segunda-feira, 27 de maio de 2024

MACHISMO NO STF E NO CONGRESSO EM BRASÍLIA

 

Agência Públic

Era início da década de 1970 quando uma jovem advogada saiu do Rio de Janeiro rumo a Brasília para participar de um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Trajando roupa social, composta por blazer e calça comprida, a mulher vinha desempenhar um papel de destaque na sessão que participaria. No plenário da Corte faria uma sustentação oral, isto é, quando advogados falam diante dos ministros para defender réus daquele processo. Mas o julgamento teve início antes mesmo dela entrar no plenário da Suprema Corte brasileira: a advogada teria sido barrada pelos seguranças por estar usando calças e não vestidos ou saias, que eram as vestimentas consideradas adequadas para mulheres que frequentavam o STF naquela época. Alguns funcionários mais antigos dizem que a mulher chegou a tirar as calças e entrar só de blazer e calcinha. Outros dizem que a afronta não atingiu tamanha proporção. A história foi virando uma lenda e, mesmo sem comprovações oficiais do episódio, pode ser ouvida nos corredores e gabinetes do Supremo.

Lenda ou não, nos anos que se seguiram ao suposto episódio até os dias atuais, o STF acumulou diversas outras situações de mulheres que foram impedidas de entrar por não estarem vestidas “de forma adequada”. A instituição não foi a única, nem o Judiciário o único poder da República, que manteve a exigência de vestidos e saias para mulheres em suas dependências mesmo após décadas de aceitação da sociedade brasileira ao uso de calças compridas femininas.

O cenário só começou a mudar em 1997. Ao menos no papel.

Naquele ano, o então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, autorizou que mulheres utilizassem calças compridas no plenário, salas de comissões e outros locais de circulação da Casa. 

Eleita senadora pelo PT (Partido dos Trabalhadores) no ano seguinte, em 1998, Heloísa Helena foi uma das primeiras parlamentares a colocar em prática a medida e tornar habitual o uso de calças femininas: “antes tarde do que nunca”, respondeu ao ser indagada pela Agência Pública sobre o assunto. A ex-parlamentar lembra que 20 anos antes, em 1978, quando uma mulher assumiu pela primeira vez uma cadeira no Senado, sequer existia banheiro feminino no plenário, construído somente em 2016.

Na esteira do que acontecia no Legislativo, no Supremo, os anseios pela liberação do uso de calças para mulheres já não se ancoravam apenas em longínquas histórias ou lendas sobre as vestimentas femininas no local, mas na realidade das servidoras da Corte, que decidiram se unir no início do ano 2000 para pleitear a autorização da vestimenta. Um ofício assinado por 63 servidoras foi enviado ao gabinete do então presidente do Tribunal, ministro Carlos Velloso.

Ata de 2000 documenta a solicitação da liberação do uso de calças para mulheres na Corte

Ata de 2000 documenta a solicitação da liberação do uso de calças para mulheres na Corte© Fornecido por Agência Pública

Uma familiar de uma servidora da época, uma advogada – que preferiu não se identificar – contou que, curiosamente, naquele momento foi constatado que não havia de fato uma norma que proibisse mulheres de usar calças. “Uma regra oculta, não sei. Ninguém sabia explicar, mas o regramento oficial só previa normas sobre roupas masculinas”, disse a advogada. Ela relatou ainda que há poucos anos, quando ainda era estudante de Direito, foi barrada em uma visita ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por estar usando “calça muito justa, que parecia legging”. Segundo ela, a análise da roupa foi feita por um segurança que passava no segundo andar do prédio onde acontecem os julgamentos.     

A mobilização das servidoras ganhou força e foi endossada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No processo, as trabalhadoras do Tribunal alegavam que a limitação do vestuário representava um “cerceamento do direito à liberdade das mulheres”, garantido pelo ordenamento jurídico e pela Constituição Federal. A OAB falava em “postura discriminatória”. 

O Ministério Público Federal (MPF), por outro lado, se manifestou contra a liberação do uso de calças para mulheres. Ronaldo Bomfim dos Santos, subprocurador-geral que atuou no caso, defendeu que as roupas “distinguiam os personagens” e que a saia estava para a mulher assim como o terno e gravata estavam para o homem, a toga para o juiz, a batina para o padre e o uniforme para o militar. Em sua manifestação, o subprocurador recorreu ainda a dogmas religiosos cristãos para defender a permanência da obrigatoriedade de saias e vestidos: “Se Deus não fez o homem e mulher iguais é porque não quer que os sejam iguais”.

Mas o apelo das servidoras foi atendido, por maioria de votos. Assim, três anos após o Senado, em 2000, o STF autorizou que mulheres usassem calças compridas, além dos vestidos ou saias, mas não sem o uso obrigatório de blazer compondo o ‘dress code’.

A decisão foi tomada em uma sessão administrativa, ocorrida em 3 de maio de 2000, onde só ministros homens votaram. Isso porque, até aquele momento, em mais de um século de existência, nenhuma mulher tinha ocupado uma cadeira de ministra do Supremo – o que mudou meses depois, no final do mesmo ano 2000, quando Ellen Gracie foi empossada ministra.

No meio jurídico, quando a Suprema Corte do Judiciário toma uma decisão, diz que se abre um precedente para que os demais tribunais do país sigam a mesma linha. Nesse caso, porém, isso não ocorreu. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pioneiro no tema, já não impunha que mulheres usassem só vestidos e saias. No Tribunal Superior do Trabalho (TST) e no STJ a autorização ocorreu depois, mas o assunto ainda rende discussões e, de tempos em tempos, mudanças nas normas sobre vestimentas.    

No STJ, a mudança mais recente no código de vestimentas foi aprovada em fevereiro deste ano e gerou muita polêmica. Entre as peças proibidas estavam calças justas tipo legging, blusas sem manga e cropped (peça que deixa parte da barriga à mostra). A nova regra não durou muito. Dois meses depois, em abril, foi suspensa pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, que também é ministro no STJ. Salomão alegou que as exigências poderiam constranger o público feminino.

Direito adquirido não foi direito garantido

Seis anos após o STF permitir que mulheres usassem calças compridas, além de vestidos e saias, trabalhadoras, jornalistas e até visitantes que chegavam ao local continuavam sendo barradas. Ex-assessoras e jornalistas que estavam frequentemente na Corte contaram à Pública que as regras, por vezes, eram subjetivas e determinadas pela segurança ou cerimonial.

Em 2006, já senadora pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), a mesma Heloísa Helena, citada no início da reportagem, causou desconforto no Supremo. Conhecida por usar calças jeans e camiseta no plenário do Senado, ela foi ao STF acompanhar o julgamento de uma ação proposta pelo seu partido. Vestindo seu “look” trivial de sempre, a parlamentar só não foi barrada por recomendação da ministra Ellen Gracie. Ao ser questionada por jornalistas, a senadora disse aos jornalistas que não sabia da regra sobre as roupas. 

episódio foi noticiado pela imprensa e efervescia outra vez a discussão sobre a patrulha das vestimentas de mulheres, que começaram a levar reclamações para ministros, em conversas informais. Meses após o episódio do jeans, a tradição foi quebrada.

Menos de um ano após sua posse como ministra do STF, ocorrida em 21 de junho de 2006, Cármen Lúcia – a segunda mulher a ocupar uma cadeira no Tribunal – decidiu colocar em prática a regra deliberada sete anos antes. A ministra tinha ouvido queixas de mulheres que davam expediente na Corte e as reclamações iam desde tamanho de vestido ou saia até a cor da roupa.

Segundo contou à Pública, em 14 de março de 2007 ela estava “determinada a quebrar com o protocolo arcaico e obsoleto”. Cármen avisou aos pares que no dia seguinte iria para o trabalho de calças compridas. E assim o fez. O anúncio atraiu olhares e deixou a imprensa preparada para os registros. A ministra chegou ao plenário usando um terninho preto e foi a primeira vez que uma mulher ministra participou da sessão e votou usando calças compridas.

Uma jovem advogada – com seus trinta e poucos anos – que assistia a sessão e testemunhou tudo, descreveu o momento como “um dia de muita emoção” e disse que algumas mulheres que lá estavam tiveram vontade de aplaudir Cármen Lúcia: “Com muita alegria eu estava lá quando a primeira mulher entrou vestindo uma calça comprida. Ela não foi a primeira ministra da Suprema Corte, mas foi a que fez a diferença. É sempre importante a gente tentar fazer a diferença nos espaços que atua. Naquele dia, a ministra Cármen Lúcia liberou as mulheres do Brasil todo para se vestirem de forma digna, mas de calça. Uma coisa que chegou com 100 anos de atraso”.

