesmo tempo, te valorizam e te satisfazem enquanto gosto pessoal. Este ponto é importante também quando pensamos em economia, pois tendo o seu estilo determinado você dificilmente irá comprar uma peça que, depois, não será usada. A grande maioria das pessoas compra roupas de forma excessiva justamente por não se conhecer e considerar apenas o que ‘está na moda'”, alerta.

Modelagem do corpo

“Entender a arquitetura corporal, o biotipo, é um facilitador na hora de escolher quais modelagens de peças se encaixam e valorizam cada parte do corpo de uma pessoa. É importante lembrar que todos os quesitos citados dependem, também, da individualidade. Não existe uma receita correta que não considere a pessoa. Por isso a importância de um profissional que domine os conceitos da estratégia de imagem”, explica Carla Campos.

A imagem pessoal vai muito além da perspectiva que temos sobre nós mesmos, abrangendo igualmente a forma como as outras pessoas nos enxergam. A partir do modo como nos comportamos, nos vestimos e nos expressamos, as pessoas a nossa volta formam suas impressões sobre nós. Portanto, a maneira como nos apresentamos é uma ferramenta importante não apenas na vida social, mas também no mundo corporativo, onde a aparência tem sido cada vez mais valorizada. O impacto que causamos no meio pode ser um importante aliado quando conseguimos comunicar visualmente nossas qualidades e transmitir adequadamente nossos objetivos e capacidades.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Management Institute of Tecnology dos EUA, são necessários apenas 3 segundos para que as pessoas formem uma primeira impressão ao se depararem com alguém pela primeira vez, e o aspecto visual corresponde a 25% do impacto que causamos no outro. O tom de voz corresponde a 18%, a adequação das palavras a 14% e a linguagem corporal a 10%.

Tanto o aspecto visual, quanto as palavras que escolhemos usar, o tom de voz, os gestos, a postura e a linguagem corporal transmitem mensagens e causam impactos que influenciam na maneira como somos percebidos pelas pessoas. A boa notícia é que tendo consciência disso, podemos construir e aprimorar nossa imagem pessoal de acordo com o que queremos comunicar.

Escolher uma roupa para um encontro, uma reunião ou mesmo apenas para ir trabalhar no dia a dia pode parecer uma tarefa simples ou desimportante para alguns. Porém, além de estar de acordo com a temperatura, com a ocasião, com o estilo e com o tipo físico de cada um, o vestuário também precisa estar de acordo com a ideia que queremos passar sobre nós mesmos, exatamente porque pode funcionar como forma de comunicação não verbal poderosa.

O autoconhecimento e a consciência de quem somos e do que queremos expressar ajuda a ajustar e aprimorar a nossa imagem pessoal. Quando conhecemos as ferramentas que a moda nos dá para a construção dessa imagem, essa tarefa se torna ainda mais fácil. Por isso os consultores de imagem e personal stylists viram seu mercado de trabalho crescer tanto nos últimos anos. Esses profissionais são aptos a ajudarem as pessoas no processo de transformar o autoconhecimento em ferramenta para a concepção de uma mensagem visual que transmita suas melhores qualidades e comunique o que elas querem expressar através do vestuário, sem que para tanto elas precisem deixar de lado sua personalidade e estilo.

Por melhor que seja um produto, é muito mais difícil vendê-lo se a embalagem tiver péssima aparência ou não comunicar devidamente as qualidades do que está dentro dela. Mesmo que inconscientemente, julgamos as pessoas da mesma maneira. Não apenas no convívio social, mas principalmente no âmbito corporativo, se a aparência de um profissional nos causa má impressão, é possível que não nos sintamos seguros ou à vontade para trabalhar com ele. Por isso o marketing pessoal se tornou tão importante no ambiente de trabalho e as consultorias de imagem e personal stylists têm sido cada vez mais procurados por profissionais das mais diversas áreas.

NO MUNDO TEMOS MUITO PLANEJAMENTO E POUCA ESTRATÉGIA

 

Fonte: Roger L. Martin,

E como resolver o problema

Estou perplexo que meu vídeo sobre planejamento versus estratégia tenha se tornado viral, prestes a atingir mais de 1 milhão de visualizações em pouco mais de dois meses desde que a Harvard Business Review o publicou em 29 de junho. – incluindo um cara fascinante que usou o vídeo inteiro, fatia por fatia, para fazer uma análise da estratégia de Tesla versus o plano da GM . O dele conseguiu quase mais 100 mil visualizações! Muitas das perguntas que recebi foram sobre por que há tanta predominância do planejamento sobre a estratégia no mundo dos negócios? Então, decidi dedicar meu artigo do 44º Ano II Jogando para Ganhar/Practitioner Insights (PTW/PI) a Por que planejar em vez de estratégia: e como resolver o problema.

Por que planejar em vez de estratégia?

Tal como acontece com muitas coisas na vida, um resultado que não faz sentido, ironicamente, é muitas vezes o produto de um processo que faz muito sentido. Há uma enorme quantidade de planejamento no mundo moderno dos negócios e muito pouca estratégia – por uma razão. Eu expus o mapa causal (com loops de feedback) acima e falarei sobre ele abaixo.

Domínio da Análise no Mundo

O mundo está em uma tangente zelosamente obcecada pela ciência pela qual está tentando aplicar a ciência a tudo, seja adequado para análise científica ou não, como escrevi repetidamente antes ( aqui , aqui , aqui , e mais extensivamente, mas atrás de um paywall aqui ). Essa visão obcecada pela ciência favorece a análise do conhecido sobre qualquer outro tipo de pensamento ou trabalho. Há uma suposição implícita de que o que quer que seja continuará sendo ( e essa suposição tem que ser implícita porque, se fosse explícita, seria constrangedor para o detentor da suposição).

Análise incentivada nos negócios

A propensão do mundo para a análise de dados faz com que a análise seja fortemente encorajada, apoiada e recompensada nos negócios. E o planejamento diz respeito fundamentalmente à análise do conhecido e ao estabelecimento de um conjunto sensato de iniciativas que gerenciem coletivamente o conhecido — ou pelo menos pareça que o faça até que as coisas mudem e então o problema resultante seja atribuído a ‘eventos casuais imprevistos’.

A estratégia, ao contrário, imagina um futuro desejável e faz um conjunto de escolhas com as melhores chances de realizá-lo. É fundamentalmente não analítico, o que faz com que ele entre em conflito com a inclinação analítica incentivada e apoiada pelos negócios.

Mundo dos negócios amigável para tecnocratas

Essa crença na análise que impulsiona o amor pelo planejamento torna o mundo dos negócios muito amigável para os tecnocratas. Os tecnocratas se concentram mais nas entradas do que nas saídas. Eles são levados a marcar todas as caixas e seguir o procedimento prescrito (muitas vezes prescrito por eles mesmos). O planejamento tem tudo a ver com insumos: essas são todas as coisas que vamos fazer e, como fomos minuciosos e analíticos, todas essas iniciativas são justificáveis.

