O Dia das Mães, celebrado em muitos países no segundo domingo de maio, tem uma história intrigante por trás de sua criação.
A data tão especial foi criada por Anna Jarvis, uma ativista que
iniciou uma campanha para honrar todas as mães e seu papel na sociedade.
No entanto, o feriado acabou se tornando o oposto do planejado
originalmente, transformando-se em um fenômeno comercial que a deixou
profundamente desiludida.
Anna Jarvis nasceu
em 1864, em Webster (Virgínia), nos Estados Unidos. Ela era filha de
Ann Reeves Jarvis, uma ativista comunitária dedicada ao trabalho social e
ao cuidado de crianças, por isso, Anna cresceu em um ambiente
influenciado pela dedicação de sua mãe à comunidade.
Após a morte da mãe, em 1905, Anna ficou determinada a honrar o
legado deixado por ela. Ela começou uma campanha para criar um dia
nacional dedicado às mães, inspirada pela dedicação e amor incondicional
que Ann Reeves demonstrou ao longo da vida.
Anna organizou as primeiras celebrações do Dia das Mães no ano de
1908, em Grafton (Virgínia) e na Filadélfia (Pensilvânia). Sua escolha
do segundo domingo de maio para o feriado foi uma homenagem ao
aniversário da morte de sua mãe.
A vida de Anna Jarvis foi marcada por um forte senso de propósito e
dedicação à sua causa. Ela não tinha filhos próprios, mas sua
determinação em honrar todas as mães se tornou uma missão pessoal.
O conflito com a comercialização
Conforme o Dia das Mães cresceu em popularidade, Anna se viu em
conflito com a crescente comercialização da data. O feriado rapidamente
se tornou um sucesso comercial, com floristas, lojas e fabricantes de
cartões aproveitando a data para aumentar as vendas. Ela lamentou
profundamente ver o feriado se transformar em um evento comercial,
distante de sua visão original de um momento íntimo e pessoal de
gratidão e reflexão.
Anna ficou cada vez mais frustrada como o feriado se
desviou de sua visão original. Ela denunciou publicamente os floristas e
as empresas que lucravam com a data, e até mesmo processou aqueles que
usavam a expressão “Dia das Mães” sem sua permissão.
Ela se opôs tão veementemente à exploração comercial do feriado que
até mesmo tentou rescindir sua criação, marcando sua vida pela luta
contra a comercialização desenfreada da data que ela mesma criou. Embora
o Dia das Mães seja hoje celebrado de várias maneiras, desde jantares
especiais até presentes elaborados, vale a pena lembrar as origens
humildes desse feriado e a paixão de sua fundadora por um reconhecimento
simples e sincero do papel das mães na sociedade.
“A memória é o diário que todos nós carregamos conosco.”
Foi assim que o escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900) definiu a memória.
No entanto, à medida que envelhecemos,
algumas páginas deste registro das nossas vidas podem se extraviar ou
se perder. E isso não é apenas desconcertante, mas também doloroso.
O professor Charan Ranganath, diretor do Laboratório de Memória
Dinâmica da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, é um dos
neurocientistas mais renomados no estudo da memória — e ele garante que o
risco de isso acontecer pode ser minimizado.
Em conversa com a BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, o autor do livro Why We Remember (“Por
que nos lembramos”, em tradução livre) identificou quatro maus hábitos
que a maioria das pessoas tem — e que, segundo ele, afetam a capacidade
do nosso cérebro de lembrar das coisas.
À medida que os seres humanos envelhecem, tendem a dormir menos horas e, como se não bastasse isso, problemas no trabalho, econômicos e de saúde podem afetar a qualidade do sono, uma combinação que pode ser bastante prejudicial para a saúde.
“Sabemos agora que o cérebro possui um sistema que drena as toxinas
que se acumulam nele, incluindo a proteína amiloide, que está envolvida
no desenvolvimento de Alzheimer. Este sistema é ativado durante a noite”, observa Ranganath.
O neurocientista, que há 25 anos estuda o funcionamento do cérebro, explica que o sono também tem uma função restauradora.
“Se uma pessoa não dorme o suficiente, a função frontal do cérebro é
reduzida, assim como o seu nível de tolerância ao estresse; e, por isso,
ela não é capaz de se concentrar adequadamente.”
Mas, durante a noite, o cérebro não só elimina elementos nocivos e
recarrega as baterias, como também organiza as nossas memórias.
“Durante o sono, a memória é reativada, e é a isso que muitos
atribuem a origem dos sonhos (…) Dormir facilita a retenção das
informações que aprendemos”, acrescenta o especialista.
Não usar celular e computador, evitar refeições pesadas, bebida
alcoólica e cafeína antes de dormir são algumas das recomendações que
Ranganath dá para tentar ter um sono reparador.
E para aquelas pessoas que, por um motivo ou outro, têm dificuldade
de dormir à noite, o especialista afirma que tirar uma soneca durante o
dia também pode ser muito benéfico.
“Os benefícios [do sono] para a memória também podem ser alcançados durante o dia”, diz ele.
No mundo competitivo e atribulado de hoje, a capacidade de ser multitarefa —
ou seja, de fazer várias coisas ao mesmo tempo — é vista como algo
positivo. Mas Ranganath alerta que isso pode ser “muito ruim” para a
memória.
O motivo? “O córtex pré-frontal nos ajuda a focar no que precisamos
fazer para atingir nossos objetivos, mas esta habilidade maravilhosa
fica prejudicada se pularmos continuamente de um objetivo para outro”,
explica.
Segundo ele, existe em nosso cérebro uma competição entre os
conjuntos de neurônios que participam de diferentes tarefas — e esta
competição é o que dificulta que a gente realize várias tarefas ao mesmo
tempo de maneira correta e eficiente.
Por isso, o neurocientista adverte que verificar o e-mail enquanto se
assiste a uma palestra ou uma aula só vai levar a uma coisa: não se
lembrar do que estava ouvindo inicialmente.
“Ao mudar de objetivo (começar a verificar o e-mail), os neurônios se
distraem e registram memórias fragmentadas da conferência, porque você
está usando muitas funções executivas para gerenciar a mudança de uma
atividade para outra, e isso dificulta a formação de uma memória
duradoura”, observa.
Mas, como acontece com toda regra, há pelo menos uma exceção: tarefas que estão associadas ou relacionadas.
“Se você está fazendo um bolo, tem que pré-aquecer o forno, e depois
voltar a preparar a massa, ou algo do tipo. Mas se você juntar todas
essas tarefas em uma grande tarefa, vai conseguir”, ilustra.
Para evitar ser multitarefa, Ranganath não apenas recomenda tentar
terminar uma atividade antes de iniciar outra, como também evitar o que
pode nos distrair do objetivo.
Assim, ele sugere colocar o celular no modo silencioso,
principalmente as notificações de e-mail e mensagens, enquanto uma ação
está sendo executada.
Também recomenda fazer pausas para sonhar acordado ou esticar as pernas.
A questão do tempo que gastamos verificando o celular também leva a
outra pergunta: que efeitos isso vai ter para os jovens de hoje?
