domingo, 5 de maio de 2024

ENCHENTE SEM PRECEDENTES NO RIO GRANDE DO SUL DESDE O ANO DE 1941

 

História de Luiz Antônio Araujo – De Porto Alegre para a BBC News Brasi

Porto Alegre enfrenta seu maior desastre natural em 252 anos de história

Porto Alegre enfrenta seu maior desastre natural em 252 anos de história© Getty Images

Aos 252 anos, a capital do Rio Grande do Sul enfrenta desde quarta-feira (2/5) o maior desastre natural de sua história.

Um volume incomum de chuva decorrente de fatores meteorológicos excepcionais fez o nível do Lago Guaíba chegar à marca histórica de 5,09 metros ao meio-dia deste sábado (4/5).

Até então, a maior marca em Porto Alegre havia sido atingida em 1941, quando a água chegou a 4,76 centímetros.

A catástrofe atual fez a cidade de 1,3 milhão de habitantes viver cenas que seus habitantes conheciam apenas das páginas dos livros de história.

A cheia de 1941 traumatizou Porto Alegre e foi um dos motores para que a capital gaúcha construísse um complexo sistema anti-enchentes, agora em debate: ele deixou de ser suficiente como defesa?

Assim como há 83 anos, o centro de Porto Alegre, da Ponta do Gasômetro ao Mercado Público, numa extensão de cerca de dois km, submergiu diante do avanço da água. A região abriga os principais órgãos da administração municipal, museus e a sede do Comando Militar do Sul.

Na manhã de sábado, barcos circulavam na região, evacuada horas antes.

A inundação, porém, não se limita ao centro. Há pontos de alagamento de norte a sul na capital.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho suspendeu os voos na noite do dia 3. O trensurb, metrô de superfície que liga a capital a municípios da região metropolitana, está fora de operação.

A principal ligação rodoviária da capital com a região sul do Estado, a BR-290, tinha até a noite de sexta-feira (3) oito pontos de bloqueio, incluindo a ponte velha sobre o Guaíba.

Um dique junto ao rio Gravataí, no bairro Sarandi, zona norte de Porto Alegre, começou a apresentar extravasamento na noite de sexta-feira.

O Hospital Mãe de Deus, no bairro Menino Deus, foi atingido pela água, assim como o estacionamento do Shopping Praia de Belas.

A situação de Porto Alegre e de sua região metropolitana – também há bairros inteiros sob as águas em Canoas, Guaíba e Eldorado do Sul – junta-se aos danos de outras áreas do Estado.

No Rio Grande do Sul, mais de 800 mil pessoas estão sem água e quase metade desse contingente está sem luz, de acordo com a Defesa Civil.

Mais de 50 mortes foram confirmadas e há dezenas de desaparecidos, repetindo cenas de tragédia que a região viveu no ano passado, também com fortes temporais.

“Não foi sem precedente”

Para especialista, as chuvas atípicas encontraram nas cidades opções ambientais e de planejamento urbano que potencializam os danos

Para especialista, as chuvas atípicas encontraram nas cidades opções ambientais e de planejamento urbano que potencializam os danos© Getty Images

Porto Alegre tem um sistema anti-enchentes formado por diques e comportas e criado nos anos 1970, mas ele não deu conta da alta velocidade com que as águas do Guaíba subiram nos últimos dias, explica o professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Rodrigo Paiva à BBC News Brasil.

Segundo ele, como a cidade passou décadas sem registrar cheias tão significativas como a de 1941, a demanda popular por melhorias no sistema não era grande.

A semana, no entanto, foi de alertas e debate sobre se essas defesas da cidade eram suficientes, num cenário de intensificação das chuvas nos últimos anos, que estudos e cientistas creditam em parte à crise climática global.

O sistema anti-cheias conta com 68 kms de diques, 14 comportas e 19 casas de bomba, de acordo com a prefeitura de Porto Alegre. Além dessas estruturas, o sistema conta ainda com o célebre Muro da Mauá, uma estrutura de quase 3 km de comprimento, com três metros abaixo do solo e outros três acima dele, construído para proteger os principais prédios históricos de Porto Alegre.

Foi justamente essa barreira real e também psicológica que a cheia atual ultrapassou, com as águas invadindo o Centro Histórico – além de informações a respeito da pressão sobre as demais estruturas.

Na sexta-feira, o diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss, disse que o arcabouço de contenção da cidade nunca havia recebido tamanho volume de água, segundo o jornal Zero Hora.

“Não foi sem precedente. Havia avisos de que o padrão de chuvas estava mudando”, pontua Fabrício Pontin, analista político e professor de Relações Internacionais da Universidade La Salle (RS).

“Uma cidade como Santa Teresa, no interior, foi destruída duas vezes em oito meses. Como não se verificou a manutenção do sistema de Porto Alegre?”, questiona.

“Estou num apartamento seguro, estou blindado. Mas nos grupos de WhatsApp dos alunos é desespero puro”, diz ele, frisando em especial a cidade de Canoas, onde sua universidade tem um campus

Para Pontin, as chuvas atípicas encontraram nas cidades opções ambientais e de planejamento urbano que potencializam os danos. O quadro, segundo ele, obriga a debater a dimensão política e ambiental da tragédia.

“Mas não estou otimista que esse debate aconteça”, afirma ele, que avalia que a discussão atual já foi capturada pela polarização política, com alas à direita e à esquerda, ora culpando apenas o governo federal ou apenas forças mais conservadoras pelo problema.

Sem ter para onde ir

BBC News Brasil percorreu 60 km na orla do Guaíba na manhã de sábado, do Lami, no extremo sul da capital, ao Centro.

BBC News Brasil percorreu 60 km na orla do Guaíba na manhã de sábado, do Lami, no extremo sul da capital, ao Centro.© Getty Images

A BBC News Brasil percorreu 60 quilômetros na orla do Guaíba na manhã de sábado, do Lami, no extremo sul da capital, ao Centro.

Em todos os bairros do trajeto, havia pontos de alagamento e vias interrompidas. Nos pontos mais críticos, moradores atingidos pela inundação contemplavam o cenário com atitudes que iam da resignação à perplexidade e ao desespero.

Na Praia do Lami, as moradoras Adelita Maria Ramgrab, 57 anos, e Maria Helena Silveira Carvalho, 68 anos, foram expulsas de suas casas pela água, sem ter para onde ir.

“Na última enchente, em novembro, o nível do Guaíba ficou vários metros abaixo de agora”, disse Adelita.

Na esquina da avenida Borges de Medeiros com a rua dos Andradas, celebrada como Esquina Democrática, três policiais da Brigada Militar, a cavalo, montavam guarda diante de uma barreira de contenção feita com tapumes e contêineres. O número de transeuntes, que costuma ser intenso no local nas manhãs de sábado, era pequeno.

Diante da garagem de uma empresa de ônibus na Avenida Beira-Rio, no bairro Belém Novo, na Zona Sul, o motorista Marco Aurélio Santos da Silva, 68 anos, e o cobrador Paulo Fernandes Antunes, 70, contemplavam a praça alagada do outro lado da via.

