Medo da
Pampulha: confirmação de morte por febre maculosa assusta frequentadores de
cartão-postal
Ana Júlia Goulart
Os turistas Valéria
Gonçalves e Pedro Maia decidiram evitar o Parque Ecológico, onde houve o
contágio de uma das vítimas por febre maculosa
Subiu para cinco o
número de óbitos causados por febre maculosa em Minas neste ano. Um morador de
Florestal, na Grande BH, morreu em Contagem após procurar atendimento na cidade
vizinha. O homem tinha contato com animais na zona rural e não esteve na
Pampulha, na capital. No entanto, com mais essa confirmação – a segunda em
apenas uma semana – o medo da doença transmitida pelo carrapato-estrela volta à
tona.
A preocupação é
maior justamente na orla da Lagoa da Pampulha. Alguns turistas estão
apreensivos e comerciantes temem pela fuga de visitantes, sobretudo no Parque
Ecológico, onde houve o contágio da primeira vítima, que também era de
Contagem. Na tentativa de evitar novos casos, a prefeitura de BH apresentou
nessa sexta-feira o plano de manejo dos roedores, que deve durar pelo menos um
ano.
Novo roteiro
Moradores de
Almenara, no Jequitinhonha, Valéria Gonçalves Marcelina, de 28 anos, e Pedro
Maia de Souza, de 34, estavam no cartão-postal da cidade quando souberam dos
casos. A notícia impactou no roteiro dos turistas, que pretendiam ir até o
parque. “Como é uma doença grave, devemos evitar. Fica difícil não temer”,
disse Maia.
No Parque Ecológico
a situação é ainda pior. No ano passado, um menino de 10 anos também morreu por
febre maculosa após ter tido contato com a área verde. A criança participou de
uma atividade recreativa em 20 de agosto e, seis dias depois, começou a
apresentar os sintomas.
Quem trabalha no espaço conta que o movimento caiu 50%. “Nesse primeiro fim de semana é que vamos perceber, de fato, o impacto. Mas, no ano passado, os visitantes sumiram”, conta uma ambulante que trabalha por lá.
Quem trabalha no espaço conta que o movimento caiu 50%. “Nesse primeiro fim de semana é que vamos perceber, de fato, o impacto. Mas, no ano passado, os visitantes sumiram”, conta uma ambulante que trabalha por lá.
Comerciantes acreditam que irá cair o número de visitantes no
cartão-postal; Parque Ecológico foi um dos locais mais afetados no ano passado,
na época da morte de criança
Plano contra a
doença
Segundo a
prefeitura, o plano de manejo já começou. Dentre as ações, o atendimento e o
diagnóstico da febre, a conscientização das pessoas e a castração dos
roedores. Médicos e profissionais que atuam em unidades de saúde passaram
por capacitações. Eles estão habilitados a identificar os casos e tratar
imediatamente os doentes. A conscientização da população será feita com folders
e placas em locais de risco.
Já o início dos
trabalhos com os bichos deve começar só na segunda-feira. A Secretaria
Municipal de Meio Ambiente aguarda um retorno do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Técnicos da empresa
contratada vão capturar as capivaras e castrá-las, antes do retorno ao habitat.
Os animais serão identificados e monitorados. A reportagem tentou, por várias
vezes, contato com o Ibama. No entanto, até o fechamento desta edição, ninguém
atendeu às ligações nem retornou e-mail enviado.
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