terça-feira, 30 de julho de 2019

COLUNA ESPLANADA DO DIA 30/07/2019


Pente-fino do INSS

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini






Cerca de 275 mil aposentadorias por invalidez e mais de 452 mil auxílios-doença foram suspensos, até agora, pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Os dados, repassados à Coluna, são da Subsecretaria da Perícia Médica Federal, e integram o balanço da primeira etapa do pente-fino nos benefícios para combater fraudes. O INSS notificou, no primeiro semestre, segurados com benefícios considerados suspeitos. As irregularidades mais comuns são acúmulo indevido de benefícios, pagamento pós-óbito e obtenção de benefícios de forma criminosa, com a apresentação de documentos falsos ao INSS.
Recurso
Os segurados incluídos no pente-fino são comunicados por carta e caixas eletrônicos da rede bancária. O trabalhador urbano tem 30 dias para apresentar recurso; o rural, 60. Caso o INSS não aceite o argumento do segurado, o pagamento é cancelado.
Hackers
Causa estranheza a demora das operadoras de telefonia móvel e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em anunciar medidas de segurança para combater a atuação de hackers após a revelação da invasão de aparelhos de inúmeras autoridades.
Sigilo
As investigações da Polícia Federal que levaram à prisão da quadrilha cibernética identificaram falhas e brechas que facilitaram a atuação dos criminosos. A PF, inclusive, enviou ofício à Anatel, mas o assunto é mantido sob sigilo pela agência.
Previdência
O Planalto vai turbinar a campanha publicitária da reforma da Previdência, já aprovada em primeiro turno na Câmara, passará por votação – também em dois turnos – no Senado. Os valores ainda estão sendo fechados, mas o plano, bancado com recursos públicos, é ampliar os comerciais de televisão e postagens em redes sociais.
R$ 51 milhões
À Coluna, a Secretaria de Comunicação da Presidência posiciona que, para o segundo semestre, ainda “não há dados consolidados a informar”. Informa ainda que, até agora, para as ações de divulgação da Nova Previdência, “foram alocados os valores de R$ 51.050.000,00 para a execução de serviços especializados em publicidade e mídia”.
Língua insana
Jair Bolsonaro se complica com a língua insana. Falar em beneficiar filho, em tratar com mineradoras e atacar o presidente da OAB citando seu pai, em um troco sobre o ataque de Santa Cruz a Moro, só contribui para perder mais apoio popular.
Opinião
Não à toa, por essas e por outras, Bolsonaro ostenta, nas recentes pesquisas de opinião, o pior resultado em primeiro mandato desde Fernando Collor de Mello, em 1990.
Mais um
O general Oswaldo de Jesus Ferreira é um dos cotados para assumir a presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Sebastião Barbosa, ex-presidente da empresa, foi exonerado há duas semanas.
Na mesma
Dois anos e sete meses depois da crise dos presídios, quando mais de 130 detentos foram mortos, o sistema carcerário brasileiro permanece o mesmo: caótico e ineficiente. O Plano Nacional de Segurança, anunciado à época pelo então presidente Temer, não vingou e, no governo Bolsonaro, os presídios não figuram entre as prioridades.
Carnificina
Resultado da leniência da União e dos estados: mais uma carnificina – com 50 mortos -, em Altamira, Pará. Estado que, de acordo com recente auditoria do TCU, não aplicou recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para a criação de novas vagas em presídios.
Fake
Um vídeo que circula nas redes sociais sugere que a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), fora vítima de latas arremessadas durante o Fortal, carnaval fora de época de Fortaleza. O partido diz que é fake; a deputada não estava em Fortaleza na data da festa.
Hepatites
As cúpulas do Senado e da Câmara estão iluminadas de amarelo para marcar a campanha contra as hepatites virais. O Ministério da Saúde estima que 1,7 milhão de brasileiros sejam portadores do vírus da hepatite C e 756 mil portadores do vírus da hepatite B.


segunda-feira, 29 de julho de 2019

OS BRASILEIROS JÁ PODEM INVESTIR EM TECNOLOGIAS NO EXTERIOR


Brasileiro pode investir em gigantes da tecnologia sem precisar sair de casa

Estadão Conteúdo







Se investir em uma empresa estrangeira já parece atrativo em tempos de juros baixos no Brasil, aportar recursos em uma gigante da tecnologia - como Google, Microsoft ou Facebook - pode ser ainda mais interessante. As principais formas de fazer isso incluem recibos emitidos por aqui, que espelham o desempenho das ações lá fora, e o investimento feito com uma conta aberta no exterior.

