O Ministério da Defesa dinamarquês alertou que dados de inteligência
indicam que a Rússia pode tentar atacar um país da Otan entre três e
cinco anos. O presidente polonês, Andrzej Duda, disse que Vladimir Putin
está intensificando esforços para engendrar uma economia de guerra e
atacar em 2026 ou 2027. Prazos bem mais curtos do que os estimados pela
Otan em 2023.
Com efeito, o Ministério da Defesa em Moscou anunciou iniciativas
para robustecer a capacidade militar russa. Mesmo sem um risco
financeiro iminente, Putin advertiu as oligarquias russas de medidas
penosas para garantir uma estabilidade financeira de longo prazo, sinal
de que os gastos bélicos seguirão escalando. São só alguns dos
indicadores econômicos e militares coligidos pelo Instituto para o
Estudo da Guerra (IFW, na sigla em inglês) sugerindo que a Rússia se
prepara para um conflito em larga escala com a Otan. A ampliação ou
redução do risco depende visceralmente dos desdobramentos na Ucrânia.
“A Rússia não tem suficiente capacidade militar para atingir seus
objetivos maximalistas se a vontade de lutar da Ucrânia persistir com o
apoio do Ocidente”, constata o IFW. O PIB dos países da Otan e seus
aliados ultrapassa US$ 63 trilhões. O da Rússia é de US$ 1,9 trilhão.
Somando-se o de seus aliados (Bielorússia, Coreia do Norte e Irã), são
US$ 2,4 trilhões. Mesmo com a China (bem mais ambígua), o total não
chega a US$ 21 trilhões. Assim, para o Kremlin, “um dos poucos meios,
possivelmente o único, de diminuir a lacuna entre os objetivos da Rússia
e os meios da Ucrânia” é “degradar a capacidade decisória” do Ocidente.
A estratégia se baseia no que os soviéticos chamavam de “controle
reflexivo”. A técnica consiste em excitar temores irracionais e saturar a
opinião pública do oponente com falsas premissas para induzi-lo a
chegar a falsas conclusões e tomar livremente decisões contrárias a seus
próprios interesses. Em relação à Ucrânia, a meta é consolidar as
seguintes percepções: a Rússia tinha o direito de controlar a Ucrânia;
sua invasão foi provocada por Kiev e a Otan; sua vitória é inevitável;
resistir a ela levará inevitavelmente a uma escalada e uma guerra com a
Otan; e a rendição da Ucrânia é o único caminho para uma paz duradoura.
Para cada uma dessas assertivas, a verdade é o exato oposto.
Os ucranianos desenvolveram anticorpos contra a realidade paralela
fabricada pelo Kremlin. Mas o Ocidente, seja por seus pendores
pacifistas, seja pelas sequelas de guerras recentes, seja pela
incompreensão da real ameaça russa, se mostra suscetível. Após a invasão
da Ucrânia em 2014, o Ocidente raciocinou conforme as premissas do
Kremlin, fazendo todo tipo de concessões. Em 2022, a invasão em larga
escala da Ucrânia restaurou sua clareza estratégica, os ocidentais
ajudaram Kiev a abater as ambições iniciais da Rússia. Desde então, o
Kremlin redirecionou esforços para distrair, confundir e provocar a
autodissuasão do Ocidente, retardando a entrega de dinheiro e armas à
Ucrânia e a coordenação de uma estratégia de longo prazo da Otan. Isso
não altera a realidade: o custo de uma vitória de Putin será
catastrófico. Os riscos de escalada nuclear e confronto com a Otan só
aumentarão.
Hoje, os desafios do Ocidente são mais fáceis de solucionar que os da
Rússia. Mas essa vantagem não é permanente e sua erosão será
proporcional à demora em admitir que a Ucrânia é só a linha de frente da
guerra de Putin contra o mundo livre.
O caminho para uma paz duradoura não é um alívio instantâneo e
ilusório da guerra, mas a vitória da Ucrânia, a restauração de sua
soberania e a consolidação de sua democracia, integrando-a à União
Europeia e instalando o maior efetivo militar do continente na linha de
frente das defesas da Otan. O Ocidente pode (do ponto de vista econômico
e militar) e deve (do ponto de vista moral, para fazer justiça aos
ucranianos, e geopolítico, por seu autointeresse) trilhar este caminho.
Mas, primeiro, precisa se conscientizar desse poder e desse dever e,
depois, precisa agir. No momento, não há nem essa clareza nem essa
resolução.
Virgilio Marques do Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria
Virgilio Marques do Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e
Consultoria, empresa-filha da Unicamp, e Doutor em Engenharia Mecânica
pela mesma instituição, traz uma análise sobre mentiras no trabalho,
entendendo por que elas acontecem e quais os passos para reduzi-las.
Mentiras no trabalho: por que acontecem e 5 passos para reduzi-las.
A mentira no ambiente de trabalho é um fenômeno tão antigo quanto as
próprias instituições de trabalho. Historicamente, desde as primeiras
organizações, a mentira tem desempenhado um papel intrigante nesse tipo
de relação. É um fenômeno que remonta às primeiras civilizações e tem
sido uma constante – embora indesejável – na interação humana.
Desde os tempos antigos, trabalhadores e empregadores têm se engajado
em mentiras por diversos motivos: desde o simples medo de represálias,
até o desejo de ganho pessoal. Este comportamento, embora muitas vezes
visto como uma pequena transgressão, pode ter consequências
significativas tanto para indivíduos quanto para organizações.
Mentir no trabalho significa fornecer informações falsas ou
enganosas. Este ato pode variar desde pequenas omissões até fraudes
elaboradas.
Historicamente, temos exemplos de mentiras que resultaram em
desastres, como a manipulação de informações financeiras que levou à
queda de grandes corporações.
Por outro lado, existem casos, em campanhas publicitárias, por
exemplo, em que a “mentira criativa” resultou em sucessos de vendas
extraordinários, embora tais práticas estejam cada vez mais sob
escrutínio ético.
Razões por trás das mentiras
As mentiras geralmente surgem de um conflito entre os valores
pessoais e os da empresa, do medo de represálias por parte da liderança
ou da percepção de que certas exigências são absurdas. A pressão para
atender a metas irreais muitas vezes leva os funcionários a alterarem
relatórios ou informações. Este comportamento não só é prejudicial à
saúde organizacional, mas também pode ter repercussões legais graves.
Em minha experiência, vi várias vezes mentiras acontecerem. Lembro-me
de uma vez na qual fui deparado com uma meta impossível. Ao arguir como
alcançá-la, recebi algumas palavras genéricas, como: “você tem que se
dedicar, ver os desvios, colocar tecnologia. Se fizer isso, vamos bater a
meta”. Depois de perceber que a insistência seria em vão, anuiu ao
impossível objetivo e acabei, na minha percepção, mentindo para mim
mesmo.
Outra vez, na mesma empresa cujo ambiente de trabalho não tinha
espaço para o contraditório, comentei sobre a precariedade do
refeitório. Fui sincero, dizendo (à contragosto da liderança
intermediária) que os processos não estavam funcionando corretamente. O
vice-presidente, fingindo-se surpreso por ouvir a verdade, chegou às 6
da manhã na empresa e verificou in loco que estava sendo enganado. Nesse
momento, apesar da insubordinação, fiquei orgulhoso da minha atitude,
pois mesmo sendo algo duro, fui sincero. É importante notar que só fiz
isso porque já tinha pedido minha demissão. Afinal, se o valor da
empresa é esconder as coisas complicadas e só mostrar para a liderança
as coisas boas, não conseguirei trabalhar lá.