Em contraste, os empreendedores estão focados nos resultados. Eles não verificam as caixas e raramente seguem qualquer processo prescrito. E estratégia, como argumento no vídeo, é produzir resultados que você não controla diretamente.

Loop de feedback — torna o mundo dos negócios mais amigável à análise

A preponderância de tecnocratas nos negócios torna o mundo dos negócios ainda mais amigável à análise e ao planejamento, o que atrai mais tecnocratas para exercer suas inclinações e habilidades em um ambiente amigável e solidário.

Educação empresarial voltada para tecnocratas

Com um mundo de negócios altamente amigável para tecnocratas, as escolas de negócios orientam seus currículos para uma visão tecnocrática dos negócios. Eles ensinam predominantemente técnicas analíticas para estudar o que está atualmente em operação. Em estratégia, isso significa principalmente ensiná-la como uma série de técnicas analíticas. É muito atraente para os alunos que já são tecnocraticamente inclinados e incentiva aqueles que são neutros a se comportarem mais como tecnocratas.

As escolas e seus professores de estratégia (não todos, mas a grande maioria) não se sentem à vontade com o ensino de estratégia como um esforço criativo destinado a moldar um futuro que não existe agora. Muitas escolas de negócios ensinam empreendedorismo (apenas porque os alunos e doadores insistem nisso), mas seu ensino tende a ser divorciado do ensino de estratégia. Quando os empreendedores vêm às escolas de administração para dar palestras, eles tendem a mostrar pouco entusiasmo pelas técnicas analíticas que são ensinadas em estratégia.

Ciclo de feedback — mundo dos negócios com mais tecnocratas

As escolas de negócios povoam o mundo dos negócios com um fluxo constante de tecnocratas que tornam o mundo dos negócios ainda mais amigável para análise e planejamento – e (inadvertidamente) menos interessados ​​em estratégia.

Tecnocratas de negócios mais interessados ​​em comprar serviços de consultoria de planejamento do que de estratégia

Os tecnocratas de negócios orientados para o planejamento estão mais interessados ​​e confortáveis ​​em comprar serviços de planejamento das chamadas ‘empresas de consultoria estratégica’ do que serviços de estratégia. Eles querem planejadores inteligentes e capazes, e encontram muitos deles nas ‘empresas de consultoria estratégica’.

Conseqüentemente, a estratégia é um pequeno negócio dentro das ‘empresas de consultoria em estratégia’. Falei recentemente com um sócio de um dos ‘três grandes’ (McKinsey, BCG, Bain) que havia saído recentemente para buscar outros interesses e especulei que a estratégia como porcentagem do faturamento em sua antiga empresa era provavelmente de 10 a 15%. . Ele riu de quão alta era minha estimativa e me disse que estava mais perto de 3%. Ele não tinha nada a ganhar me corrigindo, então suponho que ele estava perto da verdade – estratégia é um negócio minúsculo.

Escolas de negócios lançam analistas/planejadores para preencher as ‘empresas de consultoria de estratégia’

As escolas de negócios estão perfeitamente posicionadas para fornecer às ‘empresas de consultoria estratégica’ um fluxo interminável de recrutas de alta qualidade, proficientes e entusiasmados com análise e planejamento. Assim, as ‘empresas de consultoria em estratégia’ escalam com planejadores e não estrategistas, o que felizmente combina totalmente com seu perfil de negócios.

Feedback Loop — Analistas/Planejadores de ‘Empresas de Consultoria em Estratégia’ Preenchem os Departamentos de Estratégia das Empresas

As empresas precisam de planejadores para preencher seus departamentos de estratégia e as ‘empresas de consultoria estratégica’, que elas conhecem bem e em quem confiam inteiramente, fornecem um ótimo lugar para encontrar todos os planejadores de que precisam para contratar internamente.

Sistema Geral

Ao todo, é um sistema de auto-vedação coerente que é consistente com as tendências globais e de negócios. É acessível às escolas de negócios e seus professores, aos profissionais dos departamentos de estratégia da empresa e às ‘empresas de consultoria estratégica’. Não deveria ser surpresa – de forma alguma – que a estratégia esteja se tornando a arte perdida dos negócios.

O que fazer sobre isso?

Esta é uma questão difícil sobre a qual é difícil permanecer otimista. As probabilidades são empilhadas contra a arte da estratégia se tornar menos ameaçada. As escolas de negócios não têm incentivo para mudar. Eles chamam os cursos de ‘estratégia’ embora (com raras exceções) eles não ensinem aos alunos o que fazer se eles têm uma estratégia que não gostam e querem ter uma que eles fazem. E seria difícil ensinar estratégias práticas desse tipo aos alunos porque não é o que os professores (novamente com raras exceções) pesquisam ou estudam. Em vez disso, é mais fácil ensinar as técnicas analíticas que eles conhecem.

As “empresas de consultoria de estratégia” não têm incentivo para mudar porque estão prosperando como empresas de planejamento. E faz sentido atender o maior segmento de executivos, que são clientes de serviços de planejamento.

As empresas devem ter o incentivo e, felizmente, uma minoria de CEOs e executivos de estratégia não são obcecados por análises, mas sim orientados por resultados. Eles reconhecem que sua tarefa é formular um conjunto de escolhas para estimular a ação do cliente. Mas eles são uma minoria: a maioria está totalmente feliz em continuar planejando.

Os diretores do conselho devem se interessar por estratégia, mas, novamente, apenas uma pequena minoria deles se interessa. E quando eles exigem uma ‘revisão de estratégia’, eles são extremamente propensos a obter um estudo de planejamento.

Para mim, o empreendedorismo oferece a melhor perspectiva para um renascimento da estratégia. É uma grande nova era de empreendedorismo, com mais financiamento para novos empreendimentos do que nunca. E os financiadores estão focados em produtos, não em insumos. Eles se preocupam com escolhas que geram um enorme crescimento e que moldam e inventam o futuro. No entanto, no mundo dos empreendedores e financiadores de risco, a estratégia não é um conceito amado porque muitas vezes é considerado um exercício tecnocrático – nenhuma surpresa, porque geralmente é. Na verdade, os empreendedores muitas vezes afirmam que não têm uma estratégia ou não fazem estratégia. Mas como eu argumento , estratégia é o que você faz, não o que você diz, então todo mundo tem uma estratégia.

A tarefa do pensamento é fazer engenharia reversa das escolhas de empreendedores bem-sucedidos para entender suas escolhas, ver os padrões, entender as coisas nas quais eles prestam atenção. Isso poderia ser ensinado nas aulas de empreendedorismo porque não será ensinado nas aulas de estratégia. E o bom das aulas de empreendedorismo é que muitas vezes são ministradas por adjuntos que têm experiência real de negócios. Ensinado corretamente, isso poderia criar estrategistas mais reais.

Eu focaria aí: ensinar empreendedorismo a estudantes de negócios como estratégia e colocá-los no mundo fazendo a diferença. Quando estão administrando grandes organizações, estarão mais interessados ​​em estratégia do que em planejamento.

