quinta-feira, 2 de julho de 2020

ALIADOS PRESSIONAM TRUMP PARA SER MENOS POLARIZADOR

Com medo de derrota nas eleições, aliados pressionam Trump a ser menos polarizador

Por Steve Holland


© Reuters/Carlos Barria .

WASHINGTON (Reuters) - Alguns dos aliados republicanos do presidente norte-americano, Donald Trump, estão pedindo que ele abandone suas mensagens divisórias e trace uma visão clara para um segundo mandato, temendo que o modo como ele tem lidado com uma série de crises afete as esperanças de reeleição.

A quatro meses da disputa com o democrata Joe Biden nas eleições de 3 de novembro nos Estados Unidos, os números de Trump nas pesquisas de opinião têm afundado enquanto ele enfrenta turbulências em meio à pandemia de coronavírus, problemas econômicos e protestos por justiça racial.

Falando sob condição de anonimato, aliados disseram que Trump costuma ser seu pior inimigo. Eles citaram o fato de o presidente ter retuitado um vídeo no domingo que incluía um torcedor gritando "poder branco", um slogan entre os supremacistas brancos. Em seguida, ele excluiu a postagem.

"Ele precisa recuar e se tornar um presidente aceitável e depois encarar Biden", disse um aliado republicano próximo à Casa Branca.

"As pessoas estão de fato dizendo: 'Ele quer mais isso?'", afirmou o aliado a respeito de colegas republicanos. "'Ele está procurando uma estratégia de saída?'"

Os números decrescentes de Trump nas pesquisas preocupam alguns republicanos sobre perder o controle do Senado dos EUA, já tendo perdido a liderança da Câmara dos Deputados em 2018.

A fonte disse que, talvez em agosto, o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, pode ter de aconselhar os candidatos republicanos ao Senado a se distanciarem de Trump, se necessário, para vencer as eleições e manter a maioria.

O gabinete de McConnell não respondeu a um pedido de comentário.

Questionado sobre as preocupações, o porta-voz da Casa Branca Judd Deere disse que o presidente "mostrou várias vezes que não tem medo de encarar os grandes desafios que o país enfrenta" e que Trump e sua equipe estão "envolvidos em um processo político contínuo para uma agenda ousada no segundo mandato".

Outro republicano próximo à Casa Branca afirmou que Trump reconheceu na semana passada, de forma privada, que estava atrasado em sua corrida contra Biden depois que uma série de pesquisas mostrou que ele está perdendo nacionalmente e em Estados importantes que decidirão a eleição.

"Ele sabe que está com problemas", declarou a fonte republicana. "Ele não tem mensagem."

Na esperança de conter sua queda, Trump está considerando fazer mudanças na equipe e maneiras de ampliar sua mensagem para atrair apoio além de sua base conservadora. Aliados dizem que ele quer se concentrar em sua capacidade de liderar uma recuperação econômica do país, seu único ponto de sucesso nas pesquisas.

CONGRESSO ADIA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS PARA O MÊS DE NOVEMBRO


Congresso conclui votação da PEC que adia eleições municipais para novembro

Alessandra Azevedo 







© Leopoldo Silvao/Agência Senado O plenário da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (1/7), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2020, que adia para novembro as eleições municipais deste ano, devido à calamidade pública gerada pelo novo coronavírus. Os deputados votaram a matéria em dois turnos e, agora, ela está pronta para ser promulgada.


