sábado, 2 de julho de 2016

TEMER E AS FORÇAS ARMADAS



Ao restituir poder às Forças Armadas, Temer diz que é preciso democratizar o País

Estadão Conteúdo 





O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou nesta sexta-feira (1º) durante cerimônia fechada no Palácio do Planalto com representantes das Forças Aramadas, que é preciso democratizar o Brasil. "Precisamos democratizar e reconstitucionalizar o País", discursou Temer, ao assinar decreto que devolve funções administrativas aos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Além dos comandantes das Forças Armadas, participaram da cerimônia no gabinete presidencial os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Alexandre de Moraes.

O decreto, assinado pela presidente afastada Dilma Rousseff nas vésperas de 7 de setembro de 2015, durante a gestão do então ministro da Defesa, Jaques Wagner, causou revolta nas três Forças e criou uma crise militar, conforme informou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na época.

A medida, considerada ilegal pelos militares, foi entendida como uma interferência indevida nas Forças Armadas e uma "picuinha" da então secretária-geral da pasta na época, Eva Chiavon, que, apesar de questionada pela Casa Civil, informou ao Planalto, nas duas vezes em que foi consultada, que os comandantes tinham conhecimento e concordavam com o texto.


sexta-feira, 1 de julho de 2016

PACOTE DE BONDADES OU DE MALDADES?



Pacote econômico sai em breve, diz Jucá
Estadão Conteúdo 



Em contraponto ao ajuste fiscal, o governo do presidente em exercício Michel Temer vai anunciar nos próximos dias um "conjunto de medidas" para melhorar o ambiente econômico, antes do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) adiantou nesta quinta-feira (30), à TV Estadão/Broadcast, em Brasília, que o pacote deve incluir mais financiamento para diferentes segmentos e o fortalecimento da agência estatal de garantias, ABGF, para deslanchar concessões, parcerias público-privadas (PPPs) e "determinadas atividades econômicas", que não quis listar. Também estão previstas ações para estimular o comércio exterior, desenhadas pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra.

Jucá deixou claro que Temer não vai repetir o mesmo erro da equipe de Dilma Rousseff de insistir no ajuste fiscal sem buscar, simultaneamente, soluções para reanimar a economia.

"Posso dizer que estamos numa linha que não é só a do corte de gasto", disse o senador, que preside o PMDB, partido do presidente em exercício Michel Temer. "Outras ações no nível econômico têm de ser o forte do governo. O ajuste não pode ser o foco maior", completou Jucá, que recebeu de Temer a tarefa de conduzir a agenda econômica no Congresso.

Ele deixou o comando do Ministério do Planejamento, em maio, como a primeira baixa na equipe de Temer por causa das investigações da Operação "Lava Jato". Anunciou a saída após divulgação de áudios em que teria sugerido ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que a mudança no governo resultaria em um pacto para "estancar a sangria" da "Lava Jato", que investiga ambos.

Jucá, que se autodefiniu como "pitaqueiro" do governo, defendeu que o Congresso não entre em recesso até o fim do ano enquanto não votar "medidas estruturantes", como a fixação de um teto de controle dos gastos públicos com base na inflação do ano anterior e o pacote que pretende concluir em duas semanas.

"Nós vamos conduzir o Brasil para uma era de maior modernidade. Para dar condições aos agentes econômicos de terem previsibilidade para fazer projeções." Segundo ele, o "projeto de governo" é para dar resultados a partir de 2017.

O senador também defendeu a liberação de parte do dinheiro que os bancos são obrigados a deixar no Banco Central, chamados de depósitos compulsórios, para abastecer linhas de capital de giro para os pequenos negócios, em dificuldades por causa do agravamento da recessão.

Essa medida já estava sendo estudada pela equipe econômica de Dilma, mas sofria resistência do Banco Central. Jucá acredita que agora o ambiente pode ser mais favorável à alteração.

Sinalização

Ele não defende aumento de impostos para melhorar o resultado fiscal em 2017 - cujo rombo será superior a R$ 100 bilhões, como afirmou o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. "Há caminhos mais inteligentes."

Segundo ele, o Brasil ainda terá de conviver com resultados negativos, mas a sinalização de que as contas voltarão a fechar no azul está sendo dada com medidas de controle de gastos.

O senador rebateu a acusação de que o governo está gastando mais, tendo em vista que conseguiu a aprovação de um rombo de R$ 170,5 bilhões neste ano. Afirmou que o governo se esforça para economizar no pagamento dos benefícios sociais coibindo fraudes.
Nos próximos meses, vai cortar, por exemplo, cerca de 400 mil benefícios que são pagos irregularmente nos programas sociais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




OS DENUNCIADOS QUEREM ACABAR COM A OPERAÇÃO LAVA JATO



Renan quer votar projeto que dificulta investigações

Estadão Conteúdo 



Investigado na Operação "Lava Jato", o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), resolveu desengavetar e acelerar a tramitação de um projeto de 2009 que prevê punições a crimes de abuso de autoridades, de agentes da administração pública e membros de Judiciário, Ministério Público e Legislativo. Muitos dispositivos da proposta estão em sintonia com reclamações de parlamentares sobre a condução de ações da Polícia Federal e da força-tarefa da "Lava Jato".