Outra causa comum de catástrofes e mentiras é o sistema de
recompensas. Se as métricas que levam o time a ganhar o bônus for
passível de fraude, fique tranquilo, ele será fraudado. Seja forjar
vendas para dobrar comissões, seja reportar lucros para aumentar o preço
das ações, ou coisas mais simples do tipo comissões forjadas. Tudo isso
só é feito porque o comportamento da fraude foi incentivado. Nas
primeiras vezes, por não conseguir apurar os desvios, os profissionais
que mentiram acabaram sendo recompensados e, quando isso acontece, a
avalanche só acaba quando o problema fica grande demais.
Empresas com baixas taxas de mentiras
Algumas organizações conseguiram criar ambientes onde a honestidade
prevalece e as mentiras são raras. Empresas como Google e Zappos são
conhecidas por suas culturas organizacionais transparentes e abertas.
Nelas, práticas como feedback constante, canais abertos de comunicação e
uma forte ênfase nos valores corporativos ajudam a criar um ambiente
onde a mentira é desnecessária e desencorajada.
Melhores práticas para reduzir a mentira
Para diminuir a incidência de mentiras no local de trabalho, é
essencial criar uma estrutura organizacional que promova a honestidade.
Na minha percepção, isso inclui cinco pontos principais:
● Cultura de abertura e transparência: encorajar a comunicação honesta em todos os níveis da organização;
● Políticas claras e justas: estabelecer regras sobre conduta ética e
assegurar que sejam aplicadas de forma justa e consistente;
● Canais de comunicação seguros: fornecer meios confidenciais para
que os funcionários relatem condutas inapropriadas sem medo de
represálias;
● Formação e sensibilização: realizar formações regulares sobre ética e integridade no trabalho;
● Liderança pelo exemplo: líderes e gerentes devem demonstrar integridade e honestidade em suas ações.
Encerrando esta análise, é crucial enfatizar a importância da
honestidade na carreira. A mentira, embora possa oferecer ganhos de
curto prazo, quase sempre leva a consequências negativas a longo prazo,
prejudicando a reputação e a credibilidade do indivíduo.
A honestidade, por outro lado, constrói confiança e promove um
ambiente de trabalho saudável e produtivo. Profissionais que cultivam a
honestidade em suas carreiras estão mais propensos a alcançar sucesso
sustentável e respeito duradouro em seus campos de atuação. A longo
prazo, ela não apenas beneficia indivíduos, mas também fortalece a
integridade e o sucesso das organizações.
A Plataforma Comercial da Startup ValeOn é uma empresa nacional,
desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em
divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo
as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade,
ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como
vantagem competitiva.
Nosso principal produto é a Plataforma Comercial ValeOn um
marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das
empresas da região e alavancar as suas vendas.
A Plataforma Comercial ValeOn veio para suprir as demandas da região
no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma
proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior
de mais clientes e públicos.
Diferenciais
Eficiência: A ValeOn inova, resolvendo as
necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como
base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica
altamente capacitada.
Acessibilidade: A ValeOn foi concebida para ser
utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a
sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação
que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma
estrutura ágil de serviços.
Abrangência: A ValeOn atenderá a todos os nichos de
mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da
região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos
benefícios que ele proporciona.
Comprometimento: A ValeOn é altamente comprometida
com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso
objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder
divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas
cidades que compõem a micro-região do Valeo do Aço e obter dos
consumidores e usuários a sua audiência.
Missão:
Oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade,
comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de
nossos clientes, respeitando a sociedade e o meio ambiente.
Visão:
Ser uma empresa de referência no ramo de prestação de serviços de
Tecnologia da Informação na região do vale do aço e conquistando
relacionamentos duradouros.
Valores:
Integridade – Ética e Transparência
Responsabilidade – Profissional, ambiental e social
História de RICARDO DELLA COLETTA E JOSÉ MARQUES – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) produziu um parecer
com argumentação jurídica que embasa eventual vinda ao Brasil do
presidente da Rússia, Vladimir Putin, mesmo ele sendo alvo de um mandado
internacional de prisão.
O documento foi submetido em novembro do ano passado à Comissão de
Direito Internacional da ONU. O órgão atualmente trabalha na elaboração
de uma normativa sobre imunidade de jurisdição a chefes de Estado. O
status, que também pode ser conferido a outras altas autoridades,
garante que esses líderes não sejam processados ou atingidos por ações
judiciais vigentes nos países que os recebem em visitas internacionais.
O governo brasileiro não cita diretamente Putin no texto, mas faz
referência a um cenário que se encaixa na situação atual do líder russo:
ele é alvo de um mandado de prisão expedido pelo TPI (Tribunal Penal
Internacional), acusado de ter permitido que ocorressem crimes de guerra
no conflito com a Ucrânia.
Como o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, que criou o TPI, o
país em tese está obrigado a prender Putin caso ele desembarque em
território nacional. Encarcerá-lo em solo brasileiro é, no entanto, um
cenário considerado inimaginável devido às consequências geopolíticas e
de segurança que a detenção do líder da segunda maior potência militar
do planeta representaria.
Ainda assim, a hipótese de uma ordem de prisão tem potencial de
criar, no mínimo, constrangimento diplomático para Brasil e Rússia em
plena cúpula do G20 caso Putin venha para o encontro no Rio de Janeiro
em novembro.
O texto submetido à Comissão de Direito Internacional não tem efeito
prático e tampouco é garantia de que o Brasil estaria livre de censura
do TPI caso ignore uma ordem do tribunal durante possível passagem de
Putin pelo país, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Ele indica, porém, uma opinião oficial do governo Lula no sentido de
que a imunidade de jurisdição de Putin deveria protegê-lo do alcance do
TPI na hipótese de que essa viagem se concretize.
O principal argumento do documento é que acordos que criam tribunais
internacionais (como é o caso do Estatuto de Roma) devem ter efeito
apenas entre as partes que assinaram o tratado.
Por essa tese, um chefe de Estado de um país não signatário não
poderia ter sua imunidade ignorada mesmo ao estar em um território que
reconhece a autoridade dessa corte internacional. A Rússia retirou sua
assinatura do Estatuto de Roma em 2016.
Em um dos parágrafos do parecer, o Brasil concorda que a imunidade de
jurisdição para altas autoridades “não deve afetar os direitos e as
obrigações dos Estados partes diante de acordos que estabeleceram cortes
e tribunais penais internacionais”. Mas em seguida destaca que isso
deve ocorrer no âmbito das “relações entre as partes desses acordos”.
“É norma básica da lei internacional geral, codificada no artigo 34
da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, que ‘um tratado não
cria obrigações ou direitos para um terceiro Estado sem o seu
consentimento'”, diz o texto.
“Dessa forma, enquanto os artigos [sobre imunidade] não afetam
obrigações de tratados referentes a tribunais internacionais, esses
acordos internacionais não afetam a imunidade de agentes de Estados não
partes”.
O Brasil afirma ainda que a imunidade de jurisdição para dirigentes é
essencial “para promover entendimentos pacíficos de disputas
internacionais e relações amigáveis entre os Estados, inclusive na
medida em que permite que funcionários de Estados participem em
conferências internacionais e missões em países estrangeiros”.
E faz eco a uma crítica que já circulou entre representantes de
países em desenvolvimento sobre o mandado do TPI contra Putin: a de que a
corte está sendo usada politicamente. “[A imunidade de jurisdição]
contribui para a estabilidade das relações internacionais, por prevenir o
exercício abusivo, arbitrário e politicamente motivado da jurisdição
criminal que pode ser usado contra agentes dos Estados”.
