segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O MUNDO DAQUI 100 ANOS



O mundo daqui 100 anos

Cartola - Agência de Conteúdo

É provável que você não esteja mais aqui para ver. Mas saiba que o mundo que está deixando para seus netos e bisnetos será mais quente, terá altas taxas de densidade demográfica, mais gente vivendo em áreas com escassez de água e alguns animais extintos.

Por outro lado, no próximo século, também deverá haver robôs facilitando o dia a dia dos humanos, sistemas de trânsito mais inteligentes e menos emissão de poluentes. Veja a seguir 10 tendências para o futuro em diversas áreas, do meio ambiente à saúde.

1.     Um mundo mais quente

Nos próximos 100 anos, a temperatura média global deve aumentar entre 4ºC e 8ºC. De acordo com Hilton Silveira Pinto, diretor associado do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp, os polos são as áreas que mais vão sentir esse aquecimento. No Brasil, o Nordeste e a região amazônica devem registrar um aumento de 6ºC a 8ºC em sua temperatura média. Mesmo com a dificuldade em quantificar as razões do aquecimento global, o professor acredita que a maior influência seja da atividade humana, com a emissão de gases do efeito estufa.
Para os oceanos, estima-se um aumento de 2ºC na temperatura média. Pode parecer pouco, mas imagine a quantidade necessária de calor para elevar a temperatura de todo o planeta Terra. 'É preciso uma energia consideravelmente grande para afetar um corpo com 40 mil km de diâmetro', define o coordenador do curso de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rualdo Menegat. Esses aumentos vão fazer a diferença no modo como viverá a humanidade, seja no planejamento das grandes cidades ou na nossa saúde e na fauna e flora ao redor do globo.

2.     Deserto no Nordeste, chuva no Sul

Para 2050, especialistas estimam 5% de diminuição de chuva para a região do Nordeste brasileiro. A partir daí, segundo Hilton Silveira Pinto, professor do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp, é possível que se inicie um processo de desertificação na região, com exceção do seu litoral. 'Essa é a tendência para áreas mais secas. No mundo, já se observa esse fenômeno, como no deserto do Saara, que já expandiu suas dimensões na Nigéria e continuará expandido', destaca Pinto.
Enquanto isso, no sul do Brasil, gaúchos e catarinenses devem se preparar para mais chuva: é possível que haja um aumento na média pluviométrica de até 10% para o próximo século, de acordo com o professor da Unicamp.

3.     Mapas alterados

O aumento previsto na temperatura média da Terra não será suficiente para derreter a Antártica, conforme projetam os mais apocalípticos, diz o professor Rualdo Menegat. Contudo, considerando-se que o nível dos oceanos poderá subir de 60 cm a 1 m, estima-se que o derretimento do gelo poderá alagar regiões costeiras, principalmente na Ásia, como o litoral de Bangladesh. Regiões do Brasil e da África e o sul dos Estados Unidos também deverão sofrer alterações nas suas margens.
Segundo o professor, pequenas ilhas paradisíacas do Pacífico, como a Ilha de Biquíni, poderão desaparecer. 'Milhares de pessoas serão desalojadas, aumentando o número de refugiados ambientais, pressionando essas populações para os centros urbanos', conclui.

4.     População mais velha  e multicultural

Somos hoje 7 bilhões de pessoas no mundo. No ano de 2050, as Nações Unidas estimam que seremos 9,1 bilhões. A população que mais contribuirá para esse crescimento será a dos países em desenvolvimento: de 5,6 bilhões (dado de 2009) para 7,9 bilhões em 2050. Acredita-se que, em 2050, devemos chegar a uma estabilidade populacional e cresceremos numa velocidade menor. Se a tendência atual se mantiver, seremos uma população cada vez mais velha. A estimativa atual é que, de 2009 para 2050, o total de adultos com mais de 60 anos em todo o mundo salte de 739 milhões para 2 bilhões.
Mas não é só em números que o mapa demográfico do mundo apresenta mudanças. Alterações climáticas e avanços tecnológicos nas áreas rurais serão responsáveis por migrações cada vez mais frequentes para os centros urbanos. Segundo o coordenador do curso de Geologia da Ufrgs, Rualdo Menegat, as cidades devem assistir seu número de habitantes dobrar nos próximos anos, quando 80% da população mundial for urbana. Ele define o próximo século como a época em que o maior desafio para o homem será a capacidade de conviver com multiplicidade de culturas. 'Nosso maior desafio não será tecnológico, mas cultural e educacional. O que foi o massacre na Noruega senão uma intolerância daquele moço em conviver com as diferenças?'