“Possivelmente haverá algumas consequências positivas, e outras
negativas, mas o relevante é que eles estão desenvolvendo hábitos que
não fazem bem à memória”, diz o especialista.
Um estudo publicado em 2023 revelou que adolescentes e crianças
americanas passam entre cinco e oito horas por dia grudados no celular.
“A maioria das experiências que vivemos ou das informações às quais fomos expostos vai ser esquecida”, explica Ranganath.
Apenas aquelas experiências ou eventos associados ao medo, raiva,
desejo, felicidade, surpresa ou outras emoções que sejam capazes de
liberar substâncias químicas como adrenalina, serotonina, dopamina ou
cortisol em nosso cérebro vão acabar fixados em nossos neurônios.
Estas substâncias químicas ajudam na plasticidade cerebral, que é essencial para a memória.
“A plasticidade no cérebro nos ajuda a realizar tarefas,
especialmente aquelas que são repetitivas, de forma mais eficiente”,
explica o professor da Universidade da Califórnia, acrescentando que
esta capacidade diminui com a idade.
Por isso, ações como lembrar a senha que acabamos de alterar para
acessar nossa conta bancária, celular ou e-mail ficam mais difíceis com o
passar do tempo.
“Uma vez que você altera a senha, os neurônios que tinham a senha
antiga armazenada vão brigar com aqueles que possuem a nova”, afirma.
Quebrar a monotonia e sair da rotina é, segundo o especialista, a melhor maneira de tentar preservar a plasticidade cerebral.
“As pessoas pensam que sua memória é muito boa até que, em algum momento da vida, percebem que não é o caso”, observa Ranganath.
E não é para menos, já que o cérebro não foi projetado para lembrar
literalmente de tudo aquilo que vivenciamos — o que, segundo o
especialista, seria uma tarefa muito árdua.
“Estima-se que o americano médio esteja exposto a 34 gigabytes (o
equivalente a 11,8 horas) de informação por dia”, afirma o professor.
“O propósito da memória não é recordar o passado, embora possa fazer
isso — mas, sim, retirar do passado as informações importantes de que
necessitamos para compreender o presente, e nos preparar para o futuro”,
explica, recomendando não recorrer apenas à memorização para aprender
algo.
“A aprendizagem mais eficaz ocorre em circunstâncias em que nos
esforçamos para evocar uma memória, e depois obtemos a resposta que
buscamos”, indica.
“Por exemplo, alguns minutos depois de ser apresentado a alguém,
desafie-se e tente dizer o nome da pessoa. E à medida que a conversa
fluir, faça isso novamente. Quanto mais espaçadas forem essas
tentativas, melhor.”
Além de combater os quatro hábitos mencionados acima, Ranganath
garante que existem outras formas de proteger nossa memória — e
desfrutar de uma boa saúde mental.
“Há muitas coisas óbvias que as pessoas podem fazer para cuidar da
memória, mas não fazem porque estão à espera de um comprimido ou de uma
vacina, porque é mais fácil, e não precisam mudar seu estilo de vida“, diz ele.
Mas quais são estas coisas óbvias?
“No curto prazo, busque dormir melhor, aprenda a lidar com o estresse (ou tente diminuir as causas que o desencadeiam) e adote práticas de mindfulness (atenção plena), que servem para detectar quando você está distraído”, afirma.
No longo prazo, a lista é um pouco mais comprida.
“A alimentação pode fazer muito, a dieta mediterrânea tem provado ter resultados muito bons no que diz respeito à promoção da saúde mental”, diz ele.
“O exercício físico,
principalmente o exercício aeróbico, é bom porque aumenta a secreção de
substâncias que aumentam a plasticidade e melhoram a vascularização do
cérebro”.
“Uma boa saúde bucal e auditiva também é importante, porque estudos
constataram que pessoas com problemas de higiene oral ou que não cuidam
dos ouvidos tendem a sofrer de problemas cognitivos”, acrescenta. “E,
por último, as relações sociais e a exposição a coisas novas estimulam a
plasticidade cerebral.”
Por fim, o especialista afirma que estudos revelaram que estas boas
práticas permitiram a algumas pessoas manter sua memória até uma idade
avançada — e reduzir em um terço o risco de demência.
Os dados são animadores, especialmente considerando que 40% das
pessoas podem ter algum tipo de problema de memória ao completar 65
anos, segundo a Sociedade de Alzheimer do Canadá.
Todos os grandes líderes se tornaram bem-sucedidos após entenderem,
consciente ou inconscientemente, que a vantagem competitiva está no
coletivo. A sabedoria e o aprendizado coletivo fornecem um modelo de
negócios que é benéfico tanto no sentido material quanto no emocional.
O equilíbrio entre desafio e competências, alinhado a um propósito e
um ambiente que proporcione segurança, autonomia e colaboração, cria
aspectos vitais de conexão do ser humano com o meio. Essa conexão faz
com que nosso potencial seja de certa forma liberado com mais
intensidade. Com isso, passamos a ter um ambiente muito mais criativo,
inovador e propício a mudanças e resultados acima do normal.
Conheça os dois pilares da felicidade no trabalho
O primeiro pilar é alguém poder cumprir totalmente seu potencial na
função que desempenha. Isso passa por dois processos. O processo de
diferenciação envolve percebermos que somos indivíduos únicos,
responsáveis por nossa própria sobrevivência e bem-estar, dispostos a
desenvolver essa singularidade onde quer que ela nos leve, enquanto
desfrutamos da expressão de nosso ser em ação. Já o processo de
integração envolve a percepção de que, por mais únicos que sejamos,
também estamos completamente envolvidos em redes de relacionamentos com
outros seres humanos, com símbolos culturais e artefatos, bem como com o
ambiente à nossa volta.
Pode-se dizer que uma pessoa que está totalmente diferenciada e
integrada torna-se um indivíduo completo – e, por consequência, aquele
que tem a melhor chance de levar uma vida feliz, vital e significativa.
Contudo, a felicidade não simplesmente acontece. Pelo contrário, é
algo que nós mesmo fazemos acontecer, resultado de nosso esforço máximo
nesse sentido. Sentir-se realizado quando alcançamos nosso potencial é o
que motiva a diferenciação e leva à evolução. A experiência da
felicidade em ação é o resultado de nossos esforços e realizações. Às
vezes, é necessária muita dedicação, e o mais importante é que quanto
maior o desejo e maior o empenho, maior se torna a recompensa.
Quando estamos por completo com um propósito claro, que realmente nos
desafia a sermos melhores do que já somos e exige que estejamos
presentes de corpo e alma, plenos, focados, sem medo de fazer o próximo
movimento, convictos do que deve ser feito, pouco a pouco percebemos o
quão bem estamos realizando nosso trabalho. É então que sentimos a
sensação de conexão, de plenitude.
Nesse momento, entra em cena o segundo Pilar da Felicidade, um estado
que os estudiosos apelidaram de flow (fluxo, em português). Ele
descreve a maestria máxima que alguém pode atingir. O ápice do ápice.
Quando estamos conectados, concentrados, focados, confiantes, isso faz
toda a diferença. Não há distinção entre pensamento e ação, entre o eu e
o ambiente. O importante é executar cada movimento da melhor forma
possível.