O gesto da ministra Cármen Lúcia entrou para a história e ilustrou capas de jornais. Mas, na prática, a ruptura com o antigo código de vestimenta foi sendo conquistada aos poucos, ao longo dos anos. A mesma advogada que foi espectadora daquele momento foi proibida, tempos depois, de entrar no plenário pois a manga curta do blazer deixava à mostra quatro centímetros do seu punho: “Fui barrada uma vez no plenário do Supremo porque minha calça era um pouco curta e aparecia o calcanhar, e meu blazer era curto e aparecia meu punho. E o segurança mediu e disse que aparecia mais de 4 centímetros do meu punho e eu não poderia entrar no Tribunal. Tentei alegar que estava na moda, que a então presidente Dilma Rousseff usava um modelo parecido, mas não adiantou. Tive que trocar de roupa com minha estagiária porque eu ia fazer uma sustentação oral e não poderia faltar”.  

Tentar fazer a diferença, no menor espaço que seja, foi o lema que conduziu a advogada Daniela em sua trajetória profissional até 2023, quando chegou a vez dela ser protagonista da história. Passados 16 anos, o blazer e a calça, milimetricamente medidos, foram substituídos pela toga e Daniela Teixeira passou a ser ministra do Superior Tribunal de Justiça.

Daniela Teixeira, ministra do STJ, em seu gabinete

Daniela Teixeira, ministra do STJ, em seu gabinete© Fornecido por Agência Pública

Congresso não estava preparado para receber mulheres

O fato de o Judiciário ter sido, de todos os três Poderes, aquele que mais demorou para romper com a rigidez e exigências sobre o dress code feminino, não deu às mulheres eleitas no Legislativo uma vida mais fácil.

Benedita da Silva (PT-RJ) conta que quando chegou na Câmara para seu primeiro mandato, como deputada Constituinte, não havia banheiros femininos. “A primeira dificuldade que nós encontramos foi no plenário da Câmara, que não tinha banheiro feminino. Isso era muito sério”. 

O plenário da Câmara ganhou seu primeiro banheiro feminino somente em 1987, ou seja, 27 anos depois de sua inauguração. “Mas nós também tivemos dificuldade de ter a residência funcional, porque muitos deputados que não eram reeleitos já passavam o apartamento para outros homens recém eleitos. Eu, por exemplo, levei um tempo para conseguir”, afirmou Benedita.

Ela ressalta que a presença de mais mulheres, sobretudo mulheres negras, foi mudando o cenário com o tempo e trouxe uma diversidade positiva para o Congresso. “Eu sempre procurei ter uma boa vestimenta, mas tudo era dentro das minhas condições financeiras. Hoje nós temos mais mulheres negras que se vestem igual a mim na Câmara. E [a mudança] vai do cabelo até o modo de se vestir, de andar e falar, porque temos diversidade”.

Deputada Benedita da Silva ressalta desafios e progressos para mulheres negras no Congresso

Deputada Benedita da Silva ressalta desafios e progressos para mulheres negras no Congresso© Fornecido por Agência Pública

Ainda assim, a deputada que já está em seu sexto mandato conta que presenciou situações recentes em que colegas parlamentares foram barradas por não estarem “se vestindo adequadamente”. “Vi mais situações fora, de nós irmos para o Supremo, e dizerem que mulher de calça e sem blazer não podia entrar. Eu vi uma cena com a Jandira Feghali [deputada federal pelo PCdoB do Rio] sendo barrada por estar sem blazer. Ela disse para o segurança que nunca tinha usado isso na vida, que nunca gostou, e a gente teve que fazer uma ‘guerrinha’ lá para conseguir entrar”.

Da construção do primeiro banheiro feminino à aceitação de calças

•⁠  ⁠1987: deputadas pressionam e conquistam a construção de um banheiro feminino no plenário e flexibilização nas regras de vestimentas;

•⁠  ⁠1997: Senado passa a aceitar que mulheres usem calças no plenário e outros espaços da Casa;

•⁠  ⁠2000: após processo movido por servidoras do STF, o Tribunal também passa a aceitar o uso de calças compridas para mulheres, mas com a obrigatoriedade do uso de blazer;

•⁠  ⁠2007: ministra Cármen Lúcia usa calças em sessão, tornando-se a primeira mulher da Corte a usar a vestimenta no plenário;

•⁠  ⁠2016: Sob a pressão de mulheres parlamentares, Senado instala o primeiro banheiro feminino em seu plenário.

Ministras do TSE: “patrulha maior com mulheres negras” 

Edilene Lôbo e Vera Lúcia, ministras do TSE, alertam que a “patrulha da moda” atua de forma ainda mais rigorosa com mulheres negras. As duas foram as primeiras mulheres negras a assumir uma cadeira de ministra na Corte Eleitoral.

“Já me pararam na entrada do TJDFT [Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios], onde eu ia sempre, seja para checar a roupa, pelo jeito que estava o meu cabelo. Os seguranças me conheciam, mas não me viam como advogada”, contou à Pública a ministra Vera.

A ministra Edilene levanta a questão de que as regras rígidas sobre vestuário dificultam não somente o acesso das mulheres aos espaços de poder, como também da população mais pobre. 

A dificuldade citada pela ministra se revela em dados registrados por órgãos oficiais, que mostram a desigualdade e sub-representação. Em cargos eletivos, seja no Legislativo ou Executivo, dados do TSE mostram que de presidente da República a vereador, nenhum cargo atinge uma porcentagem equilibrada de homens e mulheres entre os ocupantes. O que mais se equilibra é o de segundo suplente de senador, com 44% de mulheres.

No Judiciário a situação se repete. A última pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o perfil sociodemográfico dos magistrados brasileiros, em 2018, mostrou que em nenhum dos cargos do Poder Judiciário a quantidade de mulheres atingiu a porcentagem de 50%. O maior equilíbrio ocorre entre juízes substitutos, primeiro cargo da carreira, com 44% de mulheres no posto. À medida que a carreira evolui, a quantidade de mulheres diminui consideravelmente. Atualmente, a instância mais alta da Justiça brasileira, o STF, possui 11 ministros, sendo 10 homens e apenas uma mulher. 

O presidente Lula foi bastante cobrado nas duas últimas oportunidades que teve de indicar novos membros para a Corte – quando Ricardo Lewandowski e Rosa Weber se aposentaram. Movimentos sociais, diversas entidades, organizações da sociedade civil e até parte da base governista reivindicaram a indicação de mulheres, sobretudo de uma mulher negra – fato que seria inédito no Supremo. No entanto, Lula acabou optando por indicar homens para as duas vagas.

No último 8 de março, dia Internacional da Mulher, a ministra Cármen Lúcia foi categórica ao afirmar no plenário do Supremo que a possibilidade de construção conjunta muitas vezes foi negada às mulheres. A magistrada conclui com uma frase forte, em referência a diversas violências que a mulher ainda sofre na sociedade: “Dizem que fomos silenciosas historicamente. Mentira! Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas”.

História de Karla Gamba

Agência Públic

Era início da década de 1970 quando uma jovem advogada saiu do Rio de Janeiro rumo a Brasília para participar de um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Trajando roupa social, composta por blazer e calça comprida, a mulher vinha desempenhar um papel de destaque na sessão que participaria. No plenário da Corte faria uma sustentação oral, isto é, quando advogados falam diante dos ministros para defender réus daquele processo. Mas o julgamento teve início antes mesmo dela entrar no plenário da Suprema Corte brasileira: a advogada teria sido barrada pelos seguranças por estar usando calças e não vestidos ou saias, que eram as vestimentas consideradas adequadas para mulheres que frequentavam o STF naquela época. Alguns funcionários mais antigos dizem que a mulher chegou a tirar as calças e entrar só de blazer e calcinha. Outros dizem que a afronta não atingiu tamanha proporção. A história foi virando uma lenda e, mesmo sem comprovações oficiais do episódio, pode ser ouvida nos corredores e gabinetes do Supremo.

Lenda ou não, nos anos que se seguiram ao suposto episódio até os dias atuais, o STF acumulou diversas outras situações de mulheres que foram impedidas de entrar por não estarem vestidas “de forma adequada”. A instituição não foi a única, nem o Judiciário o único poder da República, que manteve a exigência de vestidos e saias para mulheres em suas dependências mesmo após décadas de aceitação da sociedade brasileira ao uso de calças compridas femininas.

O cenário só começou a mudar em 1997. Ao menos no papel.

Naquele ano, o então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, autorizou que mulheres utilizassem calças compridas no plenário, salas de comissões e outros locais de circulação da Casa. 

Eleita senadora pelo PT (Partido dos Trabalhadores) no ano seguinte, em 1998, Heloísa Helena foi uma das primeiras parlamentares a colocar em prática a medida e tornar habitual o uso de calças femininas: “antes tarde do que nunca”, respondeu ao ser indagada pela Agência Pública sobre o assunto. A ex-parlamentar lembra que 20 anos antes, em 1978, quando uma mulher assumiu pela primeira vez uma cadeira no Senado, sequer existia banheiro feminino no plenário, construído somente em 2016.

