segunda-feira, 14 de outubro de 2013

DIA DOS PROFESSORES



DIA 15/10/2013 FOI COMEMORADO MAIS UM “DIA DOS PROFESSORES”, ESTA DATA, PODERIA SER COMEMORADA POR ESSES PROFISSIONAIS, NO BRASIL, COM MUITA FESTA, SE ESSA CATEGORIA PROFISSIONAL MERECESSE A ATENÇÃO E A VALORIZAÇÃO QUE TODOS DESEJAM, NO ENTANTO, ESSES PROFISSIONAIS ESTÃO ENTRE AS CLASSES SOCIAIS MENOS VALORIZADAS PELOS NOSSOS GOVERNANTES E, PORTANTO, ESSA DATA É MOTIVO DE TRISTEZA E DECEPÇÃO PARA TODA A SOCIEDADE.
O ARTIGO ABAIXO DO NOSSO COMPANHEIRO EULER CONRADO RETRATA COM PRECISÃO A SITUAÇÃO DOS PROFESSORES ESTADUAIS NO NOSSO ESTADO DE MINAS GERAIS.
EDUCAÇÃO
BLOG DO EULER CONRADO


Por que os educadores de Minas desistiram de lutar?

Tenho um pensamento diferente de alguns bravos colegas que aqui no blog têm afirmado que os educadores são covardes e que não partem para a luta por seus direitos. Pode até ser que uma parte da categoria - de qualquer categoria, aliás - seja de fato acomodada, alienada ou coisa que o valha. Mas, vejo a apatia da categoria dos educadores de Minas por um outro ângulo. Na verdade, o que ocorre hoje em Minas é o resultado de uma política deliberada, por parte da gestão Aécio-Anastasia, de destruição da carreira dos educadores, e consequentemente, de destruição da perspectiva de uma Educação pública de qualidade.


Os educadores de Minas, que foram capazes de realizar grandes paralisações nos últimos 30 anos, pelo menos, simplesmente deixaram de acreditar num futuro melhor para as carreiras do magistério. A maioria dos educadores, não importa se efetivos, efetivados ou designados, não trata mais a Educação como uma carreira que se deva levar a sério. Muitos estão adoecidos, outros conseguiram outras fontes de renda ou empregos, ou estão prestes a se aposentar. Afinal, são 12 anos de gestão de ataques ininterruptos aos direitos dos educadores de Minas. É dose cavalar, até mesmo para uma categoria acostumada a sofrer e a ser mal remunerada, tratada como se fizesse parte de uma obra de caridade e não de uma profissão considerada por alguns como das mais nobres.


No Brasil, o professor (e demais educadores) é tratado como artigo fútil por uma elite mais fútil ainda, que não se compromete com o presente e com o futuro de gerações de brasileiros, especialmente os mais pobres. Trata-se de uma elite mesquinha, acostumada a tratar os mais pobres como escravos, e que enxerga na Educação um artigo de luxo para as camadas populares.

A categoria de educadores, acostumada a sofrer, a lutar e a conquistar, mesmo que pequenas migalhas, de repente, num dado momento aprendeu que poderia sonhar com uma carreira decente. Acreditou nisso piamente quando aprovaram a Lei do Piso em 2008, com algumas regras bem definidas no seu texto constitucional, embora com um ridículo valor nominal no salário inicial.

