segunda-feira, 4 de setembro de 2017

AVANÇO DA CIÊNCIA NO COMBATE À LEUCEMIA



Combate à leucemia: tratamento que modifica genes de doentes é aprovada nos EUA

AFP










Material genético do paciente é utilizado na produção do tratamento para atacar a leucemia

WASHINGTON – A agência federal de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, aprovou a comercialização da primeira terapia gênica do mundo, que consiste em modificar geneticamente o sistema imunológico de um doente para combater uma forma agressiva de leucemia.
A FDA dá início, assim, a uma nova era para tratar e eventualmente curar muitas doenças hoje incuráveis, após atender as recomendações, em julho, de um grupo consultivo de especialistas independentes.
Este tratamento, chamado Kymriah (tisagenlecleucel), foi desenvolvido por um pesquisador da Universidade da Pensilvânia e patenteado pelo laboratório suíço Novartis para tratar a leucemia linfoblástica aguda.
Esta leucemia avança rapidamente e é o câncer de sangue pediátrico mais frequente nos Estados Unidos, com cerca de 3.100 novos casos diagnosticados anualmente entre os menores de 20 anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer daquele país (NCI).

Público-alvo
O Kymriah é destinado a crianças e adultos jovens menores de 25 anos que mostraram resistência a outras terapias contra esta leucemia ou que tiveram uma recaída, algo que ocorre em entre 15% e 20% dos casos.
Segundo o Novartis, 600 doentes seriam elegíveis a cada ano nos Estados Unidos para este tratamento. “Entramos em uma nova era na inovação médica, com a capacidade de reprogramar as células do sistema imune de um paciente para que possam destruir as células cancerosas mortais”, apontou o médico Scott Gottlieb, diretor da FDA.

Transformação
“As novas tecnologias como as terapias gênicas e celulares têm o potencial de transformar a medicina, tornando possível o tratamento e a cura de uma série de doenças incuráveis”, disse Gottlieb em um comunicado.
“Esta decisão marca a primeira comercialização no mundo de uma terapia genética, (...) baseada em um novo enfoque totalmente personalizado que utiliza as próprias células do sistema imune do doente”, comemorou o presidente do Novartis, Joseph Jiménez, em teleconferência à imprensa.
O custo de um tratamento com o Kymriah é de US$ 475 mil, indicou na coletiva de imprensa Bruno Strigini, responsável pelo departamento de cancerologia do Novartis.
Terapia estimula o sistema imunológico a lutar contra a enfermidade
A segurança e eficácia do Kymriah foram demonstradas por um teste clínico feito com 63 pacientes pediátricos e adultos jovens que não tinham respondido aos outros tratamentos ou haviam tido uma recaída.
De acordo com esta técnica, cria-se um tratamento para cada paciente, cujas células do sistema imune são recolhidas e congeladas para serem levadas a um laboratório, onde são geneticamente modificadas para atacar a leucemia.
A taxa de remissão alcançou 83% nos três primeiros meses do tratamento, que consiste em uma única dose de células imunes modificadas, detalhou a FDA.
Os doentes que não respondam durante o primeiro mês não pagarão pelo tratamento, prometeu Bruno Strigini, responsável pelo departamento de cancerologia do Novartis.
Ele afirmou que as terapias atuais contra a leucemia, como o transplante de medula óssea, poderiam custar até US$ 800 mil nos Estados Unidos.
A maioria dos pacientes tratados com o Kymriah serão provavelmente cobertos pelos seguros médicos ou pelo Medicaid, o plano de saúde para pessoas com baixos recursos.