Quatro pontos-chave para alguém se conectar com o estado de fluxo
• Objetivos claros: para que uma pessoa se envolva
profundamente em qualquer atividade, é essencial que ela saiba
precisamente quais tarefas deve realizar, momento a momento.
• Feedback imediato: é difícil para as pessoas se
manterem engajadas em qualquer atividade a menos que recebam informações
oportunas e “em tempo real” sobre o quão bem estão se saindo. A
sensação de envolvimento total da experiência de fluxo deriva em grande
parte do fato de que o que se faz importa, que têm consequências. O
feedback pode vir do comentário de colegas ou supervisores sobre o
desempenho, mas, preferivelmente, é a própria atividade que deve
fornecer essa informação.
• Equilíbrio entre oportunidade e capacidade: é mais
fácil se envolver completamente em uma tarefa se acreditarmos que ela é
importante e está ao nosso alcance. Se parecer estar além de nossa
capacidade, tendemos a ficar ansiosos; se a tarefa for muito fácil,
ficamos entediados. Em ambos os casos, a atenção se desvia do que
precisa ser realizado, a pessoa ansiosa fica distraída, e a entediada,
também. Portanto, o equilíbrio entre a dificuldade da tarefa e nossa
capacidade de realizá-la desempenha um papel crucial na experiência de
fluxo.
• Concentração profunda: quando começamos a
responder a uma atividade que possui objetivos claros e fornece feedback
imediato, é provável que nos envolvamos nela, mesmo que a atividade em
si não seja muito “importante”.
Ao somar todos esses elementos, temos uma sensação de plenitude, de
conexão presente, que alguns estudiosos chamam de fluxo (flow, em
inglês). Proporcionar isso para as pessoas também é papel de um líder.
*André Girotto, o empresário e palestrante paulista, é considerado o
maior treinador de líderes da atualidade, e compartilha o conhecimento
que acumula desde 2002 em seu quarto livro, intitulado “Framework da
Liderança 10x: A Nova Era da Liderança”. Aos 18 anos, fundou a Sport
Moving, que se transformou rapidamente em uma rede de seis academias.
Aos 24, se formou Treinador de líderes pela empresa global Dale Carnegie
Training. Aos 27, fundou a Netprofit Training, expandindo-a para 27
unidades com mais de 1.000 empresas atendidas, 50 mil líderes treinados e
300 mil pessoas impactadas pelos programas Netprofit.
Marketplaces em alta: o sucesso no mercado
Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP
Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato
Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os
benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para
os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores.
Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se
prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo,
independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada
pelo atendimento.
O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?
Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line.
Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao
cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos
vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é
como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários
estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e
a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último
relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais
ativos em ambientes como esses.
Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já
representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no
Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm),
o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.
Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia
dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser
significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um
faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021,
de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a
atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o
suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar
uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente,
indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a
pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”,
explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.
Um destaque em meio à concorrência é fundamental
Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos
quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta
concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas
buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é
imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de
sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é
demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.
Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por
perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas
alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos
para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o
portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção
especial à otimização das operações.
Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover
uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação
de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das
demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com
estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é
o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter
uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por
diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o
preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de
fidelizar”, comenta o especialista.
Dicas para se sair bem no mercado
Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos
frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar
oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom
levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma
excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações,
é fácil identificar qual a busca e como agradar.
No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica.
Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em
consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as
abordagens utilizadas para lidar com esses interessados?
Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.
A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas
esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em
crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de
Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em
13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram
elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.
Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em
fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em
novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76%
desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão,
Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva,
elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques
industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também
não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para
todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do
processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os
nossos usuários.
Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse
suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs,
responsáveis por atender chamadas e responder mensagens
automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma
flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com
humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os
resultados e promover atualização constante.
O que é marketplace e por que investir nessa plataforma
ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech
Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer
compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele
funciona na compra e venda de produtos.
Afinal, o que é marketplace?
O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.
Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto
específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar
as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de
comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir
outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.
Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de
marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e
segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar
produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento
unificado.
Os principais marketplaces do Brasil
A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto
No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a
plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações
digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.
Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas,
Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C,
estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas
dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.
Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma
Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais
Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através
de sua divulgação online.
Como escolher o marketplace ideal para sua loja
Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja,
definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é
fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de
decidir onde incluir sua marca:
Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão
sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que
determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor
atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais
anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará
uma comissão maior.
Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.
Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial
identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.
Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.
Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que
já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para
competir com os ofertados por elas.
Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.
Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus
resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas
promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na
entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento
ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar
naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se
de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e
pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já
cadastradas.
Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.
Vantagens do marketplace
A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.
Para o consumidor
Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;
Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.
Para o lojista
Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;
Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de
vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário
pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na
abertura de uma loja física ou online.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Para o Marketplace
Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;
Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que
reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo
para fidelizar clientes.
Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e
proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal
procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos
ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que
realizamos.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
História de Monica Gugliano e Eliane Cantanhêde – Jornal Estadão
Três vezes presidente da Câmara dos Deputados e presidente da
República após um conturbado processo de impeachment presidencial, o
segundo em 25 anos no Brasil, Michel Temer acreditava que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ia
fazer uma espécie de redenção nacional durante seu terceiro mandato,
unindo um País que vem sofrendo com um rompimento social desde 2013. Não
foi isso o que aconteceu, lamenta o político.
Apesar da decepção, Temer reconhece que a falta de vontade política
não ficou apenas na conta do atual detentor da cadeira mais importante
do terceiro andar do Palácio do Planalto. “Foi a oposição que
radicalizou? Eu não saberia dizer. Mas acho que foi. Faltou vontade
política de um lado e do outro”, analisou o ex-presidente em entrevista
exclusiva ao Estadão.
Ao longo da conversa, Temer destaca a importância da oposição para o exercício da democracia.
“A oposição existe para ajudar a governar na democracia. Por que ela
ajuda a governar? Porque ela critica, observa, contesta, contraria”,
diz, lamentando, porém, que o conceito de oposição foi radicalizado:
“Aqui no Brasil nós temos a ideia de que cada governo que chega precisa
destruir os governos anteriores, tanto que o vocábulo herança maldita se
incorporou ao vocabulário político do País”.
O ex-mandatário também defende que é preciso por fim à disputa entre
Poderes: “Cada um ficando no seu quadrado ajuda muito o País porque as
pessoas têm que ter ciência e consciência da posição que ocupam”.
O que o senhor está achando desta confusão entre Legislativo, Executivo…?
Não é por culpa nem do presidente da República, nem evidentemente por
conta dos presidentes da Câmara e do Senado, o clima que se criou…
Falta um terceiro agente. Não é só um
mal-estar entre Executivo e Legislativo, é entre Executivo, Legislativo e
Judiciário, mas especificamente o Supremo Tribunal Federal, não?
Tem razão. Mas, para governar, quem manda no País é o Executivo com o
Legislativo. O Judiciário só comparece quando provocado e quando
provocado ele tem que dar uma decisão. Mas ele não é um agente
governativo do País.
