sexta-feira, 29 de julho de 2016

ELEIÇÕES AMERICANAS 1



Em convenção, Hillary cita 'forças poderosas' que querem dividir os EUA

Estadão Conteúdo 


Hillary Clinton pediu nesta quarta-feira, 28, que os eleitores americanos rejeitem as "forças poderosas" que ameaçam dividir os Estados Unidos, representadas pela candidatura de seu adversário, o republicano Donald Trump. "A América está mais uma vez em um momento de definição", afirmou no discurso com o qual aceitou a nomeação democrata para ser a primeira mulher a disputar a presidência do país por um grande partido.

"Laços de confiança e de respeito estão se esgarçando. E como ocorreu com nossos fundadores, não há garantias. Tudo depende de nós. Nós temos que decidir se nós vamos trabalhar juntos para que todos possamos nos erguer juntos", declarou Hillary, no mais crucial pronunciamento de sua longa carreira política. Como Barack Obama na noite anterior, Hillary rejeitou a visão apocalíptica de Trump sobre o futuro do país e centrou seu discurso na defesa da unidade e do otimismo.

"É com humildade, determinação e ilimitada confiança na promessa americana que eu aceito sua nomeação para presidente dos Estados Unidos", declarou Hillary, sendo aplaudida de pé pela plateia. A candidata entrou na arena às 22h25 (23h25, horário de Brasília) e foi recebida com acenos de milhares de bandeiras americanas que haviam sido distribuídas pelos organizadores da convenção do partido. Em vários momentos do discurso ela foi interrompida pelos gritos "Hillary, Hillary".

A candidata começou o discurso agradecendo seu adversário nas primárias, Bernie Sanders, e falou diretamente aos seguidores dele, que protestaram contra a candidata nos primeiros dois dias da convenção, iniciada na segunda-feira. "Sua causa é a nossa causa." Enquanto ela falava, gritos isolados de protesto podiam ser ouvidos na plateia, abafados pelos gritos "Hillary".

Hillary se referiu ao caráter histórico de sua nomeação, a primeira de uma mulher feita por um grande partido. "Quando não há nenhum teto, o céu é o limite", afirmou. "Vamos continuar, até que cada uma das 161 milhões de mulheres e garotas ao redor da América tenha a oportunidade que merece."

Depois de apresentar Trump como um candidato que contraria valores fundamentais dos EUA, Hillary o condenou por não apresentar propostas concretas para solução dos problemas do país. "Vocês devem ter notado que eu gosto de falar dos meus", disse a candidata, célebre pelos detalhes com que apresenta suas posições. Em seguida, prometeu lançar um programa de investimentos em infraestrutura para criar o maior número de empregos nos EUA desde a Segunda Guerra Mundial.

Hillary defendeu a expansão de benefícios sociais, a gratuidade do ensino superior para famílias com renda inferior a US$ 125 mil ao ano e a concessão de licença maternidade. Segundo ela, os programas serão pagos pelo aumento de impostos dos mais ricos, de Wall Street e das grandes corporações. "Nós vamos seguir o dinheiro."

Com a multiplicação de ataques terroristas dentro e fora dos Estados Unidos, a candidata se apresentou como a líder capaz de comandar as Forças Armadas do país no combate ao Estado Islâmico. Segundo ela, Trump não tem temperamento para comandar as Forças Armadas dos EUA. "Imaginem ele no Salão Oval enfrentando uma crise real. Um homem que ataca com um tweet não é um homem a quem se pode confiar armas nucleares."

A candidata foi apresenta aos espectadores da convenção por sua filha única de 36 anos, Chelsea, mãe de seus dois netos, Charlotte e Aidan. "Senhoras e senhores, minha mãe, minha heroína e nossa próxima presidente", disse Chelsea.

Em discurso antes da entrada de Hillary, Chelsea se referiu à sua infância e adolescência, em uma tentativa de humanizar uma candidata vista muitas vezes como controladora e pouco espontânea. Mas Chelsea também se referiu à mãe como uma ativista, que passou sua vida defendendo causas que foram do direito de crianças ao combate da mudança climática. "Ela nunca esquece pelo que está lutando."



RECORDAÇÕES FUNESTAS



Em Auschwitz, papa pede perdão por 'tanta crueldade'