Na esteira do que acontecia no Legislativo, no Supremo, os anseios pela liberação do uso de calças para mulheres já não se ancoravam apenas em longínquas histórias ou lendas sobre as vestimentas femininas no local, mas na realidade das servidoras da Corte, que decidiram se unir no início do ano 2000 para pleitear a autorização da vestimenta. Um ofício assinado por 63 servidoras foi enviado ao gabinete do então presidente do Tribunal, ministro Carlos Velloso.

Ata de 2000 documenta a solicitação da liberação do uso de calças para mulheres na Corte

Ata de 2000 documenta a solicitação da liberação do uso de calças para mulheres na Corte© Fornecido por Agência Pública

Uma familiar de uma servidora da época, uma advogada – que preferiu não se identificar – contou que, curiosamente, naquele momento foi constatado que não havia de fato uma norma que proibisse mulheres de usar calças. “Uma regra oculta, não sei. Ninguém sabia explicar, mas o regramento oficial só previa normas sobre roupas masculinas”, disse a advogada. Ela relatou ainda que há poucos anos, quando ainda era estudante de Direito, foi barrada em uma visita ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por estar usando “calça muito justa, que parecia legging”. Segundo ela, a análise da roupa foi feita por um segurança que passava no segundo andar do prédio onde acontecem os julgamentos.       

A mobilização das servidoras ganhou força e foi endossada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No processo, as trabalhadoras do Tribunal alegavam que a limitação do vestuário representava um “cerceamento do direito à liberdade das mulheres”, garantido pelo ordenamento jurídico e pela Constituição Federal. A OAB falava em “postura discriminatória”. 

O Ministério Público Federal (MPF), por outro lado, se manifestou contra a liberação do uso de calças para mulheres. Ronaldo Bomfim dos Santos, subprocurador-geral que atuou no caso, defendeu que as roupas “distinguiam os personagens” e que a saia estava para a mulher assim como o terno e gravata estavam para o homem, a toga para o juiz, a batina para o padre e o uniforme para o militar. Em sua manifestação, o subprocurador recorreu ainda a dogmas religiosos cristãos para defender a permanência da obrigatoriedade de saias e vestidos: “Se Deus não fez o homem e mulher iguais é porque não quer que os sejam iguais”.

Mas o apelo das servidoras foi atendido, por maioria de votos. Assim, três anos após o Senado, em 2000, o STF autorizou que mulheres usassem calças compridas, além dos vestidos ou saias, mas não sem o uso obrigatório de blazer compondo o ‘dress code’.

A decisão foi tomada em uma sessão administrativa, ocorrida em 3 de maio de 2000, onde só ministros homens votaram. Isso porque, até aquele momento, em mais de um século de existência, nenhuma mulher tinha ocupado uma cadeira de ministra do Supremo – o que mudou meses depois, no final do mesmo ano 2000, quando Ellen Gracie foi empossada ministra.

No meio jurídico, quando a Suprema Corte do Judiciário toma uma decisão, diz que se abre um precedente para que os demais tribunais do país sigam a mesma linha. Nesse caso, porém, isso não ocorreu. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pioneiro no tema, já não impunha que mulheres usassem só vestidos e saias. No Tribunal Superior do Trabalho (TST) e no STJ a autorização ocorreu depois, mas o assunto ainda rende discussões e, de tempos em tempos, mudanças nas normas sobre vestimentas.    

No STJ, a mudança mais recente no código de vestimentas foi aprovada em fevereiro deste ano e gerou muita polêmica. Entre as peças proibidas estavam calças justas tipo legging, blusas sem manga e cropped (peça que deixa parte da barriga à mostra). A nova regra não durou muito. Dois meses depois, em abril, foi suspensa pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, que também é ministro no STJ. Salomão alegou que as exigências poderiam constranger o público feminino.

Direito adquirido não foi direito garantido

Seis anos após o STF permitir que mulheres usassem calças compridas, além de vestidos e saias, trabalhadoras, jornalistas e até visitantes que chegavam ao local continuavam sendo barradas. Ex-assessoras e jornalistas que estavam frequentemente na Corte contaram à Pública que as regras, por vezes, eram subjetivas e determinadas pela segurança ou cerimonial.

Em 2006, já senadora pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), a mesma Heloísa Helena, citada no início da reportagem, causou desconforto no Supremo. Conhecida por usar calças jeans e camiseta no plenário do Senado, ela foi ao STF acompanhar o julgamento de uma ação proposta pelo seu partido. Vestindo seu “look” trivial de sempre, a parlamentar só não foi barrada por recomendação da ministra Ellen Gracie. Ao ser questionada por jornalistas, a senadora disse aos jornalistas que não sabia da regra sobre as roupas. 

episódio foi noticiado pela imprensa e efervescia outra vez a discussão sobre a patrulha das vestimentas de mulheres, que começaram a levar reclamações para ministros, em conversas informais. Meses após o episódio do jeans, a tradição foi quebrada.

Menos de um ano após sua posse como ministra do STF, ocorrida em 21 de junho de 2006, Cármen Lúcia – a segunda mulher a ocupar uma cadeira no Tribunal – decidiu colocar em prática a regra deliberada sete anos antes. A ministra tinha ouvido queixas de mulheres que davam expediente na Corte e as reclamações iam desde tamanho de vestido ou saia até a cor da roupa.

Segundo contou à Pública, em 14 de março de 2007 ela estava “determinada a quebrar com o protocolo arcaico e obsoleto”. Cármen avisou aos pares que no dia seguinte iria para o trabalho de calças compridas. E assim o fez. O anúncio atraiu olhares e deixou a imprensa preparada para os registros. A ministra chegou ao plenário usando um terninho preto e foi a primeira vez que uma mulher ministra participou da sessão e votou usando calças compridas.

Uma jovem advogada – com seus trinta e poucos anos – que assistia a sessão e testemunhou tudo, descreveu o momento como “um dia de muita emoção” e disse que algumas mulheres que lá estavam tiveram vontade de aplaudir Cármen Lúcia: “Com muita alegria eu estava lá quando a primeira mulher entrou vestindo uma calça comprida. Ela não foi a primeira ministra da Suprema Corte, mas foi a que fez a diferença. É sempre importante a gente tentar fazer a diferença nos espaços que atua. Naquele dia, a ministra Cármen Lúcia liberou as mulheres do Brasil todo para se vestirem de forma digna, mas de calça. Uma coisa que chegou com 100 anos de atraso”.

O gesto da ministra Cármen Lúcia entrou para a história e ilustrou capas de jornais. Mas, na prática, a ruptura com o antigo código de vestimenta foi sendo conquistada aos poucos, ao longo dos anos. A mesma advogada que foi espectadora daquele momento foi proibida, tempos depois, de entrar no plenário pois a manga curta do blazer deixava à mostra quatro centímetros do seu punho: “Fui barrada uma vez no plenário do Supremo porque minha calça era um pouco curta e aparecia o calcanhar, e meu blazer era curto e aparecia meu punho. E o segurança mediu e disse que aparecia mais de 4 centímetros do meu punho e eu não poderia entrar no Tribunal. Tentei alegar que estava na moda, que a então presidente Dilma Rousseff usava um modelo parecido, mas não adiantou. Tive que trocar de roupa com minha estagiária porque eu ia fazer uma sustentação oral e não poderia faltar”.  

Tentar fazer a diferença, no menor espaço que seja, foi o lema que conduziu a advogada Daniela em sua trajetória profissional até 2023, quando chegou a vez dela ser protagonista da história. Passados 16 anos, o blazer e a calça, milimetricamente medidos, foram substituídos pela toga e Daniela Teixeira passou a ser ministra do Superior Tribunal de Justiça.

Daniela Teixeira, ministra do STJ, em seu gabinete

Daniela Teixeira, ministra do STJ, em seu gabinete© Fornecido por Agência Pública

Congresso não estava preparado para receber mulheres

O fato de o Judiciário ter sido, de todos os três Poderes, aquele que mais demorou para romper com a rigidez e exigências sobre o dress code feminino, não deu às mulheres eleitas no Legislativo uma vida mais fácil.

Benedita da Silva (PT-RJ) conta que quando chegou na Câmara para seu primeiro mandato, como deputada Constituinte, não havia banheiros femininos. “A primeira dificuldade que nós encontramos foi no plenário da Câmara, que não tinha banheiro feminino. Isso era muito sério”. 

O plenário da Câmara ganhou seu primeiro banheiro feminino somente em 1987, ou seja, 27 anos depois de sua inauguração. “Mas nós também tivemos dificuldade de ter a residência funcional, porque muitos deputados que não eram reeleitos já passavam o apartamento para outros homens recém eleitos. Eu, por exemplo, levei um tempo para conseguir”, afirmou Benedita.