Mas quando há uma crise do Executivo com o
Legislativo quem manda mais? Quem é que arbitra? O Supremo, que hoje é
acusado de ser que manda no País.
É uma acusação inadequada. Por que é que o Supremo se intromete em
tudo? Porque a Constituição é muito ampla. Como ela é muito detalhista,
muito pormenorizada, todas as questões vão parar no Supremo. O segundo
ponto é que a jurisdição é inerte, mas quando ela é provocada, tem que
decidir. Ou vão cobrar: “como é que nós provocamos e não decidiram?”
Lamento dizer que muitas e muitas vezes a classe política provoca muito o
Supremo. Seja do Executivo, seja do Legislativo. O que se pode é
criticar uma ou outra decisão do Supremo sob o foco jurisdicional. Era
Rui Barbosa quem dizia: “O Supremo tem o direito de errar por último”.
Você pode questionar juridicamente a matéria. Agora, dizer que ele se
intromete em tudo por conta própria, não acho.
Há um excesso de críticas ao Supremo?
Crítica tem. Não há dúvida. E essa crítica deriva do que se
estabeleceu no País em meio a um conflito muito grande entre dois
setores, isto todo mundo sabe. É a radicalização. A polarização é sempre
uma coisa útil, porque se usa a palavra polarização para o conflito de
ideias, de programas, sistemas. Mas o que há no País é radicalização. A
radicalização é que opera os conflitos, porque ela é um passo muito além
da polarização. E isto toma conta do País. (…) A Constituição não
determina essa radicalização de posições. Ela determina um Estado
baseado na ideia da paz interna e internacional. Essa é a regra, é o
recado político. Quando a Constituição diz que todos são iguais perante a
lei, isso não significa que não vai haver divergência. A divergência
tipifica a democracia.
A radicalização é puxada pela oposição?
A democracia impõe a divergência. A oposição existe para ajudar a
governar na democracia. Por que ela ajuda a governar? Porque ela
critica, observa, contesta, contraria. Na Inglaterra, por exemplo, você
tem o shadow cabinet, que é um gabinete que se forma (pela oposição) em paralelo ao gabinete da situação para criticar, para ajudar a governar.
No Brasil não é assim, é?
Não. A oposição tem um sentido político, ou seja, se eu perder a
eleição o meu dever é destruir aqueles que ganharam. No Brasil nós temos
a ideia de que cada governo que chega precisa destruir os anteriores.
Tanto que o vocábulo herança maldita se incorporou ao vocabulário
político do País. Se você examinar desde o presidente (José) Sarney até
hoje, cada presidente no seu momento histórico fez uma coisa útil. Você
não pode negar. O que se estabeleceu no País – não de agora, mas lá de
trás – foi uma radicalização brutal. Cada governo que chega, quando
critica o governo anterior, não está ajudando a harmonia do País. Eu
digo sempre: o presidente Lula vive falando do presidente (Jair)
Bolsonaro. Ele é quem mais divulga o presidente Bolsonaro. Imagina se eu
fosse fazer isso no meu governo, quando as pessoas me criticavam… E eu
ficasse: “Mas a ex-presidente, a ex-presidente…” Eu não dizia nada. Eu
ia tocando o governo.
O que o senhor acha dessas emendas que
estão correndo no Congresso criando a possibilidade de impeachment e
também estabelecendo mandato para os ministros do Supremo?
O impeachment já é previsto. Se houver uma representação do Senado,
pode haver um processo de impeachment de ministro do Supremo. A questão
do mandato é uma coisa antiga. Na Constituinte, eu sugeri uma emenda
propondo nove membros para o Supremo, que seria uma corte exclusivamente
constitucional. Seriam indicados três pelo Legislativo, três pelo
Executivo e três pelo Judiciário, com mandato de 12 anos. Não foi
aprovado. Agora se volta a esse tema. Não tenho nenhuma objeção a que se
estabeleça uma emenda dessa natureza. Mas eu digo que fala-se isso
porque os ministros atuais são responsáveis por esse quadro? Não. É
porque o quadro geral político institucional do País está inteiramente
radicalizado.
Cada um ficando no seu quadrado ajuda muito o País, porque as pessoas
têm que ter ciência e consciência da posição que ocupam. É claro que eu
sempre dou exemplo da minha vida pública. Eu, quando era líder do MDB,
defendia os interesses do partido. Quando fui presidente da Câmara,
representava todos os membros da Câmara. Quando era presidente da
República, era para todos. Vocês se lembram que a oposição política
minha era feroz. Havia uma posição institucional para me derrubar do
governo. Não conseguiram, eu passei a faixa. Mas houve uma tentativa
brutal, sabe por quê? Porque, em certas ocasiões, eu não dava atenção ao
que as pessoas diziam, o que significava até às vezes economizar tempo.
Logo no começo do governo Lula, o senhor
defendeu que houvesse um movimento de união nacional. Lula assumiu com
esse discurso, mas nada aconteceu. O que faltou?
Faltou ação.
Ação do presidente Lula?
Houve um equívoco, uma distância entre a palavra e a ação. Eu achei
ele faria uma espécie de governo de redenção nacional. Ele declararia:
‘eu vou pacificar o País’, o que significa que você vai governar para
todos os brasileiros. Não significa que não haverá divergência. Acabei
de dizer no início da minha fala, você tem que ter oposição,
divergência, tem temas que são delicados. Mas existe a figura do
presidente da República, e aqui eu faço um pequeno corte: sempre lembro
da figura de Juscelino Kubitschek (1902-1976). Foi um presidente que governou o País há mais de 60 anos. Ele era um homem da pacificação.
O que o senhor acha que aconteceu com Lula? Não soube fazer, o PT não deixou, a oposição não deixou, foi a radicalização?
Acho que faltou talvez um pouco de vontade política de um lado e, de
outro lado, como o Brasil já estava radicalizado, houve agressão de
todos os lados. Teve também aquele 8 de janeiro que
foi um desastre, porque era uma invasão de prédios públicos. Atingiu os
prédios numa tentativa de eliminar os Poderes, o que é gravíssimo.
Qualquer ataque a essas instituições democráticas é proibido pelo texto
constitucional. É um atentado à democracia. Não há dúvidas sobre isso.
Quem tem militância hoje? Bolsonaro tem
gente na rua. O presidente Lula e o PT não chegaram a colocar 2.000
pessoas no evento do 1o de Maio. O que está acontecendo com essa
radicalização ou polarização que um põe gente na rua e o outro não?
Se Bolsonaro coloca tanta gente na rua, não se pode negar prestígio a
ele. Agora, não se podem negar as circunstâncias em que Lula foi
eleito. Teve a maioria dos votos, embora com pequena diferença. A
circunstância de não ter colocado gente na rua não sei se é problema de organização, de simpatia. Colocar gente na rua não ganha eleição. Mas mostra prestígio.
O senhor falou que a situação do País já foi pior e que agora houve uma melhora. Por quê?
