quarta-feira, 29 de novembro de 2017

PSDB QUER SAIR DO GOVERNO TEMER



Alckmin vai acertar com Temer a saída do PSDB do governo

Estadão conteúdo








Alckmin lembrou que o tucano Bruno Araújo já deixou o Ministério das Cidades

Pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, confirmou nesta terça-feira, 28 que os tucanos vão desembarcar do governo quando ele assumir o comando do partido, o que deve ocorrer na convenção do próximo dia 9. O tom das declarações de Alckmin incomodou o Palácio do Planalto e levou o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), a cobrar respaldo na transição até 2018. O presidente Michel Temer vai conversar com o governador, no próximo sábado, em Limeira (SP), para acertar quando será a saída do PSDB.

O desconforto no Planalto foi provocado principalmente pelo fato de Alckmin dizer que, se dependesse dele, a sigla nem teria se aliado a Temer. "Eu sempre fui contra participar do governo. Acho que não tinha razão para o PSDB participar, indicar ministro", afirmou o governador, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Alckmin lembrou que o tucano Bruno Araújo já deixou o Ministério das Cidades, disse que "outros terão de sair pelo prazo de desincompatibilização" e pregou uma "política diferente" de agora em diante. "Mas votaremos medidas de interesse do País, independentemente de termos cargos, ministérios ou participar do governo", insistiu.

Questionado se o PSDB abandonaria Temer, Alckmin foi evasivo. "Abandonar no sentido de não ter compromisso, não. Porque temos compromisso, responsabilidade e temos de dar sustentação na Câmara e votar projetos de interesse do País", argumentou ele.

Na avaliação de auxiliares de Temer, o governador começou a dar "sinais dúbios" em sua campanha. O Planalto e a cúpula do PMDB têm interesse em montar uma frente de centro-direita com partidos como PSDB, DEM, PP, PR, PSD e PRB para disputar a eleição presidencial de 2018, mas ainda há um clima de mágoa e desconfiança em relação aos tucanos.

"Prefiro acreditar que o PSDB vai ter juízo e somar forças para ajudar a gente a concluir essa transição. Alckmin tem de conversar com os outros partidos e dizer a que veio", afirmou Jucá. "Existe chance para fazermos uma coligação com os tucanos, mas isso depende das ações. Queremos saber, por exemplo, como o PSDB vai votar na reforma da Previdência. Na política, os atos valem mais do que as palavras."

Embora Alckmin tenha falado novamente em desembarque, na prática não se sabe como será essa saída. O ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, deve ser substituído pelo deputado Carlos Marun (PMDB), mas pode ser deslocado para outro posto na equipe. Luislinda Valois (Direitos Humanos) vai deixar o cargo em breve e Aloysio Nunes Ferreira permanecerá no Itamaraty.

"Essa questão do desembarque já está superada. É um falso dilema. Falta só marcar a data", amenizou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal fiador da participação dos tucanos na gestão Temer. "Levar esse tema à convenção é um desrespeito ao próprio PSDB. O que temos de discutir é o leque de alianças que o PSDB deve buscar."

'Jim Jones'

Para Jucá, o governador de São Paulo terá o desafio de enfrentar a pressão dos chamados "cabeças-pretas", que defendem o afastamento do governo, se quiser ter mais adiante o apoio do PMDB. "Os cabeças-pretas querem que Alckmin tome o ponche do Jim Jones", ironizou o senador, em uma referência ao pastor que convenceu mais de 900 pessoas a se matar na Guiana, em 1979.

Na avaliação do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), pré-candidato ao governo da Bahia, o fato de o PSDB "se arrumar" internamente é o primeiro passo para a construção de uma aliança em 2018. "Mas isso não significa que as coisas serão automáticas. Se quiser parceria, em algum momento o PSDB terá de nos procurar", disse ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COREIA DO NORTE PROVOCA COM LANÇAMENTO DE NOVO MÍSSIL



'Vamos tomar conta disso', diz Trump sobre míssil lançado pela Coreia do Norte

Estadão Conteúdo









O Pentágono afirmou que o míssil caiu no Mar do Japão, entre a Coreia do Sul e o território japonês


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que seu país "vão tomar conta disso", ao ser questionado sobre o mais recente lançamento de um míssil pela Coreia do Norte.