Insights do Praticante

Se você é um estudante de negócios, não há problema em fazer cursos de estratégia. Você aprenderá um sistema de linguagem para estratégia e um dos pontos de venda da escola de negócios é aprender os vários sistemas de linguagem de negócios – finanças, marketing, estratégia, etc. Mas tenha cuidado! Não deixe que eles o transformem em um tecnocrata de planejamento analítico. Faça aulas de empreendedorismo e participe dos eventos de palestras com empreendedores. Quando você fizer isso, concentre sua atenção na engenharia reversa das escolhas estratégicas dos empreendedores para tentar aprender a estratégia a si mesmo.

Se você é um gerente, reconheça que, se você pedir a estratégia de um subordinado ou de uma empresa de consultoria, provavelmente obterá planejamento. Felizmente para você, isso pode ser exatamente o que você quer. Mas não se engane. Um plano não vai te dar o que você imagina que uma estratégia vai. Se você quer fazer uma diferença real e ser capaz de criar futuros que não existem agora, você precisará aprender a diferença entre planejamento e estratégia e se tornar competente neste último.

Se você é membro do conselho, reconheça (como acima) que, se você pedir estratégia, provavelmente obterá planejamento. Como administrador da empresa, você precisa elevar seu jogo e estratégia de demanda. Caso contrário, você estará agindo como apenas mais um tecnocrata – e esses são poucos centavos, independentemente de seu nível. Prepare-se para pedir à gerência um conjunto de opções que compelirão os clientes a fazer algo maravilhoso para as perspectivas da empresa. Não se contente com mais um plano de som sensato que realiza pouco mais do que expor sua empresa a uma estratégia vencedora de algum novato que acredita em inventar um futuro que não inclua sua empresa nele!

Vendas pela internet com o site Valeon

Você empresário que já escolheu e ou vai escolher anunciar os seus produtos e promoções na Startup ValeOn através do nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace aqui da região do Vale do Aço em Minas Gerais, estará reconhecendo e constatando que se trata do melhor veículo de propaganda e divulgação desenvolvido com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas daqui da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e conseguimos desenvolver soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Ao entrar no nosso site você empresário e consumidor terá a oportunidade de verificar que se trata de um projeto de site diferenciado dos demais, pois, “tem tudo no mesmo lugar” e você poderá compartilhar além dos conteúdos das empresas, encontrará também: notícias, músicas e uma compilação excelente das diversas atrações do turismo da região.

Insistimos que os internautas acessem ao nosso site (https://valedoacoonline.com.br/) para que as mensagens nele vinculadas alcancem um maior número de visitantes para compartilharem algum conteúdo que achar conveniente e interessante para os seus familiares e amigos.

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nas lojas passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nas lojas a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para as empresas.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 140.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 1.900.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas dois anos.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

QUEREMOS INOVAÇÃO E TECNOLOGIA PARA A ECONOMIA CRESCER

 

Desejos para o Brasil
Por
Gazeta do Povo


Crescimento da produtividade é indissociável da inovação, da tecnologia, do empreendedorismo| Foto: Pixabay

O aumento na renda e a melhora na qualidade de vida da população dependem em grande parte do crescimento da produtividade, isto é, da quantidade de riqueza que cada um consegue produzir. E esse avanço é indissociável da inovação, da tecnologia, do empreendedorismo. Apesar de algum progresso nos últimos anos, o Brasil ainda tem muito por fazer nesse campo.


Adotar a inovação como estratégia de crescimento se reverte em benefícios como geração de empregos, distribuição de renda e crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como provam as experiências de países como Alemanha e Coreia do Sul. Nesta última, vale lembrar, a produtividade do trabalho em 1960 equivalia a 60% da brasileira. Trinta anos depois os indicadores dos dois países se equipararam, e hoje cada trabalhador sul-coreano produz, em média, mais que o dobro de um brasileiro.

Um possível termômetro do investimento em inovação é o recurso que governo e empresas destinam a pesquisa e desenvolvimento (P&D). Os dados mais recentes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) indicam que, em 2019, o Brasil investiu o equivalente a 1,21% do Produto Interno Bruto (PIB) em P&D, na soma de empresas e setor público. Um índice razoável em comparação ao histórico do país – foi o quarto maior da série iniciada em 2000 – mas muito distante de referências como Israel (4,9% do PIB), Coreia do Sul (4,6%), Estados Unidos (3,1%) e China (2,2%).

A inovação é importante porque, sem ela, não existe o movimento incessante e a permanente evolução que, como dizia o economista Joseph Schumpeter, são inerentes ao capitalismo. E, num sistema econômico que está sempre destruindo elementos velhos e criando novos, o empreendedor é peça fundamental: é ele quem rompe o equilíbrio, quem introduz uma nova dinâmica e perturba o sistema estabelecido.

Para permitir o constante desenvolvimento de produtos e processos inovadores, portanto, o estímulo ao empreendedorismo e ao risco é vital. A cada lei, iniciativa e política pública, governantes e legisladores deveriam questionar o que sua ação está fazendo para incentivar as pessoas a usar sua força de trabalho de forma mais criativa e investir em soluções inovadoras para os problemas que as cercam.

No Brasil, talvez nenhum estímulo seja tão importante quanto remover os “desestímulos” existentes. Empreender por aqui é tarefa hercúlea: o sistema tributário é insano, a burocracia é imensa, a legislação trabalhista é engessada mesmo após a reforma de 2017, a infraestrutura é precária, a abertura ao comércio exterior é baixa e a qualificação do trabalhador deixa a desejar.

Dificultar a vida do empreendedor, como é óbvio, significa desperdiçar oportunidades de gerar emprego e renda. Precisamos, portanto, de um ambiente de negócios mais arejado e uma burocracia menos sufocante. Em outras palavras, precisamos tirar o Estado do caminho de quem produz riqueza.

Além de geralmente configurar um obstáculo para os negócios, o Estado tem cada vez mais dificuldades para investir ele próprio em inovação. Com o orçamento asfixiado por despesas obrigatórias, sobra cada vez menos dinheiro para todo tipo de investimento público, incluindo o dispêndio em pesquisa e desenvolvimento: segundo o MCTI, os desembolsos dos governos nessa área declinaram por quatro anos seguidos até 2019, último dado disponível.

Há que se reconhecer que o atual governo fez avanços importantes no estímulo ao empreendedorismo. Exemplos disso são a Lei de Liberdade Econômica (que entre outras coisas elimina alvará de funcionamento, sanitário e ambiental para atividades de baixo risco e cria a figura do abuso regulatório, a fim de proteger o empreendedor de excessos de autoridades); a digitalização de serviços públicos e a redução na burocracia para a abertura de empresas, cujo tempo médio caiu quase 70%; e a aprovação de novos marcos regulatórios que estimulam a participação privada.