Acho que o Haddad (Fernando Haddad,
ministro da Fazenda) está fazendo o possível. A economia começa ou tem
perspectiva de ir bem. Não vai indo bem ainda. Li um artigo do Armínio
Fraga (ex-presidente do Banco Central), dizendo que não é tão bom como
diz. Acho que a economia começa a aparentar melhor. É preciso seguir
adiante. Por exemplo: qual é a vantagem do teto para os gastos públicos
que eu fiz? Você reduz a dívida pública. A ideia é essa. Agora não é
mais teto, é arcabouço. Sabe o que é o arcabouço? É o teto readaptado.
Haddad tem certo apoio do sistema
financeiro e de boa parte da mídia. O problema dele está dentro do
governo: a relação com a Casa Civil e Lula desautorizando. O senhor acha
que é possível conviver com essa situação, onde o ministro da Fazenda é
desautorizado pelo presidente e pelo próprio partido do governo?
Isso atrapalha. No meu governo, quando havia uma pequena faísca entre
um e outro ministro, eu juntava, às vezes, na minha sala só os dois
para conversar. Eu não tinha esse problema. Se você disser: “Isso é útil
para o governo?”. Eu creio que não é.
Lula foi elogiado a vida inteira por ter uma grande habilidade política para compor. Essa habilidade ainda existe?
Por isso que eu, quando ele assumiu o governo, pensei: “Ele vai
dedicar toda a vida dele para tranquilizar o País”. Eu fiquei com isso
na cabeça, mas as palavras muitas vezes não corresponderam à ação.
Como o senhor avalia a atuação e as polêmicas em torno do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo?
Alexandre de Moraes é
um grande constitucionalista. Eu conheço o Alexandre muito antes de ele
ser ministro. E ele fez muito pelo País. Sou obrigado a dizer que, se
não fosse a atuação jurídica e corajosa do Alexandre Moraes, talvez não
tivesse havido eleições. Ele faz um papel adequado. E é interessante,
observando um pouco a distância, que ele agora começa a amenizar algumas
situações, você percebe que ele está liberando gente, vai liberando
situações, não é? Acho que ele é competente para tanto.
E o que o senhor está achando da mudança do foro?
Na medida em que a jurisprudência é estável, ela também ajuda a
estabilizar o País. Você decidir de uma maneira, depois decidir de outra
maneira não é bom. É claro que muitas e muitas vezes a jurisprudência
também tende ao momento. A pergunta é: o Supremo tem competência para
fazer isso? Se tem, não creio que seja um malefício para o País.
Como o senhor viu o papel dos militares no 8
de janeiro? Como avalia a evolução desse ajuste de funções e qual deve
ser a reação se houver generais presos?
A hierarquia militar é obediente à Constituição Federal. Eu não tenho
dúvidas disso porque eu convivi muito com eles, fosse como o presidente
ou vice-presidente da República e até como presidente da Câmara. Há um
preconceito contra os militares no Brasil, fruto de 64. Eu nunca tive
preconceito. Eu não faço a distinção que as pessoas costumam fazer entre
militar e civil porque são brasileiros. Eu não sei se individualmente,
a, b, c, d, e, por exemplo, propuseram coisas inadequadas. Mas eles não
toparam isso em momento algum. Aliás, convenhamos: golpe no País você só
tem se as Forças Armadas quiserem. Como não quiseram, não teve. Dizem
que uma parte queria, mas não sei dizer. Talvez algumas pessoas, mas o
que vale é a instituição, e na instituição eu nunca vi uma palavra de
desapreço pela democracia. Agora, como é que eles vão reagir se houver
general preso, confesso a você que eu acho que não será agradável para
eles. Mas não creio que isto gere uma espécie de rebelião.
O senhor acha que essa sua declaração vale para Bolsonaro se ele for preso?
Aí eu não sei dizer. Eu não acredito em uma prisão dele, nem acho conveniente criar uma confusão.
Durante seu governo a segurança pública era
separada das demais atribuições do Ministério da Justiça. O senhor acha
que esse modelo funciona melhor?
Hoje só se fala em segurança. Eu restauraria o Ministério da
Segurança. É preciso um organismo nacional que coordene a segurança
pública no País, até porque o crime não é apenas estadual. Ele é nem
nacional. É transnacional.
Leia a entrevista com o secretário nacional de Segurança Pública
O senhor acha que a segurança pública será um tema central na campanha deste ano?
Em certas capitais, não tenho dúvida. Eu acho que nas cidades médias e
pequenas, não creio que seja o ponto central. O que não se pode é
transformar uma eleição municipal em uma disputa nacional, porque você
tem que pensar no munícipe. Porque mais uma vez as pessoas estão saindo
do seu quadrado. O que o morador quer? Quer a rua asfaltada, ele quer
ter iluminação, quer ter água, quer ter bom transporte.
O senhor tem conversado sobre isso com o prefeito Ricardo Nunes, que disputa a reeleição?
Eu digo: “Você tem que mostrar por que que é bom viver em São Paulo”.
É para o munícipe de São Paulo, não de Alagoas, nem do Ceará. Tem que
dizer que é bom viver em São Paulo, porque você está fazendo creches.
Obras para a população.
O que uma aliança em torno de Nunes
significa em termos de apoio futuro para o governador paulista Tarcísio
de Freitas? Seria reunir o eleitorado numa bolha pela candidatura dele à
Presidência?
É possível. Se houver essa essa conjugação agora ela vai estabelecer
uma reunião de forças políticas para a próxima eleição. Quem vai ser o
candidato? Não se sabe ainda. O Tarcísio, evidentemente, é um nome muito
cogitado. Ele tem classe, sabe o que diz. E ele é muito disciplinado,
ele estuda as questões antes de falar. No meu governo ele foi um dos
principais responsáveis pelo programa de parceria e investimentos.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O diretor de futebol Bruno Spindel
afirmou que o Flamengo é contrário à paralisação do Brasileirão porque,
no entendimento do clube, o Rubro-Negro pode “ajudar muito mais” a
população gaúcha se o campeonato seguir.
Spindel se solidarizou com os afetados pelas enchentes no Rio Grande
do Sul e disse que o Fla está fazendo de tudo para ajudar. O Rubro-Negro
está participando de campanhas de auxílio e disponibilizou as suas
instalações esportivas para Inter, Grêmio e Juventude, clubes gaúchos da
Série A.
O diretor acrescentou que o Flamengo acredita que pode ajudar mais se
o Brasileirão continuar sendo disputado. Ele ponderou que “outras
atividades” no Brasil não foram interrompidas em decorrência da
catástrofe no sul do país. Spindel falou em entrevista coletiva após a
vitória sobre o Corinthians.
“O Flamengo entende que, continuando a trabalhar e exercendo nossa
atividade, podemos ajudar mais ainda do que se estiver parado. Uma série
de outras atividades no Brasil não foram paralisadas pela catástrofe,
estão todos tentando ajudar da melhor forma possível.”, disse Bruno
Spindel.
“O Flamengo entende que pode ajudar muito mais se o campeonato
seguir. Nos solidarizamos com todo o lado humano, saúde, vidas, e vamos
fazer tudo o que tiver para fazer Flamengo vai continuar ajudando dos
nossos companheiros. Bruno Spindel”, continuo o diretor de futebol.