A Folha questionou o Itamaraty sobre o parecer apresentado na ONU e
sua relação com a possível vinda de Putin ao Brasil. O ministério
respondeu que não comentaria, uma vez que o documento faz observações
iniciais de um tema que ainda será negociado longamente no âmbito da
Comissão de Direito Internacional.
A reportagem também encaminhou o parecer a quatro especialistas em
direito internacional. Três viram na argumentação uma tentativa de
flexibilizar as obrigações do Brasil junto ao TPI e disseram que a
hipótese descrita na redação se aplica à situação de Putin.
André de Carvalho Ramos, professor de Direito Internacional da USP
(Universidade de São Paulo), diz que a argumentação feita pelo Brasil
tem como base um dispositivo específico previsto no próprio Estatuto de
Roma: o de que um pedido do TPI pode não ter efeito caso o Estado
requerido seja obrigado a atuar de forma incompatível com o direito
internacional “em matéria de imunidade dos Estados”.
O problema, prossegue o professor, é que já existe precedente sobre esse tema.
“O TPI decidiu que a Jordânia violou o Estatuto de Roma ao não
prender em 2017 o então presidente do Sudão Omar al-Bashir durante
visita dele ao país. Pois bem, a Jordânia apelou e, em 2019, o TPI
decidiu que a norma consuetudinária [invocada pelo Brasil] só se aplica a
tribunais nacionais, inexistindo norma consuetudinária imunizante em
face de tribunais internacionais, como o TPI”, diz ele.
“No plano do TPI, mesmo que o Judiciário brasileiro dê razão ao
governo federal, há fortíssima probabilidade do Brasil ter o mesmo
destino que a Jordânia.”
Wagner Menezes, presidente da Academia Brasileira de Direito
Internacional, opina que a argumentação apresentada pelo Brasil
“relativiza” o alcance do Estatuto de Roma e vai na contramão de um dos
principais objetivos do TPI: o de constranger a movimentação
internacional de pessoas acusadas de crimes de guerra e contra a
humanidade.
“Não é relevante se a Rússia ratificou ou não o Estatuto. O Brasil
não tem qualquer tipo de relação, nesse caso, com a Rússia. Trata-se de
um tema da relação do Brasil com o tribunal”, afirma.
Professor titular de Teoria e História do Direito Internacional, Arno
Dal Ri Jr. vê na redação submetida pelo governo à ONU uma “cortina de
fumaça”. Ele também classifica a argumentação de “frágil”.
“Os termos do documento são hipotéticos, em que se levanta vários
quadros e hipóteses, dentre essas aquela de legitimação da vinda do
Putin através da imunidade típica de chefes de Estado”, diz.
“É um jogo muito dúbio que está sendo feito, no qual se sabe a
realidade de que, em caso de pedido de entrega pelo TPI não cumprido
pelo Brasil, existiria uma colisão [com o Estatuto de Roma] e o Brasil
que seria responsabilizado por isso. Mas usa-se uma interpretação
ampliada para retirar o foco do real problema jurídico que poderia
advir.”
Já o advogado e doutor em Direito Marcelo Peregrino Ferreira tem
opinião diferente e não enxerga na hipótese tratada pelo parecer algo
que beneficie o caso russo. “Acho que a investida do Brasil não é contra
o Estatuto de Roma ou outra corte internacional, mas contra a suspensão
da imunidade pela jurisdição criminal comum de países que não tem um
tratado entre si. E a proposta brasileira não me parece beneficiar o
caso russo”, diz ele.
A possível vinda de Putin ao Brasil para a cúpula do G20 é um tema
altamente sensível. Se confirmada, ela deve virar o fato político mais
impactante da reunião.
Desde que ordenou a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, o líder
russo virou alvo de uma operação que, orquestrada por Estados Unidos e
Europa, busca isolá-lo nos diferentes fóruns internacionais. Ele não
compareceu às duas últimas edições do G20, na Índia e na Indonésia
nenhum dos países é signatário do Estatuto de Roma.
A eventual vinda de Putin à cúpula no Rio de Janeiro motivou polêmica
antes mesmo de o Brasil iniciar seu mandato na presidência do G20.
Em setembro de 2023, quando participava da cúpula do fórum em Nova
Déli, Lula afirmou que seu homólogo russo não corria o risco de ser
preso caso decidisse vir à edição seguinte do evento. “Se eu for
presidente do Brasil, e se ele [Putin] vier para o Brasil, não tem como
ele ser preso. Não, ele não será preso. Ninguém vai desrespeitar o
Brasil”, disse o petista na ocasião.
Dias depois, Lula voltou atrás e afirmou que a decisão sobre uma
eventual prisão caberia ao Poder Judiciário. “Se o Putin decidir ir ao
Brasil, quem toma a decisão de prendê-lo ou não é a Justiça, não o
governo nem o Congresso Nacional.”
PUTIN E O TPI
O que é o TPI?
O Tribunal Penal Internacional é uma corte permanente que julga
indivíduos por crimes de guerra, genocídio e crimes contra humanidade,
entre outros.
O TPI é igual à Corte Internacional de Justiça?
Não; a Corte de Haia é a Corte Internacional de Justiça (CIJ), órgão
judicial máximo da ONU. Enquanto o TPI julga indivíduos, a Corte de Haia
julga Estados e organizações. Ambos estão basedos na mesma cidade:
Haia, na Holanda.
Como e quando foi criado?
Seu documento fundador, o Estatuto de Roma, é de 1998, e tem 124
signatários, incluindo o Brasil. O tribunal, por sua vez, passou a
operar em 2002. Rússia, EUA, China e Índia são alguns dos países que não
reconhecem o tratado.
Do que Putin é acusado?
O russo é acusado de ser o provável responsável pela deportação
ilegal de crianças de áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia, o que se
enquadra em crime de guerra. O TPI diz que Putin falhou em exercer
controle adequado de seus subordinados civis e militares.
Por que ele não foi preso?
O TPI não tem poder de polícia. Após expedir o mandado de prisão,
eventual detenção do acusado fica à cargo de Estados signatários do
tribunal.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – As principais estatais federais
–Petrobras, Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal e Correios–
registraram um lucro líquido somado de R$ 182 bilhões em 2023, o que
representa uma queda de 24% em relação a um ano antes.
O desempenho no primeiro ano do governo Lula (PT) é explicado
principalmente pela retração do resultado da Petrobras, que viu seu
lucro cair 33% em relação a 2022 (para R$ 124,6 bilhões). Também houve
queda no BNDES, com um resultado 5% menor no ano passado (para R$ 11,9
bilhões).
Por outro lado, Banco do Brasil e Caixa registraram resultados
melhores em 2023. No primeiro caso, houve expansão de 11,3% (para R$
35,5 bilhões). No segundo, de 15,5% (para R$ 10,6 bilhões).
A explicação para os resultados das estatais, que repassam parte de
seus lucros ao Tesouro Nacional por meio de dividendos, varia. No caso
da Petrobras, a administração da empresa diz que houve desvalorização do
petróleo no mercado internacional. O barril do tipo Brent teve uma
queda de 18% em 2023 na comparação com 2022.
A companhia diz que seu resultado foi impactado por margens menores
na venda de derivados e por maiores despesas operacionais. A retração do
lucro acompanha o das grandes petroleiras do mundo, que também
registraram recuo nos ganhos.
No BNDES, a administração afirma que a base de comparação com 2022
foi prejudicada pela venda de ações naquele ano –o que não se repetiu em
2023.
O BNDES buscou se desfazer de ações de diferentes companhias, como
Petrobras e Vale, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) –orientação
contrária à do governo Lula, que já sinalizou querer ampliar a presença
do banco como sócio de empresas.
O diretor financeiro do BNDES, Alexandre Abreu, diz que a atual
gestão preferiu não fazer venda de ações por não considerar o momento
adequado. Segundo ele, isso beneficiou a instituição.