Contudo, nem este mínimo que seria o piso enquanto vencimento básico foi cumprido pelos governos, a exemplo do governo de Minas, que tratou de burlar descaradamente a norma federal, abolindo de uma só tacada o vencimento básico e todas as gratificações e vantagens (quinquênios, biênios, pó de giz) adquiridas pelos educadores ao longo de muitos anos de luta. A Minas Gerais do neto de Tancredo, que hoje aparece na TV dizendo cinicamente que investiu na qualidade da Educação, simplesmente destruiu a carreira dos educadores. Implantou um subsídio como valor total (teto) de dois salários mínimos congelados até 2016. Rebaixou, apenas para os educadores, os percentuais de promoção e progressão na antiga carreira; aboliu, para a maioria,  o direito a férias-prêmio, depois de ter reduzido, apenas para os educadores, de três para dois meses o tempo que supostamente estes poderiam usufruir  o suposto direito - com quase 10 anos de carreira e já tendo direito a férias-prêmio publicado no Diário Oficial, fui informado pela secretaria da escola que só depois de 2020 eu teria uma remota possibilidade de usufruir tal direito, situação aliás comum à maioria dos educadores mineiros.

Minas usou todo o seu aparato estatal - governo, legislativo, judiciário, ministério público, e incluindo a imprensa, que é parte integrante da dominação de classe da mesma elite que detém o poder do estado em Minas e no Brasil -  para destruir a carreira dos educadores, e com isso, sucatear a própria Educação pública no ensino básico. Os educadores de Minas estão fora da Lei do Piso nacional, não têm carreira, estão divididos por políticas deliberadas do governo; e tiveram praticamente todos os seus direitos cassados por uma política de estado criminosa - sim, meus caros, quando se destrói deliberadamente uma carreira como a dos educadores comete-se crime contra milhares de pessoas que dependem do ensino público de qualidade para saírem da situação de miséria em que se encontram.

O governo de Minas - e de certa forma, o governo federal também, por omissão - é responsável direto pelo aumento da violência não só nas escolas, mas na sociedade como um todo; quando se destrói uma carreira como a dos educadores, aposta-se na destruição da possibilidade de se proporcionar a milhares de pessoas uma formação crítica, humanista e universal. Mas, para o governo de Minas e seus aliados, é mais importante investir em cadeias, na repressão, do que na educação dos seres humanos. É um governo que pensa em favor da elite dominante, a qual serve.


Talvez por terem percebido, diante de tantas perdas, de tantos ataques a seus direitos, de tanta insensibilidade por parte dos governantes, e de tanto sofrimento, que não mais vale a pena lutar pela valorização das carreiras do magistério é que os educadores se encontram apáticos. Não querem mais lutar. É um gesto que pode ser comparado com o suicídio coletivo de tribos indígenas quando atacadas pela cultura branca, ocidental, etnocêntrica. Os educadores mineiros não têm mais sonhos em relação à carreira deliberadamente destruída nos últimos 12 anos. Em Minas não existe mais sequer o direito de greve - outro direito constitucional que a gestão Aécio-Anastasia transformou em crime, sujeito à prévia punição.


A Educação em Minas e a realidade dos educadores só aparecem como boas na propaganda paga pelo governo. Nesta propaganda, Minas vive o paraíso, mais ou menos como no filme Matrix, uma projeção social de perfeita harmonia, ante um mundo real destruído.


Quando vejo as heroicas lutas dos professores do Rio de Janeiro, que recebem a solidariedade de milhares de pessoas, percebo que pelo menos lá eles ainda conseguem sonhar com um novo horizonte. Aqui, ao contrário, o sonho acabou para os educadores. Não há mais horizonte - logo num lugar com tão belos horizontes. O governo de Minas deixou um legado de destruição praticamente definitiva da carreira dos educadores, e dificilmente será possível mudar este quadro. Para a Educação pública básica, pelo menos, Minas não existe mais.


Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória, que não se resume ao cenário da Educação-de-Minas!