Efeitos colaterais
O Kymriah poderá ter efeitos colaterais sérios, como infecções graves, febres altas, hipotensão arterial, problemas renais e uma diminuição de oxigênio no sangue.
Tendo em conta o sucesso do ensaio clínico com os 63 pacientes, a FDA atribuiu em 2014 a esta terapia gênica o status de “tratamento terapêutico avançado”, o que permitiu acelerar os procedimentos para a implantação.
Novartis e outros laboratórios trabalham no desenvolvimento de tratamentos similares para o mieloma múltiplo, para outra forma de leucemia e para um tumor agressivo de cérebro.



sábado, 2 de setembro de 2017

EXPECTATIVA DE NOVA ACUSAÇÃO CONTRA O PRESIDENTE TEMER



CRISE SEM FIM NO GOVERNO
Janot insiste em novo inquérito
Além do presidente, Rodrigo Rocha Loures também seria incluído no inquérito


Jornal O Tempo







Preocupado. Michel Temer cogita voltar antecipadamente da China para enfrentar nova denúncia de Janot

Brasília. Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quinta-feira, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, voltou a pedir a abertura de um novo inquérito contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). A necessidade de uma investigação dos dois com relação à edição do Decreto dos Portos foi inicialmente apontada pelo procurador em junho, quando a PGR enviou à Corte máxima do Judiciário brasileiro a denúncia contra o Temer por corrupção passiva.

Na época, Janot apontou a necessidade de apurar possíveis crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva. Segundo a PGR, durante as investigações relacionadas ao caso da JBS foram identificados “outros fatos penalmente relevantes, os quais merecem ser devidamente apurados em inquérito próprio”.

O relator do caso JBS, ministro Edson Fachin, pediu, no entanto, que Janot se manifestasse sobre uma eventual conexão desta investigação com um inquérito que já tramitou no Supremo e foi arquivado em 2011.

A investigação anterior começou a pedido da Polícia Federal em Santos sobre suspeitas de corrupção e fraudes em licitações envolvendo o porto. O caso subiu para o STF para apurar possível envolvimento de Temer, então deputado federal, mas foi arquivado pelo ministro Marco Aurélio Mello.

Ao reiterar a necessidade da investigação, Janot pede que o novo inquérito seja instaurado e distribuído livremente entre os ministros do Supremo. “Registre-se que entre os fatos (analisados nos autos 3105/STF e objeto do novo inquérito) há um lapso temporal de mais de 15 anos. Além disso, verifica-se que o contexto fático a ser investigado é distinto, quando comparado com o do Inquérito 3.105, tanto que a capitulação típica inicialmente vislumbrada difere diametralmente”, escreveu o procurador geral na peça enviada ao STF.

“Não há elementos que indiquem a existência de conexão entre as investigações”, afirmou Janot.
As suspeitas sobre Temer em torno da edição do Decreto dos Portos surgiram a partir de uma conversa de pouco mais de 2 minutos com Loures interceptada pela Polícia Federal em 4 de maio.

Loures, que foi assessor especial da Presidência, estava grampeado. O deputado tentava saber sobre a assinatura do Decreto dos Portos e Temer informou o parlamentar que iria assinar o decreto na outra semana.

Depois da conversa com Temer, Rocha Loures passou informações por telefone a Ricardo Conrado Mesquita, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira dos Terminais Portuários e diretor da empresa Rodrimar, que opera no Porto de Santos.

O presidente assinou em 10 de maio decreto para facilitar investimentos privados nos portos. Na conversa ao telefone, o presidente indica o que é uma das principais mudanças previstas no decreto, o aumento para 35 anos de prazos dos contratos de arrendatários, prorrogáveis por até 70 anos.

Após Loures comentar que teve informação de que já teria sido assinado o decreto, Temer responde: “Não. Vai ser assinado na quarta-feira à tarde... Vai ser numa solenidade até, viu?”. Em outro trecho da conversa, o presidente diz que “aquela coisa dos setenta anos lá para todo mundo parece que está acertando aquilo lá...”

Procurada, a assessoria do Palácio do Planalto informou que o presidente não vai comentar o pedido do Ministério Público Federal.
"TUDO COMO ESTÁ"
Avaliação. O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ) falou ontem, durante visita ao Espírito Santo, sobre a expectativa de nova denúncia contra o presidente Michel Temer. Para o deputado federal democrata, “o melhor para o Brasil é que as coisas fiquem como estão”.

Sem defesa. Apesar da avaliação de que o quadro ideal seria o de estabilidade, Rodrigo Maia não fez uma defesa direta do presidente e voltou a dizer que a Câmara irá analisar com isenção uma eventual nova denúncia contra o presidente. “Se tivermos que analisar, vamos analisar da mesma forma que a primeira, com toda a isenção, deixando que o Plenário tome da decisão que achar melhor”, disse Rodrigo Maia em entrevista à TV Gazeta.