5.     Escassez de água

Daqui 40 anos, quando acredita-se que a população irá atingir uma estabilidade no seu crescimento, serão 4 bilhões de pessoas vivendo em áreas de escassez d’água. As regiões mais problemáticas deverão ser as mesmas de hoje: sudeste asiático, grande parte da África e Oriente Médio. No entanto, o professor do departamento de Ciências Ambientais da PUC-SP Paulo Moraes, não acredita em conflitos de dimensões internacionais. 'Eu acredito em soluções pacíficas para o problema, afinal, creio na evolução humana', diz o geógrafo.
Para ele, é importante destacar que não só regiões com escassez do recurso hídrico na natureza podem ser prejudicadas. Também é preciso estar atento às áreas de alta densidade demográfica. No Brasil, onde está 16% de toda água potável do mundo, o Estado de São Paulo já sofre com o problema. 'Atualmente, parte do abastecimento da Grande São Paulo vem de Minas Gerais', diz o professor.

6.     Animais extintos

Espécies aquáticas são as que mais correm risco de desaparecer nos próximos anos. A elevação do nível do oceano e o aumento da temperatura, consequências do aquecimento global, afetarão diretamente a vida das espécies que vivem em ilhas oceânicas, ambientes costeiros (praias, manguezais e restingas) e ambientes coralíneos, diz o coordenador-geral de espécies ameaçadas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ugo Eichler Vercillo.
Ele cita como exemplo de espécies que correrão risco de extinção em 100 anos, tartarugas marinhas, peixe-boi, peixes residentes em corais, aves oceânicas e migratórias. O crescimento urbano é apontado pelo analista ambiental como outra razão que pode provocar extinção de animais a longo prazo. 'A expansão das cidades fragmenta ambientes e retira o habitat natural de espécies, diminuindo a oferta de alimento e segregando grupos. Esse fator poderá levar a extinção espécies como o sauim-de-Manaus (Saguinus bicolor) e a rãzinha Physalaemus soaresi', observa. Hoje a lista oficial de espécies ameaçadas no Brasil é de 627 espécies, sendo duas extintas na natureza e 125 consideradas Criticamente em Perigo (CR), de acordo com o ICMBio.

7.     Cidades verticalizadas

Com as atividades no campo cada vez mais tecnificadas, a tendência é que a população rural migre para as cidades. Em 100 anos, os centros urbanos estarão ainda mais densos, com grande concentração dos seus moradores, acredita o professor doutor Lauro Luiz Francisco Filho, responsável pela área de urbanismo da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp.
Desde os planos diretores da década de 1950, as cidades são segregadas em áreas residenciais, comerciais e industriais, observa. Mas as distâncias e o inchaço das cidades causaram um problema conhecido do homem urbano hoje: o congestionamento do trânsito. 'Será importante encurtar distância, ter uma cidade compacta, por isso a verticalização. Não saberia dizer se a tendência são prédio gigantes, como os de 400 andares de Dubai, ou se medianos, com 50 andares', explica.

8.     Trânsito limpo, silencioso e inteligente

No próximo século, é bem provável que o homem se admire ao descobrir como funcionavam os veículos dos bisavós. 'As pessoas vão perguntar: 'mas os carros lançavam gás carbônico na atmosfera?', prevê o professor da Unicamp Lauro Luiz Francisco Filho. Para ele, a tendência é que predominem veículos coletivos e movidos a energias limpas, como os ônibus movidos a hidrogênio, mais silenciosos.
Em São Paulo, desde dezembro de 2010 já está em circulação um protótipo, mas ele ainda custa cerca de três vezes mais do que um ônibus convencional – algo que deve mudar quando a produção for nacional e em larga escala.
Silenciosos e 'limpos' também são os carros elétricos, outra aposta do professor. Em 100 anos, eles devem substituir de vez os automóveis a gasolina e álcool. No ano passado, uma montadora lançou o primeiro carro 100% elétrico produzido em larga escala, mas o veículo ainda não é comercializado no Brasil.
Além de um carro elétrico, que tal entrar em uma via rápida com a garantia de que não haverá engarrafamento? Para Francisco Filho, no futuro será possível andar em sistemas de trânsito inteligentes, nos quais os carros andarão em comboio, engatados uns nos outros e se comunicando, evitando imprevistos. Inclusive, já está em desenvolvimento a tecnologia de sensores de proximidade para automóveis, que poderão trocar informação, mantendo, por exemplo, distância e aceleração calculadas para não prejudicar o fluxo do trânsito.

9.     A invasão de robôs

Imagine ter em casa uma empregada doméstica como a Rose, dos Jetsons? Alguns desses robôs ajudantes já são comercializados no Japão, por exemplo, mas a preços na casa das dezenas de milhares de reais. Recentemente, pesquisadores japoneses apresentaram uma nova versão do robô enfermeiro, aperfeiçoado na sua capacidade de levantar pacientes da cama. O protótipo, que deve começar a ser vendido em 2015, ainda necessita de acompanhamento de profissional, mas, evita que este precise fazer esforço físico.
Já existem modelos capazes de aprender e agir por conta própria. Cientistas do Instituto de Tecnologia de Tóquio apresentaram outro robô neste ano capaz de realizar tarefas como servir água, por exemplo. No futuro, o custo dessas máquinas deve cair e elas devem agregar cada vez mais novas funções, o que tornará comum encontrá-las como recepcionistas em empresas ou mesmo nas casas das famílias do século 22.

10.                      Mais doenças crônicas

Em 2050, o Brasil terá triplicado sua população de idosos para 64 milhões. Com o envelhecimento populacional aumentam as doenças crônico degenerativas, como diabetes, problemas cardiovasculares e mal de Alzheimer. Por outro lado, destaca a professora doutora Karina Pavão Patrício, do departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp, hábitos mais saudáveis de alimentação e exercícios físicos começam a ser adotados por mais pessoas, o que pode postergar ou evitar o aparecimento destas doenças.
Contudo, novamente questões ambientais trazem más notícias para as gerações futuras. 'Um grande problema que assola a humanidade e já é dado como irreversível pelas pesquisas é o desequilíbrio e degradação ambiental que atinge diretamente a saúde de todos, principalmente crianças e idosos, que são os mais vulneráveis. De acordo com a OMS, 24% de todas as doenças são associadas a fatores ambientais', afirma Karina. Essas complicações são causadas, por exemplo, por contaminações do ar, da água, do solo (por agrotóxicos). Para Karina, em pleno século 22, a humanidade ainda poderá sofrer de complicações tão primárias.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

ESPIONAGEM



A ESPIONAGEM ENTRE PAÍSES SEMPRE EXISTIU E CONTINUARÁ EXISTINDO – SOMOS ESPIONADOS E SE TIVERMOS OPORTUNIDADE TAMBÉM VAMOS ESPIONAR – O QUE DEVE FUNCIONAR É A CONTRA-ESPIONAGEM É O SISTEMA DE DEFESA – VEJAM OS FILMES DE JAMES BOND

    Espionagem? Pré-sal do Brasil vale hoje R$ 20 trilhões

FONTE: BOB FERNANDES

O pré-sal do Brasil teria reservas de, no mínimo, 70 bilhões de barris de petróleo. Pode ter até 80 bilhões de barris, segundo estimativa de quem é muito do ramo. Isso, a preços do momento, significa uns 8 trilhões e 800 bilhões de dólares. Ou algo como 20 trilhões e 400 bilhões de reais.

Vinte trilhões e 400 bilhões de reais equivalem a uns 5 PIBs do Brasil. Cinco vezes tudo o que o Brasil produz a cada ano.

Por algo que vale US$ 8 trilhões e 800 bilhões, Estados Unidos, Inglaterra, as chamadas grandes potências fariam, farão qualquer coisa.

Espionaram e espionarão o que entenderem ser preciso. Na moita, ou com a colaboração da própria Polícia Federal, espionaram abertamente o Brasil até o início dos anos 2000. Na marra, fazem e admitem fazer agora.

Isso é absolutamente inaceitável. Por aqui, por ignorância profunda, acentuado complexo de vira-lata, ingenuidade ou boçalidade, há quem diga ser desimportante a ciberespionagem. Ou ache que "isso é assim mesmo".

Não é. Na Alemanha, em porções da Europa, esse é um importante debate travado nestes dias. O parâmetro da privacidade de cada um de nós daqui por diante dependerá da reação, ou da tibieza nas reações, a essa espionagem em escala quase absoluta.