FONTE: http://blogdoeulerconrado.blogspot.com.br/2013/10/por-que-os-educadores-de-minas.html#comment-form



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

EINSTEIN



Einstein tinha 'ponte cerebral' mais espessa que o normal, mostra pesquisa

A mente do físico alemão Albert Einstein, que nasceu na Alemanha e viveu nos Estados Unidos até sua morte, no século 20, é uma das mais celebradas da história contemporânea e provoca até hoje a admiração de pesquisadores. Agora, descobriram que a ligação entre o lado esquerdo e direito em seu cérebro era mais espessa que o habitual.
Recentemente, uma equipe da Florida State University publicou no jornal de neurologia Brain uma pesquisa que se dedicou a analisar a estrutura cerebral de Einstein, apontando singularidades no órgão do físico que dão mais pistas sobre a origem de sua genialidade.
Através da observação de 14 fotografias há pouco encontradas do cérebro do pai da Teoria da Relatividade, os pesquisadores da universidade apontam que ele teria a área do corpo caloso (espécie de "ponte nevrálgica" que une os lados esquerdo e direito do cérebro) muito mais espessa do que o normal.
Para afirmar isso, os pesquisadores compararam as medidas do corpo caloso de Einstein, obtidas através de sessões de ressonância magnética, às de 67 homens destros com idades entre 20 e 70 anos. O cérebro do físico possuía essa área mais desenvolvida do que a maioria dos analisados.
"Nosso estudo literalmente mostra o que havia dentro do cérebro de Einstein. Ele fornece informações que ajudam a dar sentido ao que já se sabia sobre o cérebro dele", diz, na divulgação do estudo, o antropologista evolucionista Dean Falk, que liderou a pesquisa.

Dobras corticais

Essa não é a primeira vez que Falk e sua equipe se dedicam a analisar a estrutura cerebral do físico.
Em estudos prévios, eles já haviam notado que o córtex pré-frontal de Einstein apresentava mais dobras que o habitualmente visto em outras pessoas. Essa área do cérebro é considerada essencial para o pensamento abstrato.
"Os resultados do estudo sugerem que os dons intelectuais de Einstein não eram apenas relacionados com particularidades de dobras corticais e outras diferenças em certas regiões do cérebro, mas que também envolviam a comunicação coordenada entre os hemisférios cerebrais", afirma trecho do estudo.

Teoria da Relatividade: Albert Einstein promoveu uma revolução na física

Paulo Augusto Bisquolo, 

Em 1905, um jovem funcionário do escritório de patentes de Berna, na Suíça, publicou um artigo que revolucionou a física e a ciência de um modo geral. Suas descobertas mudaram o modo de se ver o mundo e introduziram fatores que alteraram o curso da história.

Esse jovem chamava-se Albert Einstein e o seu artigo, que tratava da eletrodinâmica dos corpos em movimento, ficou conhecido como a Teoria da Relatividade Restrita. Nesse texto, Einstein introduziu conceitos que vão de encontro ao que chamamos de senso comum.

Alguns desses conceitos serão apresentados brevemente aqui, de forma introdutória e com um mínimo de matemática.
Velocidade da luz
Einstein lançou dois postulados. Num deles, afirma que a velocidade da luz é a mesma para qualquer observador. Uma análise mais profunda desse postulado nos levará a conclusões que vão de frente ao que chamamos de senso comum.

Para entender do que se trata, vamos pensar um pouco na mecânica clássica, ou newtoniana, com o seguinte exemplo:

Um viajante está em uma estrada a 100km/h e vai ultrapassar outro veículo que está a 60km/h, com ambas velocidades medidas em relação à Terra. O viajante irá observar o outro veículo a 40km/h, ou seja, a sua velocidade menos a velocidade do outro veículo.

Continuando a seguir nosso viajante, imagine que anoiteceu e ele, logicamente, acendeu os faróis que, por sua vez, emitiram um feixe de luz. É a partir desse ponto que podemos começar a discutir uma das consequências do estudo de Einstein.

Considere que - além do viajante - exista um outro observador na estrada, em repouso em relação à Terra. Quando os faróis são acesos, o observador na estrada irá observar a luz viajando a uma velocidade extremamente alta que aqui chamaremos de “c” e o carro do viajante a uma velocidade “v”. Até aqui não há nenhuma surpresa, porém quando estudamos os resultados das observações do viajante...
Inexistência de um tempo absoluto
O senso comum e a mecânica clássica nos ensinam que o viajante irá medir para a luz uma velocidade que será a própria velocidade da luz (c) menos a velocidade do seu carro (v).