“O fato de a gente não ter feito [a venda] fez com que as ações se
valorizassem, e tivemos vantagens em mantê-las. Se tivéssemos vendido,
teríamos perdido”, afirma.
Segundo ele, a atual administração do banco também teve de lidar com
um caixa menor devido às devoluções antecipadas de recursos ao Tesouro
Nacional –que, só em 2022, superaram R$ 70 bilhões. “No início desta
gestão havia um problema de caixa, que caiu de R$ 90 bilhões no começo
de 2022 para R$ 16 bilhões no início de 2023, quando nós assumimos”,
afirma.
Em gestões anteriores, o BNDES havia se comprometido a devolver, até
2023, R$ 440 bilhões em recursos repassados pelo Tesouro entre 2008 e
2014. No ano passado, no entanto, a instituição firmou um acordo com o
TCU (Tribunal de Contas da União) para adiar o restante dos pagamentos e
dividir os R$ 22,6 bilhões remanescentes em parcelas até 2030.
Sobre os próximos exercícios, a diretoria do BNDES afirmou que ainda é
cedo para projeções de resultados. Mas prevê aumentar o nível de
desembolsos do atual 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) para 2% em
2026, com segurança e indicadores de saúde financeira em dia.
Já no Banco do Brasil, houve melhora do resultado. Os diretores
atribuem o desempenho a diferentes fatores, como o crescimento das
receitas de prestação de serviços –por exemplo, em consórcios, seguros e
operações de crédito e garantia.
Principal financiador do agronegócio nacional, o banco monitora o
desempenho da safra em meio aos efeitos climáticos que têm atingido o
país neste ano. A avaliação, no entanto, é que apenas culturas
específicas em regiões delimitadas têm sido afetadas até agora –o que
minimiza potenciais impactos na carteira.
O banco diz que, nas contratações da safra atual, mais de 50% dos
volumes estão cobertos por mitigadores de risco. Afirma ainda que a
carteira ligada ao agronegócio está sólida e com números baixos de
inadimplência.
Na Caixa, o vice-presidente de finanças, Marcos Brasiliano Rosa,
destaca entre os principais fatores para o desempenho de 2023 a melhora
da margem financeira, com mais receitas nas operações de crédito, e o
controle da inadimplência. Segundo ele, a tendência natural é que a
recuperação da margem financeira continue neste ano.
O vice-presidente também diz que o governo Lula e os novos produtos
da atual gestão geram novos negócios para o banco. Um exemplo é o
programa “Pé De Meia”, espécie de poupança para alunos de baixa renda
que cursarem o ensino médio.
“A Caixa faz isso como executora do programa e, por óbvio, recebendo
tarifa para isso, e em todas elas passando pela questão de
sustentabilidade e rentabilidade. A Caixa acaba trabalhando um pouco
mais e ganhando um pouco mais em cima desse tipo de serviço.”
Ele também cita o Minha Casa, Minha Vida, que teve algumas de suas
linhas extintas no governo Bolsonaro e que agora voltarão a ser operadas
–como a faixa 1 do programa habitacional, voltada às famílias de baixa
renda.
A Caixa diz que 2024 deve ser ainda melhor devido a diferentes
fatores, como a queda da taxa de juros. “Isso faz com que se criem um
ambiente um pouco mais auspicioso e um mercado com um pouco mais de
tranquilidade”, diz Brasiliano.
Nos Correios, houve prejuízo 22% menor (para R$ 596 milhões). O
resultado decorre de uma retração no campo das despesas e de uma melhora
no resultado financeiro, principalmente devido a menos variações
cambiais
O resultado das estatais é registrado enquanto analistas observam de
perto a movimentação do governo Lula sobre as empresas. Entre
investidores da Petrobras, por exemplo, há preocupação de que atos da
nova gestão afetem o desempenho da companhia.
Um complicador é o fato de, desde o ano passado, as estatais estarem
mais expostas a indicações políticas com a suspensão do trecho da Lei
das Estatais que tornava mais rigoroso o processo de escolha para cargos
de conselheiros e diretores.
Elena Landau, economista da PUC-Rio, vê riscos de o governo federal
interferir mais nas estatais, como no caso da Petrobras. “Quando você
muda a Lei das Estatais, você consegue fazer indicações não técnicas de
aliados e distribuir cargos”, diz.
“A venda de refinaria já começou a ter problema desde o governo
Bolsonaro, que também quis intervir no preço do combustível, e isso
assusta potenciais compradores”, diz ela.
“A intervenção política na Petrobras também leva ao equívoco de o
governo voltar a utilizar a empresa para fazer navio e apoiar a
indústria naval, que o Brasil já tentou várias vezes fazer”, afirma.
“Essa soma de coisas atrapalha toda a operação das estatais”, diz.
O economista Joelson Sampaio, da FGV (Fundação Getúlio Vargas),
afirma que o respeito à Lei das Estatais garante a proteção do conselho
nas indicações e em outros momentos que envolvem a operação da
companhia. Ele lembra que a saúde financeira das empresas públicas rende
dividendos para a União (em 2024, o Tesouro espera receber R$ 43,6
bilhões do conjunto total das estatais).
“Quando a empresa estatal é bem gerida, ela é superavitária e gera resultados positivos para o governo e para a população”, diz.
Quando chegaram ao Ministério da Educação (MEC), o ministro Camilo
Santana e a secretária executiva Izolda Cela inspiraram grandes
expectativas. Os ex-governadores vinham de uma bem-sucedida gestão no
Ceará, uma das referências do Brasil na alfabetização de crianças e na
melhoria dos índices de aprendizagem. O histórico da dupla naquele
Estado também era um auspicioso sinal de disposição do governo de,
enfim, dar prioridade à educação básica, área negligenciada há muito
tempo, inclusive nas administrações lulopetistas. O “novo MEC” seria,
por fim, um alento depois da tumultuada gestão de Jair Bolsonaro no
Ministério, que deixou o País numa armadilha: de tão ausente e
inoperante na educação, qualquer avanço promovido pela futura equipe já
deixaria a sensação de dever cumprido. Passado o primeiro ano de gestão,
o ministro e seus auxiliares passam a colecionar o ônus das
expectativas elevadas.
É possível dizer que ficou para trás o desalento de uma pasta cujas
prioridades se concentravam na defesa do ensino domiciliar, na
militarização da educação e na promoção de guerras culturais e
ideológicas – além da dificuldade de diálogo com a sociedade. O MEC
encaminhou iniciativas relevantes, como o fomento do ensino em tempo
integral e o compromisso com a alfabetização, cujos indicadores sofreram
abalos profundos com a pandemia. E em reação a todos os setores que
atuam com a educação, o governo também retomou a revisão do Novo Ensino
Médio.
Apesar dos sinais positivos, parece pouco diante das expectativas em
torno da reputação da equipe e também pelo tamanho dos desafios
educacionais. Nesse terreno, o histórico e as promessas se mostram
insuficientes. A velocidade de implantação tem deixado a desejar em
muitas de suas frentes anunciadas como prioritárias – é o caso das
escolas conectadas, que até o fim do ano estavam sem plano de
implementação. Há evidências de temores no Ministério ante as pressões
da base sindical petista, habituada a padrões antigos de gestão e adepta
de teorias conspiratórias sobre a influência privada na educação
pública. E mais: não parece haver um plano nítido de melhoria da gestão
escolar nem uma verdadeira obsessão com a aprendizagem, que poderia se
converter na grande marca do atual governo.