De um campo de futebol, via-se apenas a parte superior das goleiras. “A empresa retirou os ônibus da garagem como forma de prevenção se o rio subir mais”, afirmou Silva.

Previsão do tempo e água racionada

Mulher é resgatada por bombeiros durante enchentes no Sul

Mulher é resgatada por bombeiros durante enchentes no Sul© Getty Images

A meteorologista Estael Sias, uma das fundadoras do site MetSul, uma das referências para previsão do tempo na região e no país, conta que ela mesma foi obrigada a deixar sua casa no bairro Estael Harmonia, em Canoas, onde reside há 15 anos, em razão da inundação da área.

“Somos agradecidos por estar vivos. Ficamos desesperados pelos amigos que não quiseram sair, mas agora é torcer para que as condições melhorem”, afirma.

E que deve acontecer nos próximos dias, para além da torcida? Estael Sias afirma que o vento está mudando para o quadrante norte, contribuindo para mitigar a força das águas em direção a Porto Alegre. Ela antevê uma pausa na chuva entre segunda e quarta-feira na capital.

“A visibilidade na Serra e nos vales só vai aumentar na noite de domingo. Isso significa que o domingo será propício para o resgate”, afirma.

No restante da semana, a chuva deve retornar ao Estado, mas, segundo a meteorologista, em volume menor do que no início do mês.

Em meio aos transtornos, a cidade e o Estado correm para atender as emergências e sequer começaram a calcular as perdas materiais.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, fez uma apelo neste sábado para que os moradores racionem água, já que 4 das 6 estações de tratamento de água estão paradas na cidade:

“É fundamental que não haja desperdício de água. Não dá para desperdiçar um copo de água, neste momento.”

LULA ACUSADO DE FAZER PROPAGANDA ELEITORAL PARA O CANDIDATO AO GOVERNO DE S. PAULO BOULOS

 

História de CAROLINA LINHARES E JOELMIR TAVARES – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O pedido de voto do presidente Lula (PT) no seu pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), durante o evento do 1° de Maio expôs fraturas na base de apoio do petista no Congresso Nacional e dificuldades para 2026.

Enquanto o PT e siglas de esquerda apoiam Boulos, o arco de partidos que sustenta Lula em Brasília se divide também nas candidaturas adversárias, do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e de Tabata Amaral (PSB).

A aliança de Nunes deve reunir ao menos 11 partidos –7 deles fazem parte da base do petista, com 11 ministérios. Na quarta-feira (1º), líderes de parte dessas siglas, como MDB, União Brasil, PP e Solidariedade, repudiaram publicamente a atitude do presidente.

Já o PSB ocupa a Vice-Presidência da República com Geraldo Alckmin, que estava no palanque quando o petista pregou voto em Boulos e, horas mais tarde, participou de evento promovido por Tabata.

Lula foi acusado por partidos da base e de oposição de propaganda eleitoral antecipada, o que pode render uma multa ao petista. Além do MDB, outras legendas, como o PSDB e o Novo, levaram o caso à Justiça Eleitoral.

Na quinta (2), Nunes afirmou “ser triste um presidente se submeter a um papel desse”. “É como se estivesse abrindo uma guerra contra mim.”

O prefeito disse ainda que é preciso ter “certa civilidade” e não utilizar a máquina pública. “É o que deixa a gente bem triste, sabe? Porque é uma pessoa experimentada, deveria ter um pouquinho de respeito”, declarou sobre Lula.

Embora as críticas ao presidente sejam gerais, com a avaliação de que ele ultrapassou o limite da lei eleitoral ao usar um evento institucional como palanque para Boulos, os partidos que integram o governo federal e apoiam Nunes se dividem entre elevar o tom contra o petista ou dissociar a eleição municipal e o cenário nacional.

No ato organizado pelas centrais sindicais, na zona leste, Lula disse que o pleito paulistano seria uma “verdadeira guerra”, se referiu a Nunes como “nosso adversário municipal” e pediu para que seus eleitores votassem em Boulos.

“Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições”, disse Lula. “Vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula em 89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2018… 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo.”

A legislação eleitoral impõe restrições à propaganda na chamada pré-campanha e proíbe pedido de voto. Advogados consultados pela Folha afirmaram ver indícios de ilícito eleitoral na fala de Lula, que ficaria sujeito a multa de R$ 5.000 a R$ 25 mil. A propaganda eleitoral será permitida somente após o dia 16 de agosto.

Apesar das reclamações públicas, a pré-campanha de Boulos mantém a estratégia de vincular Nunes a Jair Bolsonaro (PL) e alertar para o que chama de risco bolsonarista na capital paulista. O discurso é alinhado com o PT.

A equipe do deputado acompanha os desdobramentos jurídicos do caso, mas minimiza as críticas e, apesar do esvaziamento do ato de 1º de Maio (motivo de queixa inclusive de Lula), diz que o episódio teve dois pontos benéficos: ajudou a difundir a informação de que Boulos é apoiado pelo presidente e resultou em divulgação espontânea da pré-candidatura.

Já aliados de Nunes afirmam que Lula agravou seu problema de governabilidade ao afrontar partidos da base e a eleição em São Paulo pode virar moeda de troca no Congresso. As reclamações públicas e as ações eleitorais foram vistas como uma ameaça para que o petista não repita o erro político.

Na semana anterior, um jantar de presidentes dos partidos que apoiam Nunes sinalizou para a oposição a Lula em 2026. Agora, após o 1º de Maio, a leitura de alguns desses líderes é a de que o presidente deu motivo para um eventual desembarque.

Vice-presidente do Solidariedade, Paulinho da Força afirmou ao Painel que Lula está criando dificuldades para o próprio governo.

“Ele fica pregando esse ódio, [ele diz] ‘esse é o nosso adversário, nós contra eles, melhor aqui é o Boulos’. Como ele despreza os partidos que estão na base dele? Depois como ele pede voto no Congresso, à medida que trata todo mundo como adversário? Se é adversário aqui [em São Paulo], também vai ser lá”, disse.

Milton Leite, presidente da Câmara dos Vereadores e principal nome da União Brasil em São Paulo, falou ao Painel que poderia reavaliar a relação com o governo federal. “Nas cidades temos vários aliados do Congresso que agora estão sendo chamados de adversários”, disse.

Ciro Nogueira, presidente do PP, descreveu o pedido de voto como “absurdo cometido contra a democracia e o povo de São Paulo pelo presidente da República e o candidato Boulos”. “Se eles começam a descumprir a lei já agora, imagine o que pode acontecer?”, questionou.

O presidente do MDB, Baleia Rossi, também divulgou uma nota crítica a Lula, mas o emedebista, assim como líderes de outros partidos consultados pela Folha, diz que o embate em São Paulo não deve ter reflexos em Brasília.

Apesar do apoio de Bolsonaro a Nunes, não interessa para os emedebistas, ao contrário dos petistas, nacionalizar a eleição.