Com reservas estimadas em US$ 8 trilhões e 800 bilhões, a preços de hoje, Petrobras e pré-sal têm sido objeto de opiniões na mídia nas 48 últimas horas. Opiniões nos mesmos dias e quase sempre na mesma direção.

O leilão do campo de Libra, de Santos, está previsto para 21 de outubro. O governo ensaia a formação de um consórcio com a chinesa Sinopec, entre outros parceiros. Consórcio que aumentaria a presença da Petrobras no negócio.

O que está posto é, em resumo, um debate que agora concentra duas posições: de um lado os que defendem a Petrobras ampliando ao máximo sua presença no negócio do pré-sal. Na outra ponta, os que preferem a participação maior do setor privado. A estes, no momento, o que resta é defender, torcer para um adiamento do leilão do campo de Libra. 

Quem entende de Petrobras avalia ser improvável que todo o sistema de defesa tenha sido quebrado e a espionagem tenha chegado até as informações mais sensíveis do pré-sal. Mas, ao mesmo tempo, considera a mera tentativa uma brutal agressão norte-americana.

Não se pode falar em "deslealdade" porque isso seria ingênuo num jogo de poder e de trilhões de dólares. O presidente Barack Obama prometeu à presidente Dilma Rousseff transparência total nas informações sobre ciberespionagem. Isso até a quarta-feira, 11.

É ver para crer. E aguardar, a depender do desenrolar, se as agendas serão mantidas. O leilão do campo de Libra, marcado para 21 de outubro. E a visita de Dilma aos Estados Unidos, e a Obama, agendada para dois dias depois do anunciado leilão.

ESTATÍSTICAS NO FUTEBOL



AS ESTATÍSTICAS SÃO MUITO IMPORTANTES EM TODOS OS RAMOS DE ATIVIDADES HUMANAS E POR ISSO, OS TÉCNICOS DE FUTEBOL, DEVERIAM OBSERVAR E PROCURAR EVITAR OS ERROS DO SEU TIME NOS ÚLTIMOS 30 MINUTOS DO JOGO, CONFORME DEMONSTRAM OS AUTORES DESSE LIVRO.


 
Presentes em todas as transmissões esportivas de basquete, baseball, futebol americano, etc., as estatísticas fazem parte do cotidiano dos norte-americanos há muito tempo, explicando (ou tentando) todos os lances, jogadas, acertos, erros, praticamente tudo. Uma forma de pensar que ficou conhecida no mundo todo com a obra Moneyball, que narra como o Oakland Athletics fez história na MLB com um time montado apenas pelas estatísticas de cada jogador.
Como o futebol não tinha uma forte presença nos EUA, a modalidade ainda estava "preservada" desta linha de pensamento. Estava. Com o crescimento da MLS, as boas campanhas das seleções nacionais em Copas do Mundo e a chegada dos times europeus ao mercado, um novo público passou a acompanhar o esporte, entre eles os especialistas. Consequentemente as estatísticas passaram a ser cada vez mais analisadas.
The Numbers Game, Why Everything You Know About Soccer is Wrong acaba de ser lançado e promete, como o título mesmo diz, desconstruir a linha de pensamento que reinava até agora no futebol, onde os números que basicamente importavam eram quantos gols foram feitos na partida e quantos pontos cada time ganhou. Para provar isso, Chris Anderson e David Sally, os autores, analisaram mais de 8 mil jogos entre 2005 e 2011 das ligas inglesa, alemã, italiana e espanhola e chegaram a algumas conclusões como:

- escanteio não significa chance clara de gol, menos de 10% deles realmente acabam se concretizando neste lance
- posse de bola é importante, mas não essencial, conforme Barcelona e Espanha propagaram nos últimos anos. Para eles, o que realmente define,  são os próprios erros cometido por uma equipe, principalmente nos últimos 30 minutos de jogo
- consequentemente os defensores deveriam ser mais valorizados no mercado
- deu zebra: ao contrário da NBA, NFL e MLB, onde a equipe apontada como favorita antes da partida realmente vence em cerca de 70% dos jogos, no futebol esta taxa cai para próximo de 50%

Penso que as estatísticas podem sim ajudar o futebol dentro e fora de campo, na parte tática e também na comunicação. Mas não será com a mesma linha de enxergar dos norte-americanos que isso vai acontecer por aqui e na Europa. O que acham?