terça-feira, 30 de agosto de 2016

PENÚLTIMO DIA DO IMPEACHMET DE DILMA



Senado retoma julgamento de Dilma com debates entre defesa e acusação

Agência Brasil 






Brasília - A previsão é de que a fase de debates entre acusação e defesa dure cerca de nove horas

Os senadores retomam nesta terça-feira (30) os trabalhos do julgamento do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff. Às 10h começam os debates entre acusação e defesa. Os advogados Janaína Paschoal e José Eduardo Cardozo, respectivamente, terão uma hora e meia cada para fazer suas alegações e depois mais uma hora para réplica e uma hora para tréplica. Os debates podem, portanto, durar até cinco horas.
Em seguida, será iniciada a discussão dos senadores. Cada um terá direito a falar por dez minutos, que não podem ser prorrogados e não há direito a aparte. Até a noite dessa segunda-feira (29), 53 senadores já estavam inscritos para falar, mas outros podem requisitar o direito ao debate até o último minuto. O primeiro será o senador Gladson Cameli (PP-AC). A previsão é de que essa fase do julgamento dure cerca de nove horas, podendo se estender se mais senadores se inscreverem.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que conduz o julgamento, tem concedido intervalos de uma hora para almoço e uma hora para jantar e outros que variam de 30 minutos a uma hora, a depender do ritmo dos trabalhos.
Depois das discussões entre os parlamentares, finalmente será a vez de Lewandowski fazer a seguinte pergunta aos senadores: “Cometeu a acusada, a senhora presidenta da República, Dilma Vanna Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos na instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados, e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?".
Será aberto espaço para encaminhamento de dois senadores favoráveis e dois contrários ao impeachment, com cinco minutos de fala para cada um. Após esse encaminhamento, o presidente da sessão abrirá o painel e os senadores serão convidados a votar. O voto é nominal e aberto, computado pelo painel eletrônico, onde o resultado final será divulgado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

OS CIDADÃOS BRASILEIROS PRECISAM DESSAS MEDIDAS



Medidas têm que vir do governo

Editorial Jornal Hoje em Dia 



O país está, em termos econômicos, paralisado. Estamos no círculo vicioso formado por governo, empresários e consumidores, em que ninguém tem a confiança para investir em algo que possa lhe trazer prejuízos financeiros em um futuro próximo.
Um dos índices que mostra a estagnação é o volume de crédito concedido pelos bancos às empresas e ao cidadão comum. E esses números mostram queda em todos os cenários no mês de julho, tanto em comparação com o mês anterior quanto no mesmo período do ano passado. Ou seja, há um ano, quando a crise chegou pra valer, ainda havia mais pessoas otimistas com o futuro do que agora.
Algum personagem dessa roda precisa quebrar a cadeia e arriscar em uma tentativa para melhorar a situação. Não podemos cobrar isso do consumidor, parte mais fraca da relação. Ele sofre com o desemprego e com uma inflação que, se hoje está desacelerando, já corroeu os rendimentos do trabalhador comum suficientemente neste ano.
Os empresários, que usam o crédito para capital de giro, é poderiam até arriscar, mas estão sem fôlego com o longo período em situação crítica da economia. Uma medida perigosa em um cenário ainda sem definição pode ser a pá de cal em vários negócios, detonando mais postos de trabalho.
O responsável por esse passo deve ser, portanto, o governo. Mas cabe a pergunta: que governo? Estamos no ápice de um processo político de afastamento, ou não, da presidente, com uma gestão interina e com uma equipe econômica que até anunciou medidas para recuperar a economia, mas ainda não conseguiu emplacar nenhuma de forma significativa.
Não dá para buscar recursos para investir se não temos nem ideia do que será o cenário no ano que vem. Esse governo vai ficar? As reformas virão? Por onde começará a retomada?
Seja qual for o comandante da nação até o fim dessa semana, é preciso atitudes mais fortes. Mas não somente para onerar mais o cidadão. Como estamos falando de crédito, quem sabe uma redução nas taxas inexplicavelmente altas dos juros no país, começando pelos bancos públicos, incentivando pessoas a retomarem os investimentos. Seria um bom começo para reconquistar a confiança na economia. Com taxas astronômicas e sem rumo certo, não dá para esperar outra atitude do brasileiro do que sentar e aguardar. 