O que mais ele disse
“Todos nós, como instituição e seres humanos, somos extremamente
solidários a todos do Rio Grande do Sul que estão passando por essa
catástrofe. Lado humano vem acima de tudo. Clube tem feito uma série de
ações, além da solidariedade, para ajudar o povo do RS. Tudo o que o
Flamengo puder ajudar, vai ajudar e vamos continuar. já se posicionou
com os coirmaos gauchos, inter e gremio temos amigos lá. colocou nosso
CT À disposição. para quando e se julgarem necessários, podem usar
nossas instalações. Entende que continuando a trabalhar, temos mais
alternativos para ajudar. Hoje, pro exemplo, o Pix da cidadania na
camisa foi para o Brasil inteiro.”, finalizou
O que Marcos Braz disse
O vice-presidente de Futebol Marcos Braz também falou sobre o
assunto. Ele passou rapidamente pela zona mista após o jogo e disse que
os clubes têm de procurar a melhor solução.
“Essa posição quem deve dar é o presidente Rodolfo Landim, que tem
essa ligação junto à CBF. Acho que os clubes têm de ajudar da melhor
forma possível, contribuir para que essa tragédia seja diminuída, [seja
diminuída] a dor de todos os moradores do Rio Grande do Sul. Tem de ver
qual é a melhor forma possível. Se a melhor forma possível é essa
[paralisar], se caminha para isso. Ou se tem outras formas, mais
contundente, que possa se fazer.”, disse Marcos Braz.
“Acho que o presidente, na hora certa, vai dar o tom e fazer o
encaminhamento disso. Estávamos em uma semana meio conturbada. Estávamos
resolvendo as coisas no CT, ajustando os pontos que achávamos que
deveríamos ajustar. Falei pouco com o presidente, mas esse tema fica
para ele Marcos Braz.”, finalizou.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Luciano Hang, dono da Havan, diz ter
recebido inúmeras mensagens de amigos na semana passada, depois que os
jornais publicaram uma fotografia da réplica da Estátua da Liberdade,
símbolo da rede, diante da cheia em Lajeado (RS).
A imagem ajudou a mostrar a dimensão da destruição que atingiu o Rio
Grande do Sul, mas o empresário afirma que é difícil transmitir com
precisão o que está acontecendo.
“Não foi uma enchente, foi um tsunami, uma devastação. Tudo por onde
passou essa água foi derrubado. É uma coisa que não dá para descrever”,
diz.
O prejuízo da companhia está estimado em R$ 30 milhões, mas ele diz
considerá-lo pequeno se comparado ao impacto de quem perdeu suas casas.
Segundo o empresário, o plano de contingência da Havan inclui
antecipação de décimo terceiro salário e participação nos resultados aos
funcionários atingidos.
Hang, que se tornou um ícone da polarização entre Lula e Bolsonaro
desde a eleição de 2018, hoje, pede pacificação diante da tragédia e diz
ver esforços conjuntos de todos os governos.
“Neste momento, não devemos polarizar uma catástrofe como esta”, afirma.
A tragédia tem sido usada nas redes sociais como munição contra o
governo, superando, em alguns momentos, as postagens sobre doações e Pix
para ajudar as vítimas. O próprio Hang foi alvo de fake news. Nesta
semana, circularam nas redes sociais a falsa informação de que a Havan
teria disponibilizado mais helicópteros do que a FAB (Força Aérea
Brasileira) para atuar nos esforços no estado, além de outras mentiras. A
empresa tem divulgado o trabalho de dois helicópteros para atender a
população.
“O governo estadual, municipal e federal estão juntos nessa. Não
precisamos dividir nem comparar quem está fazendo mais, quem chegou
primeiro. Isso não importa. O que importa é que todos estão querendo
fazer o melhor”, afirma.
*Folha – Uma das primeiras imagens da tragédia, que deu a dimensão do
nível das águas, foi uma foto em que apareceu uma Estátua da Liberdade
da Havan com a água muito elevada. Como foi isso?*
*Luciano Hang -* As pessoas estão vendo na televisão e nas redes
sociais o que está acontecendo, não é como vemos daqui. [Após a
divulgação da foto] recebi ligações de amigos da Espanha, da Itália e
tantos lugares. Foram 22 metros de água. Não foi uma enchente, foi um
tsunami, uma devastação. Tudo por onde passou essa água foi derrubado. É
uma coisa que não dá para descrever.
*Folha – Quantas lojas a Havan tem no estado?*
*Luciano Hang -* Temos 16 lojas no estado sendo que duas pegaram
água, em Lajeado e Porto Alegre, e tem algumas com possibilidade, porque
estão na foz da lagoa dos Patos. Lá embaixo, em Rio Grande e em
Pelotas, nós também temos duas lojas [sob risco iminente]. Os gaúchos
são nossos vizinhos. Temos cinco [pequenas centrais] hidrelétricas no
estado, que também foram atingidas.
*Folha – Pode estimar, em valores, o tamanho do prejuízo da Havan?*
*Luciano Hang -* Acho que uns R$ 30 milhões.
*Folha – Como estão os funcionários? Como foi o plano de contingência?*
*Luciano Hang -* Temos 176 lojas. Perdemos pouco perto de outras
pessoas que perderam tudo. Uma loja não é o foco do nosso negócio. A
gente reconstrói. Daqui a 60 dias, está tudo de pé. Vamos tentar fazer
rápido para ser inspiração de que acreditamos no lugar, na cidade, no
estado, e acreditamos que não vai mais acontecer outra coisa dessas.
Eu vim para cá no primeiro dia. Consegui vir, mas o tempo estava
ruim. E eu disse aos nossos colaboradores: ninguém vai ser deixado para
trás. Como fizemos em outras lojas, a gente não vai despedir ninguém.
Hoje, estamos pagando décimo terceiro, programa de participação de
resultado, antecipando tudo para todas as cidades que foram atingidas.
Das 16 lojas, 7 cidades deram água ou teve alguma coisa na cidade. Hoje,
todos estão com três salários na conta.
*Folha – Uma parte dos funcionários está desabrigada?*
*Luciano Hang -* Teve gente que perdeu a casa e tudo o que tinha. Vamos, um por um, ver o que podemos fazer.
*Folha – Circulou uma fake news de inteligência artificial falando sobre uma suposta promoção que a Havan estaria fazendo?*
*Luciano Hang -* A Havan só fez um Troco Solidário, em que as pessoas
que vão nas lojas ajudam, fazem a doação no caixa. Aliás, é uma
campanha de 16 anos. Só que as pessoas estão pegando a minha imagem,
usando inteligência artificial, e pedindo pix, falando de falsas
promoções de liquidação. É tudo mentira. Não existe nada que a Havan
esteja fazendo que não seja o Troco Solidário, que acontece pessoalmente
nas nossas lojas. Não estamos fazendo nada que não seja presencial.
Eu tinha certeza de que iriam usar a minha imagem. Eu até brinquei
que eu estava passando a minha imagem para os vagabundos. Quem não quer
ajudar, que pegue férias neste momento e que não vá roubar aquelas
pessoas que têm pouco e que querem ajudar o povo gaúcho.