O primeiro turno será em 15 de novembro e o segundo, se necessário, em 29 de novembro. Pelo calendário anterior, as datas seriam 4 e 25 de outubro, primeiro e último domingo do mês, como prevê a Constituição. A maioria dos deputados e senadores concordou que as eleições devem acontecer ainda neste ano e que os mandatos atuais não podem ser prorrogados.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que também preside o Congresso, marcou sessão conjunta remota às 10h desta quinta-feira (2/7) para promulgar a PEC. "Mais uma vez, o entendimento prevaleceu no Parlamento, dialogando com o TSE, a comunidade científica, prefeitos e vereadores", comemorou, no Twitter.
Emendas à Constituição não precisam de sanção presidencial para começar a valer. Para que a PEC fosse aprovada, era necessário o apoio de pelo menos 308 deputados, três quintos dos 513, em duas rodadas de votação. No primeiro turno, 402 votaram a favor e 90 contra. O placar do segundo foi de 407 a 70. O projeto também passou no Senado com ampla aprovação.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também comentou a aprovação no Twitter. "Infelizmente, ainda vivemos um momento muito crítico da pandemia, com seu avanço para o interior do país. A eleição não poderia comprometer as ações que buscam salvar vidas e proteger as famílias", escreveu. "As novas datas atendem às sugestões de médicos e especialistas", completou.
Mudança
A Câmara mudou alguns pontos do texto-base, por destaque. A primeira alteração foi para garantir que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) precise da aprovação do Congresso para adiar ainda mais as eleições em alguma cidade, se não houver condições sanitárias para que os eleitores votem na data definida. Os parlamentares precisarão aprovar, por decreto legislativo, as novas datas.
O prazo-limite para as eleições em caso de novo adiamento continua sendo 27 de dezembro. O texto anterior permitia que a decisão fosse tomada diretamente pela Justiça Eleitoral, sem participação do Legislativo. Só seria exigido decreto se todos os municípios do mesmo estado não pudessem realizar as eleições em novembro.
Outro destaque aprovado pelo plenário retirou do projeto a permissão para que o TSE adequasse resoluções sobre o processo eleitoral de 2020, que regulamentam as condutas permitidas e vedadas durante as eleições. As regras já aprovadas pela Justiça Eleitoral serão mantidas.
A PEC prevê a prorrogação do prazo para o registro de candidaturas, que acabaria em 15 de agosto, para 26 de setembro. Já as convenções partidárias, que aconteceriam entre 20 de julho e 5 de agosto, passam para o período entre 31 de agosto e 16 de setembro. Elas poderão ser feitas de forma virtual.
Medidas de proteção
Para evitar contágio, o TSE defende que o processo eleitoral seja dividido por horários. Primeiro, votariam os idosos, grupo de risco para a covid-19. Seria uma recomendação, não obrigação dos municípios, para não prejudicar quem precisa ir votar com a família inteira.
O TSE também vai fornecer máscaras, álcool em gel e luvas. Como não é possível passar álcool antes da biometria e do voto, a ideia é manter um servidor com luva e jato de álcool na saída. A Justiça Eleitoral deve distribuir cartilhas com as recomendações.
Contrapartidas
Durante as negociações para a aprovação do texto, parte dos deputados condicionou o voto favorável ao avanço de outros projetos relacionados ao tema. Um deles prevê que a ajuda financeira da União a estados e municípios, para recompor perdas arrecadatórias das prefeituras durante a pandemia, dure até dezembro deste ano, não até julho, proposta atual.
Parlamentares também propõem a retomada da propaganda partidária gratuita em rádio e televisão, proibida em 2017. A mudança está prevista um projeto de lei do senador Jorginho Mello (PL-SC) que prevê transmissões em blocos de 30 segundos nos intervalos das programações normais das emissoras.
A lei entraria em vigor em 2021 e não valeria para as eleições municipais deste ano. Nesta terça-feira (30/6), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o encaminhamento das matérias não tem nada a ver com a votação do adiamento das eleições.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

GOVERNO ACENA TRÉGUA COM O CONGRESSO NACIONAL

Bolsonaro faz aceno ao Congresso e convida Maia e Alcolumbre para viagem

Presidente falou que, juntos, eles podem fazer "muito mais pela nossa pátria", durante a cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial


Por Estadão Conteúdo


Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre estiveram na cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial, nesta terça-feira (30), no Palácio do Planalto

O presidente Jair Bolsonaro fez novos gestos ao Congresso Nacional durante a cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial, nesta terça-feira (30), no Palácio do Planalto. Na presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Bolsonaro falou que, juntos, eles podem fazer "muito mais pela nossa pátria". O presidente da República chegou a convidar Maia e Alcolumbre para uma viagem presidencial.

"(O ministro) Onyx (Lorenzoni) falou que eu estive em Ceilândia (DF), em Taguatinga (DF). Sim, mas também estive em muitos mais locais. Não desafiando quem quer que seja, mas levando coragem, mostrando ao povo humilde que tem um presidente que quer estar no meio deles, que quer enfrentar os problemas ao seu lado. Eu quero convidar, a partir de agora, Alcolumbre e ao Maia numa próxima viagem minha, como tive o prazer de estar em Araguari (MG) e, ao retornar, pousamos em um pequeno vilarejo de forma inopinada. Tinha umas 30 casinhas lá e vimos muita gente humilde lá", disse o presidente.

Bolsonaro também falou que a prorrogação do auxílio por mais dois meses veio "em boa hora" e que será feita por meio de decreto presidencial, que não precisa de aval do Parlamento. O governo deve parcelar em ou quatro parcelas o pagamento de R$ 1.200 nos dois meses.

Bolsonaro ponderou que, caso tivesse que assinar uma Medida Provisória (MP), que possui vigência imediata, mas precisa da aprovação do Congresso, considera que "teria também a velocidade necessária na Câmara e no Senado brasileiro".

"Esse é um dinheiro que não é meu. É um dinheiro que é de todos nós, brasileiros, que pagamos impostos, e só foi possível graças à sensibilidade de nosso ministro, tendo à frente Paulo Guedes, bem como do parlamento brasileiro, que votou de forma rápida essa questão, porque eles tinham pressa", declarou Bolsonaro.

O presidente justificou que o auxílio aos trabalhadores informais "não é apenas para deixar a economia funcionando, viva, mas também para dar o sustento a essas pessoas" que recebem o benefício. "Nós sabemos que R$ 600 é muito pouco, mas para quem não tem nada, isso é muito. E esse trabalho, essa maneira de buscar recurso no momento em que a pátria necessitava para atender aos mais necessitados, é o que faz com que nós nos orgulhemos de poder ajudar, de despender meios para poder atender a esses necessitados", afirmou.