“O presidente da República foi a São Paulo com a estrutura do governo para fazer campanha eleitoral contra o MDB, partido com três ministros que têm feito um trabalho exemplar para o país. Respeitar a lei eleitoral é respeitar a democracia. O chefe da nação deveria dar o exemplo. […] No Congresso Nacional, nossos 44 deputados e 11 senadores têm tido uma ação colaborativa-propositiva”, diz a nota de Baleia Rossi.

À reportagem ele afirma que o MDB não vai antecipar 2026 nem remoer o passado. “O que queremos é mostrar que Nunes é um democrata, com entregas reconhecidas. Queremos fazer o debate do município.”

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirmou ao Painel que “é errado misturar as coisas”. “Nem o presidente Lula nem o PT tem de abrir mão de apoiar candidatos nas eleições municipais para manter a relação com partidos aliados no Congresso.”

Na quarta, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), aliado de Tabata, disse que Lula tem muita experiência e não faz nada à toa. França esteve no evento da deputada, mas não compareceu ao ato das centrais sindicais por não ter sido convidado, segundo seu gabinete.

“Quando ele faz, ele está pensando em alguma coisa, aí a gente vai depois às vezes descobrir lá na frente [o objetivo]”, afirmou.

França disse ainda que “de jeito nenhum” o PSB seguiria o exemplo dos partidos que acionaram a Justiça contra Lula e Boulos. Tabata afirmou que a equipe jurídica ainda analisava o caso, mas a decisão foi a de não tomar nenhuma providência, dada a proximidade da legenda com o governo.

O JAPÃO ESTÁ INTERESSADO NA CONSERVAÇÃO DA AMAZÔNIA PARAO FUTURO

 

História de Por Fernando Cardoso – REUTERS

Primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, durante entrevista coletiva em São Paulo 04/05/2024 REUTERS/Jorge Silva

Primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, durante entrevista coletiva em São Paulo 04/05/2024 REUTERS/Jorge Silva© Thomson Reuters

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse neste sábado que o desenvolvimento sustentável da Amazônia é uma meta fundamental para seu país, indicando que deseja manter a contribuição japonesa em ações voltadas para o combate ao desmatamento na região.

“Nós acreditamos que o desenvolvimento da Amazônia é uma meta importante para o Japão. Continuaremos contribuindo para seu desenvolvimento sustentável”, afirmou Kishida durante coletiva de imprensa em São Paulo, onde esteve neste fim de semana para encontros com empresários e membros da comunidade japonesa no Brasil.

O premiê ainda pontuou que o Japão foi o primeiro país asiático a contribuir para o Fundo Amazônia, com uma doação de 14 milhões de reais em fevereiro. O fundo visa a redução de emissões de carbono provenientes de desmatamento e degradação florestal.

Ele também enfatizou o apoio do Japão no combate à extração ilegal de madeira na região amazônica por meio de sistemas de radares e inteligência artificial.

Kishida esteve em Brasília na sexta-feira para se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, ambos anunciaram o lançamento da Parceria Brasil-Japão sobre Meio Ambiente, Clima, Desenvolvimento Sustentável e Economias Resilientes.

A iniciativa reconhece, de acordo com o governo brasileiro, “a importância de abordar a segurança energética, a mudança do clima e o meio ambiente, em consonância com as três dimensões do desenvolvimento sustentável” e estabelece uma série de pontos em que os dois países pretendem cooperar.

Na coletiva de imprensa, o primeiro-ministro japonês ainda mostrou o desejo de cooperar amplamente com os países da América Latina no estreitamento das relações do Japão com o chamado “Sul Global”.

Kishida esteve no Paraguai nesta semana e se encontrou com o presidente paraguaio, Santiago Peña. Ele definiu sua viagem à América Latina como uma oportunidade para ampliar a cooperação econômica e defender uma ordem internacional livre e aberta, em meio às tensões geopolíticas em diversas partes do mundo.

Por fim, o premiê voltou a dizer que o Japão buscará colaborar com as prioridades brasileira no G20, a caminho da cúpula de líderes no Rio de Janeiro, em novembro. O Brasil ocupa a presidência rotativa do grupo neste ano.

O VÍCIO NO TRABALHO PRODUZ STRESS E PERDADE HABILIDADES COGNITIVAS

 

História de Vitor Augusto Conceição – IGN Brasil

O filósofo chinês Confúcio é responsável por dizer “Escolha um trabalho que você goste e você nunca mais trabalhará um dia na sua vida”. No entanto, nos últimos anos, foi demonstrado que um final alternativo poderia ser adicionado à frase: “Escolha um trabalho que você goste e você nunca descansará um único dia na sua vida”. Spoiler: esse não é o caminho.

Bill Gates teve dificuldade em aprender essa lição, mas desde que descobriu os efeitos adversos para a saúde de não descansar, tornou-se um defensor ferrenho.

Foi difícil para Bill Gates, mas ele aprendeu: a ciência sabe há anos que o vício no trabalho diminui a produtividade

Foi difícil para Bill Gates, mas ele aprendeu: a ciência sabe há anos que o vício no trabalho diminui a produtividade© Fornecido por IGN BrasilCréditos: Netflix/Reprodução

Não chame isso de amor, se for vício. Existe uma linha tênue entre um trabalho pelo qual você é apaixonado e o vício no trabalho. Existem muitos estudos, como este da Universidade de Brasília, que relacionam o estresse e a falta de descanso com a perda de habilidades cognitivas. Portanto, converter o comprometimento com o trabalho ou uma cultura de esforço pouco compreendida em dias de maratona é, na realidade, um sintoma de produtividade tóxica que só prejudica o desempenho de quem sofre com o excesso de horas de trabalho.

Estudos da Universidade Ariel, em Israel, confirmam que o vício no trabalho é um problema real, cheio de mitos e tabus que dão uma aparência de heroísmo ao trabalho interminável. Na verdade, um estudo da Universidade ELTE Eötvös Loránd de Budapeste relaciona este tipo de dependência a pessoas com características como perseverança ou perfeccionismo, que não souberam estabelecer limites adequados.

Se você precisa de tanta dedicação, algo está errado. Um dos sintomas mais imediatos do vício no trabalho são as horas em excesso, algo que, paradoxalmente, as experiências com a semana de trabalho de quatro dias demonstraram colidir frontalmente com a produtividade.

Se você precisa de 12 horas por dia para fazer o trabalho que deveria fazer em uma jornada de oito horas, é sinal de que ou você não está organizando bem suas tarefas ou não está calculando corretamente o tempo que cada tarefa exige. Gastar mais horas por dia não o torna mais apaixonado pelo seu trabalho, mas sim menos eficiente.

Não é só trabalho, é a sua saúde. Segundo um estudo do Hospital Universitário Clermont-Ferrand (França), a dependência do trabalho afeta a saúde a médio e longo prazo, aumentando o risco de sofrer de depressão, ansiedade, distúrbios do sono, estresse e problemas de saúde cardíaca. Na verdade, os japoneses até têm um nome para isso: karōshi, que significa literalmente morte por excesso de trabalho.