A escolha depende, sobretudo, dos recursos que o investidor tem à mão e de quanto está disposto a arriscar.

Para quem não tem muito dinheiro disponível, uma alternativa são os Certificados de Operações Estruturadas (COE). Com esse produto, o investidor não compra a ação da empresa no exterior, mas adquire um papel que reflete o desempenho de um grupo de empresas por um período determinado. O investimento mínimo costuma ser de R$ 5 mil e o prazo, de pelo menos cinco anos.

Esse produto surgiu em 2014 e foi se diversificando desde então. Hoje, há opções para quem se interessa por empresas de tecnologia. Um produto que uma corretora oferece atualmente, por exemplo, tem seus rendimentos calculados a partir do desempenho de ações da Netflix, Amazon e da Disney.

"Há opções emitidas por grandes bancos brasileiros e do exterior. O Brasil sempre teve uma cultura de juros altos e se acostumou com produtos simples. Ainda estamos descobrindo opções de investimentos", diz Maite Kattar, especialista em COEs da XP Investimentos.

As regras de remuneração variam, mas costuma funcionar assim: em um COE que acompanha ações de empresas de tecnologia, se todos os papéis tiverem subido ao fim do período, o investidor recebe o capital investido mais o porcentual de alta do ativo e uma taxa fixa, de 9% a 10% ano, geralmente. Em caso de queda no preço do ativo, o investidor recebe só o capital que ele havia investido.

"Com os juros em um patamar historicamente baixo e com perspectiva de queda, esse tipo de produto fica mais atrativo", diz Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão, Commodities e Novos Negócios da B3.

Uma desvantagem é o tempo em que o capital fica parado sem remuneração, caso as ações não tenham um bom resultado. Uma opção são os COEs autocallables, que podem ser encerrados antes. Em um investimento de cinco anos, por exemplo, a cada seis meses é verificado se as ações subiram ou caíram. Se tiverem subido, o contrato é encerrado e o prêmio, pago.

Lá de fora

Uma saída para quem mira em empresas de tecnologia no exterior é fazer um investimento direto, abrindo uma conta em uma corretora estrangeira. O investidor vira sócio direto da empresa que ele comprar a ação e não é necessário ser um investidor qualificado (que tem pelo menos R$ 1 milhão investidos). Além disso, ele pode ter acesso a mais opções de ativos no exterior.

O gerente de sistemas José de Paula, 35 anos, acha que vale a pena ampliar o portfólio de investimentos quando conseguir abrir uma conta para receber o dinheiro nos Estados Unidos. "Quero ficar de olho em ações de tecnologia, como Apple e Google, e no setor entretenimento, sobretudo a Disney, que tem mostrado bons resultados de bilheteria de cinema."

"Quando o investidor olha as empresas da B3, a maioria já está madura e sem crescimento exponencial para o futuro", diz Enrico Trotta, analista do setor de tecnologia do Itaú BBA. Ele avalia que, por conta do atual cenário econômico, muitos investidores, inclusive os conservadores, têm migrado da renda fixa para a variável. "E há uma geração de millennials que busca empresas de tecnologia."

Algumas desvantagens, porém, devem ser consideradas. "É preciso arcar com encargos para enviar capital a uma corretora lá fora, que chega a 1,3% de spread e de 1,1% de IOF. Quanto maior o investimento, mais baratos ficam os encargos", diz Alberto Amparo, da Suno Research. E o investidor precisa considerar a variação cambial, que pode fazer com que o investimento acabe não valendo a pena.

Espelho

Outra opção é investir nos chamados Brazilian Depositary Receipts (BDR), certificados que representam ações de empresas estrangeiras negociadas no Brasil. Os papéis são comprados aqui e espelham os resultados das ações no exterior.

"Mesmo sendo caros, os papéis de empresas de tecnologia têm grande potencial de crescimento. Elas estão criando serviços que serão essenciais", diz Roberto Teperman, diretor de vendas da Legg Mason no Brasil.

As opções de BDRs no País são limitadas, mas entre os títulos não patrocinados (os mais comuns) disponíveis na B3 estão os de grandes empresas de tecnologia, como Alphabet (do Google), Apple, Facebook e Amazon.