*Folha – Temos ouvido outros casos de fake news, como a história de
que iria faltar arroz. Lembrando que as fake news surgem no contexto de
polarização, você tem refletido sobre isso que estamos passando no
Brasil com esse fundo da polarização?*
*Luciano Hang -* Neste momento de caos, de catástrofe, temos que nos
unir em prol do povo gaúcho e não polarizar. Eu tenho dito que o poder
público está ajudando. O poder civil está ajudando, e todos ajudando
pelo povo gaúcho. Neste momento, não devemos polarizar uma catástrofe
como esta.
*Folha – Essa é a sua avaliação política dos órgãos que estão atuando nesta emergência?*
*Luciano Hang -* Estou voltando pela terceira vez para o Vale do
Taquari. Eu vejo o Corpo de Bombeiros, a Brigada Militar, o Exército, a
Marinha, a Aeronáutica, a sociedade civil organizada, todos ajudando.
Não é hora de dividirmos o povo brasileiro. Tem que unir para resolver
esse problema. Não pode haver política numa coisa como essa. Quando eu
falo em governo são os três: municipal, estadual e federal. Todos os
órgãos. Todos estão querendo fazer o seu melhor.
*Folha – Desde o primeiro dia, os vídeos que vocês divulgaram
mostravam a dificuldade de chegar aos locais atingidos. Quais são as
piores dificuldades?*
*Luciano Hang -* No primeiro momento, era a dificuldade de chegar ao
Vale do Taquari pelo mal tempo. Nós saímos com as duas aeronaves, elas
passaram dificuldade para subir a serra e até pelo litoral. Nossos
helicópteros biturbina são helicópteros que voam com IFR [voo por
instrumentos], noturno, dentro das nuvens. Por isso, chegamos rápido e
bem no princípio do problema.
*Folha – Como é a sua avaliação? É mudança climática que vamos continuar enfrentando nos próximos anos?*
*Luciano Hang -* Somos PhD em enchentes. Nós moramos no Vale do
Itajaí [em Santa Catarina, onde foi fundada a Havan]. Nas nossas
cidades, Blumenau, Gaspar, Brusque, isso acontece quase que anualmente. A
maior que eu vivi foi em 1983, e nunca mais teve uma enchente como
aquela.
O que eu quero crer é que talvez eu não viva mais um momento de uma
catástrofe como esta. É nisso que eu quero crer. Acho que foi uma
tempestade perfeita que aconteceu, em que tudo culminou na tragédia que
estamos vivendo agora. Se olharmos para trás, nunca aconteceu. E pode
ser que, para a frente, também não vá acontecer.
*Folha – Na época em que faltou oxigênio em Manaus na pandemia, você
foi questionado se tinha de fato doado oxigênio. Você tem receio de que
as suas ações, agora, sejam comparadas àquele momento?*
*Luciano Hang -* Quem duvidou que eu tinha doado os 200 cilindros de
oxigênio errou. Na realidade, eu fiz acontecer, não querendo saber
quanto custariam os 200 cilindros. Foi R$ 1 milhão na época, e eu
coloquei os 200 no dia seguinte. Agora, também não pensei em nada, em
custo, em nada. Simplesmente, falei para os meus pilotos: vão para lá
ajudar. Como também fizemos no ano passado, quando deu problema em Rio
do Sul (SC) e Taió (SC). Não foi uma catástrofe tão grande, e as pessoas
não souberam que os nossos helicópteros também andaram pela região
ajudando a população.
*Folha – Como funciona a campanha do Troco Solidário?
*Luciano Hang -* É uma campanha normal, tem 15 anos. A população
geral e a aviação civil estão colaborando. O aeroporto de Porto Alegre
está fechado, então, tem aeroportos trabalhando direto para a região.
Montaram aeroclube para atender a população. O governo estadual,
municipal e federal estão juntos nessa. Não precisamos dividir nem
comparar quem está fazendo mais, quem chegou primeiro. Isso não importa.
O que importa é que todos estão querendo fazer o melhor neste momento
de caos. A Havan é uma empresa solidária, e temos a obrigação de ajudar.
*RAIO-X | LUCIANO HANG, 61*
O empresário fundou a Havan em 1986, em Brusque (SC), uma loja com 45
metros quadrados, que nasceu vendendo tecidos e ampliou a oferta de
produtos com itens importados, eletrônicos e brinquedos. A partir dos
anos 1990, consolidou o perfil de megalojas e, em 2018, se tornou
conhecido politicamente ao apoiar a campanha de Bolsonaro.
O número total de pessoas desalojadas em decorrência das fortes chuvas que há dias assolam o Rio Grande do Sul chegou a 537 mil na noite deste sábado, 11, segundo balanço mais recente da Defesa Civil do Estado.
Trata-se de uma diferença expressiva em relação aos números
divulgados um pouco mais cedo, às 12h, quando 339 mil pessoas estavam
nessas condições.
Ao todo, 136 pessoas morreram por conta das chuvas no Estado, mas esse número pode aumentar. Novas chuvas são esperadas no Estado ao longo dos próximos dias.
Além disso, conforme o boletim mais recente da Defesa Civil,
divulgado às cerca de 19h pela Defesa Civil, há 125 desaparecidos, além
de 806 feridos entre as pessoas já resgatadas.
Cerca de 537,3 mil pessoas estão desalojadas no Rio Grande do Sul.
Entre elas, ao menos 81 mil estão em abrigos. A situação já afeta mais
de 2,1 milhões de gaúchos, segundo o balanço.
Ao menos 446 dos 497 municípios do Estado foram afetados. Foram
resgatados, até aqui, 74 mil pessoas e 10 mil animais, em ações que
mobilizam um efetivo estadual de 27 mil pessoas.
De acordo com o órgão, o Lago Guaíba receberá toda água que se
desloca pelas bacias dos rios Jacuí, Taquari-Antas, Caí, Sinos e
Gravataí, “agravando muito a situação da cidade de Porto Alegre”. O
nível do Lago Guaíba se encontra em 4,58m, 1,58m acima da sua cota de
transbordamento.
Dizer que Steve Jobs era
alguém peculiar é chover no molhado. Ele não era como os outros e por
isso triunfou. Porém, ao longo de sua vida há momentos que podemos
chamar de curiosos,
para dizer o mínimo. Um desses momentos é sobre o que falaremos hoje.
Jobs precisava de um logo para a empresa que fundou quando foi demitido
da Apple e acabou pagando US$ 100 mil por isso.
Após ter sua saída forçada por John Sculley, ele criou a NeXT,
uma empresa que poderia ter concorrido com a Apple, mas que
inicialmente não teve o sucesso esperado. Seu computador mais famoso foi
aquele cubo cujos moldes custaram US$ 650 mil para ter os cantos com
exatamente 90 graus. No geral não vendia muito, mas seu sistema
operacional era muito bom, a tal ponto que a Apple decidiu comprar a NeXT para
mantê-la, e com isso Steve Jobs voltou a fazer parte da empresa de sua
vida.Steve JObs com uma roupa da NeXT (Imagem: Reprodução via
Applesfera) O fator mnemônico
Voltemos ao logotipo da NeXT. US$ 100 mil dólares (que hoje custariam
mais de meio milhão de reais). Pode parecer muito, mas não chega nem
perto do logo mais caro da história. O da BBC custou US$ 1,8 milhão e o
da BP US$ 210 milhões, por exemplo. Se compararmos esses valores com o
que Jobs pagou na época, dá pra dizer que ficou barato.