Um dos artigos, por exemplo, prevê punição para o cumprimento de mandados de busca e apreensão de forma vexatória. No início de junho, Renan criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dizendo que ele havia "extrapolado" seus limites constitucionais ao pedir a prisão e a emissão de mandados de busca e apreensão de senadores no exercício do mandato.

Outro dispositivo da proposta determina detenção de um a quatro anos para cumprimento de diligência policial em desacordo com as formalidades legais. Na semana passada, o Senado protocolou reclamação no Supremo Tribunal Federal contra o juiz de primeira instância Paulo Bueno de Azevedo por promover busca e apreensão no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

A petista e outros senadores também reclamaram do constrangimento que a ação da PF teria causado, quando prenderam preventivamente o ex-ministro Paulo Bernardo na frente dos filhos, menores de idade. Novamente em semelhança ao caso, um artigo da proposta contra o abuso de autoridade prevê detenção por ofensa à intimidade e vida privada.

O projeto prevê ainda pena a quem negar, sem justa causa, acesso da defesa à investigação. Em maio, advogados do senador Romero Jucá (PMDB-RR), então ministro do Planejamento e alvo da força-tarefa, chegaram a recorrer à Procuradoria-Geral da República para ter acesso ao conteúdo das conversas gravadas entre ele e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras. Na conversa, Jucá afirma que era preciso "estancar a sangria", numa referência à "Lava Jato".


Delações

Nesta quinta-feira, 30, o presidente do Senado negou que a proposta tenha como objetivo "interferir no curso" da operação.

Mas, ao tratar da lei de delações, Renan afirmou que é "preciso ter regras" para a colaboração premiada. "Não vou mudar a lei de delação, apesar de entender que ela precisa e pode ser modificada. Não é uma lei de 12 tábuas que vai valer eternamente da forma que se fez.

A delação premiada precisa ter regras porque, se não, ela compensa o crime. O que estamos vendo são pessoas que se entregaram ao desvio de dinheiro público, amealharam milhões e milhões, depois faz uma delação orientada pelo advogado e negociada com as autoridades, entrega parcela que desviou e salva outra parte", disse o presidente do Senado.

No Congresso, existem ainda outros projetos que tratam de limitação das delações premiadas, uma das principais bases de investigação da Lava Jato. Na Câmara, tanto o petista Wadih Damous (RJ) quanto Heráclito Fortes (PSB-PI) - que é da base aliada do presidente em exercício Michel Temer - já apresentaram propostas nesse sentido.

Ontem Renan também criticou vazamentos de depoimentos. "Nos EUA, se a delação vazar, perde a eficácia, é anulada. Aqui, no Brasil, vaza-se de propósito para forçar um julgamento do Judiciário e da opinião pública. Liberdade de expressão não é só para os meios de comunicação, é para todo mundo." No início da semana, o procurador-geral da República fez críticas ao que chamou de tentativa de acordões e manobras políticas para impedir o avanço da "Lava Jato".

Grampos

Um artigo específico do projeto trata de grampos telefônicos e prevê detenção de seis meses a dois anos para quem reproduzir ou inserir nos autos diálogo de um investigado com outra pessoa que seja protegida por sigilo.

A situação relembra o vazamento da conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente afastada Dilma Rousseff sobre o termo de posse para ministro. Na época, os petistas argumentaram que a presidente da República não poderia ser grampeada. A oposição dizia que o alvo era Lula, que não tinha foro.

O projeto que prevê punições para autoridades está na lista de prioridades de Renan e vai passar pela Comissão de Regulamentação da Constituição, presidida por Jucá. Tramitando desde 2009, a proposta foi sugerida durante a discussão do 2.º Pacto Republicano, mas acabou esquecida no Congresso.

Jucá disse desconhecer detalhes da proposta e ironizou qualquer relação com a Lava Jato. "Quem disse que houve abuso na Lava Jato? Não sou eu quem está dizendo isso", afirmou o senador peemedebista.

Nesta quinta, o presidente do Senado também anunciou uma lista de nove projetos que gostaria de trazer para votação em plenário nas próximas duas semanas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A LEI FICA PREJUDICADA POR MUITOS PEDIDOS EXCUSOS



Lei que restringe políticos em estatais é sancionada por Temer

Estadão Conteúdo
Tânia Rêgo/Agência Brasil / Tânia Rêgo/Agência Brasil 






O presidente em exercício, Michel Temer, sancionou nesta quinta-feira, 30, com vetos, a Lei de Responsabilidade das Estatais, que estabelece regras que restringem a nomeação de presidentes, diretores e integrantes dos Conselhos de empresas estatais. A decisão será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 1º.