Agora lembre do postulado de Einstein que diz que a velocidade da luz é a mesma para qualquer observador. Ele mostra que o viajante, mesmo em movimento, irá medir a mesma velocidade da luz que o observador em repouso.

A explicação de Einstein para esse fenômeno surpreendente vem da inexistência de um tempo absoluto. Até então, acreditava se nesse tempo absoluto, em que todos os relógios poderiam ser sincronizados. Contudo, Einstein nos mostrou que cada observador tem o seu tempo próprio e que para os observadores em movimento o tempo passa mais lentamente.

Então, por que - quando estamos em movimento - os nossos relógios não "andam" mais lentamente? A resposta é que os fenômenos chamados de relativísticos são observáveis com maior evidência quando estamos lidando com velocidades comparáveis à velocidade da luz, o que não ocorre no nosso dia a dia. Por isso, as diferenças entre os tempos dos observadores em repouso e em movimento são desprezíveis.
Paradoxo dos gêmeos
Considere dois gêmeos idênticos. Um deles irá para uma viagem espacial a uma estrela e a sua nave navegará a uma velocidade próxima à da luz. Já sabemos que para os observadores em movimento o tempo passa mais lentamente e, por isso, o gêmeo que partiu em viagem quando retornar a Terra irá encontrar o seu irmão mais velho.

É provável que algum dia o seu professor de física tenha lhe ensinado que se um corpo está em movimento em relação a um observador, esse mesmo corpo pode estar em repouso em relação a outro. Pois bem, é aí que entra o paradoxo.

O gêmeo que está em viagem pode se considerar em repouso e a Terra em movimento. Desse modo, quem deveria envelhecer menos é o seu irmão que está na Terra, o que realmente não acontece.

A explicação do paradoxo vem do fato que o gêmeo que partiu em viagem sofreu algumas acelerações e desacelerações, enquanto que o seu irmão na Terra não. Tais acelerações serão o motivo de os gêmeos terem idades diferentes ao final da viagem. As predições referentes ao paradoxo dos gêmeos já foram testadas diversas vezes. Em laboratórios, partículas instáveis são aceleradas a velocidades próximas a da luz e elas vivem mais do que quando estão em repouso.
Relação massa e energia
Uma das consequências mais famosas da teoria da relatividade é a relação entre massa e energia. Essa relação é conhecida como equivalência massa-energia e diz que massa pode ser convertida em energia, e vice-versa.

Matematicamente, a equivalência massa-energia pode ser resumida pela mais famosa fórmula de Einstein:
E = mc2
Onde c é a velocidade da luz.

Uma das consequências mais interessantes dessa relação vem do fato que - se estiver parado e não submetido a nenhuma força - um corpo possui uma energia intrínseca pelo simples fato de possuir massa. Essa energia é chamada de energia de repouso.

Para se ter uma idéia em números da quantidade de energia que pode ser liberada por certa quantidade de massa, primeiro precisamos saber quanto vale a velocidade da luz ao quadrado.
C = 3.108 m/s
C2 = 9.1016 m2/s2
Se multiplicarmos o valor encontrado acima pela massa, mesmo que esta seja pequena, o resultado final para energia será um valor extremante alto para os nossos padrões cotidianos. Basta você tentar colocar no papel a quantidade total de zeros que está contida no valor 1016...
APLICAÇÕES DA TEORIA DA RELATIVIDADE NO COTIDIANO
A relatividade pode não ser um assunto muito comum no dia-a-dia, mas ela faz parte do nosso cotidiano. Quando aproximamos da velocidade da luz tudo muda, nesse sentido a relatividade é muito importante. Não é possível ver como que isso ocorre utilizando carros e aviões, mas as partículas subatômicas podem se movimentar muito rápido, podendo alcançar velocidades bem próximas à velocidade da luz.