Agência Brasil 





Papa durante visita ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia

O papa Francisco realizou nesta sexta-feira (29) uma das visitas mais esperadas de sua viagem à Polônia: a ida aos campos de concentração nazista de Auschwitz e Birkenau, símbolos de horror da Segunda Guerra Mundial e palco da morte de milhões de judeus.
Em espanhol, o líder católico escreveu uma mensagem no "Livro de Honra" às vítimas. "Senhor, tende piedade do teu povo! Senhor, perdoa tanta crueldade", escreveu o Pontífice, de acordo com informações do Museu Memorial de Auschwitz.
A viagem, feita em grande parte a pé pelo sucessor de Bento XVI, foi realizada em silêncio. Francisco orou sozinho por diversas vezes e parou por alguns minutos perante ao Bloco 11 de Auschwitz, considerado o "Bloco da Morte" dos judeus presos pelos nazistas. No local, há também a cela do mártir franciscano Maximiliano Kolbe, que trocou sua vida para que os militares de Adolf Hitler poupassem uma família de judeus.
O Papa ainda encontrou um grupo de sobreviventes do Holocausto, em momento repleto de emoção, com troca de abraços e de algumas palavras. Um dos sobreviventes deu de presente para Jorge Mario Bergoglio uma pequena vela, que o argentino acendeu em frente ao chamado "muro do fuzilamento".
Assim que terminou a visita em Auschwitz, o papa foi ao campo de Birkenau, onde voltou a rezar em silêncio diante das lápides que lembram as vítimas do Holocausto de todas as nações.
Após a visita ao local, Bergoglio voltou para Cracóvia onde fará uma visita a um hospital pediátrico e depois celebrará a procissão da Via Crucis com os jovens da Jornada Mundial da Juventude. Francisco é o terceiro líder da Igreja Católica a visitar o local. Antes dele, o papa João Paulo II e Bento XVI fizeram viagens ao país como líderes da entidade.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

ELEIÇÕES AMERICANAS



Obama exalta Hillary Clinton e refuta Trump em discurso na Convenção Democrata

Estadão Conteúdo 





Hillary surpreendeu a plateia ao subir no palco e abraçar Obama

No mais importante discurso da convenção democrata, o presidente Barack Obama refutou ontem o cenário apocalíptico desenhado pelo republicano Donald Trump na semana passada, apresentou uma visão confiante da democracia americana e disse que seus cidadão não desejam ser dominados.

"Nós não somos um povo amedrontado. Nosso poder não vem de um salvador autoproclamado que promete que pode restaurar a ordem", em referência à declaração de Trump de que é o candidato da lei e da ordem que poderá resolver todos os problemas do país.

Obama exaltou os valores, a cultura e o poder americanos e defendeu a "audácia da esperança". O presidente pediu que os eleitores rejeitem o medo e elejam Hillary Clinton como a próxima presidente dos Estados Unidos. "Façam por Hillary o que fizeram por mim há oito anos", afirmou.

Ao fim de seu discurso, a candidata que foi nomeada pelo partido na terça-feira surpreendeu o público, entrou no palco e abraçou Obama, o que levou a plateia aos gritos.

"Isso é a América. Esses laços de afeto, a fé comum. Nós não tememos nosso futuro, nós o moldamos, nós o abraçamos, como um povo mais forte juntos do que quando estamos sozinhos", afirmou. "É isso que Hillary Clinton entende - essa lutadora, essa estadista, essa mãe e avó, essa servidora pública, essa patriota, essa é a América pela qual ela está lutando", afirmou.

O presidente usou a referência aos valores americanos para outro ataque indireto a Trump: "É isso por que os que ameaçam nossos valores, sejam fascistas ou comunistas, jihadistas ou demagogos domésticos, sempre vão falhar no fim".

Obama foi ovacionado quando entrou no local da convenção do partido e foi recebido pelos delegados aos gritos de "yes, we can" (sim, nós podemos), o lema que moveu sua eleição presidencial. "Eu estou diante de vocês hoje à noite, depois de quase dois mandatos como seu presidente, para dizer-lhes que estou ainda mais otimista com o futuro da América."

O presidente refutou o "ressentimento, acusações, raiva e ódio" que, segundo ele, marcam a campanha de Trump. "Essa não é a América que eu conheço", afirmou. "A América que eu conheço é cheia de coragem, de otimismo, de criatividade. A América que eu conheço é decente e generosa".

Obama disse que Hillary é a pessoa mais qualificada a disputar a presidência, mais do que ele próprio e o ex-presidente Bill Clinton. "Nada realmente prepara você para as demandas do Salão Oval", disse. "Mas Hillary esteve naquela sala, ela foi parte daquelas decisões", ressaltou. "Mesmo no meio de uma crise, ela escuta as pessoas, mantém a calma e trata a todos com respeito. Não importa quão assustadoras sejam as probabilidades, não importa quantas pessoas tentem derrubá-la, ela nunca, ela jamais desiste. Essa é a Hillary que eu conheço. Essa é a Hillary que eu passei a admirar."

Além de Obama, Trump foi atacado como uma fraude, um demagogo perigoso e uma ameaça para o futuro dos EUA pelo vice-presidente Joe Biden e pelo ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, um independente que governou a maior cidade do país por 12 anos. Todos defenderam de maneira apaixonada a candidatura de Hillary, que venceu a nomeação do Partido Democrata na terça-feira.

Biden incendiou os democratas na Filadélfia ao descrever o bilionário como um cínico desprovido de compaixão que tem prazer em dizer "você está demitido". Bloomberg questionou o sucesso empresarial de Trump, disse que ele é um "perigoso demagogo" e o acusou de hipocrisia. "Eu sou um nova-iorquino e eu reconheço um vigarista quando vejo um", declarou o empresário. (Cláudia Trevisan, enviada especial)

VIAGENS INTERNAS OU EXTERNAS?