Um desses marcos é o das startups, sancionado em 2021. A nova legislação permite, por exemplo, que os chamados “investidores-anjo” invistam nas empresas sem se tornarem sócios delas, de forma que ficam livres de obrigações tributárias e dívidas caso aquele negócio não prospere. O marco também criou uma espécie de ambiente regulatório experimental, que simplifica autorizações para a testagem de produtos, tecnologias e serviços. E facilitou a contratação, por parte dos governos, de soluções experimentais de startups, em caráter de teste.

O marco, porém, também causou frustração na comunidade de startups. Ele não equiparou investimentos nessas empresas a aplicações isentas de Imposto de Renda, como são os fundos imobiliários, as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio). E também não facilitou o repasse de ações das empresas para seus funcionários, o que o setor vê como fundamental para a retenção de talentos. Assim, as startups que oferecem as “stock options” continuarão sendo tributadas como se essas ações fossem uma remuneração.

A evolução do ecossistema de startups nos últimos anos permite vislumbrar o que a adoção de novos incentivos pode fazer pela inovação. Apesar de todas as barreiras que o Brasil impõe aos negócios, o número de empresas desse tipo disparou de 4 mil em 2015 para mais de 14 mil em 2021, segundo a ABStartups, associação do setor. Num intervalo de três anos, o valor investido nelas foi multiplicado por sete, saindo de R$ 2,9 bilhões em 2017 para R$ 19,7 bilhões em 2020.

Pesquisa feita com empresas participantes dos programas do Google for Startups revelam uma melhora na percepção do ecossistema empreendedor brasileiro. Entre 2017 e 2020, avançou a avaliação positiva de pilares como suporte, acesso a capital e, principalmente, ambiente regulatório. Com isso, a nota média atribuída ao sistema como um todo aumentou de 1,7 para 4, em uma escala que vai até 10.

Dois pilares, porém, tiveram uma piora na avaliação: acesso a mercado e talentos. Este último é um retrato das fragilidades do ensino no Brasil. Não apenas startups, mas empresas de todo o tipo buscam desesperadamente profissionais de alta qualificação, mas têm dificuldade enorme para preencher as vagas. Em especial aquelas voltadas para profissionais de tecnologia da informação.

Segundo a Brasscom, associação que representa empresas de TI, o déficit de profissionais na área deve beirar os 800 mil até 2025. O ritmo de formação não acompanha a crescente demanda do mercado. É preciso ampliar a oferta de cursos de graduação e extensão em tecnologia, mas não somente: se o país não conseguir aprimorar a formação básica dos estudantes brasileiros, continuará faltando gente capaz de se aprofundar não somente em TI, mas em qualquer área – e aí voltamos ao ponto inicial: será muito difícil elevar a produtividade do país e, por consequência, aumentar a renda e a qualidade de vida.


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COMÍCIOS DO BOLSONARO

 

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Multidão durante o comício de Jair Bolsonaro em Curitiba.| Foto: Paulo Polzonoff Jr.

A última vez que tinha ido a um comício foi em 1989. Há longos 33 anos. Não precisa jogar na cara. Fui levado pela minha mãe para ver o então futuro ex-presidente Fernando Collor e também a grande atração regional daquelas eleições, o candidato-gato Tony Garcia, pelo qual as mulheres se derretiam. Não a minha mãe, claro. Mais respeito, rapá!

Forçando a memória aqui, ouso dizer que no comício de Collor havia uma dupla sertaneja. Quero dizer Chitãozinho & Xororó, mas não tenho certeza. Paciência. Vai ficar sendo Chitãozinho & Xororó mesmo. E, só porque a lembrança é deliciosamente imprecisa e maleável sob a forja da imaginação, vou dizer que eles cantaram “Fogão de Lenha” e eu, sentimentaloide que sempre fui, chorei. Pronto, tá construída a cena de um improvável livro de memórias.

Ontem (31), depois de três décadas, voltei a ver a população (chamada de “povo” quando convém) reunida em torno de um candidato à Presidência. No caso, o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro. Não finja surpresa. Tenho certeza de que você já havia deduzido isso a partir do título. Ao contrário dos comícios de um tempo tão remoto que talvez seja o caso de chamá-lo “d’antanho”, não havia músicas outras que não os jingles das campanhas do governador Ratinho Jr. (sem parentesco comigo) e de Bolsonaro. Se bem que depois teve o Hino Nacional, que eu não ouvia completinho desde as segundas-feiras cívicas no colégio Madalena Sofia.

“Falem a verdade!”

Chego com antecedência, para observar a movimentação. Que, uma hora e meia antes da chegada de Bolsonaro, é bem mais discreta do que eu imaginava. Nos arredores, camelôs vendem camisetas com o slogan “Deus acima de todos, Brasil acima de tudo” (R$45), toalhas com o rosto de Bolsonaro e principalmente bandeiras do Brasil. Muitas bandeiras do Brasil. Eu, que não tenho nem nunca tive uma bandeira do Brasil, até penso em comprar uma e instalá-la na janela. Por causa da Copa do Mundo, claro.

Algumas dezenas de metros à frente, mais ou menos no mesmo lugar onde registrei os acontecimentos descritos na incompreendida crônica “Cruzados fascistas contra berimbauzeiros comunistas: o que o futuro (não) nos reserva”, a primeira grande diferença entre o comício da minha infância e o de hoje em dia: pessoas enfileiradas se submetem à revista para entrar num cercadinho. Bolsas e mochilas são esvaziadas. Mastros de bandeiras são jogados numa latona de lixo. Fico me perguntando se toda essa preocupação com a segurança do presidente abrange também os prédios ao redor. Me lembro de tragédias políticas antigas (Kennedy) e recentes (facada). Melhor deixar isso para lá.

Tenho de dar a volta no quarteirão para pegar a credencial e poder ocupar meu lugar privilegiado no curralzinho da imprensa. De repente, ouço gritos de “pega ladrão!”. Um moço surge correndo por entre os carros, gritando que não tinha roubado ninguém, não. Alguns cidadãos vigilantes tentam segurar ou derrubar o moço, sem sucesso.

Me instalo no curral dos jornalistas. Aliás, a mais perfeita tradução da imprensa que não se mistura ao povo. Pretendia deixar essa imagem mais para o final, mas vai aqui mesmo: no final do comício, um senhor se virou para o cercadinho da imprensa e, com o dedo em riste e a voz fraca, quase um sussurro indignado mesmo, olhou bem para a minha cara e disse: “Falem a verdade!”. Ele ficou repetindo isso algumas vezes e eu fiquei ali, concordando com a cabeça, sem saber direito como agir. Só espero que ele esteja lendo esta crônica.

Hino, drones, mito
Assim que o locutor anuncia a chegada de Jair Bolsonaro, corro para conseguir fazer algumas imagens tremidas e inúteis. Olho em volta e todos estão com os celulares voltados para o presidente. “Contemplam a realidade por meio da tela do celular”, anoto no caderninho, desistindo da brevíssima carreira de cinegrafista e optando por contemplar a realidade com esses dois olhinhos miúdos que tenho no meio da cara e que andam precisando de uma visita ao oftalmologista.