Ela ressalta que a presença de mais mulheres, sobretudo mulheres negras, foi mudando o cenário com o tempo e trouxe uma diversidade positiva para o Congresso. “Eu sempre procurei ter uma boa vestimenta, mas tudo era dentro das minhas condições financeiras. Hoje nós temos mais mulheres negras que se vestem igual a mim na Câmara. E [a mudança] vai do cabelo até o modo de se vestir, de andar e falar, porque temos diversidade”.

Deputada Benedita da Silva ressalta desafios e progressos para mulheres negras no Congresso

Deputada Benedita da Silva ressalta desafios e progressos para mulheres negras no Congresso© Fornecido por Agência Pública

Ainda assim, a deputada que já está em seu sexto mandato conta que presenciou situações recentes em que colegas parlamentares foram barradas por não estarem “se vestindo adequadamente”. “Vi mais situações fora, de nós irmos para o Supremo, e dizerem que mulher de calça e sem blazer não podia entrar. Eu vi uma cena com a Jandira Feghali [deputada federal pelo PCdoB do Rio] sendo barrada por estar sem blazer. Ela disse para o segurança que nunca tinha usado isso na vida, que nunca gostou, e a gente teve que fazer uma ‘guerrinha’ lá para conseguir entrar”.

Da construção do primeiro banheiro feminino à aceitação de calças

•⁠  ⁠1987: deputadas pressionam e conquistam a construção de um banheiro feminino no plenário e flexibilização nas regras de vestimentas;

•⁠  ⁠1997: Senado passa a aceitar que mulheres usem calças no plenário e outros espaços da Casa;

•⁠  ⁠2000: após processo movido por servidoras do STF, o Tribunal também passa a aceitar o uso de calças compridas para mulheres, mas com a obrigatoriedade do uso de blazer;

•⁠  ⁠2007: ministra Cármen Lúcia usa calças em sessão, tornando-se a primeira mulher da Corte a usar a vestimenta no plenário;

•⁠  ⁠2016: Sob a pressão de mulheres parlamentares, Senado instala o primeiro banheiro feminino em seu plenário.

Ministras do TSE: “patrulha maior com mulheres negras” 

Edilene Lôbo e Vera Lúcia, ministras do TSE, alertam que a “patrulha da moda” atua de forma ainda mais rigorosa com mulheres negras. As duas foram as primeiras mulheres negras a assumir uma cadeira de ministra na Corte Eleitoral.

“Já me pararam na entrada do TJDFT [Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios], onde eu ia sempre, seja para checar a roupa, pelo jeito que estava o meu cabelo. Os seguranças me conheciam, mas não me viam como advogada”, contou à Pública a ministra Vera.

A ministra Edilene levanta a questão de que as regras rígidas sobre vestuário dificultam não somente o acesso das mulheres aos espaços de poder, como também da população mais pobre. 

A dificuldade citada pela ministra se revela em dados registrados por órgãos oficiais, que mostram a desigualdade e sub-representação. Em cargos eletivos, seja no Legislativo ou Executivo, dados do TSE mostram que de presidente da República a vereador, nenhum cargo atinge uma porcentagem equilibrada de homens e mulheres entre os ocupantes. O que mais se equilibra é o de segundo suplente de senador, com 44% de mulheres.

No Judiciário a situação se repete. A última pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o perfil sociodemográfico dos magistrados brasileiros, em 2018, mostrou que em nenhum dos cargos do Poder Judiciário a quantidade de mulheres atingiu a porcentagem de 50%. O maior equilíbrio ocorre entre juízes substitutos, primeiro cargo da carreira, com 44% de mulheres no posto. À medida que a carreira evolui, a quantidade de mulheres diminui consideravelmente. Atualmente, a instância mais alta da Justiça brasileira, o STF, possui 11 ministros, sendo 10 homens e apenas uma mulher. 

O presidente Lula foi bastante cobrado nas duas últimas oportunidades que teve de indicar novos membros para a Corte – quando Ricardo Lewandowski e Rosa Weber se aposentaram. Movimentos sociais, diversas entidades, organizações da sociedade civil e até parte da base governista reivindicaram a indicação de mulheres, sobretudo de uma mulher negra – fato que seria inédito no Supremo. No entanto, Lula acabou optando por indicar homens para as duas vagas.

No último 8 de março, dia Internacional da Mulher, a ministra Cármen Lúcia foi categórica ao afirmar no plenário do Supremo que a possibilidade de construção conjunta muitas vezes foi negada às mulheres. A magistrada conclui com uma frase forte, em referência a diversas violências que a mulher ainda sofre na sociedade: “Dizem que fomos silenciosas historicamente. Mentira! Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas”.

História de Karla Gamba

CORRIDA PARA A SUCESSÃO DE LIRA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS ESTÁ INDEFINIDA

História de VICTORIA AZEVEDO E JULIA CHAIB – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os pré-candidatos à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados acumulam obstáculos para viabilizar seus nomes na disputa. A eleição ocorre em fevereiro de 2025, e a corrida pela sucessão do alagoano está indefinida.

Hoje, há ao menos quatro deputados que se apresentam: Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL).

Lira, que não pode concorrer à reeleição, tenta transferir seu capital político a um parlamentar de sua escolha. Ele afirmou a deputados que pretende definir o nome de seu candidato até agosto, antes das eleições municipais.

Nos bastidores, avalia que nenhum dos nomes colocados tem hoje os votos necessários. Por isso, tem buscado o apoio do governo Lula (PT) ao seu sucessor. Como mostrou a Folha, o alagoano ofereceu ao petista a possibilidade de o presidente da República vetar um dos candidatos para consolidar essa aliança.

Um dos motivos para a preocupação são as resistências aos atuais pré-candidatos.

Elmar Nascimento é considerado o mais próximo de Lira, o que gera apreensão em parlamentares. Os deputados do chamado baixo clero também criticam a postura do líder da União Brasil por repetir o estilo ríspido do presidente da Câmara no trato do dia a dia.

Ele também sofre resistência no Palácio do Planalto. Ainda na transição de governo, foi vetado por membros do PT da Bahia para ocupar um ministério na Esplanada de Lula.

Também pesa contra Elmar o fato de o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) ser o favorito para a presidência do Senado. Políticos se opõem a um mesmo partido comandar as duas Casas do Legislativo.

Além disso, Elmar votou contra a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso sob suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). Ele fez corpo a corpo com parlamentares defendendo sua posição, contrariando parlamentares governistas.

Aliados de Elmar dizem, no entanto, que ele tem condições de agregar apoio e se tornar o candidato de Lira à sucessão.

Já Marcos Pereira (SP), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e presidente do Republicanos, enfrenta críticas da própria bancada evangélica da Casa e de parlamentares do PL mais alinhados a Jair Bolsonaro.

Recentemente, foi atacado por deputados bolsonaristas por defender o andamento de matérias relacionadas ao combate às fake news e à regulação da inteligência artificial (IA).

As declarações deixaram “um gosto ruim”, nas palavras de um aliado de Bolsonaro, mas não necessariamente farão com que o ex-presidente vete o nome de Pereira na disputa.

Pereira também enfrenta resistência entre parlamentares de partidos de esquerda por ser ligado à Universal –ele foi vice-presidente da TV Record, de propriedade do bispo Edir Macedo, líder da igreja. Por outro lado, deputados dizem que ele pode aproximar Lula do segmento evangélico.

Pereira viajou com Lula, a convite do presidente, para um evento em Santos (SP) no começo do ano. Segundo uma pessoa próxima ao parlamentar, um novo encontro poderá ocorrer em breve.

Líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA) é considerado hoje o nome mais próximo do Planalto, o que causa apreensão entre membros da oposição. Conta a seu favor um bom trânsito com parlamentares e líderes da direita, assim como entre diferentes bancadas da Casa.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, publicou no fim de abril imagem de um encontro com Brito em suas redes sociais. À Folha, naquele momento, ele disse que o deputado é um “bom candidato” e que membros do PL respeitam o parlamentar.

Deputados afirmam que pesa contra Brito o fato de ele ser próximo ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Eles dizem que Kassab, hoje secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, ganharia poder excessivo na Câmara com a eventual eleição de Brito.

Isnaldo Bulhões Jr., por sua vez, integra em Alagoas o grupo do senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário de Lira, o que representa um importante obstáculo para suas pretensões.

Cardeais do centrão dizem que Isnaldo poderá crescer na disputa se for atribuída a ele a imagem de um candidato “anti-Lira”.

Além dos quatro nomes, também são lembrados como potenciais candidatos os líderes do PP, Doutor Luizinho (RJ), e do Republicanos, Hugo Motta (PB).