Um instrumento muito comum na atualidade utiliza mecanismos advindos da relatividade para determinar com alta precisão a posição na Terra, esse é o chamado GPS. Encontrado em celulares de última geração, esse instrumento depende de 24 satélites ao redor da Terra para a determinação correta da posição, mas se não fosse a relatividade todas as medidas estariam erradas. Os cálculos e correções relativísticos são necessários em conseqüência da velocidade dos satélites, aproximadamente 14 mil km/h. Essa velocidade é realmente pequena se comparada com a velocidade da luz, mas mesmo assim os cálculos são necessários. O aparelho de GPS está cada vez mais presente em nosso cotidiano, seja no avião, nos automóveis, navio, em muitos lugares podemos encontrá-lo. Caso não fossem calculados os efeitos da relatividade, poderiam acontecer grandes desastres.

Por Marco Aurélio da Silva
Equipe Brasil Escola

Física - Brasil Escola

Fonte(s):


As digitais de Einstein em nosso cotidiano 

Colunista apresenta inovações tecnológicas derivadas das teorias propostas pelo físico alemão
Por: Carlos Alberto dos Santos
No último dia 20, apresentei uma palestra em Porto Alegre, no evento “Einstein e a Inovação”, organizado pela revista Amanhã para premiar as empresas mais inovadoras da região Sul. Na palestra, intitulada “Einstein: quebrando paradigmas, produzindo inovações”, apresentei aquilo que costumo denominar “as digitais de Einstein em nosso cotidiano”. Embora eu tenha apresentado muitas palestras durante o ano de 2005 em torno desse tema, ainda não tinha me dado ao trabalho de transformar o conteúdo em material impresso ou disponibilizá-lo na internet.


As contribuições do alemão Albert Einstein (1879-1955) nos diversos ramos da física e suas repercussões em aplicações tecnológicas são tão numerosas que dificultam a preparação de um texto como este. Se o critério de seleção for muito flexível, chegaremos virtualmente a todas as áreas do conhecimento. Não seria um exagero dizer que há digitais de Einstein em toda parte. Isso não quer dizer, porém, que seus trabalhos tenham sido fundamentais em todas as áreas. Significa apenas que, para onde quer que se olhe, veremos algum sinal de que Einstein passou por ali.

Pergunte a alguém que tenha algum conhecimento da biografia de Einstein qual é sua maior contribuição para a tecnologia e provavelmente vai ouvir como resposta: a explicação do efeito fotoelétrico. Este fenômeno, descoberto pelo físico alemão Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894) em 1887, ocorre quando determinado tipo de radiação (luz visível, luz ultravioleta, raios X, entre outras) atinge a superfície de determinados materiais, provocando a ejeção de elétrons.

A explicação do fenômeno desafiou a inteligência humana durante mais de dezessete anos, até o dia em que Einstein teve a idéia de imaginar o feixe da radiação como um conjunto de partículas, cada uma com energia igual à freqüência da radiação multiplicada pela constante de Planck. Foi uma idéia brilhante e audaciosa, uma vez que o próprio Max Planck (1858-1947) acreditava que sua constante não passava de um artifício matemático criado, em 1900, para explicar a radiação de corpo negro.

Constante universal
A teoria do efeito fotoelétrico valeu a Einstein o Nobel de Física de 1921, mas não por causa das suas aplicações tecnológicas. Foi por demonstrar que a constante de Planck era universal, isto é, era algo que deveria se manifestar em diferentes fenômenos físicos. Dito de outro modo, qualquer fenômeno envolvendo a luz deveria ter a participação da constante de Planck na sua explicação.

Esse resultado provocou duas reações opostas. De um lado inspirou o jovem Niels Bohr (1885-1962) no desenvolvimento do seu modelo atômico, que teve como conseqüência o surgimento da teoria quântica, que valeu ao dinamarquês o Nobel de 1922. Por outro lado, o resultado despertou a desconfiança do americano Robert Millikan (1868-1953), que passou 11 anos realizando experimentos para mostrar que Einstein estava errado.