ODE AOS CHARUTOS



Charutos, toque de classe

Frei Betto 




As campanhas antitabagistas fazem com que os mais endinheirados migrem do cigarro para o charuto que, por não conter substâncias químicas, tem fama de causar menos danos à saúde. Até a cola que recobre a folha de tabaco, que lhe serve de capa, é de origem vegetal.
Freud morreu de câncer na garganta. Dizem que de tanto fumar charutos, doze por dia em média. E cometia o grave erro de tragá-los. Charuto não é para ser aspirado, e sim degustado.
Churchill queimava ao menos quinze por dia. Uma antologia do charuto cubano calcula que ele fumou 300 mil ao longo de seus 90 anos. Há inclusive um tipo de charuto que, devido à extensão, merece o seu nome.
John Kennedy também não dispensava o Petit Upmann. Horas antes de assinar o bloqueio à Cuba – decretado ao meio-dia de 7 de fevereiro de 1962 – encarregou seu secretário particular de comprar todos os Petit Upmann encontrados nas tabacarias de Washington. Conseguiu armazenar 1.200 unidades.
Nunca se esclareceu qual a marca do charuto que Bill Clinton envolveu no famoso episódio com Monica Lewinsky... Há quem duvide que o presidente tenha resistido à tentação de recorrer a um puro habano.
Devido ao bloqueio imposto à ilha pelos EUA, os charutos cubanos estão impedidos de entrar no mercado estadunidense, onde são consumidas, por ano, 316 milhões de unidades feitas à mão, importadas da República Dominicana, da Nicarágua e de Honduras. O número de unidades mecanizadas consumidas nos EUA é assombroso: 9 bilhões/ano.
Los habanos, embora proibidos, chegam aos requintados fumantes de Wall Street e Hollywood através de uma intricada rede de contrabando.
Na década de 1980, Fidel enviou de presente a Dom Paulo Evaristo Arns, então cardeal de São Paulo, uma caixa com 500 charutos. O prelado distribuiu-os em uma reunião do clero paulistano.
Cuba produz o melhor charuto do mundo, devido à combinação de solo (qualidade da terra) e clima (umidade). São, atualmente, 225 milhões de unidades/ano, dos quais 95 milhões feitos à mão e, portanto, mais caros, e 130 milhões fabricados com máquinas. O mercado interno consome dois milhões de unidades. A exportação cresce 10% ao ano, e assegura ao país, anualmente, US$ 240 milhões.</CW><CW-10>
Entre as 27 marcas cubanas, a mais vendida é a Montecristo: 18 milhões de unidades/ano. Em segundo lugar, a Cohiba, considerada a melhor. Vende 12 milhões de unidade/ano. Até 1966 era destinada exclusivamente ao consumo de Fidel, quando então chegou ao mercado. O líder revolucionário deixou de fumar em 1985.
No último festival do charuto, promovido em Havana toda última semana de fevereiro, um único Cohiba Grandioso foi arrematado por 6.400 euros! E a caixa, com 50 unidades, por 320 mil euros.
Colombo descreve em seu diário que, certa noite, avistou no litoral de Cuba uma fila de índios. Todos traziam, na boca, um rolo de folhas, que exalava fumo de um lado e acendia luz do outro...
Os índios acreditavam que a saborosa fumaça das folhas de tabaco tinha poderes terapêuticos. A nicotina, o alcaloide presente na folha, passou a ser difundida em 1560, quando o embaixador francês em Portugal, Jean Nicot (daí o vocábulo nicotina), enviou as primeiras sementes de tabaco à rainha Catarina de Médicis, no intuito de, graças ao rapé, lhe aliviar as enxaquecas.
No Brasil são consumidos, ou melhor, queimados, anualmente, 1,5 milhão de charutos cubanos, metade com selos nobres e qualidade duvidosa, trazida por contrabandistas.

OS ÚLTIMOS SUSPIROS DE DILMA NA PRESIDÊNCIA



Dilma faz hoje sua defesa no plenário do Senado

Agência Brasil
Hoje em Dia - Belo Horizonte



A partir das 9h, Dilma terá 30 minutos para se defender e o tempo poderá ser estendido por mais 30 minutos

A presidenta afastada Dilma Rousseff vai hoje (29) ao Senado se defender das acusações de ter cometido crime de responsabilidade em 2015. Ela responde ao processo de impeachment, sob a alegação de ter editado em 2015 decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso e também de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro (as chamadas pedaladas fiscais). A petista foi afastada da presidência da República pelo Senado há mais de 100 dias.



Na última semana, o Senado ouviu os depoimentos das testemunhas de defesa e de acusação na quinta (25), sexta (26) e sábado (27). Dilma começa a falar às 9h. Inicialmente, terá 30 minutos para a apresentação, mas esse tempo poderá ser prorrogado por mais 30 minutos. A critério do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda o julgamento do impeachment, a presidenta afastada poderá ter mais tempo na fase inicial.

Depois da fala de Dilma, terão início os questionamentos dos senadores. Cada parlamentar terá até cinco minutos para fazer perguntas. O tempo de resposta de Dilma é livre e não será permitida réplica e tréplica. Dilma também poderá deixar de responder às indagações dos parlamentares.  Mais da metade dos 81 senadores já se inscreveram para questionar Dilma Rousseff.