O presidente disse a jornalistas que "essa é uma situação com a qual nós vamos lidar".

Mais cedo, a Casa Branca disse que Trump foi comunicado sobre o lançamento do míssil balístico por Pyongyang enquanto o projétil ainda estava no ar.

O Pentágono afirmou que o míssil caiu no Mar do Japão, entre a Coreia do Sul e o território japonês. O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, diz que a ação de Pyongyang não põe em perigo a paz mundial
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COLUNA ESPLANDA DO DIA 29/11/2017



Espiões de Temer

Coluna Esplanada - Leandro Mazzini








Michel Temer reforçou o Sistema Brasileiro de Inteligência no Decreto nº 9.209 de segunda-feira. Em poucas alterações no texto do decreto que criou o modelo em 1999, ele ampliou o poder de indicar espiões da Agência Brasileira de Inteligência para vários ministérios que compõem o Sistema. São servidores redirecionados e nomeados para cargos-chaves nas pastas e autarquias, a serviço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). É legal, estratégico e respaldado na Constituição, pela soberania do país. Mas revela sua preocupação em vigiar o que anda acontecendo na Esplanada.
Por aí
Os ‘espiões’ estão distribuídos por ministérios como Trabalho, Itamaraty, Saúde, Defesa, Comunicações. Também estão em autarquias e órgãos de segundo escalão.

Pose
O Palácio, que conta com uma espécie de Secretaria Digital, espalhou a foto oficial (enfim) de Temer pelos órgãos públicos. Ele inovou na pose e causa comentários.

Será?
O líder do Governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), garante que na Casa Alta a ‘reforma (da Previdência) passa’. O problema para o Palácio é fazer o projeto chegar lá.

Agora é com Maia
Após emplacar o amigo deputado do ‘baixo clero’ Alexandre Baldy (GO) no cobiçado e eleitoreiro Ministério das Cidades, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, corre na articulação para entregar ao presidente Temer os 308 votos na Casa para aprovar a PEC da Reforma da Previdência. Comprometeu-se a negociar pessoalmente com deputados.

Previdenciômetro
Mas está difícil. Nos bastidores, a própria base, cobrada pelos eleitores às vésperas de ano eleitoral, está reticente com a mudança das regras. O cenário até melhorou após a rejeição da segunda da PGR contra Temer: a conta dos votos subiu de 230 para 270, mas ainda insuficiente para colocar a PEC em pauta.

Cantou de Gallo
Lembram do ‘Seu’ Felisberto Córdova, o advogado veterano que se irritou numa sessão do TJ de Santa Catarina e acusou um desembargador de vender voto? Deu em nada. O presidente do TJSC, Torres Marques, mandou arquivar a denúncia. O desembargador é Eduardo Gallo – que deve processá-lo.

Prêmio..
O Ministro da Educação, Mendonça Filho, recebeu o Prêmio Educador da Academia Brasileira de Educação, presidida por Carlos Alberto Serpa. Foi um encontro familiar também. Mendoncinha é genro do imortal Marcos Vilaça, que o prestigiou.

..e premonição
Em conversa com amigos, Mendonça revelou que vai concorrer ao Senado ou ao Governo de Pernambuco. E que vai “seguir a orientação do DEM”.

Briga de ego
No mesmo dia em que a equipe do Ministério Público do Rio foi à Cadeia de Benfica e fez imagens da cela do ex-governador Sérgio Cabral, outra equipe do MP esteve na cela pela manhã e não encontrou nada. Ficou estranho.

Pela juventude
A CCJ da Câmara aprovou a PEC 129/15, que nasceu na CPI que investigou violência contra jovens negros e pobres. A proposta obriga o Governo a planejar e executar, em várias esferas de Poder, planos de enfrentamento ao homicídio de jovens.

Dados tristes
O Brasil tem a sétima maior taxa de homicídios de adolescentes do mundo, destacou a deputada Rosângela Gomes (PRB-RJ), relatora da CPI.