Em 1916, Millikan publicou um artigo mostrando que a teoria do efeito fotoelétrico estava correta. Esse trabalho foi consagrado pela história da ciência como a mais precisa determinação experimental da constante de Planck. Pela determinação da carga do elétron e pela verificação experimental da equação de Einstein para o efeito fotoelétrico, ele ganhou o Nobel de 1923.

Dispositivos como as células fotovoltaicas, usadas na fabricação dos painéis solares, utilizam o efeito elétrico em sua concepção. A primeira célula solar, no entanto, foi produzida antes da explicação desse fenômeno por Einstein
Portanto, ao contrário do que muitos imaginam, a mais relevante contribuição de Einstein com o efeito fotoelétrico não se refere às suas aplicações tecnológicas, mas à porta que ele abriu para a teoria quântica.

Na verdade, vários dispositivos que utilizam o efeito fotoelétrico na sua concepção já haviam sido fabricados antes da teoria apresentada por Einstein. Um exemplo interessante é a célula fotovoltaica, muito utilizada atualmente para a fabricação de painéis solares. Embora esse dispositivo, como hoje o conhecemos, tenha sido desenvolvido nos anos 1940, vale registrar que em 1884 o norte-americano Charles Fritts construiu o que hoje é reconhecido como a primeira célula solar – três anos antes da descoberta de Hertz.

Aplicações da relatividade
E a teoria da relatividade, pela qual Einstein é geralmente conhecido, e que para muitos não tem qualquer conexão com nosso cotidiano? O que mais surpreende alguém com pouco conhecimento de física é saber que essa teoria tem inúmeras aplicações tecnológicas. Antes de passarmos a elas, convém lembrar que existem duas teorias da relatividade. A primeira, formulada em 1905, ficou conhecida como teoria da relatividade restrita (ou especial). A segunda, elaborada a partir de 1907, cujo artigo mais importante foi publicado em 1915, foi denominada por Einstein como teoria da relatividade geral.

Em 1925, os físicos mais importantes estavam procurando uma teoria para resolver problemas com átomos de muitos elétrons, uma vez que o modelo de Bohr só funcionava bem para o caso do hidrogênio, que possui um único elétron. Quase simultaneamente surgiram três soluções, todas premiadas com o Nobel de Física.

Interessa-nos aqui considerar apenas a solução apresentada pelo inglês Paul A. M. Dirac (1902-1984) em 1928. Ele partiu da premissa de que a teoria da relatividade restrita era verdadeira para demonstrar a existência do spin do elétron (algo como uma rotação em torno do seu próprio eixo) a partir de fundamentos teóricos, e não de uma hipótese baseada em dados experimentais. Isso ficou conhecido como teoria relativística para o elétron.

A exploração da energia nuclear também é tributária dos trabalhos de Einstein, que demonstrou com a famosa equação E=mc 2 a equivalência entre a massa e a energia de um corpo
Uma conseqüência imediata da teoria de Dirac foi a previsão do pósitron, uma partícula positiva com massa igual à do elétron, experimentalmente observada em 1933 pelo norte-americano Carl Anderson (Nobel de Física de 1936). Na linguagem da física, o pósitron é a antipartícula do elétron. Atualmente ele é usado em uma técnica de tomografia conhecida como tomografia com emissão de pósitrons. A teoria relativística de Dirac impulsionou sobremaneira os estudos que resultaram no desenvolvimento da física de semicondutores que, por sua vez, originou a indústria eletrônica. Portanto, quando você olha para um equipamento eletrônico, vai ver as digitais de Einstein lá no início daquela tecnologia.