Bolsonaro chega de moto, tendo o candidato ao senado Paulo Martins na garupa. “Vão reclamar que ele está sem capacete”, penso. Ao meu redor, a população grita “Mito! Mito! Mito!”. Você talvez diga que é ridículo, e está no seu direito, mas não pude deixar de pensar que aquelas pessoas todas ao meu redor depositam naquele homem que veste um pesado colete à prova de balas toda a esperança de um futuro melhor. Ou pelo menos de um futuro livre do comunismo lulopetista.

(Antes da chegada das motos, estava de olho numa senhorinha de aparência frágil que, toda vestida de verde-amarelo e empunhando uma bandeirinha, se espremia contra o gradil. No que pensava a velhinha? E no que pensavam os que pensavam na velhinha? Será que a viam como uma patriota ou uma fascista? Ou será que há nuances aí que não estou captando?)

O presidente sobe no carro de som e começa o espetáculo. Primeiro ora um pastor que faz questão de ressaltar que somos um povo cristão vivendo num Estado laico. Depois discursa o candidato ao senado, Paulo Martins. Mas não consigo prestar muita atenção às palavras porque estou pensando na reveladora ausência do também candidato Sergio Moro naquele palanque. Depois fala o governador Ratinho Jr. (sem parentesco comigo). E, por fim, o presidente. Que, antes de assumir o microfone, fazia gestos semidesesperados para que um apoiador recolhesse uma faixa pedindo intervenção militar. A faixa foi retirada.

Olho para o céu azul desse restinho de inverno. Meia dúzia de drones pairam no ar. Por algum motivo, me lembro de “Blade Runner: O Caçador de Androides”. Mas é bem possível que uma coisa não tenha nada a ver com a outra, porque da última vez em que assisti ao filme ainda estava na faculdade, aprendendo a ser um jornalista emburrado. Começa a tocar o Hino Nacional. Olho em volta. Os jornalistas todos… emburrados. O povo cantando. Quer saber de uma coisa? Vou cantar o Hino. Melhor não. Canto ou não canto? Canto.

O ato chega ao fim. Saio do curral e vou circular pela multidão. As pessoas estão felizes. Bom, pelo menos a maioria delas, como você verá até o fim desta crônica. Ouço críticas às pesquisas eleitorais, mas não registro no caderninho e agora a Inês é morta. Ouço também xingamentos voltados a certo ministro do STF cujo nome começa com “A” e termina com “lexandre de Moraes”. Mas não sou nem louco de reproduzir aqui palavras de tão baixo calão.

Na esquina da rua XV com a Dr. Muricy, um menino de seus 17 anos parece estar transmitindo uma live na qual confronta os apoiadores do presidente. “Quem você acha que é para falar de comunismo, sua velha?”, pergunta ele para uma senhora. Sem ouvir a resposta, ele grita “Lula solto e Bolsonaro na cadeia!” e sai a passos largos, rindo e entretendo sua plateia virtual.


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PRESIDENCIÁVEIS QUEREM ACABAR COM O TETO DE GASTOS DO GOVERNO

 

Contas públicas

Por
Célio Yano


Regra do teto de gastos foi instituída em 2016 e limita aumento das despesas públicas à inflação.| Foto: Pixabay

Instituído em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB), o teto de gastos públicos, principal âncora fiscal do país, parece estar com os dias contados. A equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (PL), que no ano passado já promoveu uma série de “dribles” ao teto, estuda agora substituí-lo por outro dispositivo. Do outro lado, o ex-presidente e novamente candidato ao cargo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já afirmou publicamente que, se eleito, pretende revogar a regra. Ciro Gomes (PDT) também prega a extinção do mecanismo.

Conforme a Emenda Constitucional 95/2016, o teto de gastos limita o crescimento das despesas do governo aos mesmos valores gastos no ano anterior, corrigidos pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Originalmente, a validade da medida era de 20 anos, mas poderia haver uma revisão, por meio de lei complementar, na metade desse prazo, ou seja, em 2026.

O governo Bolsonaro, no entanto, já arranjou algumas maneiras de contornar as restrições impostas pela regra. Em 2019, a chamada proposta de emenda à Constituição (PEC) da cessão onerosa permitiu que o governo não contabilizasse no teto cerca de R$ 46,1 bilhões relacionados à repartição de áreas do pré-sal que foram transferidos para estados e municípios. Em 2020, em meio à pandemia de Covid-19, o Congresso autorizou gastos de R$ 44 bilhões fora do teto para bancar uma nova rodada do auxílio emergencial.

Em dezembro de 2021, a aprovação da chamada PEC dos Precatórios permitiu ao governo adiar o pagamento de dívidas do governo já transitadas em julgado, além de alterar cálculo para correção do teto, liberando R$ 108 bilhões para gastos em 2022, ano eleitoral. Em vez de considerar o IPCA acumulado em 12 meses até junho, o texto passou a prever o uso do índice de janeiro a dezembro.

Mais recentemente, no último mês de junho, para conceder um adicional temporário de R$ 200 aos beneficiários do Auxílio Brasil, entre outros benefícios sociais, até o fim do ano, ao base do governo conseguiu aprovar uma PEC que excluiu o custo de R$ 41,25 bilhões do pacote da regra do teto de gastos. As despesas serão bancadas com créditos extraordinários, como dividendos de estatais e recursos provenientes da privatização da Eletrobras.

O Orçamento de 2023 enviado ao Congresso prevê que o benefício médio do Auxílio Brasil será de R$ 405 no ano que vem, sem os R$ 200 adicionais, justamente por não existir um marco legal que permita a continuidade do pagamento mais alto. Porém, o governo afirma que fará “esforços em busca de soluções jurídicas e de medidas orçamentárias que permitam a manutenção do referido valor [R$ 600] no exercício de 2023 mediante o diálogo junto ao Congresso Nacional para o atendimento dessa prioridade”.

Outrora defensor da âncora fiscal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconhece que furou o teto, mas alega que as medidas foram necessárias para socorrer os mais frágeis durante a pandemia e em razão da guerra na Ucrânia.

“Vocês violaram o teto? A resposta é sim, nós violamos o teto”, disse o ministro no início do mês em palestra realizada em São Paulo. “Chega uma doença, eu tenho que transferir dinheiro para as pessoas. Eu estou fazendo o governo crescer? Não, eu estou dando um auxílio para os mais frágeis”, defendeu.

Ministério da Economia estuda substituir teto de gastos por meta de dívida pública
Agora, o Ministério da Economia estuda abandonar de vez a regra e substituí-la por um modelo de meta para a dívida pública, com margens de flutuação para cima ou para baixo, de forma semelhante ao sistema de metas de inflação do Banco Central.

Segundo apurou o jornal O Estado de São Paulo, dependendo do nível da dívida e de sua trajetória, o governo poderia aumentar as despesas acima da inflação, desde que o endividamento mantivesse a tendência de queda. Se a dívida estiver subindo, por outro lado, as despesas teriam de ser cortadas.

Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, a dívida bruta chegou a 88,6% do PIB. Para este ano, o governo projeta um endividamento de 78,2% do PIB, mas a equipe econômica acredita que o indicador ainda deve ser revisto para baixo até dezembro. Em uma das simulações feitas pelos técnicos do governo, haveria espaço para aumento real, acima da inflação, de 1,5% em gastos para 2023.

A nova regra teria como objetivo aproximar a relação dívida/PIB do patamar de 60%, nível médio de outros países emergentes. Fontes próximas às discussões relataram ao jornal Folha de São Paulo que a proposta deve ser concluída ainda este mês para ser entregue a Guedes.

Economistas divergem sobre modelo de meta de dívida

O modelo de meta de dívida pública vem sendo defendido há tempos por economistas como José Roberto Afonso. Em abril de 2021, em um seminário virtual patrocinado pela Instituição Fiscal Independente (IFI) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Afonso lembrou que a meta da dívida está sendo utilizada em vários outros países após a pandemia de Covid-19, a exemplo da Nova Zelândia.

“Gasto só pode ser âncora para estabilidade supondo que a receita está garantida e será crescente. Com recessão, inflação baixa e a receita indo ladeira abaixo, essa variável perde eficácia”, disse. “A âncora tem que ser a dívida, por teoria e pela experiência internacional. É só ver a literatura, inclusive a recente, reforça isso ainda mais”, diz ele. “Despesa é meta operacional acessória para âncora, que é de dívida, e, ainda assim, a meta de despesa quase sempre está atrelada a PIB potencial, e não à inflação.”

O economista Gabriel Leal de Barros, sócio e economista-chefe da Ryo Asset, considera a “ruim” a proposta em estudo pela equipe econômica, porque afetaria a credibilidade da política fiscal frente ao mercado. “O que o governo controla diretamente é a despesa, e regra crível precisa ser sobre o gasto primário, idealmente seguindo o modelo sueco, com metas de crescimento para as principais rubricas de despesa”, afirma em artigo publicado no dia 11.

“Ter uma meta de dívida pode ser bom se e somente se for para complementar uma âncora fiscal que seja uma regra de gasto. O mais correto seria ter uma meta de dívida bruta excluindo operações compromissadas, pois, assim, somente os fatores efetivamente fiscais seriam mensurados”, defende Barros.

Outras sugestões já foram colocadas à mesa. Em 2019, os economistas Fabio Giambiagi e Guilherme Tinoco, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), publicaram um artigo em que já defendiam mudanças na atual regra do teto de gastos. No texto, eles propõem a criação de dois tetos – um para despesas totais, e outro para gastos correntes, que exclui investimento público –, com um pequeno aumento anual acima da inflação em ambos os limites.

Para eles, a atual legislação, sem a aprovação de reformas estruturais, e com baixo crescimento anual, faz com que políticas de governo sejam “seriamente” afetadas por dependerem da existência de verbas adequadas.


Projeção do PIB melhora e da inflação cai pela oitava semana no relatório Focus
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Quatro fatores que ajudam o Brasil na guerra contra a inflação. E um obstáculo

Lula, Bolsonaro e Ciro defendem mudanças no teto de gastos. Tebet fala em “nova roupagem”
Em junho, em entrevista ao telejornal SBT News, Bolsonaro disse que pretende discutir alterações no teto, mas somente após outubro. “Algumas coisas você pode mexer no teto de gastos, como já houve propostas na própria equipe do Paulo Guedes. Mas a gente vai deixar para discutir isso depois das eleições”, afirmou.

O ex-presidente Lula, por sua vez, utilizou o próprio governo Bolsonaro para criticar o teto de gastos. “Eu fui contra o teto de gastos quando ele foi criado e sou contra agora. Até porque o teto de gastos agora é uma peça de ficção, porque o Bolsonaro o desrespeitou o tempo inteiro”, disse na segunda-feira (22), em entrevista a correspondentes internacionais que atuam no Brasil.

“Um governo que tem responsabilidade não precisa fazer uma lei limitando os gastos dele. O teto de gastos me parece uma coisa para garantir os interesses de quem? Do sistema financeiro? Dos credores do governo brasileiro? E do povo brasileiro, qual é o teto de investimento?”, questionou.

Economistas ligados à campanha do ex-presidente têm defendido uma espécie de licença para aumento de gastos no início do eventual governo petista, em especial para bancar a manutenção do piso de R$ 600 no Auxílio Brasil, até que seja discutida e encaminhada à apreciação do Congresso uma nova métrica fiscal.

A ideia é semelhante à do chamado “Grupo dos Seis”, formado por economistas como Bernard Appy e Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central. Em um documento divulgado este mês, eles defendem que até enquanto não vier o novo regime fiscal, o governo possa gastar 1% do PIB, fora do teto, em medidas voltadas à produtividade e à sustentabilidade ambiental, sem aumento de carga tributária. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o grupo tem mantido interlocução com a campanha de Lula, que estaria considerando utilizar uma meta de gastos atrelada ao PIB, e não à inflação.

Ciro Gomes (PDT) também defende o fim do teto de gastos. Ele propunha a revogação da medida, com substituição por outro mecanismo de controle das despesas, já nas eleições de 2018. No livro “Projeto Nacional: O Dever da Esperança”, lançado no ano passado, Ciro afirma que o teto tende a diminuir o gasto real por habitante e defende mudanças para que a prestação de serviços públicos essenciais não seja comprometida.

Simone Tebet (MDB), que como congressista votou a favor da criação do teto, defende a manutenção do mecanismo, mas “com nova roupagem” e mais flexibilidade, conforme declarou nos últimos meses.


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O BRASILEIRO NÃO SE ABATEU NA PANDEMIA

 

Recuperação

Por
Alexandre Garcia


Indústria cresceu 2,2% no segundo trimestre de 2022.| Foto: Michal Jarmoluk/Pixabay

A partir desta sexta a gasolina está mais barata. Ainda na quinta-feira abasteci com diesel, que ainda está muito caro; mas a gasolina já está na nona redução de preço, não imaginava que fosse tanto. A Petrobras diminuiu em 7% o litro da gasolina, o que dá aproximadamente R$ 0,25.

E temos mais boas notícias. O IBGE mostrou que o mercado foi superado mais uma vez. Os especialistas achavam que no segundo trimestre o PIB ia crescer 0,9%; no fim, cresceu 1,2%, ou seja, um terço além da previsão. É a economia brasileira, ou melhor, os brasileiros sempre surpreendendo. Vocês hão de lembrar que por praticamente dois anos tentaram destruir o país, destruir o seu emprego, a sua empresa, a sua loja, o seu ponto de vendas, o seu ganha-pão, o seu rendimento… Fizeram de tudo, e ainda nos proibiram de tratar a doença. Agora, nós todos nos recuperamos.

A consequência dessa alta da atividade econômica está principalmente na indústria, depois nos serviços, e também no agro, sempre sendo a locomotiva disso tudo. Desta vez, foram principalmente a indústria e os serviços, que geram muito emprego. A indústria cresceu 2,2% em um trimestre. É o sétimo maior crescimento do mundo. Perdemos apenas para Holanda, Turquia, Arábia Saudita, Israel, Colômbia e Suécia; o resto ficou atrás de nós. É o brasileiro, somos nós todos que estamos fazendo isso.