O prazo final regimental do Projeto de Lei era 12 de julho, no entanto, Temer queria sancionar a lei o mais rapidamente possível e chegou a adiar a decisão pelo menos duas vezes. O presidente em exercício teve que administrar a disputa entre Senado e Câmara em torno da chamada lei, mas desde o início avisou, por meio de seus interlocutores, que não mudaria a "essência do projeto".

O texto aprovado pelo Senado é considerado mais restritivo, dificultando muitas da nomeações políticas defendidas pela Câmara. Por isso, os deputados alteraram o projeto quando foram votar o texto, afrouxando as regras. Como o texto teve origem no Senado, quando a proposta retornou para apreciação dos senadores, eles decidiram restabelecer as regras restritivas às nomeações, irritando os deputados. Agora, para tentar resolver o impasse, o Palácio do Planalto tentou costurar um acordo, para não deixar os deputados totalmente insatisfeitos, mas, menos ainda, os senadores, que têm em mãos a responsabilidade de apreciar o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que poderá manter Temer definitivamente no cargo.

Promessa de eficiência e controle da corrupção

Filipe Motta






Instrução da CGU - Órgãos terão 12 meses para elaborar planos de gestão de risco
Falta de dinheiro por conta de crises financeiras, corrupção e desperdício. São muitas as coisas que podem emperrar o funcionamento da máquina estatal. E pode parecer óbvio, mas só nos últimos anos várias formas de prever esses riscos começaram a ser incorporadas pelo Estado de maneira sistemática, levando a ganho de eficiência nas políticas públicas.

Em maio, todos os órgãos da administração pública federal – de ministérios a autarquias, como universidades – ganharam um prazo de 12 meses para elaborar planos de gestão de risco. A determinação está prevista na Instrução Normativa (IN) 01, elaborada pelo Ministério do Planejamento (MP) e pela então Controladoria Geral da União (CGU).

A gestão de risco nasceu no final dos anos 1980, com a proposta de que as empresas mapeassem todas as fragilidades que pudessem impactar no alcance dos objetivos da organização, levando a perdas de eficiência. Aos poucos, o instrumento foi se tornando obrigatório, e protocolos de gestão de risco passaram a ser exigidos pelo mercado. A partir dos anos 2000, a administração pública de países como Reino Unido, Estados Unidos e México passou a adotar o mecanismo, explica Rodrigo Fontenele, assessor de controle do MP.

No Brasil, em parte por exigência do mercado financeiro, empresas públicas e estatais, como o Banco do Brasil e a Petrobras, utilizam a gestão de risco em seu funcionamento. Além disso, os tribunais de contas estaduais e da União, bem como a CGU e as controladorias estaduais e municipais, realizam suas auditorias com base em protocolos universais de gestão de risco, pontua Cláudio Cruz, analista do TCU envolvido com a discussão que levou à IN.

O ganho, apontam os especialistas é, que a partir do momento em que todos os órgãos da administração passarem a ter a um plano de gestão de risco, os processos de auditoria deixarão de ser somente reativos (indo atrás dos erros que foram cometidos) para serem, predominantemente, preventivos. Tendo clareza das áreas mais suscetíveis a erro, foca-se a atenção das auditorias na prevenção de problemas nesses locais.

Gestores podem ser responsabilizados caso não adotem medidas

Além da possibilidade de antever possíveis erros na administração, outro ponto forte da Instrução Normativa é que ela prevê a responsabilização dos gestores de cada órgão federal caso as medidas de controle do risco não sejam feitas.

“É uma fronteira ainda inexplorada que, se bem implementada, poderá render muitos frutos para a administração pública. E para que funcione, é preciso ter apoio da alta administração”, aponta Márcio do Amaral, assessor técnico da Controladoria-Geral de Minas Gerais, que atualmente estuda a implementação de medidas semelhantes à federal.

A Instrução Normativa determina que sejam implementadas comissões em cada órgão para o mapeamento dos riscos e para o controle permanente.

Um grande desafio, no entanto, é que a identificação e o monitoramento dos riscos exige a existência de profissionais qualificados em todos os órgãos da administração, explica o professor Sandro Cabral, do Insper, que é especialista em estratégia e desempenho no setor público.

Cabral ainda alerta para que os procedimentos de controle de risco sejam implementados de forma equilibrada, de forma que o tiro não saia pela culatra e, ao invés de aumentar a eficiência, um supercontrole que vise somente o combate a corrupção, por exemplo, acabe emperrando a criatividade e a eficiência dos órgãos públicos.

Uma dúvida levantada pelos especialistas é se, com o fim da Controladoria-Geral da União (CGU), promovida pelo governo interino Temer, as implementação das propostas da IN de fato ocorrerão. “A CGU é o órgão central do controle da gestão de risco. Ele seria o responsável por auxiliar e monitorar o trabalho dos demais órgãos públicos”, diz Cabral, do Insper. (F. M.)



DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA É DE US$ 355,733 BILHÕES DE DÓLARES

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