Nesse sentido, estabelecer limites claros é fundamental para manter um equilíbrio saudável. Desligar-se do trabalho permite-lhe recuperar energias e melhorar a sua capacidade de gerir o stress diário. É importante aprender a ouvir o seu corpo e fazer pausas, em vez de mascarar a exaustão com soluções temporárias como o café. Às vezes, uma pausa é mais produtiva do que tentar continuar a todo custo.

As férias não são apenas um direito, são uma necessidade. O direito à desconexão digital e ao descanso não é só dos funcionários, mas também se você for o patrão. Nem é hora de dormir, como defendem defensores da produtividade como Jeff Bezos ou Bill Gates, que não perdem um mínimo de sete horas de sono devido às suas implicações para a saúde do cérebro.

Férias e dias de descanso são essenciais para a recuperação física e mental, além de uma oportunidade para analisar o que você está fazendo bem e o que não está. José Mendiola e Ana González contam no seu livro ‘A arte de viver mais devagar’, a importância de enfrentar a produtividade a partir de uma “abordagem lenta” e a necessidade de parar e como alcançá-lo.

Tempo pessoal como tarefa. É muito fácil deixar-se levar pela cultura agitada, tal como definida pelo The New York Times, quando na realidade podemos desfrutar de mais tempo livre do que nunca graças à tecnologia. A busca pelo equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um dos grandes desafios para evitar o esgotamento entre os trabalhadores.

O tempo pessoal é tão importante que mesmo os sistemas de priorização de tarefas, como a estratégia POSEC, consideram o lazer e o tempo pessoal apenas como mais uma tarefa a ser concluída. Portanto, você pode tentar implementá-lo em seu dia usando truques para gerar hábitos como a regra das cinco horas usada por Bill Gates ou Elon Musk.*Texto traduzido e adaptado do site parceiro Xataka

(Créditos da imagem de capa: Gates Notes)

MILEI E MUSK VÃO SE ENCONTRAR NOVAMENTE EM MENOS DE UM MÊS

 

História de PATRICK FUENTES – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Javier Milei, presidente da Argentina, terá novo encontro com Elon Musk, bilionário dono do X (antigo Twitter) na próxima segunda (6). A reunião foi confirmada pelo porta-voz de Milei, Manuel Adorni, na rede social de Musk.

O segundo encontro acontece menos de um mês desde a primeira conversa direta entre os dois, no início de abril, quando o presidente Argentino visitou a fábrica da Tesla em Austin, no estado americano do Texas.

A proximidade entre Milei e Musk é conhecida. Quando o ultraliberal venceu as eleições, em novembro passado, o bilionário comemorou a vitória em seu perfil da rede X e disse que a prosperidade estava indo para a Argentina.

O encontro será na segunda, às 15h30. Estarão com Milei no encontro sua irmã, Karina, que é secretária-geral da Presidência da Argentina, Luis Caputo, ministro da Economia, Nicolás Posse, chefe de gabinete, e Gerardo Werthein, o embaixador argentino nos Estados Unidos.

Segundo o jornal argentino Clarín, essa é a quarta visita de Milei aos Estados Unidos desde que assumiu o cargo em dezembro.

Em janeiro deste ano, Musk publicou meme pornográfico que sugeria “tesão” pelo presidente argentino.

De acordo com Clarín, o interesse de Musk pela Argentina se daria por motivos econômicos. No início de 2022, representantes da Tesla visitaram uma mina de lítio no país, um dos principais insumos utilizados em baterias de carros elétricos.

Antes da posse de Milei, em dezembro de 2023, Musk prometeu visitar Argentina e investir no país. Em fevereiro deste ano, a Starlink, empresa do bilionário, foi autorizada a fornecer seus serviços de internet aos argentinos.

O bilionário retribuiu o gesto do presidente doando 33 equipamentos para apoiar o atendimento em escolas rurais.

Após o encontro no Texas em abril, o embaixador Werthein disse ao Clarín que os considerava “almas gêmeas” tamanho alinhamento de ideias.

“A química que existiu no encontro é muito difícil de descrever, foi como se duas almas gêmeas tivessem se unido, concordaram em todos os pontos que tocaram.”

Milei chegou a oferecer colaboração a Musk no conflito com o STF (Supremo Tribunal Federal) no Brasil. O governo argentino afirma que entre os temas abordados no primeiro encontro entre ambos, o contexto brasileiro foi mencionado.

Não foram dados detalhes de como seria essa colaboração ofertada pelo presidente ultraliberal, que no decorrer de abril viajou pelos Estados Unidos e se encontrou com empresários e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

O MUNDO PRECISA DE ENERGIA RENOVÁVEL E O HIDROGÊNIO VERDE É UMA ESTRATÉGIA

 

By Moritz Gathmann – Siemens Energy

  • Fábrica de eletrolisadores do futuro

É uma fábrica do futuro. Uma das primeiras fábricas de eletrolisadores em escala de gigawatt do mundo, implementando robôs modernos e digitalização para uma produção altamente automatizada, a nova fábrica de eletrolisadores da Siemens Energy em Berlim, Alemanha, está acelerando a fabricação sustentável e a economia de hidrogênio verde renovável.

“Que semana”, diz o engenheiro Axel von Levetzow, de 47 anos, chefe de manufatura da Siemens Energy Gigawatt Electrolyzer Factory, em Berlim, uma joint venture entre a Siemens Energy e a Air Liquide. Estamos no final de setembro, e von Levetzow e seus colegas estão ocupados instalando novas máquinas, e aumentando constantemente a produção. Ao mesmo tempo, eles têm apresentado seus planos para a produção de eletrolisadores para indústrias, empresários e políticos – incluindo ministros da energia de todo o mundo.

O interesse é alto porque a fábrica, composta de robôs, automação e digitalização, é uma peça central para a ação climática e a ambição mundial de atingir emissões zero com uma economia de hidrogênio renovável. A partir de novembro, a fábrica inicia sua produção em escala de gigawatts de pilhas de eletrolisadores, começando com 1 gigawatt no primeiro ano, passando para 2 gigawatts até 2024, e chegando a 3 gigawatts já em 2025.

“Antes, os clientes diziam: ‘Precisamos de energia’, e nós construímos usinas para eles”, diz von Levetzow. “Agora, podemos entregar tudo o que eles precisam para uma estratégia completa de hidrogênio verde.”

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Em todo o mundo, a nova planta de eletrolisadores de gigawatt em Berlim é a primeira a ser altamente automatizada com robótica e digitalização.

Aumentar a produção de hidrogênio renovável

No salão da fábrica, von Levetzow para diante de um gráfico que mostra a produção e o consumo de energia nos diferentes setores industriais. Uma grande parte desse gráfico, a geração de energia, pode ser descarbonizada por meio da eletrificação direta, explica. O verdadeiro desafio tem sido descarbonizar setores difíceis de reduzir as emissões, como a indústria química ou siderúrgica, refinarias, mobilidade, navegação e aviação. “A produção de hidrogênio verde é como disponibilizamos energia renovável para todos os setores da economia.”