E isso traz queda atrás de queda no desemprego. Cada vez mais brasileiros empreendedores abrem o seu pequeno comércio, sua pequena empresa de prestação de serviço, já são milhões. Recebemos uma herança daqueles 14 anos de corrupção, de queda de PIB, de alta no desemprego, chegamos a 14 milhões de desempregados. Agora são 9,9 milhões, mas há muitos informais também, são 26 milhões, segundo calcula o IBGE. Então, é uma senhora reação do Brasil àquela tentativa de destruir nossos empregos e nossas empresas.


Calúnia é crime, mas caluniar Bolsonaro pode, decide a Justiça
Há pouco falei de impedir tratamento, e agora mesmo a ministra Cármen Lúcia negou um pedido da campanha de Bolsonaro para tirar uma acusação de Lula contra Bolsonaro, chamando-o de genocida. Pois genocida é o sujeito que mata milhões. É o Hitler, é o Stalin, é o Mao Tsé-tung, é o Pol Pot. Genocídio é um crime gravíssimo, crime contra a humanidade. Atribuir falsamente um crime a alguém é calúnia, que é crime também. Não sei como está valendo isso. Eu diria que um crime mais parecido com esse que atribuem a Bolsonaro foi o daqueles que não trataram doentes ou daqueles que fizeram propaganda dizendo que não se podia tratar. Isso está demonstrado agora. Estava todo mundo em pânico, e a pessoa, quando está em pânico, não pensa direito.

Por outro lado, o TSE condenou, por 6 a 1, a campanha de Bolsonaro por causa da citação a um vínculo entre PT e PCC, com base naquele negócio do “a gente tinha um diálogo cabuloso”, ou daquele depoimento que fala da morte do Celso Daniel, de ligação com o PCC e tal. Tem de tirar, e se não tirar paga multa. Parece que o tratamento serve para um e não serve para o outro. Tudo bem, o que a Justiça decide se cumpre, não há dúvida.

TSE agora tem seu próprio serviço secreto 
O ministro Alexandre de Moraes anunciou agora a criação de um “núcleo de inteligência”. Inteligência é investigação, é informação, dentro do TSE. É o tipo de coisa que qualquer juiz de suprema corte da Europa, dos Estados Unidos, julgaria uma aberração. Eu tenho dito que infelizmente estamos muito parecidos com a ficção de George Orwell, 1984.


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ALEXANDRE DE MORAIS DESPREZA O MINISTÉRIO PÚBLICO

 

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


| Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

O inquérito do ministro Alexandre de Moraes para desvendar, impedir e castigar o “golpe do WhatsApp”, mais uma palhaçada policial, totalitária e ilegal do STF em sua guerra para controlar a vida pública no Brasil, começou com uma aberração; é inevitável que produza aberrações novas a cada dia em que continuar aberto. Os “atos antidemocráticos” que levantaram a ira do ministro são, como se sabe, conversas privadas pelo celular por um grupo de empresários. Por conta disso, mandou a Polícia Federal invadir às 6 horas da manhã residências e escritórios de cidadãos que não violaram absolutamente nenhuma lei – e se serviu mais uma vez da habitual penca de horrores que soca em cima das vítimas de suas investigações. Está agora, também mais uma vez, em confronto direto com o Ministério Público.

É claro que está. Há três anos o ministro Moraes, com o pleno apoio da maioria dos seus colegas, desrespeita abertamente a Constituição com o seu inquérito perpétuo contra supostos “atos antidemocráticos”; pelo que estabelece o texto constitucional, só o MP tem o direito de colocar em andamento uma investigação criminal, mas o ministro não toma conhecimento disso. Não só passa por cima da lei ao fazer algo que é exclusividade dos procuradores; ignora sistematicamente suas repetidas objeções à ilegalidade do inquérito. Não é possível, assim, evitar novos conflitos a cada vez que se lança em expedições como a desse “golpe pelo WhatsApp”. O que está errado na origem só pode gerar mais e mais erros à medida em que o pecado original continua sendo praticado.

Não só passa por cima da lei ao fazer algo que é exclusividade dos procuradores; ignora sistematicamente suas repetidas objeções à ilegalidade do inquérito

A Procuradoria Geral da República. no caso, define precisamente o que é, em sua essência, a investigação dos empresários: uma “espetacularização midiática”. É o que diz a vice procuradora ao pedir que o STF negue a quebra de sigilo de comunicações exigida agora por um grupo de senadores “de esquerda” que se utiliza o tempo todo das ações de Alexandre Moraes para promover seus interesses políticos pessoais. Ela vai exatamente ao centro de toda essa questão: trata-se, como diz em seu pedido, de uma perseguição penal especulativa e indiscriminada, sem objeto certo ou declarado – a não ser aparecer na mídia. A quebra de sigilo não tem nenhum cabimento. Nada, no inquérito de Moraes, tem algum cabimento. É assim desde 2019, quando ele iniciou sua perseguição geral aos “inimigos da democracia”. Vai continuar assim.


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STF ATENDER À OPOSIÇÃO É O MAIOR RISCO À DEMOCRACIA

 

Ives Gandra

Foto: Alex Silva/Estadão

Por Gustavo Queiroz e William Castanho – Jornal Estadão

Para jurista, não houve crime de empresários bolsonaristas e STF é ativista ao atender oposição

O jurista Ives Gandra da Silva Martins, de 87 anos, atribui a tensão entre Executivo e Judiciário ao choque do “ativismo judicial” com a “falta de liturgia do cargo” do presidente Jair Bolsonaro (PL). Um dos mentores do pensamento conservador no Brasil, o advogado e professor diz que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem atuado para suprir derrotas da oposição no Congresso. “A meu ver, isso põe mais em risco a democracia do que propriamente manifestação em WhatsApp.”

No caso dos empresários bolsonaristas que preferem um golpe de Estado à volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder, Gandra diz que não houve crime nenhum e critica o ministro Alexandre de Moraes. “Pode expor as ideias mais esdrúxulas possíveis. Se os atos não corresponderem em nada daquilo que eu estou dizendo, é liberdade de expressão.”

Gandra é um dos mentores do pensamento conservador do Brasil
Gandra é um dos mentores do pensamento conservador do Brasil Foto: Alex Silva/Estadão

Para o jurista, os limites dessa liberdade são traçados no que a Constituição e o Código Penal entendem por abusos. Cabem, segundo ele, “indenização por danos morais e denunciação caluniosa”, jamais bloqueios de contas, prisões e outras medidas coercitivas. Leia a entrevista ao Estadão:

O que o sr. define por ativismo judicial?

A função do Poder Judiciário é ser guardião da Constituição. A função do Legislativo é legislar, do Executivo, comandar o País e, eventualmente, legislar. É isso que está na Constituição. O Supremo tem cumprido isso? Apesar da qualidade dos ministros, eles têm invadido a competência dos outros Poderes.