Apps em alta
Veja como o perfil do consumidor vai mudando. A B2W Digital teve o maior tráfego do e-commerce no Brasil no Black Friday, com mais de 30 milhões de visitas, segundo relatório daSimilarWeb; 63% das visitas foram realizadas via móbile. E houve 220 mil downloads de aplicativos de marcas – aumento de 120% em relação a 2016.

Salário na rede!
Desembarcou no Rio para palestra na PUC do Rio a professora norueguesa de Ciência Política Benedicte Bull, especialista em América Latina. Conta cases interessantes. De como a Noruega se tornou um país rico em 100 anos; e sobre a transparência: todo cidadão (todo mesmo) de lá tem seu salário divulgado em plataforma online.

Já por aqui..
...O desafio é gigante. O cidadão pouco vê seu salário na conta. Ou nem vê.



15 ANOS DA TRAJÉDIA DO SUBMARINO RUSSO KURSK



O submarino que não voltou

Manoel Hygino 








Os jornais de sábado – 25 de novembro de 2017 – davam informações sobre o submarino argentino ARA San Juan, desaparecido então há dez dias no Atlântico Sul, com 44 tripulantes. O presidente Maurício Macri assegurou que as buscas continuavam, contando com o apoio total da comunidade internacional e avanços tecnológicos. A embarcação dera sua última mensagem no dia 15 de novembro, quando navegava em direção à sua base no porto de Mar del Plata, a 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires.
Esse tipo de tragédia já inspirou mais de um filme. Assim, se repetem os acontecimentos de 2000, na Rússia, quando um submarino nuclear daquele país “estava afundando no Mar de Barents, levando consigo 118 tripulantes, para usar as palavras da jornalista Masha Gessen. Ela confessa: “De todas as histórias dolorosas que precisei cobrir e que o povo da Rússia teve de testemunhar, o desastre do Kursk foi provavelmente a mais devastadora.
Durante nove dias, as mães, as esposas e os filhos dos homens que estavam a bordo – e, junto com eles, a Rússia inteira – conservavam a esperança de que alguns deles ainda estivessem vivos. Todo o país se manteve em vigilância enquanto a Marinha e o governo se atarantavam em tentativas de resgate. Equipes da Noruega e da Grã-Bretanha se puseram à disposição, mas foram rejeitadas, supostamente em virtude de cuidados relativos à segurança. E o pior foi que o novo presidente (Putin) ficou calado: estava de férias no Mar Negro”.
O Kursk era uma metáfora da Rússia pós-soviética. Começara a ser construído em 1990, quando a União Soviética estava prestes a extinguir-se. Ficou pronto em 1994, “enquanto o império ruía”. O submarino nuclear era imenso, mas não passara por manutenção desde que lançado. Participara de sua primeira missão no verão de 1999, quando Putin subiu ao poder e participaria da primeira operação importante de treinamento exatamente em agosto de 2000.
Gessen conta uma história dolorosa: o submarino e a própria Frota Russa do Norte não estavam preparados para o exercício. Os navios e os homens não preenchiam as exigências técnicas e legais para um exercício militar convencional.
Eis parte do texto original: “O submarino havia sido equipado com torpedos de treinamento, alguns dos quais com a data de validade vencida e o resto sem uma verificação adequada. Alguns tinham furos de ferrugem visíveis: os anéis de conexão de borracha de outros já tinham sido usados inúmeras vezes, numa nítida violação aos regulamentos de segurança. A morte está conosco aqui a bordo”, disse um dos tripulantes à sua mãe, referindo-se aos torpedos, seis dias antes do acidente”.
Temeridade e falta de respeito à vida. Os depoimentos são dramáticos. Foi um dos projeteis que pegou fogo e explodiu. Houve duas explosões dentro do submarino e a maioria da tripulação teve morte instantânea. Vinte e seis sobreviventes correram para uma área não afetada no interior da embarcação e esperaram socorro. Dispunham de equipamento para sobrevivência por algum tempo e confiavam ser salvos porque participavam de um exercício militar.
Os tremores da explosão foram captados por uma estação sísmica da Noruega, mas transcorreram nove horas para se iniciar o resgate frustrado. Era tarde, muito tarde, mesmo com os sobreviventes batendo o SOS pelo Código Morse.