quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

TRUMP CRITICA A ONU OUTRA VEZ



ONU é apenas um clube para as pessoas passarem bons momentos, diz Trump

Estadão Conteúdo









O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a efetividade das Nações Unidas após o Conselho de Segurança condenar, na semana passada, os assentamentos de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém.

Em seu perfil no Twitter, o republicano afirmou que a ONU "tem grande potencial", mas se tornou "apenas um clube para as pessoas se juntarem, conversarem e passarem bons momentos".

Na sexta-feira, o Conselho de Segurança aprovou a condenação com a anuência dos Estados Unidos, país com poder de veto que se absteve da votação. No mesmo dia, Trump já alertara que "as coisas serão diferentes depois do dia 20" na ONU, em referência à data em que é empossado no cargo.

Em dezembro de 2015, Trump afirmou à Associated Press que seria "muito nêutro" em questões relacionadas a Israel e Palestina. No entanto, seu tom se tornou decididamente mais favorável à Israel ao longo da campanha. Fonte: Associated Press.

NÃO TEM DINHEIRO PARA ATENDER O POVO - MAS SOBRA MUITO DINHEIRO PARA A CORRUPÇÃO DOS POLÍTICOS



'Financial Times' diz que Odebrecht é máquina de suborno brasileira

Estadão Conteúdo 





Numa longa reportagem com várias fotos e gráficos, o site do jornal britânico Financial Times trouxe nesta quarta-feira, 28, mais um recorte da corrupção no Brasil. Com o título "Odebrecht: uma máquina de suborno brasileira", a publicação cita que uma multa recorde por pagamentos ilegais levanta esperança de um fim para uma cultura de impunidade no País.

O periódico lembra que a empreiteira foi responsável pela renovação do estádio do Maracanã (Rio de Janeiro) para a Copa 2014, desenvolveu uma das maiores hidrelétricas da África e construiu um porto de US$ 1 bilhão em Cuba. "Mas agora a Odebrecht, o maior grupo de construção da América Latina, corre o risco de ser mais conhecida por criar uma das maiores máquinas de suborno da história corporativa."

O FT cita que, na semana passada, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos descreveu a operação, que canalizou quase US$ 788 milhões para políticos e funcionários de uma dúzia de países, como um "esquema de corrupção e suborno incomparável". A empresa terá agora que pagar uma multa recorde de pelo menos US$ 3,5 bilhões. O escândalo que destruiu a Odebrecht e ameaça derrubar políticos no Brasil teve um início discreto na divisão de operações estruturadas da empresa.

Com trechos de depoimentos da secretária da empresa Maria Tavares, o jornal cita pagamento para políticos e funcionários públicos que se estende de Brasília a Maputo, em Moçambique. A operação, que teve início em 2001, era sofisticada, conforme descreve o Financial Times. Contava com computadores e sistemas de e-mail separados, códigos para beneficiários e, mais tarde, até a compra de um banco, o Antígua, onde os corruptos podiam abrir contas e receber pagamentos diretos.

A publicação dá mais detalhes sobre como as operações ocorriam e comenta que sua existência por tanto tempo e em tantos locais tem abalado a realização de negócios do Brasil. "Jamais o sistema político e econômico foi atingido tão profundamente", disse o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ao FT.

A reportagem também salienta que, como muitos pagamentos foram feitos por meio de sistemas bancários legítimos, o escândalo também levanta questões sobre requisitos globais de conformidade, particularmente no mundo em desenvolvimento, onde a Odebrecht pagou dezenas de altos funcionários públicos. Segundo o jornal, o episódio também é uma ameaça para o governo do presidente Michel Temer, que tenta reativar a economia.

O periódico informa aos leitores que depoimentos detalhados foram dados por cerca de 80 executivos da empreiteira, incluindo seu ex-presidente executivo da família fundadora, Marcelo Odebrecht. O conteúdo ainda não foi divulgado. Vazamentos, no entanto, citam implicação de Temer e do PMDB, que negam envolvimento. "A investigação da Odebrecht e uma investigação mais ampla sobre a corrupção por grupos de construção e políticos na estatal Petrobras, conhecida como Lava Jato, estão mudando a cultura da impunidade no Brasil".
O FT traz também um pequeno perfil de Marcelo Odebrecht, neto do alemão Norberto, que fundou a empresa. O grupo, cita a reportagem, emprega 128 mil pessoas de 70 nacionalidades e opera projetos que vão desde portos, barragens, redes de metrô, rodovias e uma base de submarinos nucleares em países como Estados Unidos, Angola e Panamá.


