terça-feira, 2 de junho de 2020

NOTÍCIAS DO DIA 02/06/2020


Agenda do dia: veja o que você precisa saber hoje




© Getty 


POLÍTICA
- Grupo divulga dados sigilosos de Bolsonaro e família
O perfil Anonymous Brasil divulgou no Twitter dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro, dos filhos e de diversos ministros, como o da Educação, Abraham Weintraub; e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, além de aliados, como do empresário Luciano Hang. (Via Correio Braziliense)
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BRASIL
- Protesto em Curitiba termina em confronto com a polícia
Um ato contra o racismo terminou em confronto com a polícia no centro de Curitiba na noite desta segunda-feira. Uma bandeira do Brasil foi arrancada do Palácio Iguaçu e queimada pelos manifestantes, que entraram em confronto com a Polícia Militar. (Via Veja)

SAÚDE
- Vacina de Oxford entra em 'fase 3' de testes
A vacina contra a covid-19 em desenvolvimento na Universidade de Oxford, no Reino Unido, entrou na fase de testes clínicos. Dentre as mais de 70 vacinas em desenvolvimento no mundo, a de Oxford é considerada a mais avançada e uma das mais promissoras. (Via Estadão)


MUNDO
- Trump promete tropas em cidades para conter protestos
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que irá alocar milhares de soldados e policiais nas ruas se prefeitos e governadores não conseguirem reconquistar o controle das cidades. (Via Reuters)

ECONOMIA
- Bolsonaro diz ter conversado com Trump sobre 'questões do aço'
Jair Bolsonaro afirmou que conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que o Brasil deverá integrar a versão expandida do G7. Trump afirmou no último sábado que adiaria a cúpula do G7 e que convidará mais países para participar da reunião, mas não mencionou o Brasil. (Via Poder360)

ESPORTES
- Flamengo diz que profissionais testaram negativo para Covid-19
O Flamengo realizou testes em todos no departamento de futebol e nenhum jogador ou membro da comissão técnica teve resultado positivo. O Rubro-Negro já realizou quatro baterias de testes. Nos primeiros dois, quatro jogadores tiveram resultado positivo. Todos já se recuperaram e estão trabalhando normalmente. (Via Gazeta Esportiva)

segunda-feira, 1 de junho de 2020

MINISTÉRIO PÚBLICO PREOCUPADO COM A SITUAÇÃO POLÍTICA DO PAÍS


MP rejeita intolerância e está preocupado com situação do país, diz Aras
A manifestação vem a público depois da ocorrência de uma série de protestos em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo

Por estadão conteúdo


 


Ato mostra revolta em relação a atuação de Aras na PGR

O procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), Fabiano Dallazen, informaram em nota obtida pelo "Estadão/Broadcast" que o Ministério Público rejeita a intolerância e está preocupado com a situação do país, mas que “cumprirá com os seus deveres constitucionais na salvaguarda da ordem jurídica que sustenta as instituições do país”.
“A estabilidade da nação depende do respeito à Constituição Federal por todos, especialmente pelos poderes constituídos”, diz a nota, assinada por Aras e Dallazen.
“Nosso compromisso é com Estado Democrático de Direito e repudiamos atos que possam afetar o ambiente de normalidade institucional preservado desde a Lei Maior de 1988. Por isso, rejeitamos a intolerância, especialmente as fakes news que criam estados artificiais de animosidade entre as pessoas, causando comoção social em meio a uma calamidade pública, com riscos de trágicas consequências para o povo”, prossegue a manifestação.
De acordo com o procurador-geral da República e o presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), o Ministério Público brasileiro “está preocupado com este estado de coisas e cumprirá com os seus deveres constitucionais na salvaguarda da ordem jurídica que sustenta as instituições do país”.
A manifestação vem a público depois da ocorrência de uma série de protestos em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.
Em Brasília, o grupo bolsonarista "300 pelo Brasil", liderado pela ativista Sara Winter, fez um protesto na noite do último sábado em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O grupo carregava tochas acesas, e algumas pessoas usavam máscaras de personagens de filmes de terror cobrindo todo o rosto.
Neste domingo, pela manhã, Bolsonaro participou de outro protesto, na Praça dos Três Poderes, com faixas contra o Supremo e a favor de uma intervenção militar.
Em São Paulo, um ato pró-democracia e antifascista organizado por grupos ligados a torcidas de futebol na Avenida Paulista terminou em confronto neste domingo, entre manifestantes e apoiadores de Bolsonaro e também com a Polícia Militar, que interveio e usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o início de uma briga em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp)
Pichação
Neste final de semana, um painel colocado no edifício-sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, foi alvo de pichação. Onde se lia “Procuradoria-Geral da República”, foi escrito “do Bolsonaro” em cima de “da República”, para que se leia “Procuradoria-Geral do Bolsonaro”. Após o episódio, a PGR informou que vai reforçar a segurança nas unidades do Ministério Público Federal (MPF) de todo o país.
O ato de vandalismo ocorre em meio às críticas à atuação de Aras, alvo de crescente pressão interna no MPF e de setores da oposição por, na visão deles, agir alinhado aos interesses do presidente Jair Bolsonaro.