Outra aplicação impressionante da relatividade restrita é a que resultou da famosa equação E=mc 2 , também conhecida como equivalência massa-energia. Essa equação apareceu em um pequeno artigo, com três páginas, publicado em setembro de 1905. Tinha um título curioso: “A inércia de um corpo depende do seu conteúdo energético?” Em linguagem coloquial, seria algo como: o que tem a massa de um corpo a ver com a sua energia? No final do artigo Einstein conclui: a massa de um corpo é uma medida do seu conteúdo energético.

O curioso nessa história é que, no artigo, Einstein aventou a possibilidade de testar a teoria com materiais radioativos descobertos por Pierre e Marie Curie em 1898. Em 1934, no entanto, quatro anos antes da descoberta da fissão nuclear, ele declarou não acreditar ser possível extrair energia em grande escala de processos nucleares. Deu no que deu: depois da fissão em 1938, vieram as tragédias de Hiroshima e Nagasaki em 1945. Embora cercada de controvérsias, a aplicação pacífica da energia nuclear está aí, com uma forte marca do gênio criativo de Albert Einstein.

“Padrinho” do laser
Outra aplicação tecnológica com as digitais de Einstein é o laser (sigla em inglês para “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”), presente em toda parte hoje em dia – nos consultórios médicos e odontológicos, na indústria, nos leitores de CD e DVD, nos “apontadores” que os conferencistas utilizam, nos shows musicais, e por aí vai. O primeiro laser foi fabricado no início dos anos 1960, mas a possibilidade teórica da sua fabricação surgiu em um artigo de Einstein publicado em 1916, hoje conhecido como o artigo dos coeficientes A e B de Einstein.

Esses coeficientes medem as probabilidades de emissão e absorção de radiação, conceitos essenciais para a construção do laser . Ao lado do computador, o laser foi uma das primeiras aplicações tecnológicas resultantes daquilo que antigamente se chamava física do estado sólido, denominada hoje física da matéria condensada (não nos cabe aqui discutir a sutileza entre os dois nomes). O importante é chamar a atenção para o fato de que Einstein também fez grandes contribuições nessa área.

A propósito, um dos seus últimos trabalhos relacionado com a mecânica quântica desperta atualmente grande interesse pelas possibilidades de aplicações tecnológicas. Essa história começou em 1924, quando o jovem e até então desconhecido físico indiano Satyendra Nath Bose (1894-1974) escreveu para Einstein pedindo ajuda para publicar um artigo que havia sido rejeitado pela revista inglesa Philosophical Magazine.

Tratava-se de uma elegante dedução da lei de Planck, o que motivou Einstein a traduzir para o alemão e recomendar sua publicação na Zeitschrift für Physik. Em uma nota de tradutor, Einstein escreveu: “O método aqui utilizado também é útil à teoria quântica do gás ideal, como analisarei em outro lugar com mais detalhes”. No ano seguinte, ele cumpriu a promessa e ampliou a estatística quântica de Bose, dando origem ao que hoje conhecemos como estatística Bose-Einstein.

No seu artigo, Einstein concluiu que, se a temperatura de um gás baixar suficientemente, parte das suas moléculas vão para um estado de energia nula (ou quase nula). Posteriormente esse estado físico passou a ser denominado condensado Bose-Einstein. A primeira conseqüência interessante é que, nesse estado, podemos observar fenômenos quânticos em escala macroscópica, um sonho de qualquer estudioso da física. Experimentalmente isso foi obtido em 1995 e, pela façanha, seus autores ganharam o Nobel de Física de 2001.

Relatividade geral
Finalmente, chegamos à relatividade geral, uma teoria tão complexa que, na época de Einstein, costumava-se dizer que não havia mais do que uma dúzia de privilegiados capazes de compreendê-la. Entre suas várias previsões, uma foi comprovada no eclipse total do Sol, observado na cidade cearense de Sobral e na ilha de Príncipe, em 1919. Refiro-me à curvatura de um feixe de luz ao passar nas proximidades de um corpo de grande massa, como o Sol.