O GOVERNO ATUAL É MUITO FESTEIRO



Governo federal gasta R$ 47,2 milhões em festas e homenagens em 2016


Raul Mariano 







COMEMORAÇÃO – O presidente Michel Temer e a primeira-dama, Marcela Temer, brindam durante cerimônia de cumprimentos de fim de ano dos Oficiais-Generais

A polêmica licitação destinada à compra de sorvetes importados para o avião do presidente Michel Temer não se compara, nem de longe, ao que o governo federal gastou com festividades e homenagens neste ano.

Dados da ONG Contas Abertas revelam que R$ 47,2 milhões foram gastos pela União com eventos de janeiro a novembro de 2016. O valor seria suficiente para construir cerca de 675 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, considerando que cada unidade habitacional tenha o custo médio estimado em R$ 70 mil.

Conforme o levantamento, os desembolsos com festividades e homenagens são maiores, por exemplo, do que o valor investido em obras e na aquisição de equipamentos pelo Ministério do Meio Ambiente, que gastou R$ 45,1 milhões, e do Ministério das Comunicações, ao custo de R$ 19,1 milhões no mesmo período.

O dinheiro disponível para essas despesas também é maior do que a verba prevista para 2017 em programas destinados à preservação de florestas, prevenção e controle do desmatamento e incêndios, de atuação para controle e fortalecimento do Ministério Público e a para a Central de Atendimento à Mulher.

Festeiros
O Ministério da Cultura foi o maior responsável por estes gastos em 2016. A Pasta desembolsou R$ 12,5 milhões com itens como o coffee break do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na XX Feira Pan-Amazônica do Livro, por exemplo, que custou R$ 5 mil. Dentre os gastos ainda estão R$ 2,2 mil com buffet para realização do evento de encerramento da “Décima Primavera de Museus” do Museu Regional de São João del-Rei.

O Ministério da Educação ocupa o segundo lugar no ranking, com R$ 10,8 milhões pagos em comemorações neste ano. Na lista de despesas constam R$ 427 mil para a locação de equipamento de áudio, vídeo e foto para o congresso de 70 anos da Universidade Federal da Bahia.

Além disso, o mesmo evento demandou R$ 94,3 mil para aquisição de arranjos ornamentais, locação de toldos e UTI móvel.

No caso do Ministério da Defesa, o terceiro colocado, as despesas ficaram em R$ 6,2 milhões. Na lista de celebrações, serviços de buffet para passagens de comando, aniversário de corporações, despedidas, confraternizações, incluindo as de fim de ano, e até mesmo serviços para funeral.

Incoerência
Para o economista e fundador do Contas Abertas, Gil Castello Branco, os gastos com festividades e homenagens não condizem com a realidade fiscal do país. Para ele, falta ao governo uma postura mais rígida, já que o corte de gastos é indispensável para o reequilíbrio das contas públicas.

“Os custos deste ano foram menores do que os do ano passado, mas ainda assim são muito altos. Com Estados decretando calamidade, acho que os governantes precisam dar exemplos de austeridade. Há uma série dessas festividades que são totalmente dispensáveis. No caso dos militares, por exemplo, uma simples troca de comando gera gastos com buffet. É algo incabível”, avalia.

A secretaria da Presidência da República foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento da edição.

Investimentos em segurança no trânsito ainda são insuficientes
Os investimentos governamentais voltados para reduzir o número de mortes nas rodovias brasileiras estão aquém do que poderiam em 2016. Dos R$ 997,1 milhões autorizados no orçamento para projetos relacionados à educação e segurança no trânsito, apenas 12,4% foram efetivamente desembolsados até o mês de novembro.



MONTANTE – Quase R$ 9 bilhões foram autorizados para ações preventivas de acidentes de trânsito entre 2008 e 2016; somente 18,7% desse total foram efetivamente utilizados
Os dados foram compilados pela ONG Contas Abertas e tiveram como base o Fundo Nacional de Segurança e Educação no Trânsito (Funset), gerenciado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Ministério das Cidades, por intermédio do programa Mobilidade Urbana e Trânsito.