Luizinho tem o respaldo do presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), mas deputados do centrão dizem que ele não tem apoio necessário em outros partidos para se tornar um candidato viável.

Já Hugo Motta, apesar de ser uma opção para o próprio Lira, é do mesmo partido de Marcos Pereira e só entrará na disputa se o presidente da legenda desistir –possibilidade considerada difícil hoje.

Pereira ofereceu entregar a presidência da legenda a Motta caso seja eleito presidente da Câmara, o que daria projeção ao aliado nas eleições de 2026.

PRÉ-CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

Elmar Nascimento (União Brasil-BA)

É considerado o mais próximo de Lira, mas há dúvidas sobre a viabilidade da candidatura

Marcos Pereira (Republicanos-SP)

Possui boas relações com membros do governo e com a oposição, mas enfrentou críticas de bolsonaristas

Antonio Brito (PSD-BA)

Líder do PSD, é apontado como o mais alinhado ao governo Lula até agora, mas há receio de poder excessivo de Kassab

Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL)

Líder do MDB, tem agido nos bastidores da Casa; congressistas avaliam que ele pode ser o candidato “anti-Lira”

 

TRAGÉDIAS DEIXAM LIÇÕES PARA A RECONSTRUÇÃO MAIS EFICIENTE DAS ÁREAS AFETADAS

 

História de GIULIANA MIRANDA – Folha de S. Paulo

LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – Regiões afetadas por desastres naturais de grandes proporções –como terremotos, tsunamis, incêndios florestais e inundações– podem aproveitar as lições aprendidas com essas tragédias para se reconstruírem de forma mais eficiente e com maior resiliência às condições ambientais.

É a situação do Rio Grande do Sul, que vive uma tragédia devido às enchentes desde o final de abril que já mataram mais de 160 pessoas em vários municípios.

“No rescaldo imediato de um grande desastre, uma vez que os esforços de socorro e recuperação estão completos, há uma enorme pressão sobre os governos para começar imediatamente a reconstruir e mostrar resultados. Isso é compreensível, mas apressar-se no processo de reconstrução sem as instituições adequadas em funcionamento é um grande erro”, escreve Abhas Jha, gerente de mudanças climáticas e gestão de risco de desastres para o sul da Ásia do Banco Mundial.

Em vários pontos do planeta, países têm investido em diferentes estratégias para se reerguerem depois de fenômenos extremos.

Após enfrentar, em único dia, um terremoto, um tsunami e uma emergência nuclear, o Japão se encontrou com um cenário de destruição de grandes proporções. Em 11 de março de 2011, um sismo de magnitude 9 no oceano Pacífico, a cerca de 130 km da cidade de Sendai, foi seguido de ondas gigantes. Os eventos destruíram grandes áreas no leste do país e provocaram quase 20 mil mortes.

A força das águas causou danos também à estrutura da usina nuclear de Fukushima Daiichi, onde três dos seis reatores derreteram, liberando elementos radioativos que contaminaram o entorno. O episódio foi o mais grave acidente nuclear desde o de Tchernóbil, em 1986, na então União Soviética (hoje território da Ucrânia).

Quatorze anos após a tragédia, a recuperação ainda não acabou, mas o país já reconstruiu boa parte das estruturas afetadas, incluindo casas, hospitais e estradas. Técnicas de construção otimizadas para cenários de abalos sísmicos, bem como novas barreiras e estruturas de proteção contra tsunami foram amplamente empregados na reconstrução.

Um relatório de 2021 indica que, naquela altura, cerca de 541 km de rodovias –o equivalente a 95% do total destruído– já haviam sido repostos. No processo de recuperação das vias, os japoneses adotaram técnicas de planejamento e construção mais eficientes –inclusive, em alguns casos, reduzindo a distância de deslocamento em relação ao que existia antes do terremoto.

O ponto mais desafiador continua sendo as imediações da usina de Fukushima. Embora o perímetro de isolamento tenha diminuído desde o acidente, autoridades reconhecem que a desinfecção total da área e o manejo dos resíduos ainda podem levar décadas até serem concluídas.

Após o acidente, o Japão investiu na criação de um órgão para coordenar as atividades de recuperação, a chamada Agência de Reconstrução. Uma taxa especial foi usada para aumentar a arrecadação de fundos para financiar os projetos, tanto por meio de obras públicas quanto em linhas de crédito para pessoas e empresas.

Pesquisadora no Centro de Síntese Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados da USP e especialista em projetos interdisciplinares e indicadores de resiliência, Fabiana Lourenço e Silva Ferreira destaca que a recuperação depois das catástrofes pode ser uma oportunidade para ampliar a resistência das cidades e adaptá-las às mudanças climáticas, reduzindo os riscos associados à ocorrência de novos desastres.

“O marco de Sendai, que é o marco regulatório desenvolvido a partir de um acordo mundial, preconiza que, no caso de acontecer um desastre, nós temos de pensar bem na reconstrução. Não se trata de reconstruir no mesmo padrão, mas sim de reconstruir melhor, adequando tudo às características de cada local”, afirma.

A especialista considera que as autoridades devem ainda ponderar sobre o que deve ser reconstruído. Edificações em áreas de risco elevado ou em perímetros de proteção ambiental estão entre as que não deveriam ser repostas.

“Em algumas áreas afetadas, se for verificado que havia ali uma exposição indevida, não se pode simplesmente voltar a construir”, diz. “Infelizmente, muitas vezes o poder público fecha os olhos, principalmente em pequenos municípios.”

A ideia de avaliar os estragos para repensar a reconstrução foi um dos pontos adotados na ilha da Madeira, território de Portugal no oceano Atlântico, depois de uma das enchentes mais devastadoras de sua história, em fevereiro de 2010.

Além das inundações, a ilha enfrentou uma série de grandes deslizamentos de terra, causando a morte de 49 pessoas e deixando cerca de 250 feridos, além de centenas de desabrigados. Houve ainda danos às infraestruturas e ao sistema de abastecimento.

O processo de recuperação do local envolveu esforços que contaram também com financiamento de instituições europeias, incluindo o Banco Europeu de Investimento. Um dos mecanismos era a concessão de financiamentos de pequeno e médio porte para apoiar iniciativas de reparação dos danos, mas também de adaptação do local contra desastres naturais futuros.

Como o turismo é uma das principais fontes de renda da região, as mudanças também levaram em conta a necessidade de proteger essa atividade econômica.

Uma das áreas mais afetadas pelos deslizamentos, a cidade de Funchal, capital da Madeira, ganhou medidas adicionais de prevenção, como a instalação de grandes barragens para o controle de sedimentos.

Essas estruturas são formadas por paredes de concreto com 10 metros de altura que têm “dentes” que auxiliam na retenção dos detritos sólidos. Assim, em caso de inundação, somente os materiais mais finos conseguem passar pelos espaços.

Do outro lado do mundo, na Austrália, os danos foram causados por incêndios florestais que traumatizaram um país já acostumado a ligar com grandes fogos. Em 7 de fevereiro de 2009, várias localidades na região de Victória foram consumidas pelas chamas.

O incêndio, um dos maiores já ocorridos no país, deixou 173 mortos e um rastro de desolação, com danos em 109 cidades. Mais de 2.300 casas destruídas e 43 mil hectares tiveram danos registrados.

Além de criar um comitê especial para investigar o desastre, o governo australiano usou a devastação das chamas para alterar suas políticas de prevenção e resposta aos incêndios.

Desde então, foram implementados novos protocolos, que incluem alterações em códigos de construção e e um moderno sistema de alerta à população.

A pesquisadora Fabiana Lourenço e Silva Ferreira afirma que não existe solução única que se adeque à adaptação de todas as cidades.

“Cada cidade tem de se adaptar em função das suas características locais e das suas vulnerabilidades. Nós temos de considerar o clima, as características culturais daquela população e muitos outros aspectos”, descreve.

NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO DE GASTOS DO PERÍODO DA PRÉ-CAMPANHA ELEITORAL

 

História de JOSÉ MARQUES E THAÍSA OLIVEIRA – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que livrou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) da cassação levantou discussões a respeito da necessidade de regulamentação do período da pré-campanha eleitoral e de quais gastos podem ser feitos nessa fase.

Na terça-feira (21), o tribunal rejeitou por 7 a 0 ação que acusava Moro de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação em 2022.

As acusações contra Moro tratavam, principalmente, de temas relacionados aos gastos no período que antecedeu a campanha oficial ao Senado.

O PL e o PT argumentaram que os valores foram desproporcionais porque ele almejava inicialmente a Presidência da República, gerando desequilíbrio entre os concorrentes.

A conclusão do julgamento foi célere por pressão do Senado sobre o TSE e pela intenção do presidente da corte, Alexandre de Moraes, de fazer um aceno ao Legislativo.