Para a produção de pilhas de eletrólise de hidrogênio renovável, a Siemens Energy uniu forças com a Air Liquide. A parceria de joint venture com uma empresa que conhece bem as necessidades das empresas que trabalham com gases industriais, produz sinergia para ambos os parceiros. “Para aumentar rapidamente a produção e alcançar um efeito de escala, temos que convencer o mercado. E isso só pode ser feito com um parceiro forte como a Air Liquide, com seu domínio do hidrogênio ao longo de toda a cadeia de valor”, diz von Levetzow.

A demanda global de hidrogênio atingiu 95 milhões de toneladas de hidrogênio por ano, em 2022. A produção de aço precisa de hidrogênio como agente redutor. Os operadores de navios de carga estão agora procurando obter hidrogênio para a produção de metanol, e a aviação e a mobilidade não ficarão muito atrás. Hoje, a maior parte do hidrogênio é produzida a partir de carvão ou gás natural, resultando na liberação de emissões nocivas. É por isso que a capacidade de produzir hidrogênio renovável em grande escala está no centro de uma revolução energética. Com a Gigafactory, estamos alcançando essa escala. Mas 3 gigawatts de capacidade de eletrolisador por ano – o que isso quer dizer? Com uma capacidade instalada de eletrólise desse tamanho, uma média de 300.000 toneladas de hidrogênio renovável pode ser produzida por ano quando operada com energias renováveis. Usar esse hidrogênio como substituto dos combustíveis fósseis poderia, por exemplo, evitar as emissões de CO2 de uma grande cidade alemã com uma população de cerca de 280.000 habitantes (Fonte: EDGAR – The Emissions Database for Global Atmospheric Research – europa.eu).

Quando a produção em massa encontra a sustentabilidade P2X

A palavra da moda é Power-to-X, ou P2X para abreviar. O P2X descreve o processo de conversão de eletricidade de energia renovável em carbono “verde” ou e-Hydrogen para uso direto como combustível ou matéria-prima. Além disso, também pode ser convertido em e-Fuels amigos do clima, como e-Metanol ou e-Amônia.

A unidade em Berlim é uma das primeiras fábricas de eletrolisadores em escala industrial do mundo. E desde o anúncio, em março, até a inauguração, em novembro, levará apenas oito meses para construir uma fábrica inteligente que estabeleça novos padrões para a fabricação em massa de eletrolisadores. Nesse tempo, os engenheiros vêm desenvolvendo e ampliando novos equipamentos de fabricação ao mesmo tempo para acelerar a produção.

Não é por acaso que a Siemens Energy escolheu este local, onde produz suas turbinas a gás mais sofisticadas para clientes de todo o mundo. Há mais de um século, turbinas a vapor estavam sendo produzidas aqui, revolucionando os motores de navios e a produção industrial. O mesmo pode ser dito sobre a produção de eletrolisadores que está sendo iniciada nos dias de hoje, embora o zumbido silencioso de robôs e máquinas que está enchendo a instalação de 2000 metros quadrados seja muito diferente do que era a produção há um século. “Somos pioneiros”, diz von Levetzow. 

Electrolyzer Snippet Axel von Levetzow without CloserPlay Video

“Trazemos tecnologia completamente nova para este local.”

Mara Mertens, Chefe de Serviços Técnicos da Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing Gmbh.

“A decisão de localizar a fábrica de eletrolisadores em Berlim foi motivada por três pontos.”

Axel von Levetzow, Chefe de Manufatura da Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing GmbH.

Electrolyzer Snippet Mara Mertens without CloserPlay Video

Robôs como este ajudam a automatizar a produção industrial de pilhas de eletrolisadores.

A linha de produção da nova fábrica de eletrolisadores Gigawatt é altamente automatizada.

A produção industrial de eletrolisadores na fábrica de energia da Siemens Energy em Berlim ajudará a tornar os preços do hidrogênio renovável competitivos com os combustíveis tradicionais.

Pilhas de eletrolisadores potentes como essas formam a peça central da tecnologia de hidrogênio renovável.

Robôs com um toque suave

“Aqui em nossa unidade de produção em Berlim temos muitos colegas experientes que sabem como aumentar a produção e desenvolver soluções com fornecedores”, diz Mara Mertens, chefe de serviço técnico da fábrica. “Este projeto é tudo menos plug and play.” Ela também ressalta que a Siemens Energy tem cooperado estreitamente com seus parceiros de longo prazo na indústria de engenharia mecânica: “Uma coisa é os robôs lidarem com peças de reposição na indústria automobilística. Mas é muito mais difícil se eles tiverem que lidar com membranas altamente sensíveis com camadas ultrafinas.”

Mertens e von Levetzow estudaram engenharia mecânica com foco em energias renováveis nos anos 2000, quando o campo era impulsionado por – como eles diziam – “idealistas”. Em seguida, von Levetzow passou anos desenvolvendo turbinas a gás, enquanto Mertens viajou o mundo comissionando geradores refrigerados a hidrogênio em usinas do Brasil ao Egito. Agora, eles estão animados como nunca com um projeto que abre caminho para o futuro da energia: “Cada um de nós está pronto para ir além”, diz Mertens.

Dentro da produção em massa de eletrolisadores, Berlim, Alemanha

Estamos vendo o momento em que o trem decola.

Axel von Levetzow

Head of Manufacturing, Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing

Automatização da produção de eletrolisadores PEM

E a milha extra é o que é preciso. A tecnologia de eletrólise da membrana de troca de prótons (PEM) é simples e tem algumas décadas: a água passa por uma membrana e é dividida em hidrogênio e oxigênio. Mas o desafio é escalar a produção para volumes industriais.

Até agora, em seu antigo local de produção, a Siemens Energy ainda usava muito trabalho manual. Mas a nova fábrica é altamente automatizada: as máquinas de revestimento aplicam uma fina camada de platina na membrana de um lado e uma camada de irídio do outro. “O desafio é que a camada tem que ser muito fina, porque a matéria-prima é cara, mas espessa o suficiente para tornar a membrana confiável”, diz Mertens. No final da linha, os recipientes são preenchidos com os resíduos de perfuração: tudo isso é reciclado, por razões ecológicas, mas também por causa do valor das sobras de platina e irídio na membrana.

Membrana PEM ultrafina, Berlin Gigawatt Electrolyzer Factory, Alemanha

Produção de membranas ultrafinas para eletrolisadores PEM. 

Robôs preparando membranas, Berlin Gigawatt Electrolyzer Factory, Alemanha

Esse processo requer robótica capaz de manusear materiais altamente frágeis. 

Em seguida, a membrana é laminada e pressionada em formas retangulares, colocada em molduras e, finalmente, montada nas chamadas pilhas, aproximadamente a altura de uma porta. Em seguida, cada pilha é transportada para outro salão para testar o desempenho. Em outros locais de fabricação, como Mulheim, as pilhas são montadas no produto final – um sistema eletrolisador que consiste em matrizes de quatro por seis pilhas e peças de processo que podem ser facilmente embaladas e transportadas para o local de construção do cliente.