O designer contratado para a ocasião foi Paul Rand, um profissional completo que estava por trás de logos bem famosos como Ford, IBM ou ABC. Por isso, quando a NeXT o contratou para desenhar seu logo, ele forneceu um livro de 100 páginas onde explicou, passo a passo, todo o processo criativo que levou ao seu design final. No livro, Rand diz:
“Idealmente, um logotipo explicaria ou sugeriria a empresa que
simboliza, mas isso raramente é possível ou mesmo necessário. O símbolo
da IBM, por exemplo, não sugere nada sobre computadores, exceto o que o
espectador lê nele. As listras agora estão associadas a computadores
porque as iniciais de uma grande empresa de informática possuem listras.
O mesmo vale para o símbolo da ABC, que não sugere televisão. Os
fatores mnemônicos de ambos os logotipos são dispositivos gráficos:
listras e círculos. Neste exemplo, o ‘e’ [de NeXT] é o fator mnemônico.”
A letra ‘e’ era o fator mnemônico do logo da NeXT (Imagem: Reprodução via Applesfera)
Mas estamos falando de cabeças pensantes. E Steve Jobs estava
inquieto, queria um punhado de soluções, não uma única alternativa.
Porém, em entrevista, Steve Jobs explicou que:
“Perguntei se ele conseguia pensar em alguma opção e ele
disse: ‘Não, eu resolvo o seu problema e você me paga. Você não precisa
usar a solução. Se você quiser opções, converse com outras pessoas’.”
Foi um logo inovador. Naquela época, o estilo de múltiplas cores,
letras diferentes ou qualquer coisa do tipo não era muito popular.
Alguns até dizem que foi de certa forma o precursor do Google. Talvez
isso seja um pouco exagerado, mas seria imprudente negar que não tem
pelo menos uma leve inspiração no ar.
Logo da NeXT, feito por Paul Rand (Imagem: Reprodução via Applesfera)
Dá para dizer que hoje, com o minimalismo que reina
no mundo (inclusive além do corporativo), não teria dado certo. Na
verdade, muitos criticam que se tratava de um logo muito ancorado à sua
época (embora seu lançamento em 1986, de certa forma, se antecipou às
cores da década de 90), com uma estética antiga. Com certeza esse logo
teria sido atualizado para sobreviver nos dias atuais.
Naturalmente, o mundo de logos é um terreno demasiado subjetivo para
podermos determinar com certeza quem está certo. Por um lado temos quem
pensa que este logo da NeXT nasceu velho e preso numa época “cafona”,
mas por outro lado, há quem o considera uma obra-prima revolucionária.
Independente de qual lado você escolha, não dá para negar que o logo
possui uma personalidade.
Pessoalmente, eu curto muito mais logos chamativos e coloridos do que
o minimalismo de hoje (saudades logos dos times da NBA no início dos
anos 2000). E você?
Se tudo o que amamos na civilização é um produto da inteligência, a
criação de uma inteligência artificial (IA) capaz de realizar as
operações mais complexas da inteligência humana em milésimos de segundo
pode ser a maior invenção da história mundial. A euforia com as novas
tecnologias de IA generativa são justificadas. Mas também o pavor: os
humanos poderiam se tornar simplesmente obsoletos. Mas poderiam
realmente?
A capacidade das novas máquinas de computar dados e sintetizá-los já
supera em muito as capacidades humanas. Ainda assim, resta a questão:
quem gera esses dados?
Um modo mais humilhante, mas realista, de descrever máquinas de IA é,
na expressão da linguista Emily M. Bender, “papagaios estocásticos”.
“Os amplos modelos de linguagem são impressionantes em sua habilidade de
gerar uma linguagem realista, mas no fim das contas eles não entendem
verdadeiramente o sentido da linguagem que estão processando”, diz
Bender. Assim, as previsões realizadas por uma máquina que aprende
sozinha estão essencialmente repetindo conteúdos dos dados. Em outras
palavras, se uma máquina eficiente é alimentada com dados confiáveis, os
resultados serão provavelmente confiáveis, mas, se os dados não são
confiáveis, os resultados serão o inverso.
Os próprios programadores reconhecem isso. Uma pesquisa da News Media
Alliance, que representa mais de 2 mil publicações, averiguou que as
empresas de tecnologia utilizam “desproporcionalmente” as notícias
online e conteúdos de revistas e jornais digitais para treinar seus
softwares de IA. Uma análise do Washington Post revelou que as
10 principais fontes utilizadas para treinar os “modelos de linguagem
grande” são veículos de mídia profissional. “Nossa própria presença (online)
está dando credibilidade para essas plataformas que de outra forma
seriam preenchidas por nonsense caça-cliques e informação desregulada”,
resumiu Katie French, editora da Newsquest.
As empresas de tecnologia têm resistido a remunerar as fontes dessas
informações com base na jurisprudência americana do “uso justo” (fair use),
segundo a qual “o uso por inovadores de modos transformadores de
materiais protegidos por direitos autorais não infringe esses direitos”.
Pode-se questionar até que ponto isso se aplica à aprendizagem da
máquina. Humanos utilizam obras protegidas por direitos autorais para
aprender. Mas quando os robôs utilizam esses materiais para gerar
conteúdo disponibilizado ao público e explorado comercialmente, parece
inequívoco o dever de remuneração.
A prova de que as empresas de IA reconhecem isso é o acordo fechado
com o grupo alemão Axel Springer pela OpenAI, que remunerará pelo uso de
mídias como Bild, Politico e Business Insider.
Após meses de negociações frustradas para se fechar um acordo similar, o New York Times (NYT) se
tornou a primeira grande empresa de mídia norte-americana a processar a
OpenAI e a Microsoft sobre seus robôs, “por lucrar com a infração
massiva de direitos autorais, a exploração comercial e a apropriação
indevida da propriedade intelectual do Times”. O jornal alega que as empresas têm buscado “surfar livremente sobre o investimento massivo do Times em
seu jornalismo, utilizando-o para construir produtos substitutivos sem
permissão ou remuneração”. Até há pouco tempo, um internauta que
quisesse, por exemplo, reproduzir a receita de macarrão com queijo do NYT teria de bancar o pagamento de uma assinatura. Hoje ele pode simplesmente pedi-la a um chatbot.
Uma opção para as mídias jornalísticas seria bloquear o acesso dos
robôs aos seus websites. Isso evitará as perdas, mas não trará ganhos a
ninguém. Máquinas treinadas com informação ruim, gerando conteúdos com
informação ruim, só produzirão resultados ruins: mais desinformação e
ameaças ao debate democrático.
Se os robôs das empresas de tecnologia geram conteúdos utilizando
dados apurados por jornalistas profissionais e lucram com isso, nada
mais razoável que parte desses lucros seja repassada a quem gerou esses
dados. Isso, sim, será um uso justo e benéfico a todos.