Mas também gerou preocupações no Judiciário de que o tribunal acabasse passando o recado a políticos de todo o país, em ano de eleição municipal, de que os julgamentos sobre gastos de pré-campanha serão afrouxados com essa decisão.

A própria ministra Cármen Lúcia, que assumirá a presidência do TSE em junho e comandará o tribunal nas eleições municipais, deu recados ao votar sobre o assunto.

Ela disse que analisava apenas sobre o caso concreto de Moro, e que não foram apresentadas provas suficientes para que houvesse caracterização de conduta irregular.

“Este período de pré-campanha traz uma série de dificuldades, o que se mostra até na nossa jurisprudência”, disse a ministra. “Nesta fase não se tem, rigorosamente, de maneira exaustiva e fechada, o que pode e o que não pode [fazer]”, afirmou. “[Mas] É preciso alertar que este período [de pré-campanha] não é algo tolerável para qualquer tipo de comportamento.”

Ao votar, no fim do julgamento, Moraes também cobrou regulamentação do tema.

“Há necessidade de uma alteração no sistema eleitoral brasileiro em relação à pré-campanha”, disse, acrescentando que essa divisão em relação à campanha não existe em países como França, Inglaterra e Estados Unidos.

“Aqui nós temos essa figura da pré-campanha que gera alguns problemas. Por exemplo, alguém que é ligado a associações comerciais e é um pré-candidato a deputado federal”, exemplificou.

“Ele, durante dois ou três anos faz palestra em todas as associações comerciais e a associação comercial convida, paga o hotel e o transporte, e isso não é considerado pré-campanha. Quem é ligado a universidade é convidado pelas universidades. Há necessidade de uma regulamentação melhor”, afirmou.

O próprio Moro disse, num evento de comemoração organizado pela oposição do Senado após a decisão do TSE, que é necessário acabar com a “incerteza jurídica” sobre pré-campanhas.

Ele sugeriu que essa discussão seja feita no âmbito do novo Código Eleitoral, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e teve o texto modificado pelo Senado. O relatório sobre o tema deve ser votado na Comissão de Constituição e Justiça no dia 5 de junho, e pode ser levado ao plenário no mesmo dia.

“No meu caso, a tentativa de cassação não era porque a gente tinha excedido gasto de campanha, não foi por caixa dois, mas foi questionamento em cima da pré-campanha, que no fundo está mal regulada”, disse Moro.

“Por ter um certo vazio de regras, muitas vezes o intérprete quer criar regras, e aí vão criando regras meio absurdas e querem aplicar retroativamente.”

A partir da minirreforma eleitoral de 2015, as vedações às pré-campanhas, que eram mais rígidas, foram flexibilizadas. A regra principal é a de que não se pode pedir voto explícito ao eleitor.

A partir de entendimentos da Justiça Eleitoral, outro tipos de restrições foram sendo formadas, como a vedação a pedidos implícitos de voto (como dizer “em outubro conto com vocês”), além do uso de outdoors para exaltar qualidades pessoais dos candidatos. Também não é permitido gasto excessivo que tire a isonomia do pleito.

Especialistas consultados pela Folha ressaltam a importância dessas regras, apesar da falta de regulamentação sobre esse período.

“Na pré-campanha é permitido anunciar a intenção de concorrer nas eleições, projetos políticos, ideias e posicionamentos sobre assuntos de interesse do debate público, inclusive pela internet, e participar de eventos partidários”, diz Amanda Cunha, coordenadora da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político).

Também é possível “impulsionar conteúdos online e usar anúncios pagos, desde que identificado o CNPJ do partido ou CPF do pré-candidato e moderação de gastos –que nas decisões eleitorais gira em torno de 10% [do total de despesas na campanha], mas isso não está na lei, nem nas resoluções”.

O advogado eleitoral Walber Agra, também membro da Abradep, diz que não considera a prestação de contas na pré-campanha “um terreno sem leis, uma anomia”.

Ele aponta que resolução do TSE mostra que os gastos da pré-campanha não são “um indiferente eleitoral”, mas que devem observar “os impedimentos da campanha” (por exemplo, contribuição de pessoa jurídica) e “devem ser moderados, proporcionais e transparentes”.

“Dessa forma, os gastos não podem ser exorbitantes, devem ser escriturados, públicos e não configurar qualquer tipo de ilícito eleitoral”, afirma.

A principal discussão a respeito de necessidade de regulamentar a pré-campanha é a possibilidade de estabelecer um teto sobre os gastos que podem ser feitos.

Isso é defendido por parte de acadêmicos e observadores do processo eleitoral, já que a métrica de 10% não está prevista em norma.

“Isso clama por uma regulamentação mais detalhada do Congresso”, diz o advogado Fernando Neisser, doutor pela USP e professor de direito eleitoral da FGV-SP.

Para ele, não há necessidade de que haja sistemas de prestação de contas como acontece durante a campanha, mas que se crie um limite para as despesas.

“Um parâmetro de gastos é uma solução mais inteligente e menos burocrática. Uma prestação de contas da pré-campanha vai criar centenas de processos para a Justiça Eleitoral. Há muito mais pré-candidatos do que candidatos.”

PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL CRIA NECESSIDADE DE NOVOS PROFISSIONAIS

 

História de Jayanne Rodrigues e João Scheller – Jornal Estadão

As novas exigências ambientais impulsionam o crescimento de empregos verdes em diversos setores do mercado de trabalho, incluindo mineração, agropecuária e indústria automotiva. Os salários iniciais geralmente começam em R$ 3 mil, podendo alcançar até R$ 50 mil em cargos mais seniores. Essa mudança não cria necessariamente novas profissões, mas adapta os talentos existentes para atender às novas regulamentações ambientais.

Em geral, as empresas apontam para a necessidade de os profissionais buscarem especializações relacionadas ao mercado de energia renovável e terem uma formação cada vez mais variada, incluindo temas técnicos, mas também relacionados ao impacto ambiental do setor e à legislação vigente. Quem “sair da caixa” e tentar se desenvolver de forma multidisciplinar tem mais chances de crescimento, de acordo com companhias ouvidas pela reportagem.

No entanto, alguns cargos são novos, como especialista em reciclagem automotiva para coordenar a reutilização de materiais e a redução de resíduos, modelador de dados para mapear informações dos nutrientes do solo e pastagens nativas e supervisionar o processo de produção de hidrogênio verde.

Outras são profissões já existentes, mas com especialização atualizada:

  • Engenheiros de produto
  • Engenheiros eletricistas
  • Zootécnicos
  • Advogados
  • Engenheiros eletricistas
  • Geólogos
  • Vejas as oportunidades de carreiras, conforme o setor:

Hidrogênio verde

Módulos de eletrólise da ThyssenKrupp usados na fabricação de hidrogênio verde Foto: Divulgação/ThyssenKrupp

Módulos de eletrólise da ThyssenKrupp usados na fabricação de hidrogênio verde Foto: Divulgação/ThyssenKrupp© Fornecido por Estadão

Segundo as empresas consultadas pela reportagem, a produção de hidrogênio verde em larga escala não deve necessariamente criar novas profissões, mas se espera que impulsione a demanda do mercado por profissionais que tenham conhecimento e experiência com as áreas de energia e descarbonização. Alguns desses profissionais seriam:

  • Engenheiro elétrico: será essencial para coordenar unidades de produção de hidrogênio verde. É importante que esse profissional tenha conhecimento no mercado de energia renovável. Especializações em redes de transmissão de energia e planejamento elétrico podem ajudar a encontrar uma vaga neste novo mercado.
  • Engenheiro químico: trabalhará diretamente com o processo de produção do hidrogênio limpo, que ocorre de diferentes maneiras, em especial por meio do processo de eletrólise. Experiência com o mercado de energia, em especial renovável, pode ajudar a encontrar uma posição no mercado.

Por se tratar de um mercado ainda muito embrionário no País, não há estimativas precisas de salários praticados na área. Mas, segundo a consultoria Robert Half, profissionais ligados à energia verde podem ter salários mensais que variam de R$ 6 mil a R$ 30 mil, dependendo do cargo e nível de senioridade.

Pecuária verde

Gado em fazenda no município de Paragominas, no interior do Pará Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Gado em fazenda no município de Paragominas, no interior do Pará Foto: Daniel Teixeira/Estadão© Fornecido por Estadão

Veja algumas das atividades na área:

  • Socioeconomista: responsável por organizar informações da produção da pecuária verde, incluindo avaliação econômica das novas tecnologias para que sejam acessíveis aos produtores rurais;
  • Modelador de dados: mapeia dados dos nutrientes do solo e pastagens nativas;
  • Piloto de veículos não-tripulados: imagens aéreas e aplicação específica e mais eficiente de inseticidas;
  • Sensoriamento remoto: interpretação e monitoramento de imagens para otimizar insumos agrícolas e reduzir impactos ambientais;
  • Profissional especializado em IA: desenvolvimento de modelos que simulem processos biológicos dos animais, como desempenho e estimativas de ganho de peso. Profissionais de zootecnia podem usar IA para solução de problemas complexos na produção animal.