O controle de qualidade da câmera totalmente automatizado na nova fábrica é crucial: ele pode detectar o menor desnível no revestimento da membrana – o que mais tarde poderia levar a um funcionamento menos eficiente das pilhas. A maioria dos componentes são serializados, muitos componentes são verificados opticamente. “Temos todos os dados das pilhas até a carga de irídio que foi usada durante a produção”, diz Mertens. “Temos um gêmeo digital da produção. Isso nos permite garantir a alta qualidade de nossos produtos – e desenvolver ainda mais a produção todos os dias.”

“Você se lembra dos tempos em que a energia solar era muito cara?”, pergunta von Levetzow. “Em seguida, a produção foi ampliada e os preços dos painéis solares começaram a cair, tornando sua produção competitiva. O mesmo está prestes a acontecer com a eletrólise. Estamos vendo o momento em que o trem decola.”  

Novembro, 2023

O jornalista Moritz Gathmann, radicado em Berlim, faz reportagens desde 2004 para vários meios de comunicação, incluindo o DER Spiegel e o Frankfurter Allgemeine Zeitung.

O MARCO LEGAL DOS GAMES TEM O OBJETIVO DE REGULAR PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DOS GAMES

 

Aspas Comunicação

Com a sanção presidencial do Marco Legal dos Games nesta sexta-feira (03), a primeira semana de maio se tornou decisiva para a indústria dos jogos no Brasil. O PL 2796/2021 tem como objetivo regular todos os aspectos relevantes da produção, importação, comercialização, desenvolvimento e utilização comercial de jogos.

Além disso, estabelece diretrizes para o setor, entre elas: a proteção às crianças e adolescentes, com um sistema de denúncias; o estímulo ao capital destinado aos investimentos no setor, por meio da Lei do Audiovisual e da Lei Rouanet; a possibilidade de inclusão de jogos nas Política Nacional de Educação Digital com implementação nas escolas para ensino e o reconhecimento de profissionais do setor, incluindo-os nas categorias do MEI e na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Em um cenário em que a indústria de jogos movimenta mais de 13 bilhões de reais no Brasil, o Marco abre o caminho para um ambiente mais seguro e favorável ao crescimento dessa indústria criativa no país. Márcio Filho, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Estado do Rio de Janeiro (RING) e especialista em Games e Sociedade, está otimista com esse avanço do setor e explica:

“A expectativa do setor com a sanção é que possamos ver os investimentos e as oportunidades na área multiplicadas. É estimado que no intervalo dos próximos três anos, vamos ver a entrada de 200 a 300 milhões de reais anuais em investimentos privados no setor, a multiplicação na base de duas a três vezes do volume total de empregados no setor na próxima década, e, portanto, a criação de oportunidades que colocam o Brasil num patamar mais destacado no ciclo produtivo global”, afirma Filho.

A sanção da legislação atende os pedidos do setor por uma regulamentação. No entanto, a aprovação do Marco Legal é apenas o primeiro passo de um processo mais amplo detalha Filho:

“É fundamental que possamos ter um bom diálogo com o governo, a fim de promover a regulamentação, se possível, ainda antes do tempo previsto na lei. A primeira parte, logo após a aprovação da lei, é que o governo possa ter portas abertas para o diálogo, construindo uma regulamentação que promova o crescimento econômico esperado com a sanção”, diz.

Confira as mudanças no setor de jogos eletrônicos com a sanção do Marco Legal dos Games:

AS BETS

Uma das principais mudanças foi a retirada dos Fantasy Games ou jogos de fantasia do escopo regulatório.

PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O texto também representa um avanço em relação às associações em defesa do interesse das crianças e adolescentes, contemplando, por exemplo, o monitoramento de casos de violência e abusos no ambiente virtual. Os fornecedores de jogos irão precisar se atentar aos seus serviços, para que não negligenciem situações de exploração, violência, entre outros fatores, bem como deverão ofertar a acessibilidade de acesso aos jogos para crianças e adolescentes com deficiência.

Nesse sentido, o texto prevê ainda a criação de mecanismos de proteção como a criação de um sistema de reclamação e denúncia contra abusos sofridos pelos pequenos, realização de classificação etária indicativa e a busca pela permissão dos pais para compras dentro dos jogos.

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

Outro ponto levantado pelo texto substitutivo é a possibilidade de jogos eletrônicos serem implantados nas Política Nacional de Educação Digital, sendo usados nas escolas como forma de ensino, com a criação de um repositório de uso livre, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

INCENTIVOS

O Projeto de Lei apresenta ainda, medidas voltadas para a promoção do ambiente de negócios e para o aumento da disponibilidade de capital destinado aos investimentos no setor, por meio da Lei do Audiovisual e da Lei Rouanet.

No caso da primeira, as empresas poderão abater até 70% dos investimentos em jogos eletrônicos na base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL. Além disso, estarão aptas a usufruir de outros benefícios previstos na legislação, como a redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre máquinas e equipamentos utilizados no desenvolvimento, além da depreciação acelerada de equipamentos e insumos.

Já a Lei Rouanet, permite a dedução no Imposto de Renda de doações feitas a projetos destinados a promover a produção ou coprodução de jogos eletrônicos brasileiros independentes, bem como para a capacitação de profissionais na área.

EMPRESAS E EMPREENDEDORES

O texto substitutivo tem como um dos seus objetivos encaminhar a regulamentação profissional no setor, incluindo o reconhecimento e a inclusão de categorias do MEI e também das profissões na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Além disso, as empresas de jogos eletrônicos no país serão reconhecidas formalmente, por meio da determinação da criação do Código Nacional de Atividade Econômica (CNAI), relativo às atividades relacionadas aos jogos.

As empresas, o empresário individual ou o microempreendedor poderão ainda receber tratamento especial no âmbito do regime Inova Simples, do Simples Nacional, bem como em parcerias com instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICT).

PRINCIPAIS ALTERNATIVAS PARA CRIAR UMA ESTRATÉGIA DE SUCESSO NA MENTE DOS CLIENTES

 

Hérica Machado e Gustavo Alves, da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made

A solução para que as empresas tenham sucesso na busca de fixar espaço na mente dos seus clientes, é fugir do ‘mais do mesmo’; Hérica Machado e Gustavo Alves, da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made, falam sobre as principais alternativas para criar uma estratégia de sucesso

São Paulo, abril de 2024 – Nos últimos anos, o marketing tem sido o principal meio para que as empresas cheguem aos seus clientes e ocupem seu espaço no mercado. Uma comprovação disso é o relatório The Voice of the Marketer 2024, lançado pela consultoria Warc, que entrevistou 1.400 profissionais em todo o mundo e prevê que o investimento global em marketing irá aumentar em 8,2% em 2024, chegando a US$1 trilhão. Entretanto, para que as empresas consigam marcar a sua presença na mente dos clientes através de um bom marketing, é imprescindível que as estratégias não sejam genéricas.