UNIÃO EUROPEIA E REINO UNIDOS VOLTAM A DISCUTIR O BREXIT



Reino Unido e UE iniciam negociação histórica do Brexit

Os negociadores precisam trabalhar a partir de agora para que a saída do primeiro país do bloco, nascido dos escombros da Segunda Guerra Mundial, aconteça, com ou sem acordo



Jornal O Tempo









AFP
As aguardadas negociações do Brexit finalmente começaram nesta segunda-feira (19) entre a União Europeia (UE) e um fragilizado governo britânico, com a intenção de conversações "construtivas" sobre a primeira saída, prevista para março de 2019, de um país em seis décadas de projeto europeu.
"Hoje iniciamos as negociações para a saída ordenada do Reino Unido da União Europeia", afirmou o negociador europeu, o francês Michel Barnier, que recebeu com um aperto de mãos na sede da Comissão Europeia o ministro britânico David Davis.
Os dois expressaram o desejo de conversações "construtivas", mas as primeiras palavras de ambos deram a entender que as prioridades são diferentes: a conta a pagar por Londres e os direitos dos cidadãos para Barnier; o futuro marco legal das relações para o britânico.
Davis falou sobre sua determinação a "construir uma forte e especial relação" entre ambos, em referência ao futuro marco legal, que poderia incluir um acordo de livre comércio, o que Londres deseja negociar de modo paralelo ao divórcio.
Mas Barnier anunciou que o objetivo dos 27 países da UE é enfrentar "as incertezas geradas pelo Brexit", para "os cidadãos, os beneficiários das políticas da UE e nas fronteiras, especialmente a Irlanda".
Mais de nove meses após o terremoto provocado pela vitória do Brexit no referendo, a primeira-ministra britânica, Theresa May, ativou em 29 de março a contagem regressiva de doi anos para a saída do bloco.
Os negociadores precisam trabalhar a partir de agora para que a saída do primeiro país do bloco, nascido dos escombros da Segunda Guerra Mundial, aconteça, com ou sem acordo.
A chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, desejou um "bom acordo" para as duas partes, mas destacou que os 27 "formularão seus interesses de maneira muito clara e, com sorte, juntos".
Prioridades e calendário
Apesar das divergências, os britânicos parecem ter aceitado a abordagem europeia, pois as negociações devem começar de acordo com a sequência definida pela UE.
O Reino Unido deseja discutir de modo paralelo ao divórcio o futuro das relações com seus ainda sócios, mas os europeus descartam falar sobre o pós-Brexit antes de avançar em suas prioridades no processo de separação.
A conta a ser paga por Londres pelos compromissos assumidos com os 27 países do bloco, que segundo estimativas pode chegar a 100 bilhões de euros, e os direitos de centenas de milhares de europeus no Reino Unido e vice-versa são consideradas as questões mais delicadas.
O primeiro dia de discussões será dedicado à organização prática das negociações.
"Espero que possamos identificar prioridades e um calendário", disse Barnier.
O ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, um dos líderes do Brexit no referendo, expressou otimismo nesta segunda-feira.
"Acredito que todo o processo levará a uma resolução feliz, que pode ser alcançada com honra e benefício para ambas as partes", disse Johnson, para quem "o mais importante é olhar para o futuro".
Mas a incerteza persiste em Bruxelas, depois que a primeira-ministra britânica perdeu a maioria parlamentar em uma eleição antecipada convocada justamente para tentar reforçar sua posição nas negociações do Brexit.
May passou meses insistindo que nada mudaria sua intenção de reduzir a migração e que estava disposta a deixar o mercado único europeu, a união alfandegária e todas as instituições europeias, com o objetivo de controlar suas fronteiras.
Mas no dia 8 de junho, os eleitores britânicos acabaram com sua maioria absoluta no Parlamento, o futuro de May é incerto, a libra não se recuperou do susto com o referendo do ano passado, a inflação está em alta e a confiança dos consumidores em queda.
May, que em várias oportunidades afirmou que preferia "nenhum acordo a um acordo ruim" com a UE, terá a oportunidade de explicar seus planos em uma reunião do bloco prevista para o fim de semana em Bruxelas.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 02/09/2017