Na prática, a maior parte do orçamento autorizado para o Funset acabou alocado na chamada Reserva de Contingência. Em 2016, a rubrica representa 91% do total dos R$ 997,1 milhões orçados para o fundo. Em outras palavras, R$ 906,7 milhões ficam congelados no orçamento.

Isso acontece porque a Reserva de Contingência costuma ser utilizada para minimizar o déficit primário do governo federal, ou seja, os recursos são contingenciados e auxiliam no fechamento das contas. No ano passado, a reserva atingiu 85% do total dos R$ 982,4 milhões orçados para o fundo.

Sem novidade
O “congelamento” de recursos dentro do Funset, no entanto, acontece há anos. Os dados da Contas Abertas mostram que entre 2008 e 2016, considerando o período de janeiro a novembro, apenas R$ 1,7 bilhão foi efetivamente aplicado nas iniciativas de segurança e educação no trânsito. O montante representa apenas 18,7% dos R$ 8,9 bilhões autorizados durante os exercícios.

O Ministério das Cidades afirmou que “o contingenciamento orçamentário e financeiro diminui a capacidade do Denatran de enveredar esforços nas ações propostas pelo Funset”. Dessa forma, faltam recursos para fortalecimento do Sistema Nacional de Trânsito, para o fomento a projetos destinados à redução de acidentes no trânsito, para iniciativas de educação e cidadania no trânsito, assim como para publicidade dessas ações.

Rodovida
Hoje, a Operação Rodovida é a principal ação do governo para combater mortes no trânsito. A ação prevê fiscalização mais intensa em 100 trechos críticos de rodovias pelo país, com esforço integrado de órgãos federais, Estados e municípios.

VOCÊ É UM AUTOTÉLICO?



É possível ser feliz?

Simone Demolinari 






O estudioso e psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi chamou de autotélicas as pessoas que precisam de poucos bens materiais, pouco entretenimento, lazer, pouco conforto, poder ou fama, sendo mais autônomas e independentes por não se sentirem ameaçadas ou seduzidas pelas recompensas externas. São indivíduos que sentem prazer em tudo ao seu redor e realizados nas atividades que exercem.

Para entender melhor esse conceito é necessário a distinguir realização de sucesso. A realização é algo interno. Uma sensação que vem de dentro e se orienta para um fim que o próprio indivíduo se propõe. Daí a origem da palavra autotélico – “auto” que significa “por si mesmo” e “telos” que significa “fim”. Assim sendo, a experiência autotélica refere-se a uma atividade autossuficiente, envolvente, realizada sem a expectativa externa. Já o sucesso, ao contrário disso, é algo orientado “para fora”, para tudo que julgamos que irá impressionar os outros. Tem mais a ver com a vaidade e competitividade social.

Na visão de Mihály, uma pessoa autotélica sente-se realizada e preenchida porque suas habilidades se emparelham às suas oportunidades. Há um casamento perfeito entre a propensão para agir e a ação.

Contudo, isso é um fenômeno raro. O que geralmente ocorre é o inverso, um desencontro desses comportamentos. Por exemplo: um indivíduo que tem um desafio maior que suas habilidades, provavelmente sentirá ansiedade e angústia. Já aquele cujas habilidades são superiores ao desafio, se sentirá entediado. Porém, quando há um equilíbrio entre a habilidade e o desafio, surge a autotelia.

O estudo sugere que a felicidade depende das experiências autotélicas a partir de qualquer atividade, da mais útil a mais inútil; da mais simples a mais sofisticada, incluindo desde atividades criativas, música, esporte, jogos, aprendizado, hobbies até estudar, dirigir, limpar a casa, entre outras.

Este conceito nos ajuda a entender pessoas com alto nível de felicidade mesmo sem dinheiro. Decifra também a atitude daqueles que abandonam altos salários em busca de algo que faça mais sentido para sua vida. Afinal, sucesso financeiro nunca foi garantia de felicidade. Claro, que não pode faltar dinheiro para o básico como comida, alimentação, moradia e algum para o supérfluo também é importante. Contudo, a sensação de plenitude e autotelia não tem vínculo com bens materiais.

Pessoas autotélicas tendem a registrar permanentemente estados emocionais positivos. Sentem que sua vida é mais significativa, pois, para elas, o processo já é o próprio resultado. Possuem a competência de viver de maneira independente e com autonomia emocional. Estão inteiros em si, submersos no fluxo da vida.

Experiências autotélicas, este é meu voto para ano que se inicia!