Para Hérica Machado, fundadora e Head de Estratégia da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made, a chave para a personalização assertiva está nos dados. “Estou falando da interpretação e entendimento dos dados que temos em mãos, quando cada indicador se faz importante na discussão e o que deve ser levado para cada camada. Um dos desafios das equipes de marketing mais latentes é como provar que o investimento foi eficiente, que realmente trouxe retorno além de impacto. Para a diretoria, o importante é ter uma visão simples que mostre o investimento e o ponteiro que mudou. A equalização desse dilema passa pela organização e priorização dos dados, que leva a discussões por camadas e tomada de decisões mais assertivas”, explica.

Além disso, para Gustavo Alves, sócio e Head de Projetos e Atendimento na KARU, para evitar generalizações ao criar estratégias, é essencial priorizar a contextualização. “Antes mesmo de definir as estratégias, é necessário dar um passo atrás e aprofundar o entendimento de cada cenário, grupos de públicos e como tudo isso se relaciona com os objetivos iniciais. No cenário mais tático uma pergunta vale: como minha mensagem se comportaria em diferentes canais e formatos?”, entende.

Existem algumas alternativas que podem ser usadas na busca de fugir do ‘mais do mesmo’. Pensando nisso, os especialistas listam as principais dicas para quem deseja marcar o seu cliente através de um bom marketing. Confira:

1. Entenda o contexto, mercado, cultura e características da empresa

Uma estratégia assertiva precisa de uma leitura do cenário para trazer hipóteses e caminhos de solução real. “O entendimento do mercado traz insights poderosos para o desenvolvimento de ações que geram impacto para levar o negócio para outro nível. É preciso buscar uma evolução e performance com assertividade na mensagem para o público correto. Acredito que seja o entendimento dos dados históricos, de mercado e do negócio que nos guiam para a solução mais eficaz. Conectar várias personas, soluções, produtos e praças de maneira assertiva só é possível com o desenvolvimento de uma estratégia sob medida que leve em consideração cada uma dessas nuances e consiga projetar as iniciativas a longo prazo”, analisa Hérica.

Em qualquer projeto de comunicação, é essencial reconhecer as nuances e sensibilidades presentes, especialmente ao direcionar uma mensagem para um público específico. “Isso requer um entendimento profundo do contexto, mercado e cultura dos envolvidos. Para criar uma conexão genuína, é necessário gerar um sentimento de autenticidade e diferenciação em cada indivíduo. As características distintivas da empresa ou solução devem ser evidentes, contribuindo para a construção de uma identidade coesa. Investir tempo e recursos nessas etapas iniciais é crucial para garantir que a comunicação seja eficaz e impactante, alcançando o público de maneira significativa e memorável”, complementa Gustavo.

2. Converse com o público certo

Com uma estratégia bem definida, é preciso validar o entendimento sobre o público. Mais importante que saber quem é preciso impactar, é entender quais suas dores, anseios e o que o move. “O público não direciona apenas o que configuramos nas ferramentas, mas como a mensagem deve chegar, em que momento e com que roupagem. Considerando que tudo que está nos feed sociais, as marcas concorrem com os conteúdos de influenciadores, amigos, família, outros anúncios. Para ser realmente relevante e despertar a ação da audiência é imprescindível ter uma abordagem rápida, direta e que se comunique com a necessidade da persona”, diz a fundadora da KARU.

Para Gustavo, a pergunta que deve ser feita é: Em meio a diversas comunicações, como sua mensagem se conecta com o público desejado? “A chave está em 2 coisas: aprendizados e falar a língua do seu público-alvo. Mas isso só será possível com timing e uma operação ágil. Segmentar por interesse ou usar um mix de formatos, por exemplo, oferece uma oportunidade única para alcançar esse grupo específico de usuários. Mais que uma mera função numérica, a análise de dados sobre seu público é fundamental para contextualizar e reforçar a assertividade! Diminuir os ciclos de aprendizado e otimizar tudo que tiver alcance enquanto uma campanha estiver no ar também é sinônimo de sucesso”, exemplifica.

3. Conecte a sua marca com mais princípios

Uma maneira de trabalhar os princípios da marca e se alinhando a pauta ESG (environmental, social and governance), onde é possível conectar seus pilares relacionados ao meio ambiente, pessoas/sociais e a governança do negócio. “A empresa orientada ao ESG, com indicadores e metas bem definidos pode elevar a sua reputação no mercado como também seu valuation. Estamos falando de estar comprometido e engajado em fazer do mundo um ambiente melhor olhando para o planeta; a forma como a marca se relaciona com a sociedade e o que devolve para ela; e do gerenciamento da empresa, sua cultura e práticas éticas”, defende Hérica.

A principal forma de estar conectado aos seus princípios, é por meio da adaptação cultural, já que mudar ou criar novos valores e missões é altamente complexo dependendo da dimensão da organização. “Tudo está enraizado em uma cultura aberta à inovação e pronta para se adaptar ao futuro. Atualmente, questões sociais, éticas e ambientais não podem ser ignoradas. Marcas e indivíduos devem se posicionar não apenas porque é uma tendência, mas devido à consciência coletiva sobre esses temas. Sua marca pode incorporar mais princípios, desde que olhe para dentro e compreenda como isso se refletirá e fará sentido para seu público-alvo”, entende Gustavo.

4. Não se esqueça do tailor made

Para Hérica, não existe fórmula mágica e nem método chave que resolva cenários específicos, mesmo que do mesmo segmento. “Quando falamos de marketing temos uma série de variáveis que precisam ser consideradas para uma solução que realmente resolva a dor do momento para aquele negócio. Cada negócio é um organismo, que está em uma fase diferente, tem seus dilemas próprios e é de extrema importância que exista um entendimento mais profundo para ações eficientes. Se cada negócio tem suas próprias características, porque vamos tratar as soluções de marketing, mensagem e expansão de vendas da mesma maneira?”, completa Hérica Machado.

Tailor made é uma forma mais especializada de entregar serviços ou qualquer solução. “Ao invés de absorver uma problemática e tratá-la de maneira genérica, com opções tailor made são criadas novas formas, abordagens e maneiras de resolver o problema. Essa abordagem individualizada aumenta a eficiência, pois reconhece a singularidade de cada situação. O que defendo é para que não se apegue ao que está feito hoje. Tempos depois verá que faria melhor, e esse movimento tende a nos impulsionar a uma cultura baseada em testes, erros, acertos e consequentemente, muito aprendizado”, finaliza Gustavo Alves.

NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!

NÓS DA VALEON COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS COM SUCESSO NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER PROPAGANDA DAS EMPRESAS DO VALE DO AÇO.

O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão de existir.

E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves” das empresas da região para incrementar as suas vendas.

Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento, desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa fórmula.

Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e público.

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.