CRISE POLÍTICA ENTRE O GOVERNO E O STF PODE TER CONSEQUÊNCIAS DRÁSTICAS


Conclusão da crise política será drástica

Espaço para diálogo encolhe e disputa entre Bolsonaro e Poderes tende a terminar ou em afastamento ou em ruptura institucional

Por Ricardo Corrêa 







Já foram diversas tentativas infrutíferas de diálogo. Já houve apelos em vão e oportunidades para tal desperdiçadas. Agora, parece cada vez mais claro que a solução para crise entre o governo do presidente Jair Bolsonaro, os demais Poderes e parte da sociedade caminha para uma conclusão drástica. E dramática, para um lado ou para o outro.
Muitos eram os que apostavam que a pandemia, com a trágica morte de milhares de pessoas, forçaria um entendimento ou ao menos uma trégua. Afinal, como brigar por poder enquanto famílias são arrasadas com a perda de entes queridos em uma velocidade nunca vista? Pois não foi o que se viu. Mesmo diante do cenário que choca o mundo inteiro, as tensões se acirraram. O presidente brigou com governadores e prefeitos, trava uma batalha com o Judiciário, dispara pelas costas do Congresso mesmo após a busca por um entendimento e se dissocia da parcela mais expressiva da sociedade. É fortemente criticado pela imprensa nacional e internacional e por boa parte das entidades da sociedade civil.
Nos últimos dias, com a operação determinada pelo STF contra um grupo ligado ao presidente acusado de disparar fake news, e com as reações de Bolsonaro ameaçando não cumprir eventuais ordens judiciais, a situação chegou ao ponto em que não é possível mais retornar. Ainda mais após o filho do presidente pregar abertamente que chegaremos ao momento de ruptura da ordem democrática.
Embora não esteja na rua, a população já está se posicionando. Nos últimos dias as pesquisas demonstraram que os setores médios da sociedade abandonaram a posição dúbia e se enfileiraram contra o presidente. Por outro lado, sua base de apoio se solidificou. Hoje temos dois terços da população que reprovam fortemente o presidente, e um terço que o defende de forma incondicional. Isso pode variar um pouquinho para cima ou para baixo, mas não muito. O que indica que até mesmo no seio da sociedade o espaço para a ponderação se esgotou.
Esse clima de confronto, aliado ao avançar das investigações por um lado e à retórica belicista do grupo presidencial de outro, leva-nos à conclusão de que chegaremos, cedo ou tarde, ou ao afastamento do presidente, com a prisão de alguns dos que estão em seu entorno, ou viveremos de fato a situação de um golpe contra os demais Poderes. Difícil imaginar que alcançaremos 2022 sem uma dessas graves consequências. A tormenta política vivida no Brasil nos últimos anos, e que já levou a um impeachment de uma presidente e a uma batalha em torno de uma denúncia contra outro, parece ainda não ter chegado ao seu pico, o que é dramático.