Caciques x Fiscais

Coluna Esplanada - Leandro Mazzini

Uma batalha inflama o Ibama e pode colocar na guilhotina a cabeça da presidente do órgão, Suely Araújo. O superintendente do Ibama no Amapá, Leonardo Melo, avisou a caciques em Brasília que uma subordinada o atropelou e, com aval da presidência, convocou equipe da capital federal para operação que fechou uma dezena de madeireiras no Estado, sem ciência da superintendência local. Os madeireiros protestam. Segundo eles, atuam dentro da lei. Uniram-se a prefeitos e visitaram o ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney. Ontem também pressionaram o ministro da Justiça. O Ibama nega qualquer intervenção na superintendência do Amapá.

No escuro
A operação foi em julho e o superintendente diz que ficou no escuro: “Comuniquei a Brasília o que houve; só fiquei sabendo dias depois que a equipe já havia retornado”.

Ele voltou
O caso chegou ao ex-senador José Sarney, pai de Zequinha, que já acionou o presidente Michel Temer para apagar o incêndio. Sarney ficou irritado com a operação.

Bunker
Os prefeitos e madeireiros visitaram Sarney em seu escritório no último dia 24, e o ex-senador pelo Amapá telefonou para o filho ministro para que os recebesse de imediato.

Promessa...
A direção da Federação dos Bancos prometeu, em reunião com os representantes do Conselho Federal de Administração, diminuir o custo médio da emissão dos boletos bancários. Hoje esse valor circula na marca dos R$ 20.

...É dívida
Caso isso não aconteça, segundo levantamento do CFA, em um ano os bancos lucrarão até R$ 72 bilhões com a emissão de 3,6 bilhões de boletos registrados e as empresas terão prejuízo estimado em R$ 36 bilhões pela emissão de boletos não pagos. Ontem a Coluna revelou que o calote está em alta no país, dos pequenos aos grandes empresários.

Delegatas 
Algo curioso sobre o filme ‘Polícia Federal – A Lei é para todos’, sobre a Lava Jato, que estreia dia 6. A atriz Flávia Alessandra, que interpreta a delegada Erika Marena, foi monitorada por delegados de Brasília, e pouco falou com Marena nas visitas a Curitiba.

É guerra 
Dirigentes sindicais saíram indignados da reunião com o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério do Planejamento, Augusto Akira Chiba. Porta-voz do Governo Temer, Chiba confirmou o adiamento dos reajustes salariais outrora prometidos.

Nas ruas
Os agentes da Polícia Federal preparam estado de greve por causa do ‘calote’ do Governo sobre o reajuste salarial. E prometem ir às ruas.

Medo da Onça
Há uma semana os portões da sede da ANTT – numa área afastada no setor de clubes Sul – são fechados assim que o sol se põe. O aparecimento de uma onça parda rondando a região deu medo na turma. Apostam ser a mesma vista nos arredores do Congresso.

Os sem-chofer
Por falar na ANTT, a turma da direção vai sentir falta dos carros com motoristas. O presidente Temer anunciou corte de 950 dos mil veículos oficiais de autoridades da administração federal. Na cúpula da agência, só uma diretora dirige o próprio carro.

Novo político
O mercado está mesmo apostando em uma surpresa para 2018. Professor da FGV e conhecido de investidores, Luiz Cabrera diz que o futuro presidente do Brasil “deve vir da iniciativa privada”, diante de “uma crise evidente de lideranças políticas”. Cravou no G100 Brasil – Núcleo de Estudos do Desenvolvimento Empresarial e Econômico.

Toga quente
Há um climão nos corredores do Supremo Tribunal Federal. A Corte está rachada entre os que indicam para Cármen Lúcia julgar logo a suspeição do ministro Gilmar, e os que querem que engavete o pedido do PGR Rodrigo Janot.

Ponto Final
“Moreira Franco honra o apelido de Angorá dado por Brizola. Ele sempre dá um jeitinho de passar de um colo para o outro; muda governo, e ele está lá”.
Do deputado Ivan Valente (Psol-SP)