O salário base de um profissional de agronomia e engenharia agrícola no Brasil varia entre 5 e 8 salários mínimos, segundo a pesquisadora de sistemas de produção animal sustentável da Embrapa Semiárido, Salete Moraes. Dependendo da função, a remuneração pode oscilar entre R$ 4 mil e R$ 15 mil, com uma média de R$ 8 mil.

Mineração

Operação na unidade Salobo da Vale, de mineração de cobre, em Marabá no Pará Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Operação na unidade Salobo da Vale, de mineração de cobre, em Marabá no Pará Foto: Daniel Teixeira/Estadão© Fornecido por Estadão

O setor de mineração no Brasil passa por uma grande transformação nos últimos anos, na esteira de desastres ambientais que fizeram o país mudar sua política de fiscalização nesses espaços e também uma demanda maior do mercado por uma economia descarbonizada.

Se antes o setor era dominado por engenheiros e técnicos, hoje há espaço também para profissionais ligados à tecnologia e a um cuidado maior com os efeitos da mineração no solo e na comunidade local.

Algumas das profissões demandadas pelo setor são:

  • Geotécnico: profissional é responsável por analisar o solo e a região onde cada mina pode se instalar, conferindo diferentes dados e elementos do local para elaboração do projeto de engenharia.
  • Mecânico de Robótica: faz o ajuste em equipamentos que fazem a manutenção e inspeção das minas.
Fábrica da Toyota, em Sorocaba, onde a empresa produz carros híbridos (que usam bateria, etanol e gasolina) Foto: Werther Santana/Estadão

Fábrica da Toyota, em Sorocaba, onde a empresa produz carros híbridos (que usam bateria, etanol e gasolina) Foto: Werther Santana/Estadão© Fornecido por Estadão

O mercado de carros elétricos e híbridos surge como uma alternativa no setor automotivo para frear os efeitos da emergência climática no mundo. No setor, não há necessariamente a criação de novos cargos, mas, sim, uma adaptação. Confira algumas profissões requisitadas:

  • Engenheiros (mecânicos, eletricistas e da área de produção)
  • Administradores
  • Profissionais de relações públicas
  • Marketing
  • TI com foco no setor automotivo

A transição para o ramo da eletrificação também demanda investimentos em habilidades complementares, diz Gabriel Perucci, head de RH da GWM (Great Wall Motors), fabricante chinesa de automóveis.

“Precisamos que a pessoa chegue com bagagem técnica. Os acabamentos do carro, pneu, roda e toda parte de estrutura do veículo são praticamente as mesmas. Então, você traz profissionais que dominam esses conhecimentos e vamos agregar algumas skills (habilidades).”

Capacidade para avaliar cenários, pensar fora da caixa, gerir mudanças e dominar conhecimentos na área de inteligência artificial e análise de dados são as principais habilidades exigidas para além da formação técnica.

A remuneração no novo cenário da indústria automotiva é de aproximadamente R$ 2.300 para funcionários do chão de fábrica, sem incluir benefícios como previdência privada e seguro-saúde. Para engenheiros em nível sênior, os salários variam entre R$ 13 mil e R$ 15 mil.

Biocombustível

Colheita mecanizada de cana em plantação da Raízen em Piracicaba Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Colheita mecanizada de cana em plantação da Raízen em Piracicaba Foto: Daniel Teixeira/Estadão© Fornecido por Estadão

O setor de biocombustíveis vem crescendo e aumentando sua necessidade por profissionais capacitados, desde os níveis técnicos até cargos de gestão.

A capacidade de se adaptar ao uso da tecnologia adotada pelas empresas, assim como ter conhecimentos específicos sobre o setor, é fundamental para quem deseja ingressar na área, afirmam empresas do setor. Algumas das carreiras em alta neste mercado são:

  • Engenheiro de bioprocessos: cuida do desenvolvimento e aprimoramento dos processos envolvidos na produção dos combustíveis.
  • Especialistas em rastreabilidade e certificação: certificam que a produção tem uma origem sustentável, como não ser proveniente de áreas desmatadas ilegalmente, por exemplo.

Saiba mais na reportagem completa.

Mercado de carbono

O mercado de carbono tem organizações especializadas em oferecer serviços que auxiliam grandes empresas na mitigação dos impactos de suas ações poluentes. Essas organizações vendem os créditos de carbono para compensar a poluição do setor produtivo.

Veja algumas profissões do setor:

  • Advogados
  • Administradores
  • Assistentes sociais
  • Biólogos
  • Engenheiros florestais
  • Geógrafos
  • Sociólogos

Dentro dessas áreas de atuação, confira algumas funções desempenhadas:

  • Desenvolvimento de projetos: empresas especializadas em mapear áreas de reflorestamento ou captura de metano em aterros sanitários, por exemplo.
  • Operação: implantam a restauração que gerará os certificados de crédito de carbono. Exemplo: restauração florestal por meio do plantio de 10 mil árvores na Amazônia com o objetivo de compensar as emissões das atividades de uma mineradora.
  • Auditoria: organizações de auditoria credenciadas que atuam como órgãos de certificação do crédito de carbono.
  • Impacto social: assegura que projetos de carbono gerem os benefícios sociais avaliados pela certificação.

O geógrafo Lucas Pereira, que também administra duas empresas do mercado de carbono, calcula que profissionais em início de carreira ganhem em torno de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Já cargos mais seniores variam entre R$ 12 mil e R$ 20 mil.

PRESIDENTE DA PETROBRAS DEVE FAZER TUDO O QUE O GOVERNO MANDAR COM URGÊNCIA

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, concedeu um punhado de entrevistas às vésperas da aprovação do nome de Magda Chambriard como nova presidente da Petrobras – o que ocorreu em tempo recorde e dispensando a praxe da votação dos acionistas reunidos em assembleia – com o ostensivo propósito de frisar que quem manda na companhia é o governo, não seus executivos nem muito menos os acionistas privados. E “todos sabem o que o nosso governo quer da Petrobras”, declarou ao Estadão.

Ao jornal O Globo, por exemplo, Silveira deixou claro que, para o governo petista, a administração da Petrobras nos mandatos anteriores de Lula da Silva foi “correta”, e só não entregou os resultados esperados porque “a Petrobras ficou paralisada por causa da Lava Jato”. Ou seja, para o ministro, não fosse a Lava Jato, que flagrou um colossal esquema de corrupção na Petrobras, a estatal teria voado.

Assim, Silveira matou dois coelhos com uma só declaração: atribuiu à Lava Jato a ruína da Petrobras, quando todos sabem que a empresa foi ao brejo por causa do seu escancarado uso político pelos governos petistas; e considerou “corretos” justamente os megalomaníacos planos desenvolvimentistas de Lula e Dilma Rousseff que dilapidaram a empresa.

Portanto, devemos agradecer ao ministro pela transparência. Ninguém mais no Brasil pode dizer que não foi avisado das intenções de Lula na Petrobras.

É verdade que a Petrobras é controlada pela União, razão pela qual seria ingenuidade supor que a empresa fosse atuar sem levar em conta os interesses do governo. Por outro lado, essa característica não significa que o governo possa fazer da estatal o que bem entender, porque uma má administração desta que é a maior empresa do País gera prejuízos para todos.

E foi isso precisamente o que aconteceu durante o trevoso mandarinato lulopetista ao qual o sr. Silveira aludiu. Em frentes simultâneas foram tocados projetos grandiosos que partiam do zero, como a construção de estaleiros e navios, criação de polos petroquímicos, grandes refinarias, gasodutos e plataformas. Tudo ao mesmo tempo, movimentando um volume de recursos que obrigou a companhia a contrair uma dívida que chegou a ultrapassar meio trilhão de reais (R$ 507 bilhões, em setembro de 2015, ante um caixa de pouco mais de R$ 100 bilhões na época).

Obviamente, nada disso importa para o governo. O movimento de Silveira – integrante do Centrão que se tornou um dos ministros mais influentes de Lula – pareceu ter como alvo a própria Magda Chambriard. Depois da gestão do petista Jean Paul Prates, demitido de forma sumária apesar de fazer quase tudo o que seu chefe mandou, o ministro deixa claro que não basta concordar com a estratégia estipulada pelo governo. É preciso ser veloz na execução e não questionar. Difícil acreditar que o recado do ministro tenha sido dado sem o aval do demiurgo petista.