Em 2018, o volume negociado de BDRs foi de R$ 22,9 milhões, quase três vezes mais que no ano anterior. Entre os recibos mais negociados, o da Amazon foi o papel mais líquido, respondendo por 8,26% dos negócios da Bolsa, seguido por Apple (6,22%) e Google (5,54%).

Segundo a B3, porém, é preciso ser um investidor qualificado para ter acesso a esse produto, ou seja, ter mais de R$ 1 milhão investidos, o que restringe esses investimentos. Para investidores comuns, uma alternativa é buscar fundos que tenham esses papéis. No mercado, há opções em torno de R$ 25 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 29/07/2019


Governo federal vai substituir o ‘Mais Médicos’; profissionais receberão valores mais altos

Cinthya Oliveira





O ministro participou de abertura de congresso sobre medicina tropical, no Palácio das Artes

Um programa para substituir o “Mais Médicos” será anunciado nesta semana pelo governo federal. A ideia do “Médico pelo Brasil” é pagar valores mais altos aos profissionais que forem atuar em cidades mais pobres e distantes dos grandes centros. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, adiantou detalhes do projeto, na noite desse domingo (28), durante a abertura do Congresso MEDTROP-PARASITO 2019, evento dedicado à medicina tropical e parasitologia em Belo Horizonte.
Segundo ele, os candidatos passarão por uma prova de seleção antes de entrar no programa e poderão receber adicionais que vão depender do local escolhido e do desempenho alcançado no município. O médico receberá mais se conseguir reduzir “mortalidade infantil, partos prematuros, diabetes, amputações, insuficiência renal, que são problemas que, se você não prevenir na atenção básica, vão ‘estourar’ na (medicina) especializada”, disse Mandetta.
O governo federal pretende que a transferência entre os programas não faça com que as cidades mais pobres fiquem desassistidas. O “Médico pelo Brasil” deve ser lançado como medida provisória pelo presidente Jair Bolsonaro, para depois ser analisado pelo Congresso. Conforme o ministro, o edital só será lançado depois que a proposta passar pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
Os locais atendidos pelo programa serão escolhidos por dados técnicos, como “Bolsa Família”, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e expectativa de vida da comunidade. A intenção é beneficiar as cidades onde a população é mais vulnerável. Para os locais onde é mais difícil a contratação de médicos (como comunidades indígenas e ribeirinhas), haverá o pagamento de um valor adicional.
“Queremos soluções práticas. Aquelas pesquisas feitas para gerar mestrado são interessantes, mas queremos pesquisas vocacionadas para os produtos dos quais o Brasil precisa, sobre as nossas doenças, nossa realidade”
Luiz Henrique Mandetta
Ministro da Saúde
Pesquisas
Um novo mecanismo para a definição das pesquisas científicas desenvolvidas no Brasil é vislumbrado pelo governo federal, revelou o ministro. Se hoje são os futuros mestres e doutores que solicitam verbas aos institutos de fomento para aplicar em suas propostas, agora, os recursos serão direcionados aos estudos de interesse prioritário da União.
De acordo com Luiz Henrique Mandetta, a intenção do governo é alterar os rumos da pesquisa feita no Brasil. “Queremos saber se os testes rápidos para doenças como leishmaniose, Aids e sífilis estão funcionando. Se a vacina para malária, anunciada há algum tempo, a partir da cepa de um vírus que não tem no Brasil, pode nos servir para achar uma vacina que sirva para a população brasileira”, explicou, lembrando que o país também tem interesse em conhecer melhor uma vacina que os russos desenvolveram para a doença.
No congresso na capital mineira, o chefe da Saúde anunciou um investimento de R$ 50 milhões em pesquisas sobre enfermidades transmissíveis e negligenciadas.
“Os recursos são destinados a pesquisadores das doenças que interessam ao Brasil, como malária, leishmaniose e doença de Chagas. São ainda muito presentes e nós temos que achar soluções para elas”, afirmou o ministro.
O investimento será dividido em três chamadas públicas de pesquisa. Serão R$ 24 milhões para estudos sobre doenças negligenciadas, R$ 10 milhões para pesquisas exclusivamente dedicadas à malária, e R$ 16 milhões para estudos sobre tuberculose. Os temas selecionados foram definidos a partir da agenda de prioridades do ministério.
As chamadas serão publicadas no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ainda neste ano. Os projetos terão duração de 36 meses e o apoio, para cada pesquisa, poderá variar entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões.