quarta-feira, 29 de maio de 2024

ARQUITETOS E DESIGNERS TERÃO UM PAPEL CRUCIAL NA RECONSTRUÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL

 

As arquitetas Priscilla Bencke e Gabi Sartori explicam o papel do arquiteto e designer na reconstrução dos lares o bem-estar e a saúde

As enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, deixando centenas de mortos e meio milhão de desabrigados, expuseram a vulnerabilidade do estado frente aos eventos climáticos extremos, intensificados pelas mudanças climáticas.

A catástrofe, que já afeta 2,1 milhões de pessoas em 447 municípios, exige ações urgentes e eficazes para mitigar seus impactos e prevenir futuras tragédias. Esse desastre foi impulsionado pelo enorme volume de chuvas das últimas semanas, resultado de uma onda de calor na região centro-oeste e sudeste do país.

Estudos científicos recentes, como o realizado pelo grupo ClimaMeter, evidenciaram que as chuvas que atingiram a região Sul foram 15% mais intensas devido às mudanças climáticas.

Mas diante do cenário vivido no Rio Grande do Sul, quais aprendizados podemos ter para uma reconstrução mais consciente?

Neste sentido, arquitetos e designers terão um papel crucial na reconstrução do Rio Grande do Sul, indo além da estética e abrangendo soluções que aliam funcionalidade, segurança, sustentabilidade e bem-estar.

De acordo com a arquiteta e cofundadora da Academia Brasileira de Neurociência e Arquitetura (NEUROARQ® Academy), Gabi Sartori, a reconstrução após desastres ou guerras também influencia nossa experiência nos espaços construídos.

“A própria história nos mostrou isso. Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu a necessidade de criar soluções rápidas e econômicas priorizando a funcionalidade em detrimento da experiência humana, resultando em espaços menos enriquecedores”, explicou.

Gabi explica que os seres humanos estabelecem laços profundos com os espaços físicos, o que contribui para o nosso sentimento de pertencimento e identidade. “A perda desses espaços, como em desastres, pode gerar um impacto emocional significativo, pois perdemos aquilo que nos é familiar e o que nos identifica”, destacou.

Portanto, é crucial que arquitetos e designers considerem a experiência humana na reconstrução pós-desastre, buscando soluções eficientes que promovam o bem-estar e a saúde, aprendendo com erros do passado onde a rapidez foi priorizada em detrimento da qualidade de vida.

“A Teoria do Pertencimento, enraizada na psicologia, nos ensina que a necessidade de conexão e aceitação é essencial, comparável às nossas necessidades físicas”, explica a arquiteta e cofundadora da NEUROARQ Academy, Priscilla Bencke.

“Ver Porto Alegre nessa situação traz uma tristeza imensa, pois parece que se perde uma identidade. Imagine para quem perdeu tudo?”, reflete Priscilla, que é natural do Rio Grande do Sul.

Ela explica que essa teoria é particularmente pertinente para entender como o design de locais onde passamos a maior parte do tempo, como as casas, pode impactar na qualidade de vida das pessoas.

O desafio agora, segundo as especialistas, é reconstruir lares que atendam às necessidades físicas e emocionais das pessoas, promovendo um forte senso de pertencimento. “A neurociência oferece perspectivas valiosas sobre como estruturar espaços para fortalecer esse sentimento, mostrando que o design não apenas atende necessidades funcionais, mas também promove conexões interpessoais”, destaca Priscilla.

“A aplicação da Teoria do Pertencimento na arquitetura e no design de interiores transcende a estética, sendo uma abordagem fundamental para criar espaços que enriquecem a experiência humana, permitindo que as pessoas não apenas ocupem um espaço, mas verdadeiramente se sintam parte dele”, complementa Gabi.

A reconstrução do Rio Grande do Sul é uma oportunidade para criar um estado mais resiliente e preparado para os desafios do futuro, com soluções inovadoras que coloquem as pessoas no centro do processo.

Sobre a NEUROARQ® Academy  

A Academia Brasileira de Neurociência e Arquitetura – NEUROARQ® Academy é uma empresa de educação especializada na formação de profissionais e disseminação da neurociência aplicada à arquitetura, também conhecida como “neuroarquitetura”.

Essa disciplina estuda a relação da arquitetura e bem-estar de quem habita os ambientes ao aplicar conceitos da neurociência em seu design. Como os ambientes em que vivemos impacta na nossa saúde física e mental, é possível criar projetos inteligentes que elevam a qualidade de vida de quem os ocupa.    

Sobre as fundadoras da NEUROARQ® Academy  

Gabriela Sartori é arquiteta e urbanista, certificada em Neuroscience and Architecture, Design and Urbanism (Newschool, EUA), membro da ACE (ANFA Center Education) – Latin America 2020/21, Instrutora em NeuroDesign no DigitalFUTURES WORLD 2020 – ARCHITECTS UNITE 10th Summer (Tongji University – Xangai/China). É graduada em Comunicação Social e pós-graduada em Arquitetura Comercial pelo Senac, palestrante e consultora de Neurociência e Arquitetura com diversas publicações sobre o tema na mídia. Além disso, Gabriela possui experiência profissional em projetos cenográficos e arquitetônicos, a frente do escritório Sartori Design em São Paulo/SP.   

Priscilla Bencke é arquiteta e urbanista, certificada em Neuroscience and Architecture, Design and Urbanism (Newschool, EUA), membro da ACE (ANFA Center Education) – Latin America 2020/21, Instrutora em NeuroDesign no DigitalFUTURES WORLD 2020 – ARCHITECTS UNITE 10th Summer (Tongji University – Xangai/China). É Especialista em Projetos para Ambientes de Trabalho (Gepr. ArbeitsplatzExpertin/ Gepr. BüroEinrichterin), Consultora internacional de Qualidade em Escritórios (Quality Office Consultant), Pós-graduada em Arquitetura de Interiores e pós-graduada em Neurociências e Comportamento. Além disso, Priscilla é Fundadora da QUALIDADE CORPORATIVA Smart Workplaces®️. Palestrante e Consultora de Neurociência e Arquitetura com diversas publicações sobre o tema na mídia.  

O CHATGPT VAI TRANSFORMAR A MANEIRA COMO AS PESSOAS FAZEM BUSCA NA INTERNET

 

Para Florian Bessonnat, cofundador da startup franco-brasileira Simplex e referência internacional em SEO, comportamento do consumidor mudará completamente quando interação com IA generativa migrar para smartphones

Este ano, pela primeira vez desde 2021, a Microsoft superou a Apple em valor de mercado, se tornando a empresa mais valiosa do mundo, estimada em US$ 2,888 trilhões. Uma das grandes alavancas do feito foi a colaboração da multinacional de Bill Gates com a OpenAI, a criadora do ChatGPT. A eterna disputa entre as duas gigantes da tecnologia deve se acirrar nos próximos dois anos, quando o ChatGPT vai transformar a maneira como as pessoas fazem busca na Internet, desbancando o Google. A análise é de Florian Bessonnat, cofundador e CIO da startup franco-brasileira Simplex e professor no curso de SEO (Search Engine Optimization) da Universidade de Genebra, no programa de MBA, em parceria com a Universidade de Columbia (NY/EUA), o Google e a Microsoft.

Por trás da possível quebra de monopólio do Google, está um enorme desafio – e oportunidade – para empresas que trabalham com SEO, de acordo com Florian, líder de projetos que renderam mais de meio bilhão de visitas anuais a websites nos últimos dez anos, dentre os quais o Yahoo! na Europa. “A tendência é que o Chat GPT se torne a interface predominante de pesquisa e como ele usa o Bing como buscador padrão para coletar informações e responder perguntas dos usuários, o desafio para empresas que trabalham com SEO será pensar desde já em novos mecanismos de indexação. Uma boa posição no Bing e não mais no topo do Google é o que tornará a marca relevante no ChatGPT. É uma mudança de paradigma que muda toda a estrutura de poder da Internet, pensando de forma mais ampla”, analisa.

A aposta de Florian é que, com as constantes evoluções do ChatGPT, as próximas gerações de smartphones também já deverão contar com a ferramenta integrada nos dispositivos. “O ChatGPT se tornará uma espécie de copiloto das pessoas, respondendo a perguntas mais complexas, cruzando dados de modo a fornecer respostas cada vez mais completas. Estaremos diante de uma verdadeira transformação no modo em que tarefas operacionais são executadas hoje em dia”. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2022, lançada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), dos 149 milhões de usuários de internet no país, mais de 92 milhões, cerca de 62%, acessam a web apenas pelo celular.

O especialista destaca ainda que empresas que estiverem trabalhando com conteúdo em escala sairão na frente nesta transição, uma vez que as plataformas de IA que realizam buscas irão precisar de uma quantidade cada vez maior de dados para aprendizagem.

Novo boom do SEO

Se por um lado o SEO experimentará um boom, a mídia paga (SEM – Search Engine Marketing), por outro, estará diante de uma possível crise, uma vez que o ChatGPT considera apenas resultados orgânicos. “Será a hora e a vez do SEO e de alternativas como o branded content”, complementa o especialista.

Estar no topo do Google significa, para as grandes marcas, mais acessos em seu site e, como resultado, mais clientes/vendas para seu negócio. “Uma pergunta simples sobre qual é o smartphone mais barato no mercado, no entanto, pode devolver múltiplos resultados no Google. O ChatGPT, por exemplo, conseguirá cruzar avaliações do produto na internet com a confiança do vendedor e, considerando a localização do comprador, sugerir um único resultado certeiro. Tudo isso escaneando centenas ou milhares de páginas no Bing. Isso é um aspecto muito importante para quem trabalha com SEO, porque o ranqueamento do site será fundamental, uma vez que a tendência será o desaparecimento dos cliques em páginas diversas”, explica.

A Simplex, pioneira na abordagem tecnológica de SEO (Search Engine Optimization), é especializada em aumento de tráfego online qualificado, conversão e vendas na internet. O CEO João Lee explica que a startup já está estudando meios de pivotar alguns de seus produtos para o Bing. “É uma mudança de chave para as empresas e agências de marketing digital. Como conseguir influenciar o ChatGPT – e outras interfaces de IA – para ele produzir resultados orgânicos para os clientes? Quem já estiver levando em conta essa questão será pioneiro nos próximos anos”, acrescenta.

Sobre a Simplex:

A Simplex é uma startup especializada em aumento de tráfego online qualificado, conversão e vendas na internet. No Brasil, é pioneira na abordagem tecnológica de SEO (Search Engine Optimization), tendo desenvolvido ferramentas proprietárias de inteligência artificial e automação que ajudam empresas a alcançarem o topo do Google de forma rápida, com resultados escaláveis. A partir de escritórios no Brasil e na França, atende clientes em mais de 10 países da Europa, América Latina e Ásia, incluindo grandes varejistas como Carrefour, Leroy Merlin e Mobly, além de marcas como Sephora, Burger King e Itaú. Fundada em 2017, a empresa nasceu da ampla experiência em SEO de seus fundadores, João Lee, executivo brasileiro com sólida carreira na área de Web Analytics, e o francês Florian Bessonnat, que já foi gerente sênior de projetos no Yahoo e é professor de e-commerce na Universidade de Genebra. Suas duas principais ferramentas, o Indexa e o Sir Cache, têm foco na otimização de sites e criação automática de landing pages, com algoritmos que entendem as constantes alterações de melhores práticas do Google e outros sites de busca da internet. Mais informações: https://simplex.live/

A MÁ GESTÃO É RESPONSÁVEL POR 25% DOS FECHAMENTOS DE EMPRESAS NO PAÍS

Aleksander Avalca

O Brasil enfrenta um desafio crítico no panorama empresarial: quase metade das empresas fecha suas portas em até três anos devido a problemas de gestão. Anualmente, mais de 1 milhão de negócios encerram suas atividades, e apenas em 2021, esse número ultrapassou 1,4 milhão. Essas estatísticas alarmantes destacam a fragilidade do ambiente empreendedor brasileiro e a necessidade urgente de uma abordagem mais eficiente para garantir a sobrevivência e o crescimento sustentável das empresas.

A má gestão é responsável por 25% dos fechamentos de empresas no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficando atrás apenas de questões como altos impostos, demanda limitada e competitividade acirrada, além das dificuldades de acesso ao crédito. A falta de uma gestão eficaz é uma das principais causas dessa situação preocupante, evidenciando a necessidade urgente de estratégias sólidas e planejamento adequado por parte dos empreendedores.

“Muitas pessoas começam a empreender totalmente despreparadas, e é comum encontrar quem acredite que prá ter uma empresa de sucesso é preciso só vender cada vez mais. Essa ideia faz com que o único foco da empresa seja as vendas, deixando de lados todos os outros aspectos de uma gestão eficiente como marketing, finanças, gestão de pessoas e processos. Infelizmente, é muito difícil ter uma empresa próspera e a longo prazo se não tiver gestão, por isso muitas fecham rapidamente.” – Aleksander Avalca

A gestão financeira inadequada é um fator crítico para o fechamento precoce das empresas. A ausência de controle adequado do fluxo de caixa e o gerenciamento ineficiente dos recursos financeiros levam muitas empresas ao declínio e à insolvência. Além disso, problemas relacionados ao acesso ao crédito e ao endividamento exacerbam ainda mais a situação, dificultando a continuidade das operações comerciais.

Em resposta a esses desafios, a consultoria empresarial emerge como uma ferramenta indispensável para auxiliar as empresas a superarem suas dificuldades. Profissionais especializados podem oferecer insights valiosos, identificando áreas de melhoria e propondo soluções personalizadas para impulsionar o crescimento e a sustentabilidade dos negócios. Investir em orientação especializada e buscar aprimorar constantemente as práticas de gestão torna-se essencial para reverter a tendência de fechamento precoce das empresas e promover um ambiente empresarial mais estável e próspero no Brasil.

“Nem mesmo os maiores empresários do mundo dominam sozinhos todas as áreas da gestão e é por isso que é fundamental ter o suporte de quem pode ajudar, e nesse aspecto a consultoria é essencial, principalmente porque um especialista vai começar a olhar o seu negócio de fora e isso pode trazer soluções para algo que você não enxerga. Quando falamos de gestão financeira, não existe meio termo, ou está sendo efetiva ou não. E se não for, o empresário vai encontrar um grande problema em breve.” – Aleksander Avalca

De acordo com pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os microempreendedores individuais (MEI) apresentam a maior taxa de mortalidade de negócios em até cinco anos, chegando a 29%. Já as microempresas têm uma taxa, após cinco anos, de 21,6%, e as de pequeno porte, de 17%.

Os problemas financeiros lideram a lista dos desafios enfrentados pelas empresas, incluindo a falta de capital de giro, má gestão de despesas e incapacidade de lidar com situações econômicas inesperadas, como crises financeiras ou mesmo a recente pandemia.

Empreender no Brasil não é fácil. Quem já tentou sabe que o caminho está repleto de obstáculos, burocracia, incertezas e riscos. No entanto, é possível superar esses desafios com muito trabalho, determinação, criatividade e resiliência, mantendo-se atento à saúde da empresa em todos os aspectos.

“Nós estamos acostumados a achar que fazer gestão financeira é a coisa mais difícil do mundo, mas não precisa ser assim. Claro que se você for procurar apenas conteúdos teóricos, vai ser muito difícil entender se você não tem uma formação acadêmica. Mas se engana quem acha que você precisa dessa formação para ter sucesso nos negócios. O empreendedor precisa de conhecimento prático, simples e que funcione para a realidade dele.” Aleksander Avalca

Muitos dos desafios enfrentados pelos empresários são comuns a todos, independentemente do tamanho ou segmento da empresa. Desde a estruturação e mapeamento de processos até a gestão do tempo, passando pela busca por estratégias de crescimento em diversos canais e pela retenção de clientes, há uma série de obstáculos a serem superados.

Listamos alguns dos pontos nos quais muitos empresários encontram dificuldades na busca pelo crescimento:

– Estruturação e Mapeamento de Processos

– Consolidação da Marca

– Estabelecimento de Rotinas e Rituais

– Retenção de Clientes e Aumento do Valor Vitalício do Cliente (LTV)

– Planejamento Estratégico

– Melhoria da Experiência do Cliente

– Recrutamento e Seleção de Talentos

– Crescimento Empresarial

– Gestão de Pessoas, Cultura Organizacional e Liderança

– Estruturação de Equipes e Departamentos

– Identificação de Canais de Crescimento

– Estabelecimento de Metas e Indicadores-Chave de Desempenho (KPIs)

– Atualização sobre o Mercado e Expansão da Rede de Contatos

– Recomendação de Ferramentas Empresariais

– Os Segredos de uma Gestão Eficiente

Engana-se quem pensa que uma gestão empresarial eficaz se resume apenas à burocracia. Ela é um ecossistema que inclui:

1. Capital Humano: Recrutar e reter talentos alinhados à cultura da empresa é crucial.

2. Estrutura Organizacional: Sistemas de gestão eficazes mantêm a empresa operando com precisão.

3. Planejamento e Organização: Esses pilares garantem não apenas a sobrevivência, mas o florescimento da empresa.

“Costumo dizer que empreender é a profissão mais difícil do mundo porque você precisa dominar muitas áreas, colocar em prática e, ainda, lidar com pessoas. Quando olhamos a quantidade de obstáculos, parece que vai ser impossível, mas o importante é buscar ser um pouco melhor a cada dia, buscar conhecimento e colocar em prática. Só assim o empreendedor vai conseguir dominar a gestão e ter sucesso com sua empresa.” Aleksander Avalca

Diante dos desafios enfrentados pelos empreendedores brasileiros, fica evidente que a má gestão representa um obstáculo significativo ao crescimento empresarial. No entanto, também é possível perceber que, com estratégias adequadas e apoio de profissionais especializados, é viável superar essas dificuldades. Investir em consultoria empresarial, fortalecer a gestão financeira, estruturar processos internos, valorizar o capital humano e manter um planejamento organizado são passos essenciais para garantir a sustentabilidade e o sucesso dos negócios no Brasil. Com dedicação, resiliência e uma visão estratégica, é possível transformar desafios em oportunidades e construir um ambiente empresarial mais próspero e estável para o futuro.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 245.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 5.800.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas três anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

 

terça-feira, 28 de maio de 2024

PETROBRAS DEVE INTENSIFICAR A BUSCA POR NOVAS RESERVAS DE PETRÓLEO DIZ SUA PRESIDENTE

 

História de NICOLA PAMPLONA – Folha de S. Paulo

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS0 – Em sua primeira entrevista após assumir a presidência da Petrobras, Magda Chambriard indicou um reforço na estratégia de buscar novas reservas de petróleo, o que é questionado por organizações ambientalistas em meio à crise climática e a tragédias como as cheias no Rio Grande do Sul.

Magda tomou posse na última sexta-feira (24) e, em sua fala pública, defendeu a exploração da margem equatorial, disse que a estatal não entrará em negócios que não dão lucro e que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a missão de gerir a empresa com “respeito à sociedade brasileira”.

“Temos que tomar muito cuidado com a reposição das reservas, a menos que a gente queira aceitar o fato de que podemos voltar a ser importadores, o que para mim está fora de cogitação”, afirmou. “O esforço exploratório dessa empresa tem que ser mantido, tem que ser acelerado.”

“Temos novas fronteiras importantes a perseguir, dentre elas a questão do Amapá, na bacia Foz do Amazonas, temos a bacia de Pelotas”, continuou, defendendo que o impasse sobre o licenciamento de poços na região Norte do país seja resolvido pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).

O órgão reúne representantes de diversos ministérios, entre eles o MMA (Ministério do Meio Ambiente), e da sociedade civil.

“Esses assuntos têm que ser discutidos à luz da sua contribuição para a sociedade brasileira”, disse. “Toda vez que a gente restringe essa discussão a uma instituição única, não expande a outras instituições, a sociedade sai perdendo.”

Questionada sobre os efeitos da produção de petróleo sobre o clima e, especificamente, sobre as cheias no Sul, Magda defendeu que desastres como esse podem ocorrer por uma série de fatores e citou, entre eles, aterros sobre áreas antes alagadas. “Não vamos culpar o pré-sal.”

A executiva foi indicada por Lula para substituir Jean Paul Prates, demitido na semana retrasada após longo processo de fritura, que ganhou força após sua abstenção em votação sobre dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023.

Após recuar em relação à proposta de reter 50% dos dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023, o governo determinou à empresa que decida até o fim do ano se distribui os 50% restantes. “Precisamos ver como isso se encaixa, o que vem pela frente, o que queremos acelerar”, afirmou Magda.

A nova presidente da Petrobras garantiu a manutenção da política de preços dos combustíveis atual, que foi implementada por Prates em 2022 cumprindo promessa de campanha de Lula. A politica, disse, reduziu os preços internos e garantiu estabilidade ao consumidor sem dar prejuízo à Petrobras.

E, também como Prates, defendeu que a gestão da empresa tem que se equilibrar entre os interesses do governo, acionista majoritário, e de acionistas privados. “A Petrobras é perfeitamente capaz de garantir retorno aos acionistas, sejam eles privados ou governamentais, da melhor forma, com muito empenho.”

Nesta segunda, ela sinalizou uma mudança de discurso em relação à transição energética, um dos pilares da gestão de seu antecessor. Falou pouco sobre tema e, quando questionada, citou iniciativas como a captura de carbono.

O governo espera que ela toque uma agenda prioritária de projetos, que inclui recompra de refinarias, encomendas a estaleiros nacionais, e apoio à criação de polo gás-químico em Minas Gerais, base eleitoral do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).

Magda afirmou conhecer as promessas de campanha do presidente e tentará cumpri-las, mas sem dar prejuízo à companhia.

Citou entre as prioridades, além da reposição de reservas, a busca por novos mercados para gás natural e garantia de “igualdade de condições” a fornecedores nacionais de equipamentos —a gestão anterior era criticada por arrendar plataformas, serviço oferecido principalmente por empresas estrangeiras.

Ela afirmou que ainda não decidiu por mudanças na diretoria, mas que considera natural que novos gestores busquem nomes mais alinhados para seu entorno. E que ainda não teve tempo de se debruçar sobre o tema dividendos, que ajudou a derrubar Prates.

GOVERNADOR DE SÃO PAULO SANCIONA LEI DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou nesta segunda-feira, 27, a lei que estabelece escolas cívico-militares no Estado. A expectativa do governo é de que sejam abertas de 50 a 100 unidades no novo modelo em 2025.

Com o projeto, as escolas que aderirem ao modelo terão ao menos um policial militar da reserva como monitor para desenvolver atividades extracurriculares.

Foi destacado também que o ensino pedagógico permanece o mesmo de uma escola regular e que o objetivo do governo estadual é promover uma melhora dos índices escolares a partir do projeto. Esse ponto tem sido criticado por especialistas em educação, que dizem não haver estudos que mostrem que o modelo cívico-militar promova melhor desempenho acadêmico.

Há críticas ainda para o fato de que os militares da reserva, que atuarão como monitores e não irão lecionar aulas, receberão um salário maior do que o piso salarial dos professores, de R$ 5.300. O valor do salário dos monitores para 40h semanais é de R$ 5.692,50. O orçamento para a remuneração dos monitores é de R$ 7,2 milhões por ano, provenientes dos recursos da Secretaria de Educação.

Deputados que apoiaram o projeto ressaltaram o caráter opcional do programa, que deverá passar pelo aval da comunidade escolar para ser implementado. Não é possível adotar o programa em escolas que sejam as únicas do município. Também não podem participar as escolas que:

– ofertam ensino noturno;

– instituição rural, indígena, quilombola ou conveniada;

– com gestão compartilhada entre Estado e Municípios;

– oferecem exclusivamente a modalidade de ensino de educação de jovens e adultos.

“A gente coloca uma opção adicional no cardápio, as escolas cívico-militares, para criar um ambiente onde tenhamos mais segurança, onde possa desenvolver o civismo, fazer com que a disciplina seja o vetor da melhoria da qualidade de ensino. A adesão é voluntária, ninguém vai ser obrigado a estudar em uma escola cívico-militar, só vai quem quiser”, disse Tarcísio.

O secretário-executivo de educação Vinicius Neiva disse que os PMs da reserva receberão um treinamento para se prepararem à realidade da escola onde serão direcionados. Ele afirmou ainda que os policiais não entrarão armados nas escolas.

“Ele vai precisar passar por um momento de formação e alinhamento das expectativas para que ele possa atuar dentro da unidade escolar”, afirmou Neiva.

Ampliação

Tarcísio mencionou ainda que prefeitos já entraram em contato com o Palácio dos Bandeirantes afirmando que querem uma escola cívico-militar em seus municípios. Além das escolas estaduais, a ideia do governo é fazer uma parceria com escolas municipais para ceder PMs da reserva para atuarem também na rede municipal. O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, já declarou que deve aderir ao projeto.

O governo não detalhou que tipos de regras os estudantes dessas escolas irão precisar adotar, como uso de uniforme e restrições com relação à aparência, como é comum em escolas militares.

O post Tarcísio sanciona lei das escolas cívico-militares em SP: ‘Só vai quem quiser’ apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

 

GOVERNO LULA QUER RESTRINGIR TRABALHO AOS FERIADOS

 

História de CRISTIANE GERCINA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) adiou para 1º de agosto o início da validade da portaria 3.665, que trata sobre o trabalho do comércio em feriados. A nova norma, publicada em novembro de 2023, causou polêmica ao determinar que o trabalho nos feriados só poderá ocorrer se estiver previsto em convenção coletiva.,

A medida alterava regra do governo Bolsonaro, de novembro de 2021, que liberava de forma irrestrita funcionamento para setores como o de supermercados e hipermercados, entre outros, sem negociação coletiva com trabalhadores.

Essa é a terceira vez que a portaria 3.665 é adiada. Ela perderia a validade em 1º de junho, no Corpus Christi. O Congresso discute projeto de lei sobre o tema.

Pela regra antiga, não era necessário haver documento entre empregadores e empregados tratando do trabalho, ou entre a empresa e o sindicato da categoria. Bastava apenas convocação ou comunicado do empregador feita ao trabalhador.

A empresa, no entanto, deveria cumprir o que determina a legislação trabalhista sobre o pagamento de horas extras, sob pena de ser acionada na Justiça do Trabalho.

A liberação irrestrita é vista por sindicalistas, em especial os que representam funcionários do comércio, como prejudicial, já que barrava a possibilidade de haver outras compensações além da folga prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Mas a portaria editada pelo ministro Luiz Marinho (Trabalho) mobilizou a bancada de empresários na Câmara dos Deputados que aprovou, dias depois, a urgência de um PDL (projeto de decreto legislativo) para derrubar a portaria do governo dificultando o trabalho em feriados. A urgência prevê uma tramitação mais rápida naquela Casa.

Em sua justificativa, o deputado Luiz Gastão (PSD-CE) afirma que a norma do governo Lula havia sido tomada sem “uma avaliação prévia”, e que poderia comprometer “a manutenção de milhares de empregos em diversas atividades que vinham operando com sucesso desde 2019 em todo o Brasil”.

“Além do impacto direto na manutenção de empregos, essa medida traz consigo um impacto substancial na economia nacional. Restringir o funcionamento do comércio em dias estratégicos reduz significativamente a receita das empresas, afetando não só os negócios em si, mas também a arrecadação de impostos que são essenciais para o financiamento de políticas públicas e investimentos em infraestrutura”, afirmava o deputado.

Desde então, empresários, parlamentares e trabalhadores vinham debatendo uma nova legislação, mas a urgência trazida pela tragédia no Rio Grande Sul, com chuvas que levaram à morte de centenas de pessoas, fizeram com que os debates fossem paralisados.

GOVERNO INTERROMPE A ALEMANHA DE CONTRATAR ENFERMEIROS BRASILEIROS

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

Após pressão de Brasília, agência do governo alemão suspendeu seleção de enfermeiros brasileiros que desejam trabalhar no país europeu. Oportunidade de evolução profissional ou perda de trabalhadores qualificados?A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma comitiva de ministros a Berlim, em dezembro, teve elogios recíprocos e aprofundamento de parcerias, mas um tema provocou mal-estar entre os dois países: os esforços da Alemanha para atrair enfermeiros brasileiros.

O país europeu projeta um déficit de ao menos 280 mil enfermeiros nos próximos 25 anos, e uma das apostas de Berlim para preencher as vagas é contratar profissionais do exterior. Mas o ministro do Trabalho do Brasil, Luiz Marinho, não gostou da forma como a Alemanha vinha tentando atrair os brasileiros.

Ele reclamou com o ministro alemão do Trabalho, Hubertus Heil, em uma reunião privada entre os dois em Berlim em dezembro, e tornou pública a insatisfação no programa Café com o Presidente: “Estávamos com um problema relacionado com a intenção da Alemanha de trazer trabalhadores da enfermagem para trabalhar aqui na Alemanha. Mas não adotaram os procedimentos que nós tínhamos combinado”, disse.

Qual é o conflito

Marinho e Heil assinaram em junho de 2023, em Brasília, um memorando de entendimento para estabelecer uma cooperação futura entre os dois países sobre migração de mão de obra qualificada. Mas, antes disso, Berlim já tinha outros canais para atrair enfermeiros do Brasil, em especial por meio de iniciativas desde 2018 da Agência Federal de Emprego alemã (Bundesagentur für Arbeit – BfA), que assinou um acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) em junho de 2022 para aprofundar esse recrutamento.

O Ministério do Trabalho brasileiro disse à DW que tinha a expectativa de que, após a assinatura do memorando de entendimento, o governo federal alemão suspendesse as iniciativas para atração de enfermeiros brasileiros até que a cooperação fosse estabelecida. Marinho pressionou para que o acordo entre a BfA e o Cofen fosse suspenso, o que ocorreu no final de 2023.

A suspensão do acordo também havia sido solicitada pela Federação Nacional dos Enfermeiros, que representa 15 sindicatos estaduais da categoria.

Desde então, o Ministério do Trabalho, o Cofen e entidades que representam os enfermeiros seguem realizando conversas sobre o tema. Marinho conduziu em março uma reunião a respeito, mas não há previsão de se e quando será firmado um novo acordo com balizas para a migração de enfermeiros brasileiros para o país europeu.

A BfA suspendeu a partir de janeiro novos programas de seleção de enfermeiros brasileiros. Enquanto isso, Berlim segue procurando parcerias do tipo com outros países – em março, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, tratou do tema diretamente com o presidente da Filipinas, Ferdinand Marcos Jr.

Quais são os números

O Brasil tem 741 mil enfermeiros inscritos na atividade, além de 1,8 milhão de técnicos de enfermagem, segundo dados do Cofen. Os enfermeiros fazem curso de bacharelado, que dura cerca de cinco anos, enquanto os técnicos fazem uma formação de cerca de dois anos.

O país forma cerca de 50 mil novos enfermeiros por ano. Em 2022, segundo o Censo da Educação Superior feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 51.348 novos enfermeiros receberam o diploma. No mesmo ano, o Cofen registrou a inscrição de 49.489 novos enfermeiros na atividade – além de 133.992 novos técnicos de enfermagem.

Na Alemanha, a enfermagem é uma profissão de nível técnico, com formação de três anos e menor autonomia e complexidade nas tarefas hospitalares. Em junho de 2023, o país europeu tinha 1,2 milhões de enfermeiros na ativa, dos quais 140.329 (12%) não eram alemães. A participação de brasileiros vem crescendo, mas é muito baixa: 1.252 eram do Brasil, ou 0,1% do total, segundo dados da BfA.

Devido à natureza diferente da formação em enfermagem no Brasil e na Alemanha, a comparação direta entre os números de enfermeiros é problemática. Uma aproximação, também imprecisa, é comparar a soma de enfermeiros e técnicos de enfermagem no Brasil com o número de enfermeiros na Alemanha. Nesse cálculo, o Brasil tem 11,8 desses profissionais de saúde a cada mil habitantes, enquanto a Alemanha tem 14,2 enfermeiros a cada mil habitantes.

Em 2023, o governo alemão informou que tinha a intenção de atrair até 700 enfermeiros brasileiros por ano para trabalhar no país.

Como funciona a migração de enfermeiros

Durante a vigência do acordo com o Cofen, a BfA anunciava periodicamente processos seletivos para enfermeiros brasileiros que desejavam migrar para a Alemanha. Os candidatos selecionados recebiam curso de alemão gratuito e uma bolsa mensal de 500 euros mensais (R$ 2.800) pelo período de 8 a 12 meses, para se dedicar exclusivamente ao aprendizado do idioma, até obter o certificado do nível intermediário B1.

Os enfermeiros depois se mudavam para a Alemanha, com voo custeado pelo recrutador e um visto com duração de até três anos para reconhecimento parcial de formação profissional. Eles eram inicialmente contratados por hospitais alemães como assistentes de cuidados – em uma seleção realizada em agosto de 2023, o salário bruto para essa função era de 2.540 euros (R$ 14 mil).

Por até 12 meses, os enfermeiros seguiam realizando curso de alemão gratuito, para alcançar o nível B2, e acumulavam o trabalho como assistentes de cuidados com a preparação para o exame prático e teórico de reconhecimento do diploma na Alemanha. Os profissionais tinham até três anos após a chegada ao país para serem aprovados nesse exame e, então, serem contratados como enfermeiros. Se não concluíssem o processo no período, ficariam sem visto e precisariam retornar ao Brasil.

Os enfermeiros que desejam migrar para a Alemanha ainda podem seguir esse roteiro, porém sem a atuação da BfA e do Cofen, mas individualmente ou por meio de processos de agências de recrutamento privadas, como já ocorre há alguns anos.

Algumas dessas agências foram alvo no passado de denúncias de assédio moral e desrespeito de direitos de enfermeiros que migraram para a Alemanha – um dos motivos que levaram o governo alemão a buscar o acordo formal de cooperação.

Um dos problemas denunciados era a exigência, por alguns recrutadores, de que o candidato devolvesse o valor do curso de alemão, da passagem e dos procedimentos de reconhecimento de documentos se decidisse rescindir o contrato – o que criava altas dívidas em euro para os enfermeiros que não se adaptassem e decidissem voltar ao Brasil durante o processo. Essa prática havia sido proibida no acordo entre a BfA e o Cofen.

Cofen via “oportunidade” para quem desejasse morar fora

O Cofen afirmou à DW que assinou o convênio com a BfA após ter sido procurado pelas autoridades alemãs, e indicado como o órgão competente para tal pelos ministérios da Saúde e do Trabalho do então governo Jair Bolsonaro.

Alberto Cabral, assessor legislativo do Cofen, disse que o órgão via o acordo como vantajoso para a categoria, pois estabelecia cláusulas e direitos para os profissionais e facilitava o caminho para os que tinham vontade de ter uma experiência internacional.

“Uma oportunidade para enfermeiros que quisessem morar em outro país, com certeza de boa remuneração e com a possibilidade de se desenvolver pessoalmente e profissionalmente”, diz. Ele afirma que, na primeira rodada de seleção sob o acordo, havia 150 vagas e 5 mil currículos foram enviados.

“O Brasil tem uma capilaridade extraordinária de instituições de ensino superior e mão de obra excedente na enfermagem. Podemos contribuir com outras nações, assim como recebemos de outras, como pelo [programa] Mais Médicos reeditado no governo Lula”, disse Cabral.

Governo reclama de “perda de trabalhadores qualificados”

O Ministério do Trabalho brasileiro tem uma visão diferente. Maíra Lacerda, chefe da assessoria especial de assuntos internacionais da pasta, disse à DW que o Cofen, por não ser uma entidade sindical, não tinha legitimidade para assinar um acordo do tipo, e que o governo recebeu reclamações de enfermeiros que migraram para a Alemanha, citando problemas como o fato de os profissionais serem inicialmente contratados como assistentes de cuidado.

“A formação de enfermeiro é muito forte no Brasil, uma graduação longa, com residência. É claro que os trabalhadores têm direito de ir aonde quiserem, mas temos resistência a perder trabalhadores qualificados”, disse Lacerda. Ela também questionou o argumento do Cofen de que o Brasil teria excedente de enfermeiros.

“Se outros países estão precisando de pessoal qualificado, por que não pegam pessoas em locais de vulnerabilidade e dão formação e as levam para trabalhar lá? Por que vir aqui buscar um profissional que está pronto, formado, com investimento do governo brasileiro, e levar para lá sem contrapartida?”, questionou.

Sua declaração reflete uma visão majoritária no atual governo federal sobre a mobilidade internacional de trabalhadores. No final de abril, Lula também criticou a americana Boeing por contratar engenheiros brasileiros. “Não é honesto vir aqui e roubar nossos engenheiros, sem gastar um centavo para formá-los”, afirmou o presidente na ocasião.

A presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros, Solange Caetano, disse à DW que o acordo “não era bom para os trabalhadores”. Ela criticou a falta de referências sobre a preparação para se adaptar a uma cultura diferente da brasileira, e o fato de o enfermeiro permanecer na Alemanha por até três anos aguardando a validação do diploma e, enquanto isso, trabalhando como cuidador, o que, segundo ela, seria “subemprego”.

Caetano também disse que não há desemprego na categoria, mas uma má distribuição dos profissionais, concentrados nos grandes centros urbanos e escassos nas áreas remotas. “Se o trabalhador quiser migrar, ok, a gente apoia desde que tenha condições garantidas, mas não estimulamos nem achamos que tem que ser estimulado.”

Alemanha: acordo oferecia migração “regulada, justa e ética”

A BfA afirmou à DW, por meio de nota, que “lamenta” a suspensão do acordo com o Cofen e entende que ele oferecia um mecanismo confiável para a “migração de trabalhadores de forma regulada, justa e ética, de acordo com padrões internacionais”.

A agência alemã ressaltou que não tem a intenção de provocar “fuga de cérebros” de outros países, que respeita as preocupações do governo brasileiro e que interrompeu novas iniciativas de recrutamento após a suspensão do acordo. A BfA afirmou ainda que recebeu indicações do governo brasileiro de que as conversas sobre uma nova cooperação seguirão no segundo semestre de 2024, mas não comenta negociações em andamento.

O Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais alemão afirmou à DW que considera de “alta prioridade” a implementação do memorando de entendimento com o Brasil sobre migração de mão de obra qualificada. “É importante promover um intercâmbio no qual os dois países, assim como seus trabalhadores, beneficiem-se, e por meio do qual a imigração de mão de obra do Brasil seja intensificada.”

A pasta ressalta que a maior parte da migração de trabalhadores ocorre de forma autônoma, por meio de canais privados de seleção, e que o governo alemão desenvolveu um selo de qualidade que obriga as agências privadas de recrutamento a conduzirem o processo de forma justa e transparente.

“Segurança financeira e moradia”

Yasmin Casini, de 32 anos, é uma enfermeira brasileira que decidiu migrar para o país europeu. Natural do Rio de Janeiro, ela se mudou em 2017 para Kiel, no norte da Alemanha, e relata à DW que a experiência teve “pontos positivos e negativos”.

Formada pela Universidade Federal Fluminense, ela teve dificuldades para se inserir no mercado de trabalho e estava há três anos desempregada quando viu o anúncio de uma empresa de recrutamento alemã. “Nunca tinha pensado em morar na Alemanha, não falava nada de alemão, mas me interessei”, diz.

Ela se inscreveu no processo, foi selecionada e fez curso de alemão por cinco meses no Brasil, pago pelo recrutador. Em Kiel, ela foi contratada por um salário de auxiliar de enfermagem até que passasse na prova de reconhecimento de diploma, o que levou sete meses no seu caso, e depois efetivou-se como enfermeira.

Nos sete anos em que mora na Alemanha, ela se casou – com o namorado brasileiro que tinha antes de se mudar – teve um filho e diz ter hoje uma vida “relativamente segura”. “Consigo prover para a minha família, tenho segurança e moradia, por isso não me vejo voltando para o Brasil, onde não consegui nem meu primeiro emprego.”

Mas nem tudo é simples, e ela também ressalta as dificuldades de morar em outro país. Ela diz ter sofrido episódios de xenofobia, inclusive no hospital onde trabalha, de colegas e de pacientes, como comentários de que brasileiros só saberiam “sambar e fazer carnaval” ou de que seu objetivo mesmo era “casar com um alemão”.

Ela vê com bons olhos a ideia de um acordo entre autoridades alemães e brasileiras que ofereça mais proteção a quem está chegando. E tem uma sugestão: que ele inclua a necessidade de orientar os candidatos sobre como lidar com a xenofobia e a quem recorrer nesses casos.

“Boa experiência internacional, mas decidi voltar”

Camila Ferreira, 31 anos, também migrou para trabalhar como enfermeira na Alemanha, mas voltou para o Brasil após três anos e meio. Formada em 2014, ela teve dificuldade para encontrar o primeiro emprego e conhecia uma tutora da residência que migrou para a Alemanha. Decidiu então seguir o mesmo caminho, em busca de uma “experiência internacional”.

Depois de seis meses de curso de alemão no Brasil, custeados pela recrutadora, ela se mudou em 2019 para Lübeck, no norte da Alemanha. Ferreira pontua que, na questão salarial, a Alemanha “está muito à frente do Brasil”, mas que o trabalho em si como enfermeira é mais básico. “No Brasil, é enfermeira que punciona a veia, instala a quimioterapia, coloca cateter. Na Alemanha, é o médico”, exemplifica.

Ela validou seu diploma oito meses após chegar em Lübeck e foi contratada como enfermeira, mas sentia que recebia um tratamento diferente por ser estrangeira e que passou a não tolerar mais “comentário xenófobo em tom de brincadeira”. “Talvez por eu ter ido para uma cidade pequena, isso tinha uma proporção maior. Mas foi o principal motivo que me fez voltar”, diz.

Em retrospectiva, ela afirma que a experiência também teve aspectos positivos, como “ter condições para visitar vários países e levar minha família para conhecê-los” e ampliar seu horizonte cultural. “Cresci como ser humano, financeiramente é muito bom, mas a sensação deles te lembrarem o tempo todo de que você não pertence àquele lugar faz muita gente querer desistir.”

Outro brasileiro com uma visão interna do setor na Alemanha é Luciano Rossetto, que trabalha como auxiliar de enfermagem há 11 anos no país. Hoje no Charité, em Berlim, ele diz que os hospitais alemães que contratam enfermeiros brasileiros costumam indicar mentores para os acompanharem na adaptação, mas que muitos não têm tempo suficiente para se dedicar a esse treinamento diante da alta pressão do ambiente hospitalar.

Ele também avalia que o nível intermediário B1 de alemão, com os quais os enfermeiros brasileiros hoje podem começar a trabalhar como assistentes de cuidado, é insuficiente para uma comunicação adequada e adiciona mais pressão na fase de chegada.

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GOVERNO LULA OBRIGA OS CURSOS À DISTÂNCIA EAD A TER 50% DAS AULAS PRESENCIAIS

 

História de MARIANA BRASIL – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Educação, Camilo Santana, aprovou a diretriz que obriga os cursos de licenciatura e formação pedagógica a ter pelo menos metade da carga-horária presencial.

A decisão restringe os cursos online ao limite de até 50% de aulas remotas, conforme definição do CNE (Conselho Nacional de Educação), órgão de assessoramento do MEC (Ministério da Educação).

A resolução do órgão foi publicada em abril deste ano, e desde então aguardava a homologação da pasta.

A confirmação das mudanças foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (27). A nova regra abarca cursos de nível superior de licenciatura, formação pedagógica para graduados não licenciados e de segunda licenciatura.

As alterações constam nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Profissionais do Magistério da Educação Escolar Básica, aprovada pelo Conselho em março deste ano.

O documento prevê a divisão dos cursos em quatro núcleos: formação básica, formação específica da área de formação, estágio supervisionado e extensão.

A previsão da nova resolução é que, de uma carga total de 3.200 horas da graduação (em cursos com duração de, no mínimo, quatro anos), 1.600 horas devem ser obrigatoriamente presenciais, divididas da seguinte forma:

– 880 horas das atividades da parte de conhecimentos específicos (o que representa metade das 1.600 horas previstas nesse núcleo);

– 320 horas de atividades acadêmicas de extensão, desenvolvidas em escolas;

– 400 horas dedicadas ao estágio curricular supervisionado.

Desde 2023, o ministro e outros integrantes do governo Lula manifestavam resistência ao formato online, e a intenção inicial era proibir cursos para professores com 100% da carga horária nesses moldes.

À época, Camilo disse que iriam “reavaliar todos os cursos de educação a distância, não permitindo mais que cursos de licenciaturas sejam 100% EAD [educação a distância]”.

Apesar das críticas do ministro, essa modalidade representa a maior aposta de expansão do setor privado de educação superior. A formação de professores em licenciaturas a distância concentra 81% dos ingressantes, segundo o Censo do Ensino Superior de 2022, o mais recente.

As graduações online atendem parcela da população que mora em regiões distantes e não conseguiria fazer cursos totalmente presencial. A própria resolução cita pesquisas que indicam que os estudantes de licenciaturas são mais velhos e de famílias com baixo nível geral de escolarização.

Associações que representam o ensino superior a distância no país se manifestaram contra a homologação da definição desde março, quando o CNE aprovou as novas diretrizes.

DRONES UCRANIANOS ATACAM RADARES DE DEFESA NUCLEAR DA RÚSSIA

 

História de IGOR GIELOW – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Perdendo terreno no norte e no leste de seu território, o governo da Ucrânia adotou uma nova e arriscada tática no seu combate assimétrico contra a Rússia, passando a atacar radares da rede de proteção contra mísseis nucleares do país vizinho.

Como de costume, Kiev ainda não assume oficialmente a prática. Nesta segunda (27), contudo, vazou à imprensa ucraniana dados sobre um ataque ocorrido no domingo (26) contra a estação de radar de Orsk, na região de Orenburg (centro-sul da Rússia).

Os drones, segundo as informações extraoficiais, fizeram o mais distante ataque até aqui na guerra, voando 1.800 km. A Rússia não comentou o caso, mas blogueiros militares do país confirmaram que houve a ação, embora não tenham certeza acerca dos danos.

Não foi a primeira vez. Na sexta (24), imagens de satélite da empresa Planet Labs divulgadas pelo site americano The War Zone mostraram danos a uma outra estação, mas próxima da Ucrânia, na região de Krasnodar (sul russo).

Elas batiam com fotos divulgadas em redes sociais mostrando os enormes edifícios dos radares danificados. Não é preciso botá-los ao chão para inutilizar o sistema, dada a fragilidade dos componentes do equipamento.

A Rússia opera ao menos dez bases do sistema Voronej, batizado em homenagem a uma cidade próxima da fronteira ucraniana. Eles formam o guarda-chuva nuclear de Moscou, identificando lançamentos de mísseis balísticos a distâncias que podem chegar até a 10 mil km caso o alvo esteja em grande altitude, com um horizonte de ação ao nível do solo de 6.000 km.

“Se a Rússia bombardeia cidades ucranianas, não vejo por que razão é que a Ucrânia não há de bombardear cidades russas.

Eles começaram a ser implantados em 2009, com as mais recentes estações finalizadas em 2020, para substituir o antigo sistema soviético. Os EUA têm sistema semelhante, com maior grau de sofisticação segundo analistas. Ambos os países somam quase 90% das ogivas nucleares do mundo.

A tática ucraniana é arriscada. A doutrina nuclear atualizada por Vladimir Putin em 2020, prevê o emprego de armas atômicas em caso de ataques considerados existenciais à Rússia. É discutível se danos à rede que permite prever um ataque com mísseis nucleares se encaixa nessa definição.