O ministro Silveira sustenta que a Petrobras não é só uma empresa de petróleo e que tem outras obrigações com o Brasil, mesmo se tiver de renunciar ao lucro. Cita a produção de gás e fertilizantes, além do refino, para enfatizar que caberá ao presidente Lula, o verdadeiro CEO da empresa, a decisão final sobre os investimentos.

Logo, a nova presidente da Petrobras deve obedecer cegamente ao chefe, algo que, segundo Silveira, Magda Chambriard certamente fará, porque “as mulheres, quando pegam essa missão, o fazem com muito zelo”. Magda é funcionária de carreira da Petrobras e foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Sua linha de pensamento está em linha com os ideais do lulopetismo para o setor, desde a necessidade de investir em refino até a valorização da política de conteúdo local.

Resta saber se Magda Chambriard respeitará o alinhamento também em questões comerciais, como a definição do preço dos combustíveis, tão cara ao presidente da República, preocupado com o impacto na inflação. Mas o ministro deixou claro que a nova presidente da Petrobras terá de ter a “humildade” de fazer tudo o que o controlador mandar.

PROJETE UM NOVO MODELO DE TOMADA SEM USO DE ADAPTADORES

 

Iphone Dicas Guia – Quora

Olá, amigo! Tudo bem?

Parabéns, você pode criar um modelo mais seguro de tomada elétrica universal!

Essa será uma inovação com grande potencial para melhorar a vida das pessoas ao redor do mundo.

Dicas para te ajudar da melhor forma possível, precisamos de mais informações sobre o seu futuro modelo:

1. Características de segurança:

    Tipo de proteção: Como a tomada protege contra choques elétricos, curto-circuitos e sobrecargas? Utiliza mecanismos como disjuntores, aterramento ou outros sistemas?

    Materiais utilizados: Quais materiais são utilizados na fabricação da tomada e dos plugues? Eles são resistentes ao calor, fogo e outros riscos?

    Certificações: A tomada possui certificações de segurança de órgãos renomados, como ABNT, UL, IEC ou outras?

2. Funcionalidade:

    Compatibilidade: Quantos diferentes tipos de pinos a tomada pode receber? Ela é compatível com os padrões de tomadas utilizados em todos os países do mundo?

    Conexão: Como os plugues se conectam à tomada? O sistema é seguro e evita mau contato?

    Amperagem e voltagem: Qual a amperagem e voltagem máxima que a tomada suporta? Ela é adequada para diferentes tipos de eletrodomésticos e dispositivos eletrônicos?

3. Design:

    Tamanho e formato: A tomada é compacta e fácil de instalar? Ela se integra esteticamente com diferentes ambientes?

    Materiais: Os materiais utilizados no design da tomada são duráveis e esteticamente agradáveis?

    Ergonomia: A tomada é fácil de usar e conectar/desconectar os plugues?

4. Informações adicionais:

    Estágio de desenvolvimento: Em qual estágio de desenvolvimento o seu modelo se encontra? Já existe um protótipo funcional?

    Planos para comercialização: Você já tem planos para comercializar a tomada? Qual o público-alvo?

    Patentes: A tecnologia da sua tomada está protegida por patente?

Com essas informações, posso te fornecer um panorama mais completo sobre o seu modelo de tomada universal, incluindo:

    Vantagens e diferenciais: O que torna sua tomada mais segura e vantajosa em comparação com os modelos existentes no mercado?

    Desafios e oportunidades: Quais são os principais desafios que você enfrenta para comercializar sua tomada? Quais oportunidades existem no mercado para esse tipo de produto?

    Possíveis aplicações: Em quais ambientes e situações sua tomada poderia ser utilizada?

    Impacto social e ambiental: Qual o impacto positivo que sua tomada poderia ter na vida das pessoas e no meio ambiente?

Acredito que o seu modelo de tomada elétrica universal tem um grande potencial para revolucionar o mercado e contribuir para um mundo mais seguro e conectado.

Espero ter lhe ajudado!

Um grande abraço e sucesso no seu novo projeto!

O SUCESSO NUNCA É CONQUISTADO DE MANEIRA FÁCIL ESPECIALMENTE PARA EMPREENDER

 

O sucesso nunca é conquistado de maneira fácil, e para as mulheres que desejam empreender as dificuldades podem ser ainda maiores; Hérica Machado, fundadora da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made, lista algumas dicas que podem ajudar nesse caminho

São Paulo, maio de 2024 – À medida que o tempo passa, é necessário seguir refletindo sobre os avanços das mulheres no mercado de trabalho. Mas, para as que desejam empreender, muitas vezes o caminho não é dos mais fáceis, apesar do empreendedorismo estar crescendo no Brasil. De acordo com dados do Monitor Global de Empreendedorismo, feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), quase 70% dos brasileiros de 18 a 64 anos, estavam envolvidos com empreendedorismo em 2022. Além disso, eram 42 milhões de empreendedores já na ativa.

Entretanto, a pesquisa “Características dos Empreendedores: Empreendedorismo Feminino”, divulgada pelo Sebrae no último Dia do Empreendedorismo Feminino, mostra que as mulheres recebem menos apoio para abrir ou gerir pequenas empresas do que homens. As empreendedoras acabam dedicando menos horas às suas empresas, já que precisam utilizar praticamente o dobro de tempo do que os homens nos cuidados com familiares e com afazeres domésticos. Apesar disso, um estudo com base nos dados divulgados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também aponta que o percentual de empreendedoras em relação ao total de negócios chegou a 34,4% em 2022, o que totalizou 10,3 milhões de mulheres donas de seus próprios negócios.

Para Hérica Machado, fundadora e Head de Estratégia da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made, o caminho do empreendedorismo precisa de muita coragem e persistência. “É preciso coragem para se dedicar por horas aos detalhes de cada projeto, acreditando muito na ideia, e persistência para garantir o crescimento – seja de conhecimento, processos ou expansão do negócio. O que garante a construção consistente de um negócio são os processos, a visão a médio e longo prazo, e o planejamento”, comenta.

Nesse caminho, provar a eficiência e experiência como empreendedor pode ser uma das maiores dificuldades para as mulheres. “Esse pode ser um grande desafio, entendendo que construir uma carreira em cenários onde os decisores majoritariamente são homens pode exigir mais para equiparar a visão em relação aos pares. Ser uma mulher empreendedora é ter que provar, e reafirmar, todos os dias, a qualidade do seu trabalho, a excelência da entrega, o seu nível de conhecimento e expertise do seu negócio”, entende Hérica.

Para iniciar um negócio, é imprescindível o investimento em um plano de negócios. “Além de um plano bem construído, o acompanhamento e ajustes de rota com agilidade se faz necessário. É preciso ter uma visão de growth sobre o negócio, um plano bem elaborado e flexibilidade para lidar com os imprevistos. Metas são importantes para entender o momento certo de tomar decisão, já que se antecipar ou postergar demais pode gerar prejuízos – não só financeiros, mas de confiança. A visão a longo prazo e metas vêm do planejamento, que é a bússola para o crescimento dos negócios”, analisa.

Para ajudar quem deseja se destacar no mercado de trabalho e encontrar o sucesso com o seu próprio negócio, a especialista lista as principais dicas. Confira:

1. Construa e confie no que está desenvolvendo

“Desenvolva o seu negócio com foco. Confie no seu repertório e no que almeja como profissional. Acreditar no que está construindo, ter confiança para vender sua ideia e estabelecer os objetivos são cruciais nesta etapa da criação”, indica.

2. Encontre o seu diferencial

“É preciso consolidar a sua trajetória profissional, colher os frutos de projetos bem sucedidos, bem como os aprendizados daquilo que deu errado. Ao longo da carreira também é necessário conectar soluções alinhadas com o cenário do negócio, entender o core business e se dedicar a testar e entender a melhor aplicabilidade, validando público, ticket, processos e cultura. A construção do diferencial irá nascer de forma natural, pois você verá a lacuna do mercado que o seu negócio resolverá”, defende a especialista.

3. Planejamento é importante, acompanhamento é essencial

“Quando traçamos uma rota é importante acompanhar o quanto estamos no caminho. Não é diferente com o planejamento, tão importante quanto construir a hipótese de caminho olhando para o objetivo do negócio é a aferição dos indicadores de sucesso”, explica.

4. Tenha confiança no Network

“Por mais que possa ser clichê, é imprescindível que as mulheres entendam que: sozinhas vamos mais rápido e juntas vamos mais longe. Ter pessoas de confiança, mentores e colegas de profissão envolvidos em colaborar ou validar ideias é um propulsor para ter uma solução ainda mais alinhada com a necessidade do mercado”, completa.

5. Faça benchmark

“Conectar a rede profissional vai além do network para fechar novos clientes. É possível aprender com quem já faz, abrindo discussões sobre negócios, desafios e como solucioná-los. Assim, é possível reduzir o tempo de aprendizado, acelerado decisões e crescimento”, finaliza Hérica Machado.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

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