Se o MEC anunciou bons programas, houve atrasos na liberação de
recursos, indício de planejamento deficiente e anúncios prematuros. Se
lançou o estímulo à escola em tempo integral, deixou o Brasil ainda
carente de uma proposta ampla em favor da educação integral – que vai
muito além de aumentar o tempo dos alunos na escola, como mostra o
modelo adotado com sucesso em Pernambuco. Se trabalhou para corrigir os
problemas do Novo Ensino Médio, faltou uma proposta mais precisa sobre o
que espera da etapa que tem alguns dos piores indicadores do País. Se
abriu suas portas para mais diálogo, faltou habilidade política para
construir consensos no Congresso, o que vem criando barreiras na
tramitação da reforma. Se anunciou freios à farra dos cursos a
distância, deve uma proposta consistente e prioritária para uma das
grandes deficiências nacionais – a formação inicial de professores.
Enquanto isso, Lula da Silva segue padecendo de seu vício de origem: a
crença inabalável do poder do ensino superior e a aposta na expansão.
Seja nas universidades federais, seja nos institutos federais, o
presidente só parece enxergar a criação de unidades e expansão de vagas.
Mas deveria dedicar atenção especial ao aprimoramento da gestão e à
resolução dos problemas de eficiência, incluindo formas de contratação,
qualidade da produção de pesquisa e modelos de aproximação com o setor
privado.
Os avanços são tímidos e lentos, mas não está escrito nas estrelas
que o MEC de Camilo, Izolda e Lula entrará em espiral descendente ou só
terá pálidos resultados a mostrar no futuro próximo. Há competência
técnica e capacidade de diálogo e trabalho no Ministério, desde que não
esteja resignado ao ritmo lento de melhorias e não hesite em enfrentar
as resistências para implementar medidas mais inovadoras. É tempo de
mais audácia e sentido de urgência.
Afinal, qual o grande gargalo do Brasil na educação? Falta de
infraestrutura das escolas? Desigualdades regionais? A pobreza que
afasta alunos dos livros para trabalhar? Para Guiomar Namo de Mello,
doutora em Educação, integrante da Academia Paulista de Educação e
referência do País em formação de professores, o problema é
multifatorial e, por isso, requer soluções combinadas e foco na garantia
da aprendizagem. Em 12 de março, Guiomar se reuniu em São Paulo com
especialistas em educação e representantes do setor privado para
discutir propostas para o Plano Nacional de Educação (PNE), que será
revisto neste ano e renovado para mais uma década. Na opinião dela, o
governo federal tem feito propostas que sinalizam caminhos
interessantes, mas que, na prática, não deixam claro se há garantias de
qualidade da oferta. Um exemplo é o ensino de tempo integral. “Criamos
ensino integral porque tínhamos escola pela metade, mas dar o ruim duas
vezes não adianta”, diz.
Qual deve ser o foco para a educação nos próximos dez anos, período de escopo do PNE?
Pode parecer óbvio, mas o foco nos próximos dez anos deve ser
aprendizagem das crianças – a aprendizagem que está prevista, seja na
BNCC (Base Nacional Comum Curricular, documento do Ministério da
Educação que define o que deve ser aprendido em cada idade), seja nas
recomendações dos currículos estaduais, nos referenciais ou nos
currículos municipais. Cada sistema de ensino no Brasil tem elementos
que estabelecem o que é necessário que as crianças aprendam em cada ano,
em cada etapa da escolaridade básica. Esses elementos são subsídios,
uma plataforma que foi criada para beneficiar essas aprendizagens. O
problema é que não adianta estabelecer qual é a aprendizagem, nem saber
avaliar se essa aprendizagem está ou não acontecendo, se as crianças
estão, de fato, aprendendo. O professor, aliás, deve estar no centro
dessa política, junto ao diretor da escola. Um professor que trabalha em
três turnos e ganha pouco não terá tempo para pensar quais as
dificuldades e as necessidades de cada aluno, de cada turma. Já o
diretor tem um papel fundamental de gestão. Precisa ter carisma,
necessita de competência técnica e de treinamento em liderança.
Para além de valorizar o professor, o que é preciso mudar em sua formação para atingir esses objetivos de aprendizagem?
A formação é uma das coisas mais importantes – seja a inicial do
professor, que é o ensino superior, seja depois disso, na formação
continuada, quando ele ingressa na carreira. O ensino superior precisa
encontrar formas de ter um projeto integrado e coeso em relação à
formação de professores, para que não seja apenas um bacharelado e uma
licenciatura dentro de uma área específica. Quando o professor deixa a
faculdade, sai sabendo somente o conteúdo relacionado à área dele (como
Biologia ou Química). Mas precisamos ter professores que possam
transitar nas fronteiras das suas disciplinas e que possam estabelecer,
sem dispensar o núcleo importante e “duro” do conteúdo, temas
interdisciplinares que atendam às necessidades dos alunos. A segunda
coisa importantíssima é que se estabeleça um mecanismo de avaliação dos
cursos de ensino superior e formação de professores. Temos um processo
de avaliação que está agora com o MEC, mas esse processo tem de ser
revisto, porque entra em questões mais técnicas. A formação do professor
precisa ter dimensão prática desde o início, e não só na hora de fazer o
estágio. A terceira condição indispensável é que haja mecanismos para
financiar este professor, não apenas pagando a sua educação, mas também
dando a ele subsídio para que possa se manter enquanto estuda. As
pessoas que se formam em pedagogia no Brasil estão entre os alunos mais
pobres, os que fizeram os piores cursos de ensino médio e que tiraram as
piores notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Eles já têm uma
formação básica muito prejudicada e ainda precisam trabalhar para se
sustentar durante a graduação.
O que precisa ser aprimorado na primeira infância? Faltam investimentos?
Os dados de desenvolvimento humano na área da neurociência deixam
clara a importância da educação infantil, desde os anos iniciais até o
início do ensino fundamental. É um período crítico para o futuro do
desenvolvimento. Então, nós precisamos resolver o nosso problema de
alfabetização, de leitura e escrita formal, e, sem dúvida alguma, o
investimento na primeira infância vai ser importante agora. Mas
precisamos, antes de tudo, entender como usar esse investimento, que
tipo de projeto pedagógico tem de ser feito – até mesmo para pensar como
usar bem o dinheiro do investimento que já vem sendo feito. É preciso
entender que, independente dos desafios que temos, eles não podem servir
como justificativa para a não alfabetização. Nós precisamos aprender a
alfabetizar crianças ainda que elas venham de meios sociais adversos,
garantindo que, ao final de um percurso, terão seus direitos de
aprendizagem plenamente satisfeitos. Esse é o desafio.
E no ensino fundamental?
Acho que temos os primeiros quatro ou cinco anos do ensino
fundamental melhor resolvidos. O nosso problema tem sido essa faixa
etária do 6.º ao 9.º ano, até o início do ensino médio, onde existe uma
grande distorção idade-série (em decorrência das reprovações) e de
abandono da escola. Essa é a fase da puberdade, do início da
adolescência, uma fase com muitas características emocionais peculiares,
onde começam a aparecer transtornos e problemas como o bullying – e
também é a etapa que foi mais afetada pela pandemia, pela ausência de
escola. Por outro lado, a neurociência mostra que, por volta dos 14 e 15
anos, começa a se abrir uma nova janela de oportunidade neurológica de
capacidade de grande aprendizagem. É uma fase de constituição e
consolidação do pensamento operatório. Mas o que está acontecendo,
então? Provavelmente, uma grande desmotivação. Talvez tenha origem ainda
na pandemia, mas eu não sei até quando a gente vai poder usar a
pandemia como desculpa. É uma fase que precisa de um cuidado especial do
coordenador pedagógico. É importante ter na escola um grupo de apoio ao
professor, que ajude o professor a lidar com as situações, porque não é
fácil enfrentar uma classe de 32 pré-adolescentes, né?