O depoimento de Dilma será acompanhado no plenário por cerca de 30 convidados dela. Entre eles estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, Rui Falcão, do PDT, Carlos Lupi, vários ex-ministros do governo, além de assessores e outras pessoas próximas. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou à disposição da acusação de Dilma o mesmo número de cadeiras que disponibilizou para a petista.

A expectativa é de que a o depoimento dure todo o dia e se estenda até parte da noite. Os senadores que apoiam o impeachment garantem que não haverá enfrentamentos, mas que irão fazer todos os questionamentos. Eles entendem que o comparecimento da presidenta afastada ao plenário não mudará os votos dos senadores.

Os parlamentares contrários ao impeachment, no entanto, acreditam que a fala dela vai mudar votos. O senador Lindberg Farias (PT-RJ) disse que os aliados de Dilma estão depositando todas as esperanças no depoimento. “Acho que vai ser um dia em que o Brasil vai parar. Acho que a presidenta pode mostrar ao país que está sendo vítima de uma injustiça e que não há crime de responsabilidade. Acho que é um dia que pode virar o jogo”, afirmou.

Senado recebe Dilma em clima de tensão

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
Agência Brasil / 




Em um dos capítulos derradeiros do processo de impeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff vai depor nesta segunda-feira (29) ao Senado, a partir das 9 horas, sob clima de tensão. Defensores do impedimento e apoiadores da petista passaram os últimos dias traçando estratégias para evitar que a sessão repita as cenas de baixaria que marcaram o início do julgamento na Casa.

Segundo os principais líderes de partidos que apoiam o afastamento definitivo, a ideia é tentar se ater, o máximo que for possível, a questionamentos técnicos sobre os crimes de responsabilidade pelos quais Dilma é acusada, como as pedaladas fiscais. A intenção é evitar provocações desnecessárias para impedir que Dilma pose de "vítima".

O acerto dos senadores da base do presidente em exercício Michel Temer, porém, é que caberá à petista dar o clima do depoimento, uma vez que Dilma será a primeira a falar.

"Obviamente, se ela errar no tom, as nossas respostas serão no mesmo tom", afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que afinou a estratégia domingo (28) em reunião com a presença de senadores do PSDB, DEM e PMDB e de outros partidos da base. "O nosso desejo é que tenhamos uma sessão respeitosa, civilizada. Não vamos fazer provocações, mas também não vamos aceitá-las. Qualquer tipo de provocação será confrontada," afirmou Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) em entrevista à Rádio Estadão.

A avaliação de aliados de Temer é que a presença de Dilma no julgamento vai referendar a legalidade do processo, embora ela deva afirmar ao Senado que se trata de um golpe contra seu governo.

"(Falar em golpe) Será uma afronta à presença do ministro (do Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski . Você não pode admitir um golpe presidido pelo presidente da Corte Suprema", disse Cunha Lima.

Caso a presidente afastada faça ataques fora do escopo do processo, os governistas afirmam que pedirão a intervenção de Lewandowski para que ela não se exceda nas respostas ou até mesmo exigir uma réplica.

Maior bancada da Casa com 19 senadores e outrora esteio do governo Dilma, o PMDB também deve se esquivar de um embate direto com a presidente afastada. O acerto costurado pelo líder do partido, Eunício Oliveira (CE), é não a constranger e também proteger a bancada, que conta com cinco ex-ministros da petista.

Por isso, apenas seis senadores do partido se inscreveram para perguntar. Dois deles - a ex-ministra Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR) - favoráveis a Dilma. Eunício ainda quer reduzir a lista até o início da sessão. "Se depender de mim, e se alguém me escutar, ninguém fará questionamento", disse o líder do PMDB.

Fator Lula
Dilma deve ser acompanhada por um séquito de apoiadores no Senado. Entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O temor de senadores governistas é de que a presença do ex-presidente possa inflamar a presidente afastada e parlamentares aliados. A ordem é não provocar.

Outra preocupação é o tom adotado pela advogada Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment. Ela sinalizou a senadores que será incisiva, mas sem ser descortês nos questionamentos à presidente afastada.

Domingo à noite, uma reunião na casa da senadora Lídice da Mata (PSB-BA) discutiu a estratégia dos defensores da petista na sessão de segunda.

"Acredito que temos tudo para reverter isso", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), acrescentando que Dilma "é a pessoa mais preparada para defender seu governo".


GOVERNO E EMPRESAS CHEGAM A UM ACORDO PARA REONERAR A FOLHA DE PAGAMENTO

  Bom senso para reonerar a folha de pagamento d...