terça-feira, 30 de agosto de 2016

CUNHA DIZ QUE DILMA MENTIU NO INTERROGATÓRIO



Em nota, Cunha rebate acusações de Dilma durante interrogatório

Estadão Conteúdo 






Cunha diz estar seguro de sua defesa

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rebateu as acusações da presidente afastada, Dilma Rousseff, contra ele no julgamento do impeachment. Segundo Cunha, Dilma "segue mentindo contumazmente".

A presidente afastada citou o deputado diversas vezes em sua fala inicial e também durante respostas aos parlamentares. Ela o acusa de ter deflagrado o processo de impeachment por vingança, após ter "chantageado deliberadamente" membros de seu partido a fim de evitar a sua cassação.

Cunha afirmou que Dilma "esquece" que a acusação de que houve desvio de poder na abertura do processo já foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que "reafirmou a lisura" de seu ato. O deputado defendeu que a sua escolha de aceitar a denúncia contra Dilma foi confirmada na comissão especial e no plenário da Câmara, além de estar sendo confirmada pelo Senado Federal. "Ao que parece, está sendo comprovado que decretos autorizados pela presidente foram editados sem autorização legislativa, o que configura crime de responsabilidade."

Cunha voltou a afirmar que foi Dilma quem o chantageou para que ele não abrisse o processo de impeachment. "As tentativas de barganhas partiram do governo dela e por mim não foram aceitas", acusou. O deputado também disse que Dilma mentiu ao dizer que ele deu curso a pautas bombas ao comandar a Casa, que não votava projetos do governo e que em 2015 a Câmara estava parada.

"Desafio a mostrar qual foi a pauta bomba votada e qual projeto do governo não foi votado (...) Em 2015 foram votadas 28 medidas provisórias , 6 projetos oriundos do governo, incluindo o da Repatriação, assim como mais de 30 acordos internacionais, além de outras dezenas de proposições, o que tornou 2015 o ano recorde de apreciação de projetos", declarou Cunha.

"A presidente afastada segue mentindo contumazmente, visando a dar seguimento ao papel de personagem de documentário que resolveu exercer", provocou, fazendo referência às três equipes cinematográficas que registram o interrogatório. "Ela mente se utilizando da técnica fascista de que uma mentira é repetida exaustivamente até se tornar verdade."

O COMPORTAMENTO DE DILMA MUDOU - FICOU MAIS LIGHT

Um pouco tarde para Dilma

Editorial Jornal Hoje em Dia 




A presidente afastada Dilma Rousseff não apresentou muitas novidades em sua defesa aos senadores na sessão de julgamento do processo de impeachment. Voltou a falar que não cometeu crime de responsabilidade, que o seu afastamento não passa de golpe, que o processo é uma conspiração das elites contra a gestão petista, que cuida dos mais pobres, e que irá ao Supremo Tribunal federal caso a decisão não seja favorável.
Um dos (poucos) aspectos que chamou a atenção foi o comportamento de Dilma em relação aos parlamentares. O tom de voz esteve mais baixo, mesmo na resposta a questionamentos feitos com argumentos que a desagradavam. Diferentemente do que era esperado por parte da classe política, Dilma não foi para o confronto escancarado e também não buscou constranger opositores, como no caso do presidente do PSDB, senador Aécio Neves, seu adversário na última eleição.
Ficou claro que a presidente tentou desfazer a imagem de comandante dura e inflexível, que até os petistas ajudaram a construir. Ainda esperançosa de contrariar os prognósticos, que indicam a confirmação do impeachment, Dilma sabe que terá que contar com o apoio desses mesmos que a acusam caso consiga virar o jogo nas próximas horas.
A ida de um presidente ao Legislativo para prestar esclarecimento sobre sua gestão deveria ser bem mais frequente do que apenas em casos extremos, como esse. Mas temos um sistema político baseado na troca de favores entre o Executivo e parlamentares, negociações que por si só bastam para garantir o apoio do Congresso. Já a aprovação de medidas para o bem da população são ignorados na hora de se questionar um gestor.
Um sistema em que você precisa negociar com 20 ou 30 legendas um apoio é completamente inviável, e uma reforma política é urgente para que menos tempo e recursos sejam gastos nessa negociação.
A reforma política, com participação da população, foi justamente um compromisso feito Dilma Rousseff caso ela seja mantida. Mas poucos lembram que, em 2013, ela também anunciou alguns pontos da reforma, que não foram pra frente. Os senadores também não foram sensibilizados com a proposta de uma Dilma mais afável e conciliadora. Parece um pouco tarde para ela se fazer ouvir. 