O ensino integral é uma boa ferramenta para alavancar a aprendizagem?
Isso é uma coisa e nós fizemos de um jeito tão complicado… No mundo
inteiro, as escolas não são de tempo integral. Nós criamos o ensino
integral porque tínhamos uma escola pela metade. Achamos que, colocando
outra parte, juntando as duas, dava uma escola integral (no sentido de
educação completa). Mas isso não é necessariamente verdade. Não vamos
esquecer que se você dá duas vezes uma coisa ruim, não adianta nada.
Quando você pensa em ampliar o tempo que a criança fica na escola,
precisa pensar numa forma realmente integrada de permanência. E isso
envolve um projeto pedagógico específico, uma gestão curricular e
preparação de professores própria para essa escola em tempo integral. A
gente funcionou bem por muito tempo com escolas em meio período,
sobretudo em algumas áreas que, digamos, são mais bem situadas. Não é o
tempo na escola que define a qualidade. Sempre que pensamos na escola em
tempo integral, ela se torna também um lugar de permanência e de
proteção da criança. Se ela vive em ambientes de risco, a escola tem
mesmo este papel de cuidado e de proteção. Podemos até ter a escola
integral, desde que a gente conte com um projeto pedagógico coerente que
dê conta desta permanência em tempo integral. Um valor importante,
independentemente de quanto tempo a criança vai ficar na escola, é que
ela tenha uma formação que atenda tanto ao desenvolvimento intelectual e
cognitivo quanto ao físico e o social, para que ela saiba lidar com
situações e tenha, enfim, um caráter de resiliência e de autonomia. Esse
é um objetivo de formação integral.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e há décadas cresce
abaixo da média das grandes economias em desenvolvimento. Entre as
alavancas que levaram ao espetacular crescimento da China nas últimas
décadas e estão impulsionando a Índia agora, duas são cruciais: o bônus
demográfico (a predominância da população ativa sobre a inativa) e a
urbanização (a transferência de trabalhadores do campo para o chão de
fábrica). Essas alavancas já não são uma opção para o Brasil: o País já
foi amplamente urbanizado e é uma das sociedades que envelhecem mais
rapidamente no mundo. Para elevar o padrão de vida e reduzir a
desigualdade, a única alavanca que resta é acelerar o crescimento da
produtividade – mas essa alavanca parece cronicamente emperrada.
Um levantamento da literatura científica sobre a produtividade no
Brasil preparado para o Banco Mundial pelo pesquisador da FGV Fernando
Veloso mostra que na redemocratização, ao mesmo tempo que o Brasil
progrediu na conquista de estabilidade macroeconômica e em reformas nos
mercados de produtos e insumos, a perpetuação e introdução de distorções
competitivas reduziu a eficiência e prejudicou o crescimento da
produtividade. O problema é sistêmico. O ambiente de negócios
desestimula a competição e induz a má alocação de recursos. Empresas
produtivas crescem pouco e as ineficientes permanecem no mercado, às
vezes como zumbis.
O levantamento evidencia deficiências em fatores como escolaridade,
gestão empresarial, sistema judicial ou informalidade que também
reduziram o impacto das reformas. Mas particularmente relevantes são os
retrocessos causados por políticas econômicas retrógradas. O modelo de
desenvolvimento baseado na intervenção estatal e no protecionismo à
indústria da era Vargas e da ditadura militar segue em grande medida
presente e, junto com reformas como a liberalização do comércio e
melhorias nas garantias de crédito, foram perpetuados ou criados novos
subsídios, isenções e proteções comerciais para favorecer grupos de
interesse oligárquicos. O resultado é uma trajetória claudicante, em
que, na melhor das hipóteses, a política econômica nacional dá dois
passos à frente e um atrás, mas, com exasperante frequência, da um à
frente e dois atrás.
Os últimos anos exemplificam essa ciclotimia. Reformas importantes
foram aprovadas, como a trabalhista e a da Previdência, a autonomia do
Banco Central ou marcos de infraestrutura, como o do saneamento e o das
ferrovias. O atual governo teve papel relevante ao apoiar a aprovação no
Congresso da reforma tributária, que mitigará distorções alocativas,
custos tributários, guerras fiscais ou a cumulatividade dos impostos. O
marco de garantias robusteceu a segurança jurídica no mercado de crédito
e tende a baixar o custo do capital.
Ao mesmo tempo, fiel aos seus dogmas estatistas, o mesmo governo
tenta reverter ou flexibilizar marcos regulatórios para satisfazer suas
ambições intervencionistas. Sua nova política industrial já nasceu velha
e é um retrocesso em várias dimensões. Ao enfatizar o conteúdo local e a
inovação nacional em detrimento da absorção de inovações da fronteira
tecnológica, ela vai na direção contrária à liberalização dos anos 90,
que, ao facilitar a importação de máquinas e equipamentos, deu impulso à
produtividade. O pacote de incentivos sem metas claras, monitoramento e
avaliação de impacto tende a reforçar a má alocação de recursos e a
perpetuar políticas ineficazes que protegem empresas improdutivas,
freiam as produtivas e obliteram inovações.
Para usar outra imagem, a economia brasileira é uma barca furada. Por
vezes os governos se esforçam com sofreguidão para jogar a água para
fora, dando uma ilusão de aceleração, mas em geral são ineficazes para
tapar os buracos e com demasiada frequência introduzem outros. E assim o
Brasil vai ficando para trás.
Para destravar a alavanca da produtividade, a condição sine qua non é uma injeção de qualidade no poder público. Ou seja, em última instância, o crescimento sustentável está nas mãos do eleitor.
O 1º de abril é conhecido popularmente como o Dia da Mentira, uma
data que é sinônimo de brincadeiras e pegadinhas. Embora seja uma
celebração inofensiva, no contexto corporativo é fundamental deixar as
“mentirinhas” de lado, especialmente durante um processo seletivo.
Segundo a última edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), mais
de 69% dos recrutadores participantes admitiram ter eliminado candidatos
por conta de inconsistências ou falsificações em seus currículos.
A detecção de uma falsidade no currículo lança incertezas sobre a
credibilidade do candidato como um todo e compromete a confiança na
capacidade de avaliá-lo de forma precisa.
Quando questionados sobre as áreas nas quais identificaram mais
inconsistências, os recrutadores apontaram que as habilidades técnicas e
a experiência profissional são as mais frequentemente alteradas. A
seguir, conheça as mentiras mais comuns no momento da elaboração do
currículo e fuja delas:
1- Habilidades técnicas: mais da metade dos
recrutadores (50,89%) identificaram candidatos que exageraram suas
habilidades técnicas ou conhecimentos específicos;
2- Experiência profissional: 48,13% dos recrutadores
relataram encontrar falsificações relacionadas a cargos anteriores,
chegando até a fabricar experiências profissionais em alguns casos;
3- Proficiência em idiomas: 32,68% dos recrutadores descobriu que os candidatos inflaram suas habilidades linguísticas;
4- Saídas de empregos anteriores: ocultar ou
distorcer informações sobre experiências passadas, principalmente sobre o
motivo da saída, já foi o motivo de eliminação para 29,92% dos
recrutadores;
5- Histórico educacional não verificado: 26,18% dos recrutadores já se depararam com candidatos que mentiram sobre seu histórico educacional.
Além das top 5, outros tipos de inconsistências destacados foram:
conquistas pessoais ou profissionais inflacionadas (21,30%), períodos de
emprego omitidos ou falsamente relatados (20,98%) e falsas alegações
sobre participação em projetos significativos (18,86%).