Cálculos derivados das teorias da relatividade geral e restrita de Einstein permitem corrigir erros nos relógios atômicos dos satélites do sistema de posicionamento global (GPS).
Pelo desafio intelectual que a teoria impõe, ela tem atraído legiões de jovens físicos e matemáticos em todo mundo, mas também tem ajudado engenheiros a resolver um problema de nossos dias: a correção dos dados fornecidos pelos equipamentos de GPS (sistema de posicionamento global, na sigla em inglês).

Os satélites que fornecem os dados orbitam a uma altura de 20 mil quilômetros. Os dados enviados para os aparelhos de GPS baseiam-se essencialmente em distâncias e tempos. Os relógios atômicos presentes nos satélites sofrem efeitos devidos ao campo gravitacional (o tempo passa mais rápido) e à velocidade do satélite (o tempo fica mais lento). Se não houvesse essa correção, cujo cálculo depende das teorias da relatividade geral e restrita, o GPS poderia apresentar um erro de aproximadamente 11 quilômetros por dia.

Depois de tudo isso, não deve causar qualquer surpresa o fato de Einstein ter sido eleito a personalidade do século 20 pela revista Time. Para os editores, o século passado será lembrado por sua ciência e tecnologia, e ninguém melhor que Einstein para simbolizar tudo o que foi feito nesse período.

Também não impressiona o fato de mais de 20 cientistas terem levado o Nobel de Física por pesquisar temas abordados por Einstein, e tampouco a decisão da Assembléia Geral das Nações Unidas, que elegeu 2005 como o Ano Mundial da Física, para comemorar o centenário dos trabalhos de Einstein publicados em 1905. Incompreensível é que ainda haja atualmente quem tente demonstrar que Einstein plagiou esse ou aquele cientista.

Carlos Alberto dos Santos
Núcleo de Educação a Distância
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
22/02/2008
O que significa a famosa equação E = mc2? Faça o teste abaixo e descubra!

No século 20, a teoria ou princípios da relatividade revolucionou a física ao apresentar novos conceitos sobre as relações entre massa, energia, velocidade, gravidade e passagem do tempo. Teste-se sobre o assunto. 

1 – O que significa a famosa equação E = mc2?
a.     Que a massa pode ser convertida em energia e vice-versa.
b.    Que a energia é igual à massa multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado.
c.      Que a energia de um corpo é proporcional à massa de um corpo.
d.    Todas as alternativas estão corretas.
2 – Qual das propriedades fundamentais do universo permite que os objetos tenham três dimensões:
a.     O tempo
b.    A matéria
c.      A massa
d.    O espaço
3 – Que físico alemão é o autor da Teoria da Relatividade?
a.     Isaac Newton
b.    Joseph John Thomson
c.      Albert Einstein
d.    Niels Henrik David Bohr
4 – Que significa dizer que “não existe tempo absoluto”? Este é um postulado da Teoria da Relatividade Restrita.
a.     A velocidade da luz não é sempre a mesma para qualquer observador.
b.    O tempo passa mais rápido ou mais devagar independentemente da velocidade em que se encontra um corpo.
c.      Não existe passagem do tempo: apenas a interação entre espaço e matéria.
d.    Para cada observador, se ele está parado ou em movimento, existem tempos diferentes.
5 – Água também é matéria e pode gerar energia.
a.     Sim
b.    Não
c.      Somente água no estado sólido é matéria
d.    Água é matéria, mas não tem massa para gerar energia.
6 – Quando foram publicadas a Teoria da Relatividade Restrita e a Teoria da Relatividade Geral.
a.     Em 1895 e 1905
b.    Em 1905 e 1916
c.      Em 1905 e 1926
d.    Em 1925 e 1939

RESPOSTAS DO TESTE:
1 – Letra “d”
2 – Letra “d”
3 – Letra “c”
4 – Letra “d”
5 – Letra “a”
6 – Letra “b”