PSDB inaugura sistema
aprovado na reforma política
Folhapress
Bandeira do partido desde a eleições de 2014, o PSDB colocará à prova no
próximo domingo (28), no primeiro turno de suas prévias em São Paulo, a
impressão do voto. A disputa interna definirá o candidato do partido a prefeito
de São Paulo. Disputam a vaga o empresário e apresentador de TV João Doria, o
vereador paulistano Andrea Matarazzo e o deputado federal Ricardo Tripoli.
A cruzada pela impressão do voto ganhou força depois das eleições de
2014, quando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi derrotado pela presidente
Dilma Rousseff (PT) e o partido pediu uma auditoria na votação. O próprio
tucano foi autor de uma das emendas que incluiu a proposta no texto final da
reforma política. A impressão chegou a ser vetada por Dilma. O veto, porém, foi
derrubado pelo Congresso em novembro do ano passado e o novo sistema será usado
nas eleições de 2018.
Pela proposta, depois de votar na urna eletrônica, o eleitor terá o
comprovante de seu voto impresso e deverá depositá-lo em uma urna lacrada. O
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) posicionou-se contrário à sanção do texto,
alegando "altos custos" para a implantação do novo sistema. A corte
estima impacto de R$ 1,8 bilhão em seu orçamento.
Tutorial
Nesta terça-feira (23), o PSDB municipal começou a divulgar um tutorial
de votação aos militantes. No vídeo de um minuto e meio, uma locutora explica o
passo a passo do voto. Nos locais de votação terão um computador, uma
impressora e uma urna de lona em que será depositado o comprovante impresso do
voto. Como não conseguiu que o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo
(TRE-SP) liberasse as urnas eletrônicas, o PSDB buscou um sistema alternativo
semelhante ao usado nas eleições gerais. O diretório municipal do partido em
São Paulo desembolsou R$ 140 mil para bancar o processo.
Com a impressão do voto, os dirigentes do partido pretendem se blindar
de possíveis questionamentos de fraudes na apuração. "Qualquer processo
eleitoral está sujeito a fraudes. O voto impresso será a nossa segurança",
afirma o vereador Mário Covas Neto, o Zuzinha, presidente do PSDB na cidade de
São Paulo.
Dias depois do segundo turno das eleições presidenciais de 2014, o PSDB
levantou a hipótese de fraude no processo e decidiu promover uma auditoria nas
urnas, com autorização do TSE, para se certificar do resultado do pleito.
A decisão de promover uma auditoria das urnas foi tomada apenas quatro
dias depois do 2º turno das eleições presidenciais do ano passado e foi o
primeiro movimento do PSDB de contestação ao resultado do pleito. Em outubro do
ano passado, no entanto, a auditoria não atestou fraude na eleição.
Votação
Cerca de 27 mil filiados estão aptos a votar nos 58 zonais do partido. A
votação acontecerá das 9h às 16h. A apuração está prevista para começar às 17h,
na Câmara Municipal, no centro de São Paulo. A previsão do partido é que o
resultado saia em uma hora.
Caso nenhum dos três candidatos obtenha 50% dos votos válidos mais um,
haverá segundo turno em 20 de março.
Em 2012, o PSDB paulistano também recorreu à consulta a militantes para
definir o candidato do partido a prefeito de São Paulo. Naquele ano, dos 21 mil
filiados, cerca de 6.000 participaram do processo que escolheu o hoje senador
José Serra.