quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A PREGUIÇA É A MÃE DO DESÂNIMO



O desânimo e a preguiça

Simone Demolinari 





É cada vez maior o número de pessoas que se queixam de sentir preguiça. Incomodam-se com o fato de não conseguirem colocar em prática planos que gostariam. Sentem-se vencidas pelo desânimo.
No intuito encontrar uma justificativa para tal comportamento, muitas depositam na conta do cansaço físico. Mas será que a preguiça deriva da fadiga ou é uma característica inerente ao ser humano?
Christopher Hsee, cientista da Universidade de Chicago, afirma que não há nada de errado em sentir preguiça, visto que esta é uma condição natural do homem. Algo que ele vê até como positivo, uma vez que ajuda a poupar energia. Para fundamentar a tese, o estudioso comandou um experimento com 98 estudantes.
No experimento, os estudantes deveriam preencher um questionário, esperar 15 minutos e preencher outro. Cumprida a tarefa, o material deveria ser entregue a um dos fiscais presentes em sala de aula. Um deles ficava bem próximo aos alunos. Já o outro, a alguns metros de distância dos participantes. Ao concluírem a tarefa, 68% dos voluntários entregaram os papéis ao fiscal mais próximo.
Podemos também verificar a manifestação da preguiça em vários momentos no nosso dia a dia: quando usamos o celular ao invés de telefone fixo pela simples facilidade de tê-lo à mão; quando optamos por comer algo prejudicial à saúde por estar mais perto; quando substituímos uma palavra por outra por preguiça de saber como conjugá-la; quando desistimos dos nossos objetivos – dieta, academia, estudos etc.
O desânimo e a preguiça são condutas autodestrutivas que, além de atrasar o desenvolvimento dos planos de vida, ainda deixam o indivíduo com baixa autoestima. O sujeito preguiçoso está sempre insatisfeito consigo. Não tem admiração pelo próprio jeito de ser; ao contrário, se envergonha dele. Até hoje não conheci ninguém que tivesse orgulho de ser preguiçoso.
Mas o que fazer diante dessa condição?
Penso que nos tornarmos competentes para lidar com a nossa limitação seja uma boa forma de lutar contra algo tão grandioso. Essa competência inclui:
– Saber lidar com a frustração: pessoas intolerantes à frustração tendem a desistir dos objetivos no primeiro obstáculo. Desanimam do que almejavam e se rendem à preguiça de tentar novamente.
– Desenvolvimento da disciplina: desenvolvemos essa habilidade o quanto mais conseguirmos colocá-la em prática. Por exemplo: se eu me propuser a fazer determinada atividade e a cumprir, além de aumentar minha autoestima, ainda consolidarei um padrão de comportamento.
– Controle das emoções: pessoas mais evoluídas emocionalmente tendem a controlar melhor as emoções. Isso vale para qualquer emoção: raiva, ciúmes, inveja e, claro, a preguiça. Controlar não significa eliminar e muito menos deixar de sentir. Significa apenas que estas emoções, antes de se manifestarem, passam pelo crivo da razão, e só se manifestarão se avalizadas por ela.
Adotar essas posturas não é fácil, mas é possível. Dependerá basicamente da maturidade emocional e do amor próprio.


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

PROJETO DE LIVRE CIRCULAÇÃO NOS PAÍSES DE LINGUA PORTUGUESA



Países de língua portuguesa podem aprovar livre circulação de cidadãos

Estadão Conteúdo 







Nativos de cada país poderão trabalhar e morar no país de língua irmã

Os países de língua portuguesa vão trabalhar para concretizar, num prazo de até dois anos, um acordo que permita a seus cidadãos residirem, trabalharem e terem portabilidade de direitos sociais. Ou seja, será possível a um brasileiro morar e trabalhar em Portugal, por exemplo.

"A ideia é permitir não apenas a estudante, mas a todo cidadão, circular no espaço da comunidade de países de língua portuguesa", disse nesta terça-feira, 1º de novembro, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Ele explicou que será possível residir e trabalhar, mas será necessário discutir situações específicas, e ver a equivalência de títulos acadêmicos e profissionais.

A medida se estende a direitos sociais, como , por exemplo, a previdência. Desta forma, um brasileiro que trabalha em Portugal poderia contar com os anos de trabalho (em qualquer dos países) para a sua aposentadoria global", explicou.

A proposta, apresentada por Portugal, foi acolhida por todos os demais integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na reunião que se encerrou nesta terça no Palácio do Itamaraty. O documento da declaração final do encontro diz que os ministérios envolvidos trabalharão para concretizar esse objetivo até a próxima cúpula, daqui a dois anos, em Cabo Verde.