“Embora possa parecer uma ‘tática’ para obter destaque frente a
outros profissionais, recorrer à mentira no currículo jamais é uma
escolha sensata. Já vi profissionais de diferentes níveis hierárquicos
perderem a vaga e a credibilidade por tentar iludir o recrutador. A
melhor abordagem é investir na própria capacitação e aprimoramento
profissional para garantir as competências exigidas para as vagas
desejadas. E no caso da falta de um ou outro requisito, a honestidade e a
sinceridade também somam bons pontos”, afirma Fernando Mantovani,
diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.
A 27ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela
empresa com 387 respondentes para cada uma das três categorias
(empregados permanentes, desempregados e recrutadores), distribuídos
regionalmente e proporcionalmente pelo Brasil, de acordo com os dados do
mercado de trabalho coletados na Pnad.
WASHINGTON – Muitos americanos estão de mau humor em relação à economia por um motivo principal: os preços parecem muito altos.
Talvez não estejam subindo tão rapidamente como costumavam, mas os
preços médios ainda estão dolorosamente acima do que estavam há três
anos. E, em sua maioria, estão subindo ainda mais.
Considere uma garrafa de dois litros de refrigerante: em fevereiro de 2021, antes que a inflação começasse
a aumentar, custava em média US$ 1,67 nos supermercados de todo o país.
Três anos depois? Essa garrafa está sendo vendida por US$ 2,25 – um
aumento de 35%.
Ou os preços dos ovos. Eles dispararam em 2022 e depois caíram
novamente. No entanto, ainda estão 43% mais altos do que estavam há três
anos.
Da mesma forma, o preço médio de um carro usado: disparou de cerca de
US$ 23 mil em fevereiro de 2021 para US$ 31 mil em abril de 2022. No
mês passado, a média estava em US$ 26,8 mil. Mas isso ainda representa
um aumento de 16% desde fevereiro de 2021.
Não seria ótimo se os preços realmente caíssem – o que os economistas chamam de deflação?
Quem não gostaria de voltar aos dias antes de a economia sair
rapidamente da recessão da pandemia e jogar os preços às alturas?
Pelo menos os preços estão subindo mais lentamente agora – o que é
chamado de desinflação. Na sexta-feira, por exemplo, o governo disse que
um índice de preços-chave subiu 0,3% em fevereiro, abaixo do aumento de
0,4% em janeiro. E em comparação com o ano anterior, os preços subiram
2,5%, muito abaixo do pico de 7,1% no meio de 2022.
Mas essas melhorias incrementais dificilmente são suficientes para
agradar o público, cujo descontentamento com os preços representa um
risco para a campanha de reeleição do presidente Joe Biden.
“A maioria dos americanos não está apenas procurando desinflação”,
disse Lisa Cook, membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve
(Fed, o banco central americano), no ano passado. “Eles estão procurando
deflação. Eles querem que esses preços voltem ao que eram antes da
pandemia.”
Muitos economistas, no entanto, advertem que os consumidores devem
ter cuidado com o que desejam. A queda dos preços em toda a economia, na
verdade, não seria um sinal saudável.
“Há”, adverte o Banco da Inglaterra, “mais consequências da queda de preços do que se pensa.”
O que poderia ser tão ruim se houvesse uma queda de preços?
O que é deflação?
Deflação é uma queda generalizada e sustentada nos preços em toda a
economia. Quedas esporádicas mês a mês nos preços ao consumidor não
contam. Os Estados Unidos não veem uma deflação genuína desde a Grande
Depressão dos anos 1930.
O Japão experimentou um episódio de deflação muito mais recente. Está
apenas agora emergindo de décadas de preços em queda que começaram com o
colapso de seus mercados imobiliário e financeiro no início dos anos
1990.
O que há de errado com a deflação?
“Embora preços mais baixos possam parecer uma coisa boa”, diz o Banco
de España, o banco central espanhol, em seu site, “a deflação pode, na
verdade, ser altamente prejudicial para a economia.”
Por quê? Principalmente porque a queda nos preços tende a
desencorajar os consumidores a gastar. Por que comprar agora, afinal, se
você pode adquirir o que deseja – carros, móveis, eletrodomésticos,
férias – a um preço mais baixo mais tarde?
A realidade é que a saúde da economia depende de compras constantes
pelos consumidores. Nos Estados Unidos, os gastos das famílias
representam cerca de 70% de toda a economia. Se os consumidores
recuassem, em massa, para esperar preços mais baixos, as empresas
enfrentariam uma pressão intensa para reduzir os preços ainda mais para
tentar impulsionar as vendas.
Enquanto isso, os empregadores poderiam ter de demitir funcionários
ou reduzir salários – ou ambos. Pessoas desempregadas, é claro, são
ainda menos propensas a gastar, então os preços provavelmente
continuariam a cair. Tudo isso corre o risco de desencadear uma “espiral
deflacionária” de cortes de preços, demissões, mais cortes de preços,
mais demissões. E assim por diante. Uma nova recessão poderia seguir.
Foi para evitar esse tipo de problema econômico que o Banco do Japão
recorreu a taxas de juros negativas em 2016 e que o Fed manteve as taxas
nos Estados Unidos perto de zero por sete anos consecutivos durante e
após a Grande Recessão de 2007-2009.
A deflação exerce outro efeito doloroso também: prejudica os
mutuários tornando seus empréstimos ajustados pela inflação mais caros.
A deflação tem algum benefício?
É certo que os americanos podem fazer seus salários renderem mais
quando os preços estão caindo. Se os preços dos alimentos ou da gasolina
caíssem, os consumidores certamente achariam menos doloroso pagar por
mantimentos – desde que permanecessem empregados.
Alguns economistas até questionam a noção de que a deflação
representa uma séria ameaça econômica. Em 2015, pesquisadores do Banco
de Compensações Internacionais, um fórum para os bancos centrais do
mundo, revisaram 140 anos de episódios deflacionários em 38 economias e
chegaram a esta conclusão: a correlação entre queda dos preços e
retração econômica “é fraca e deriva principalmente da Grande
Depressão”.
Mas a exceção foi marcante: de 1929 a 1933, a produção econômica dos
EUA despencou um terço, os preços caíram um quarto e a taxa de
desemprego disparou de 3% para devastadores 25%.
Os pesquisadores do banco disseram que o maior risco econômico não
vinha do recuo nos preços de bens e serviços, mas sim de uma queda livre
no preço de ativos – ações, títulos e imóveis. Esses ativos em colapso,
por sua vez, podem derrubar bancos que detêm investimentos em declínio
ou que fizeram empréstimos a incorporadoras e compradores de imóveis em
dificuldades.
Os bancos danificados podem, então, cortar o crédito – o sangue vital da economia mais ampla.
O resultado provável? Uma recessão dolorosa.
Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de
Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba
mais emnossa Política de IA.
Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria
Já ouviu falar em mentor de carreira? Figura muitas vezes
subestimada, é um conselheiro experiente e confiável que oferece sua
sabedoria, conhecimento e vivência para o desenvolvimento de um jovem
profissional. Não se trata apenas de um guia ou de um professor, mas de
um colaborador que entende as nuances do ambiente corporativo e que está
disposto a compartilhar seus insights valiosos.
É capaz de trazer orientação e sabedoria para jovens profissionais,
especialmente aqueles pertencentes à Geração Z. Sua relevância é
inquestionável no desenvolvimento de carreiras bem-sucedidas.
Para mim, a mentoria transcende a transferência de conhecimentos; é
uma jornada compartilhada, em que mentor e mentorado crescem juntos,
enfrentando desafios e celebrando sucessos.
