Ladrões de
celular atacam em seis de cada 10 ruas de Belo Horizonte
Raul Mariano
O estudante Lucas
Gomes teve o celular levado por um assaltante na rua Padre Pedro Pinto, em
Venda Nova; o prejuízo foi de R$ 1.700
Mais da metade das
ruas de Belo Horizonte registraram pelo menos um roubo de celular nos últimos
três anos. São cerca de 6.700 vias marcadas pela ação de criminosos que,
segundo especialistas, elegeram o aparelho como alvo predileto. Apenas de
janeiro a setembro de 2017, a capital contabilizou mais de 23 mil ocorrências
dessa natureza conforme dados da Polícia Militar.
No ranking de
logradouros com maior foco do problema, a avenida Cristiano Machado lidera com
589 roubos de celular registrados no período.
Em seguida, está a
rua Padre Pedro Pinto, em Venda Nova, com 398 ocorrências registradas nesses
meses. Um crescimento de quase 40% em relação à mesma época de 2016.
Quem transita por lá
afirma que os ataques a pedestres já se tornaram algo comum. É o caso do
estudante de publicidade Lucas Gomes, que foi alvo de bandidos armados no local
em plena luz do dia.
Ele percebeu que
estava sendo seguido e atravessou a rua na tentativa de escapar, mas, ao chegar
do outro lado, foi abordado pelo criminoso. “Eram 13h. Ele mostrou o revólver,
pediu que eu desbloqueasse o celular e tirasse meu chip antes de entregar para ele.
Meu aparelho custava R$ 1.700 e só tinha quatro meses de uso”, lamenta.
A pouco menos de 300
metros dali, já na avenida Vilarinho, Anísio da Silva, funcionário da padaria
Renault, foi vítima de outro assalto enquanto esperava o ônibus no fim do expediente.
“O ladrão chegou a pé, com um capacete na mão, e levou meu telefone. Depois
disso, aconteceu de novo com várias pessoas no mesmo ponto”, relata.
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A menos de dois
quilômetros do local, na Cristiano Machado, em frente ao Shopping Estação, o
problema se repete. Usuários do transporte coletivo alegam que os roubos são
diários e sempre nos horários de saída das faculdades que estão instaladas nas
proximidades.
Funcionária de uma
loja de celulares do mall e usuária do transporte público, Ingrid Rosenberg
explica que o problema tem sido percebido na procura de clientes que querem
fazer seguro do aparelho.
“Percebemos que tem
muita gente acionando o seguro. Aqui nos arredores do shopping acontecem roubos
todos os dias. É algo constante”, afirma.
Prejuízo
Prejuízo
Quem não tem seguro
e vira alvo dos assaltantes é obrigado a assumir o prejuízo. No caso de João
Victor Belchior, estudante de Ciências Contábeis, o rombo foi de
aproximadamente R$ 800.
“O indivíduo chegou
armado e, além do meu celular, levou as bolsas de várias mulheres que esperavam
pelo ônibus”, relembra.