A CPLP é formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

O POLÍTICO PRECISA DE COMPROMISSO COM O ELEITOR E NÃO COM GRUPOS ECONÔMICOS



OAB vai se engajar por reforma política, diz presidente da entidade

Estadão Conteúdo 





"O Brasil precisa de uma reforma política", afirma Claudio Lamachia
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, declarou nesta terça-feira, 1º, que a instituição vai se "engajar" na aprovação da reforma política no Congresso. Em nota, a organização defendeu a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais, que fazem parte de um projeto em tramitação no Senado. Além disso, sinalizou apoio à lei que criminaliza a prática de caixa 2, uma das dez medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal (MPF).

Lamachia afirmou ainda que a OAB "atuará para que os retrocessos sejam rejeitados", fazendo referência ao risco de políticos usarem a proposta do MPF para aprovar uma anistia aos que participaram de esquemas de caixa 2 antes da aprovação da lei. "Os avanços dos últimos anos precisam ser defendidos. A discussão da reforma política não pode servir de pretexto para legalizar, novamente, a prática já condenada das doações de empresas para candidatos e partidos. O político precisa de compromisso com o eleitor, não com grupos de interesse econômico."

Segundo o presidente da instituição, o número de abstenções, votos nulos e brancos nas últimas eleição é anormal. "Este recado da população serve de alerta para que a classe política, enfim, entenda que uma demanda urgente da sociedade é a realização de uma reforma política que melhore nosso sistema representativo e imponha mecanismos mais rigorosos contra a corrupção eleitoral", disse. Para ele, a eleição "mostrou que, sem a enxurrada de recursos, os candidatos precisaram apresentar seu real conteúdo".

"O Brasil precisa de uma reforma política. A OAB estará vigilante para que este processo resulte nos avanços necessários ao País, como a criminalização do caixa 2, o fim das coligações proporcionais e adoção da cláusula de barreira. E atuará para que os retrocessos sejam rejeitados", defende Lamachia.

EXISTEM MUITAS APOSENTADORIAS PRIVILEGIADAS PELO LEGISLAÇÃO



TCU vai fiscalizar mais de 19 mil pensões pagas a filhas de servidores

Agência Brasil
Hoje em Dia - Belo Horizonte








O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou hoje (1º) que seja feita uma análise em 19.520 pensões pagas a filhas solteiras de servidores públicos federais em que foram identificados indícios de irregularidades, como o recebimento de outros tipos de aposentadorias ou rendas extras, como emprego no setor público ou privado. Segundo o ministro Walton Alencar Rodrigues, as irregularidades podem somar R$ 6 bilhões em quatro anos.
“São irregularidades caríssimas que são pagas por toda a sociedade brasileira para sustentar privilégios que são absolutamente incondizentes com a situação do país, uma vez que essas privilegiadas beneficiárias auferem valores que são absolutamente fora da realidade nacional, acrescidos de valores advindos do regime geral de previdência social, juntamente com valores derivados do exercício de atividades na iniciativa privada”, disse.
As beneficiárias terão direito de apresentar sua defesa para continuar recebendo as pensões e deverão comprovar sua dependência econômica em relação ao benefício previdenciário, sob pena de imediata perda da pensão. O ministro apresentou alguns casos de pensionistas com irregularidades, como o caso de uma mulher que recebe cerca de R$ 24 mil de pensão do pai, que era servidor público, mais pensão previdenciária por morte de R$ 796.
O ministro Raimundo Carreiro elaborou um voto que defendia que só deveria ser cortada a pensão das filhas de servidores que tivessem renda remanescente acima do teto da Previdência Social, de R$ 4,6 mil, considerado valor suficiente para garantir a “subsistência condigna” da pensionista. Levando em conta esse teto, o número de pensionistas em situação irregular cairia para 7,7 mil.
No entanto, Walton Alencar avaliou que esse critério seria subjetivo e contrariaria a legislação vigente. “Suponha a hipótese de uma pensionista proprietária de um palácio, com gastos de saúde altos, a qual poderá alegar que a percepção da pensão especial conjuminada com o exercício de cargo público ainda assim não é suficiente para a sua subsistência condigna”, exemplificou.
O pagamento de pensões para filhas de servidores públicos que sejam solteiras e maiores de 21 anos foi determinada por uma lei de 1958, mas, desde 1990, o benefício foi extinto, sendo mantido apenas para as pensionistas que já recebiam o benefício.