PENÚLTIMO DIA DO IMPEACHMET DE DILMA



Senado retoma julgamento de Dilma com debates entre defesa e acusação

Agência Brasil 






Brasília - A previsão é de que a fase de debates entre acusação e defesa dure cerca de nove horas

Os senadores retomam nesta terça-feira (30) os trabalhos do julgamento do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff. Às 10h começam os debates entre acusação e defesa. Os advogados Janaína Paschoal e José Eduardo Cardozo, respectivamente, terão uma hora e meia cada para fazer suas alegações e depois mais uma hora para réplica e uma hora para tréplica. Os debates podem, portanto, durar até cinco horas.
Em seguida, será iniciada a discussão dos senadores. Cada um terá direito a falar por dez minutos, que não podem ser prorrogados e não há direito a aparte. Até a noite dessa segunda-feira (29), 53 senadores já estavam inscritos para falar, mas outros podem requisitar o direito ao debate até o último minuto. O primeiro será o senador Gladson Cameli (PP-AC). A previsão é de que essa fase do julgamento dure cerca de nove horas, podendo se estender se mais senadores se inscreverem.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que conduz o julgamento, tem concedido intervalos de uma hora para almoço e uma hora para jantar e outros que variam de 30 minutos a uma hora, a depender do ritmo dos trabalhos.
Depois das discussões entre os parlamentares, finalmente será a vez de Lewandowski fazer a seguinte pergunta aos senadores: “Cometeu a acusada, a senhora presidenta da República, Dilma Vanna Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos na instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados, e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?".
Será aberto espaço para encaminhamento de dois senadores favoráveis e dois contrários ao impeachment, com cinco minutos de fala para cada um. Após esse encaminhamento, o presidente da sessão abrirá o painel e os senadores serão convidados a votar. O voto é nominal e aberto, computado pelo painel eletrônico, onde o resultado final será divulgado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

OS CIDADÃOS BRASILEIROS PRECISAM DESSAS MEDIDAS



Medidas têm que vir do governo

Editorial Jornal Hoje em Dia 



O país está, em termos econômicos, paralisado. Estamos no círculo vicioso formado por governo, empresários e consumidores, em que ninguém tem a confiança para investir em algo que possa lhe trazer prejuízos financeiros em um futuro próximo.
Um dos índices que mostra a estagnação é o volume de crédito concedido pelos bancos às empresas e ao cidadão comum. E esses números mostram queda em todos os cenários no mês de julho, tanto em comparação com o mês anterior quanto no mesmo período do ano passado. Ou seja, há um ano, quando a crise chegou pra valer, ainda havia mais pessoas otimistas com o futuro do que agora.
Algum personagem dessa roda precisa quebrar a cadeia e arriscar em uma tentativa para melhorar a situação. Não podemos cobrar isso do consumidor, parte mais fraca da relação. Ele sofre com o desemprego e com uma inflação que, se hoje está desacelerando, já corroeu os rendimentos do trabalhador comum suficientemente neste ano.
Os empresários, que usam o crédito para capital de giro, é poderiam até arriscar, mas estão sem fôlego com o longo período em situação crítica da economia. Uma medida perigosa em um cenário ainda sem definição pode ser a pá de cal em vários negócios, detonando mais postos de trabalho.
O responsável por esse passo deve ser, portanto, o governo. Mas cabe a pergunta: que governo? Estamos no ápice de um processo político de afastamento, ou não, da presidente, com uma gestão interina e com uma equipe econômica que até anunciou medidas para recuperar a economia, mas ainda não conseguiu emplacar nenhuma de forma significativa.
Não dá para buscar recursos para investir se não temos nem ideia do que será o cenário no ano que vem. Esse governo vai ficar? As reformas virão? Por onde começará a retomada?
Seja qual for o comandante da nação até o fim dessa semana, é preciso atitudes mais fortes. Mas não somente para onerar mais o cidadão. Como estamos falando de crédito, quem sabe uma redução nas taxas inexplicavelmente altas dos juros no país, começando pelos bancos públicos, incentivando pessoas a retomarem os investimentos. Seria um bom começo para reconquistar a confiança na economia. Com taxas astronômicas e sem rumo certo, não dá para esperar outra atitude do brasileiro do que sentar e aguardar.