 

O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

 

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sábado, 4 de maio de 2024

30 ANOS DE ASSINATURA DO PLANO REAL E A REFORMA TRIBUTÁRIA ATUAL

 

História de editora3 – IstoÉ Dinheiro

No próximo dia 27, o País lembra os 30 anos da assinatura do Plano Real. Esse programa de estabilização da moeda volta e meia evoca a nostalgia e a idealização por parte de seus formuladores, mas é um excesso justificado. É difícil subestimar o impacto que causou e ainda provoca. Para ficar nas consequências mais imediatas apontadas por cientistas políticos não comprometidos com o fla-flu ideológico que marcou aquela época (a disputa PSDB-PT), o Real introjetou na sociedade a importância do combate à inflação e seu desdobramento direto, a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Até hoje, três décadas depois, a sociedade vive sob esse arcabouço, e dirigentes que teimam em desrespeitar esses valores são punidos. O presidente Lula abraçou-os em seus primeiros governos. No atual mandato, ele adora espezinhar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelos juros elevados que freiam a economia. Mas o economista se sustenta, no fundo, ao zelar pelo controle da inflação. Quando ele deixar o posto, no final do ano, o governo terá coragem de relaxar no controle inflacionário? O governo Dilma Rousseff flertou com essa mudança e pagou um preço caro.

Fernando Haddad, o “mais tucano” dos petistas, como já insinuou o presidente Lula numa ironia mal digerida por membros do seu partido, reza pela cartilha da geração que conseguiu domar a hiperinflação, apesar de evitar essa referência para não atrair ainda mais fogo amigo. Ele atualiza aquele programa com o ideal do fim da desigualdade social e da criação de um Estado de bem-estar social. Mas há mais de um ano dedica-se diariamente a defender os mesmos pilares macroeconômicos lançados nos anos 1990, mesmo contra a vontade dos companheiros.

O Plano Real aconteceu em um daqueles momentos propícios da história que transcendem os interesses políticos comezinhos e a lógica partidária paroquial. Trinta anos mais tarde, a roda do tempo fez com que uma circunstância parecida se desse com a Reforma Tributária, que está se concretizando contra todas as previsões. A foto que ilustra este texto é um sinal eloquente disso. O presidente Lula, Arthur Lira (presidente da Câmara) e Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) comemoram em dezembro a PEC que criou o IVA. Hoje, veem-se presos ao compromisso de finalizar a mudança dos impostos, ainda que tenham se distanciado desde então e vivam às turras em uma crise quase diária de reacomodação das competências entre os Poderes.

A Reforma Tributária será o grande e talvez único legado estrutural do governo Lula, disse com propriedade o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, mesmo que o tema tenha sido ignorado na disputa presidencial de 2022, especialmente na campanha do petista. Hoje, o presidente cobra de seu ministro que acelere a regulamentação. A reforma está virando realidade. Deve diminuir os entraves ao crescimento estrutural, melhorar a produtividade dos diversos setores, aumentar a justiça social, valorizar a cidadania fiscal e permitir que a economia seja destravada. Agora, virou prioridade. Melhor para o governo, melhor para o País.

O post Reforma Tributária e o Plano Real apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

ANÁLISE DO ATO ESVAZIADO NO 1º DE MAIO SE TRAZ RISCOS PARA O GOVERNO LULA

 

História de Redação – Jornal Estadão

No 1º de Maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou para menos de duas mil pessoas no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, segundo estimativa da USP. A imagem do espaço esvaziado na zona leste da capital paulista marcou o evento tanto quanto o discurso do petista aos presentes no ato realizado pelas Centrais Sindicais.

O presidente reclamou que o evento foi “mal convocado” e cobrou o secretário-geral da Presidência, Márcio Macedo, sobre a falta de público. “Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”, disse.

No palco, Lula, em desrespeito à lei eleitoral, também pediu votos para o pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, deputado Guilherme Boulos. A declaração virou alvo de ações na Justiça Eleitoral, apresentadas pelo MDB, partido do atual prefeito, Ricardo Nunes, pelo Novo, da também pré-candidata Marina Helena, e pelo PSDB.

Leia as análises de colunistas do Estadão sobre o ato do 1º de Maio.

Lula no ato do 1º de Maio em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

Lula no ato do 1º de Maio em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão© Fornecido por Estadão

Eliane Cantanhêde: O 1º de Maio de 2024 é um marco para Lula e o PT jamais esquecerem

Eliane Cantanhêde afirma que o presidente Lula deu um “péssimo passo” ao convocar o ato com as Centrais Sindicais no 1º de Maio em São Paulo. “Tropeçou na articulação, enfrentou o vexame da falta de gente, descontou o fiasco no ministro Márcio Macedo e atropelou a legislação eleitoral – ou seja, cometeu um crime – ao usar um evento oficial, e ainda por cima com financiamento da Petrobras, para fazer campanha para a candidatura de Guilherme Boulos à Prefeitura da capital”, diz.

Para a colunista, “o mais preocupante é como Lula está fora da realidade, sem compreender que o mundo mudou e o Brasil, o equilíbrio político, as Centrais Sindicais, a disposição das massas, o PT e o próprio Lula, afinal, também mudaram”.

Fabiano Lana: O mínimo que se espera é punição exemplar a Lula após pedido explícito de voto a Boulos em São Paulo

Para Fabiano Lana, “Lula segue inconsequente enquanto improvisa”, em tempos em que limitar as expressões virou moda. “Os bajuladores de plantão se apressaram em dizer que Lula apenas exercia sua liberdade de expressão. Ora, se for assim o mesmo valeria para Jair Bolsonaro quando atacou as urnas eletrônicas e nosso sistema eleitoral para uma plateia de embaixadores, em 2022, e por isso perdeu seus diretos políticos? Ou a liberdade de expressão vale para cometer crimes ou não vale”, afirma.

Ricardo Corrêa: Pedido de voto de Lula para Boulos reforça o ‘faz de conta’ que é a legislação para pré-campanha

Ricardo Corrêa aponta que o próprio Lula, assim como fez com Boulos agora, começou sua campanha à Presidência bem antes do prazo oficial em 2022. “A diferença é que, na época, costumava repetir, aproveitando a hipocrisia da lei, que ‘não podia pedir votos e nem dizer que era candidato’, querendo dizer, evidentemente, que era. Agora, nem mais essa fantasia quis vestir. Preferiu pagar R$ 25 mil para começar logo a campanha de Boulos”, analisa o colunista, sobre a multa máxima imposta pela Justiça Eleitoral por pedido explícito de votos na pré-campanha.

Francisco Leali: Ministro de Lula adere a bordão bolsonarista e prega direito de violar a lei em público

Francisco Leali afirma que, no palco de plateia esvaziada no 1º de Maio, a EBC, empresa estatal de comunicação, serviu de antena para disseminar a voz de Lula defendendo o voto em Guilherme Boulos para prefeito da cidade de São Paulo. “A comunicação pública deu lugar à comunicação partidária”, diz.

VÁRIOS ESTADOS ESTÃO ISENTANDO DE IPVA CARROS A PARTIR DE 10 ANIOS

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