Por que fazem isso?

Eu não vou julgar o íntimo de cada um. Eu os considero idôneos e competentes. Sobre os atos, eu considero que há invasão de competência. No caso dos empresários, a lei: “Tentar com emprego de violência, ou grave ameaça, abolir o estado democrático de direito, impedindo ou restringindo o exercício dos Poderes constitucionais” – o que representa um golpe de Estado. Como se pode dar um golpe de Estado sem as Forças Armadas? Há 33 anos eu sou professor emérito da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército. Eu conheço a mentalidade deles. Possibilidade de golpe pelas Forças Armadas é zero. E sem Forças Armadas não há golpe. Dentro dessa linha, é evidente que os empresários não teriam força nenhuma. Quando empresários falam que, se o presidente Lula for eleito, preferem um golpe, é força de expressão.

No que diz respeito aos instrumentos Força Armadas e segurança pública, o artigo 142 dá três funções (…) Jamais (serve) para desconstituir Poder.

Ives Gandra, jurista

Então não houve crime algum nesse caso?

Não houve crime. Inclusive a prova é ilícita, foi obtida em uma conversa privada, particular. Quando se põe grave risco à democracia, eu tenho de dizer quais são as medidas que estou tomando (contra a democracia). Foi uma expressão isolada de uma conversa particular. Como é que eu condeno alguém por entender que o cidadão é rico e pode financiar um golpe de Estado? Além de ser uma conversa privada, como é que se atende ao pedido de um senador? É uma decisão em que se transforma o ministro em profeta, sem que haja nenhum indício, se não de uma mera conversa privada. Não se falou em pegar armas, em contratar pessoas, em formar movimentos, formar grupos capazes de dar golpe, onde haveria um grave risco.

O sr. fala do senador Randolfe, que fez os pedidos a Moraes contra os empresários, não a PF?

O senador Randolfe Rodrigues. Acho que ele já deve ter gasto seu sapato de tanto que sai do Congresso para pedir decisões no STF. Aquela praça deve ter até o caminho do senador. Eu gosto dele, evidentemente não concordo com as teses que ele defende. O que tem acontecido é que o que ele e a oposição pedem o Supremo concede. Isto, a meu ver, põe mais em risco a democracia do que propriamente manifestação em WhatsApp.

'Não há crime em dizer o que penso num país em que a liberdade de expressão está garantida', diz Gandra.
‘Não há crime em dizer o que penso num país em que a liberdade de expressão está garantida’, diz Gandra.  Foto: Alex Silva/Estadão

Não é uma ameaça à democracia dizer que se prefere um golpe de Estado à vitória de Lula nas urnas?

Não há crime em dizer o que penso num país em que a liberdade de expressão está garantida. O inciso V (do artigo 5.º da Constituição) declara quais são as ações, se houve abuso da liberdade de expressão: indenização por danos morais e denunciação caluniosa. É assegurada a ampla defesa. Que ampla defesa é esta em que o cidadão perde tudo e os seus advogados não têm acesso?

A liberdade de expressão é um direito absoluto?

A liberdade de expressão é direito absoluto com as limitações permitidas pela Constituição, nos abusos da liberdade de expressão, do inciso V, e do Código Penal. A liberdade de expressão foi absolutamente cerceada. Pode se expor as ideias mais esdrúxulas possíveis. Se os atos não corresponderem em nada daquilo que estou dizendo, é liberdade de expressão.

E essas previsões não se enquadram no caso dos empresários bolsonaristas?

Não caberia em nenhum momento. Há uma diferença entre liberdade de expressão ser limitada pelas duas ações do Código Penal e da Constituição e aquela outra de prender. Eu tenho um deputado (Daniel Silveiraque foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal há mais de 8 anos de prisão por mera manifestação que disse que poderia bater nos ministros. Sendo mera manifestação de liberdade de pensamento, no máximo poderia ter indenização por danos morais ou denunciação caluniosa.

E o fato de o presidente questionar o processo eleitoral? Também é liberdade de expressão?

Em uma das vezes em que nós conversamos (com Bolsonaro), eu dizia para ele o seguinte: é evidente que houve um erro de manifestação. Se ele tivesse defendido a tese: vamos para uma urna mais moderna, nós teríamos uma solução, na minha opinião de falta de resistência do TSE.

A liberdade de expressão foi absolutamente cerceada. Pode se expor as ideias mais esdrúxulas possíveis. Se os atos não corresponderem em nada daquilo que estou dizendo, é liberdade de expressão.

Ives Gandra, jurista

Por que o sr. acredita que hoje há ativismo judicial?

Trabalho com hipótese. A meu ver, sem julgar a intenção, sete dos ministros foram indicados pelo PT, e ainda estão na Suprema Corte. Evidente que nós tivemos uma linha de um lado (do STF), e, por outro lado, ao presidente Bolsonaro faltou sempre a liturgia do cargo. Se nós verificarmos as manifestações do presidente (Michel) Temer e do Bolsonaro, a liturgia do cargo é de um, não do outro. Muito embora a meu ver o presidente Bolsonaro não esteja fazendo um mau governo. Embora (os ministros sejam) honestos intelectualmente, apesar de uma flexibilidade na interpretação da Constituição, eles têm demonstrado uma simpatia maior pela esquerda do que pelos conservadores. Toda essa reação se deve ao resgate que se fez da candidatura do presidente Lula.

O sr. disse que o presidente não respeita a liturgia do cargo, por outro lado o senhor diz que o Supremo pratica ativismo judicial. A gente vive uma tensão constante entre os Poderes…

Essa liturgia do cargo que eu falo é na maneira de falar.

Xingar ministros de canalha, coisas ofensivas.

Eu entendo que é falha.

Ele diz em público e anima a base.

Nesse particular, falo que a comunicação dele não mostra liturgia, mas as reações dos ministros contra ele também demonstram uma tensão em que nós ficamos com a tese do ovo e da galinha. Nessa tensão entre o presidente que derrotou o partido que nomeou sete ministros, quem é que na tensão deu o pontapé inicial?

Sua interpretação do artigo 142 ficou conhecida. O que ela diz?

No que diz respeito aos instrumentos Forças Armadas e segurança pública, o artigo 142 dá três funções. Primeira, defesa da Pátria; segunda, defender as instituições democráticas. Terceiro é garantir a lei e a ordem por solicitação de qualquer Poder. Jamais para desconstituir Poder. A expressão é garantir a lei e a ordem quando um dos Poderes pedir. E o que não está escrito na Constituição e que eu sempre interpretei e que está nos meus comentários é que, se por acaso, o Poder solicitante for o Executivo, ele não poderia presidir (a intervenção), não poderia ser parte, ele é o chefe das Forças Armadas e não poderia nem um ministro de Defesa. Teriam de ser a força de Estado só para repor naquele ponto. De repente, eu vi dizendo que era a forma de um golpe, era a maneira de se desconstituir um Poder e derrubar ministros do Supremo, e é o contrário.