Seja como for, os ataques vêm em um momento em que as cartas nucleares têm sido manuseadas com frequência. Putin realizou na semana passada exercícios com armas táticas, de emprego considerado limitado, em resposta à ameaça francesa de enviar tropas para a Ucrânia e às autorizações dadas por Reino Unido e EUA de uso de suas armas contra solo russo —um tabu até aqui.

A França entrou no jogo, fazendo na sequência o primeiro teste de um novo míssil para ataques nucleares lançado por um caça, também na semana passada.

Militares ucranianos afirmaram, de forma anônima, que os radares podem ser usados para identificar lançamentos de mísseis americanos ATACMS (Sistema de Míssil Tático do Exército, na sigla inglesa), cuja novo carregamento entregue a Kiev tem feito estragos contra alvos russos dentro da área ocupada da Ucrânia.

São radares difíceis de repor e caros. Em Orsk há radares do tipo Voronej-M, que operam na banda UHF e custam estimados R$ 170 milhões, enquanto em Armavir, a estação de Krasnodar, os modelos são Voronej-DM, que rastreiam em VHF, e custam R$ 280 milhões cada.

As ações ocorrem enquanto a Ucrânia perde terreno lentamente para os russos, que retomaram a iniciativa na guerra neste ano. Nesta segunda, o Ministério da Defesa em Moscou afirmou ter capturado mais uma cidade na região de Kharkiv (norte), a nova frente da invasão, e outra em Donetsk (leste).

Kiev não confirmou as perdas, mas elas seguem um padrão de desgaste lento em vários pontos de atrito entre suas forças e as de Putin, que invadiram a Ucrânia em 2022. No fim de semana, ao menos 16 pessoas morreram em um ataque russo que atingiu um supermercado de construção em Kharkiv.

LULA E BOLSONARO COBRAM CORELIGIONÁRIOS PARA MATER OS SEUS VETOS

 

História de THAÍSA OLIVEIRA E VICTORIA AZEVEDO – Folha de S.Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalham para manter os vetos presidenciais que estarão na pauta da sessão do Congresso Nacional desta terça-feira (28).

De um lado, o presidente tenta manter o veto à lei das saidinhas —garantindo o direito dos detentos. O petista afirmou a ministros e líderes do governo que a manutenção do veto é prioridade e pediu empenho na articulação política.

Aliados afirmam que essa preocupação de Lula se dá não só do ponto de vista de governo, mas também pessoal. Pessoas próximas ao presidente avaliam que, apesar de o projeto mirar as saídas temporárias em datas comemorativas, Lula se sensibiliza com o tema por ter vivido na pele as restrições de estar preso.

Amigos do petista lembram que ele foi impedido pela Justiça de ir ao enterro do irmão Vavá, em 2019, e reforçam a importância de ele ter sido liberado para participar do enterro do neto Arthur, poucos meses depois.

Do outro lado, Bolsonaro tenta manter seus próprios vetos ao texto da Lei de Segurança Nacional, que se arrasta na pauta desde 2021 por falta de consenso sobre temas como punição por fake news e aumento do tempo de condenação de militares por crimes contra o Estado de Direito.

Na semana passada, o ex-presidente participou de reunião da bancada ruralista para discutir estratégias.

Segundo um deputado bolsonarista presente na reunião, Bolsonaro pediu para que todos os parlamentares trabalhassem pela manutenção dos vetos à Lei de Segurança Nacional e colocassem um ponto final nas saídas temporárias de presos.

Apesar de o fim das saidinhas ter sido aprovado por ampla maioria nas duas Casas, parlamentares da base afirmam que, se houver uma força-tarefa do Palácio do Planalto, existe chance de manter o veto de Lula.

Segundo um membro do governo, três ministros foram escalados para fazer o corpo a corpo: Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-geral da União).

A mobilização também conta com o defensor público-geral federal, Leonardo Magalhães, diante do temor de que o fim das saidinhas aumente rebeliões e tentativas de fuga no sistema prisional. A extinção do direito também preocupa juízes, advogados e especialistas.

Antes da última sessão do Congresso, no dia 9, Lewandowski ligou para líderes partidários para falar sobre o tema. Apesar da iniciativa, parlamentares da base afirmam que a mobilização dos últimos dias foi tímida —sobretudo diante da gravidade e impopularidade do tema.

Na semana passada, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), organizou um jantar com um grupo de líderes do centrão da Câmara para tratar dos vetos. Padilha também compareceu.

Segundo relatos de dois participantes do encontro, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a manutenção do veto é uma prioridade para o presidente e fez um apelo para que as bancadas fossem convencidas.

No encontro com líderes da Câmara também foi passada a orientação de que quem não puder votar pela manutenção do dispositivo por medo da reação eleitoral deve se ausentar da sessão –já que isso diminui o quórum da votação e ajuda a manter o veto.

Para que um veto seja derrubado é necessário maioria absoluta nas duas Casas (257 votos de deputados e 41 de senadores).

Um líder disse à reportagem que irá se empenhar para garantir a manutenção das saidinhas e avaliou que, se os parlamentares “trabalharem direitinho”, é possível que o Executivo saia vitorioso.

Reservadamente, porém, líderes do centrão dizem que entendem os argumentos técnicos, mas afirmam que o debate foi contaminado pela polarização política.

O relato é o de que, dentro das bancadas, há o receio de que votar pela manutenção do veto de Lula possa gerar desgastes com a opinião pública, ainda mais entre os pré-candidatos às eleições municipais de outubro.

Mesmo diante dos alertas feitos por especialistas sobre o risco de rebelião nos presídios, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos de Bolsonaro, afirma que o Congresso deve votar para extinguir o direito dos detentos.

“A sociedade não pode ficar refém de uma possível rebelião. Eu sei que, em uma rebelião, inocentes morrem. Nós temos gente recolhida por crimes leves, é essa a minha preocupação. Mas a saidinha não acabou com a progressão de pena.”

Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator da Lei de Segurança Nacional, afirma que a disseminação de notícias falsas sobre a tragédia no Rio Grande do Sul só reforça a importância de punir “comunicação enganosa em massa” —como dizia a lei antes do veto de Bolsonaro.

“Por que Bolsonaro está preocupado? Porque foi tudo o que eles fizeram durante quatro anos. E isso, a mobilização que fizeram usando a comunicação enganosa em massa, gerou uma tentativa de golpe.”

Os dois projetos de lei foram motivo de impasse entre governo e oposição na sessão do Congresso do dia 9. Na ocasião, Randolfe pediu que fosse retirado da pauta o veto da lei das saidinhas, diante de uma provável derrota do governo.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), líder da minoria no Congresso e filho mais velho de Bolsonaro, por sua vez, defendeu a manutenção da saidinha e a retirada dos vetos da Lei de Segurança Nacional, também temendo derrota.

Ao final, foi firmado um acordo proposto pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que os dois temas saíssem da pauta e fossem analisados na sessão desta terça —dando mais tempo para que as matérias fossem discutidas internamente entre os parlamentares.

A avaliação entre governistas e oposição, no entanto, é a de que não haverá um acordo sobre as matérias e que esses dois vetos serão decididos no voto em plenário.