Ir à Europa está mais barato que visitar as praias brasileiras

Tatiana Moraes 



Companhia aérea Latam é uma das que oferecem passagens para países europeus a valores bem inferiores aos comumente praticados desde o aumento do dólar

Os ataques terroristas na Europa podem alterar o destino de quem sairá de férias nos próximos meses. Mas quem pensa que o turista brasileiro vai se afastar do Velho Continente está enganado.
Para atrair o cliente, que já fugia dos países europeus devido à alta do dólar, companhias aéreas e agências de turismo reduziram a margem de lucro e lançaram promoções. Em novembro, por exemplo, está mais barato viajar para a Itália do que para Fortaleza, no Ceará.
Quem comemora é o setor de turismo. A previsão é a de que haja um incremento de até 25% na procura por destinos europeus, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens em Minas Gerais (Abav-MG), Antônio da Matta.
Uma viagem com embarque de Belo Horizonte e tendo como destino Fortaleza em 23 de novembro, retornando em 7 de dezembro, fica por R$ 1.896,40. Em uma oferta da Latam, é possível ir a Milão, na Itália, no mesmo período, por R$ 1.472.
Sem a promoção, o preço normal da viagem, segundo o presidente da Abav-MG, sairia por aproximadamente R$ 5 mil. Ou seja, o preço agora está três vezes menor.
Terrorismo
Desde janeiro deste ano, foram oito atentados na Europa. Em um dos mais recentes, em Nice, 84 pessoas morreram e 330 ficaram feridas após um atropelamento em massa. O ataque, que chocou o mundo, aconteceu na celebração da Queda da Bastilha.
Nessa terça-feira (26), um padre foi degolado dentro de uma igreja, também na França. Ambos os ataques assumidos pelo Estado Islâmico. Turquia, Alemanha e Bélgica também foram alvos dos extremistas.
Apesar do clima tenso no Velho Continente, Antônio da Matta acredita que a adesão dos brasileiros às promoções será alta. “É uma oportunidade para que as pessoas visitem outros países”, destaca.
As promoções mais atraentes de passagens da Latam são para viagens de julho deste ano a abril de 2017, segundo dados do site Melhores Destinos
Ele afirma, ainda, que o dólar em alta contribui para a queda no preço das passagens. Afinal, com a moeda norte-americana nas alturas, foi necessário compensar no preço dos pacotes e passagens para fisgar o consumidor.
A união dos atrativos deu liga. Na agência de Da Matta, a B&L, é possível comprar um pacote de 10 dias para a Europa, com hotel 4 estrelas, transporte aéreo e terrestre por R$ 6 mil. Bem abaixo do praticado pelo mercado.
Agências acreditam que clientes mudarão destino das férias
Quem já agendou viagem para algum destino nacional vai tentar mudar o pacote para a Europa. A previsão é do gerente comercial da Master Turismo, Igor Santos.
Na agência, segundo o executivo, a procura pelo Velho Continente já foi intensificada. “Sem a promoção, o cliente não comprava mesmo. Mas agora esperamos uma alta nas vendas, que foi já sinalizada”, comemora.
Ele alerta que o interessado deve ficar atento aos demais custos, como hospedagem e alimentação, comumente mais elevados na Europa devido à moeda, seja Libra ou Euro.
Já o gerente comercial da ABC Viagens, Adilson Ramos, afirma que, devido à falta de confiança do consumidor, muitas pessoas economizaram nos últimos meses.
“Tem gente com dinheiro guardado, esperando a retomada da economia ou uma boa oportunidade”, destaca.





Portugal
Na TAP, companhia que opera voos para Portugal, é possível comprar pacotes para Lisboa a US$ 599,90, algo em torno de R$ 2 mil. A empresa permite, ainda, que o parcelamento em 10 vezes sem juros.
As empresas de milhagens também entraram na onda. Na Smiles, quem viaja de TAP, Alitalia, Air France ou KLM, entre 1º e 31 de julho, tem milhagens em dobro. Ou seja, 10 mil milhas se transformam em 20 mil milhas.
Vale lembrar que pontos de cartão de crédito também podem ser usados para viajar. Normalmente, os pontos vêm na fatura. O cliente deve se cadastrar na empresa de milhagem e pedir transferência de pontos.
Visto
Para a maioria dos países da Europa não é exigido visto. Devido à diplomacia do Brasil, apenas um passaporte válido a seis meses é suficiente.
Confira alguns destinos: França, Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha, Reino Unido, Escandinávia, Grécia, Hungria, Bélgica, Dinamarca, Ucrânia, Finlândia e Noruega.
Então, o visto não será necessário para aqueles que já imaginam trocar passagens já compradas para outros destinos por férias na Europa.
“Quem já comprou passagem vai tentar trocar o destino para a Europa. As pessoas não acham que estarão em meio a um atentado”, destaca Adilson Ramos, gerente comercial da ABC Viagens.