A importância do(a) mentor(a) na carreira
A jornada profissional é repleta de desafios, decisões complexas e,
muitas vezes, momentos de incerteza. Neste contexto, o mentor pode
ajudar na oferta de orientação e suporte, o que pode clarear, por
exemplo, processos importantes de tomadas de decisões. Em minha
carreira, a orientação de mentores foi instrumental, pois me permitiu
vislumbrar possibilidades que eu, sozinho, poderia não ter percebido.
Ter um mentor também é um antídoto para angústias e ansiedades, que
muitas vezes acompanham os primeiros passos em qualquer carreira. Na era
digital, onde a informação é abundante e as expectativas são altas, os
jovens profissionais podem se sentir sobrecarregados pelas opções e
pressões. Um mentor, com sua experiência e perspectiva, pode oferecer
clareza, reduzindo a cacofonia de conselhos conflitantes e ajudando a
traçar um caminho claro e objetivo. No meu caso, lembro-me das vezes em
que a orientação do meu mentor dissipou as nuvens de dúvida,
permitindo-me enxergar além dos obstáculos imediatos.
A história está repleta de exemplos de mentores famosos e seus
discípulos, ilustrando a profundidade do impacto que essa relação pode
ter. De Sócrates orientando Platão na antiga Grécia a Steve Jobs
moldando a visão futurística de Mark Zuckerberg, essas parcerias provam
que um mentor habilidoso pode elevar um talento bruto a alturas
inimagináveis.
Esses mentores não apenas transmitiram conhecimento; eles desafiaram,
provocaram e, acima de tudo, acreditaram no potencial inexplorado de
seus pupilos. Homens e mulheres de sucesso frequentemente atribuem suas
conquistas ao suporte, insights e à fé que seus mentores depositaram
neles, uma dívida inestimável que muitas vezes procuram honrar,
tornando-se mentores para próximas gerações.
Como encontrar o seu mentor(a)?
Encontrar um mentor pode parecer uma tarefa desafiadora, mas é um
processo mais acessível do que muitos imaginam. O primeiro passo é
identificar o que você busca em uma mentoria:
● Aprimorar habilidades específicas?
● Ganhar insights sobre uma indústria?
● Desenvolver uma visão estratégica para sua carreira?
Com esses questionamentos em mente, comece a procurar profissionais
que não apenas possuam a experiência desejada, mas também demonstrem um
comprometimento genuíno com o desenvolvimento de outras pessoas. Redes
profissionais, eventos do setor e até plataformas de mídia social, como
LinkedIn, são excelentes locais para iniciar sua busca. Em minha
jornada, percebi que o mentor ideal é alguém cujos valores e estilo de
liderança ressoam com os meus próprios.
Uma vez que um potencial mentor é identificado, o próximo passo é
abordá-lo de maneira respeitosa e profissional. É crucial ser claro
sobre suas intenções e o que espera da mentoria. Lembre-se de que essa é
uma via de mão dupla; pense também em como pode agregar valor ao seu
mentor. Durante minha carreira, tive a honra de ser tanto aprendiz
quanto mentor, e percebi que as relações mais frutíferas são aquelas
onde ambas as partes se sentem engajadas e valorizadas.
No Desafio Unicamp, por exemplo, criamos uma rede de mentores com o
apoio de toda a comunidade Unicamp Ventures, formada por empreendedores
que tinham vínculo com a universidade. Essa rede foi fundamental para
ajudar os alunos no desafio de criarem uma empresa de base tecnológica a
partir de tecnologia protegida pela Universidade.
Como funciona o processo de mentoria?
Criar um processo de mentoria eficaz é vital para o sucesso dessa
relação. Isso envolve estabelecer metas claras, definir expectativas e
manter uma comunicação regular. Uma abordagem estruturada, com reuniões
periódicas e objetivos de curto e longo prazo, pode maximizar o
aprendizado e o crescimento.
Além disso, é essencial manter a flexibilidade, pois as necessidades e
circunstâncias podem mudar ao longo do tempo. A transparência e a
honestidade são cruciais; um mentor deve ser capaz de oferecer feedback
construtivo, enquanto o aprendiz deve estar aberto a receber e agir de
acordo com essas orientações.
A relação mentor-aprendiz, baseada em respeito mútuo, comprometimento
e troca de experiências, é mais do que uma parceria; é um pacto que
nutre talentos e molda os líderes do futuro. Como jovens profissionais
da geração Z, encorajo-os a buscar esses relacionamentos enriquecedores
e, como mentores experientes, convido-os a compartilhar sua sabedoria.
Juntos, podemos construir um futuro brilhante e mais bem preparado para
os desafios que estão por vir.
Sabe o que eu mais vejo no mercado?
Junior Borneli — StartSe
Testemunho:
Que empresários existem aos montes, mas poucos são empreendedores.
Simplesmente porque um empreendedor se forja em meio a desafios.
E eu tiro isso pela minha própria história.
Eu nasci no interior de Minas Gerais. Numa cidade de apenas 13 mil habitantes.
E como toda cidade do interior, as opções de lá eram bem limitadas
Eu sempre senti que poderia ir além, nunca consegui saber como.
Então trabalhei numa universidade por 10 anos.
Sem propósito, sem objetivo, apenas fornecendo o necessário pra minha esposa e filho.
Até que um eu cheguei em casa e vi que a minha energia elétrica havia sido cortada.
E eu digo que esse foi o pior e o melhor dia da minha vida.
Porque foi aí que a ficha caiu.
Que eu entendi que precisava fazer algo e que só o empreendedorismo poderia me tirar daquele lugar.
Que custe o que custasse, eu NUNCA MAIS me encontraria naquela situação novamente
Esse foi o gatilho que despertou o que eu chamo de atitude empreendedora.
A voz que diz lá dentro que “você pode mais”.
Como despertar sua atitude empreendedora e impactar positivamente seus projetos com isso.
Espírito empreendedor: 8 dicas matadoras para despertar o seu
Janu França
Um empreendedor de sucesso não nasce pronto, ele se molda.
Compartilhamos neste artigo 8 habilidades fundamentais para você atingir
seus objetivos.
Qualquer realização começa na mente. E empreendedores são,
normalmente, aqueles que têm a capacidade de colocar suas ideias em
prática e fazer acontecer. Algumas pessoas já nascem com esse espírito,
né? Outras nem tanto. Mas não se engane, isso pode ser trabalhado e
desenvolvido.
É fundamental desenvolver – ou aprimorar – esse perfil realizador
para quem quer abrir uma empresa e fazer ela crescer. O sucesso
empresarial está diretamente ligado à reunião de um grupo de
características e habilidades que tornam uma mente mais atenta para
aspectos essenciais de um negócio.
Confira nossas dicas de como despertar este espírito em você!
1 Tenha autoconfiança
“Autoconfiança é muito importante para alcançar o sucesso. E para se tornar confiante, é importante estar preparado.”
Arthur Ashe, tenista
Todo bom empreendedor confia em si mesmo. É preciso acreditar em suas
ideias e visão de negócio para colocá-las em prática e fazer com que
elas prosperem. Por isso, não se limite a pensar no que pode ou não
fazer, acredite em você e no seu sucesso. Isso irá te impulsionar.
2 Trabalhe sua mente
“Persiga um ideal, não o dinheiro. O dinheiro vai acabar indo atrás de você.”
Tony Hsieh, empreendedor
Quem tem um espírito empreendedor persegue as oportunidades quando as
encontra. E para reconhecer essas oportunidades é preciso que você
possua a mentalidade certa, quando você tem uma percepção incorreta, seu
espírito empreendedor não se desenvolve.
Alimente uma atitude positiva e encare as barreiras e os pequenos
fracassos como aprendizado, que preparam você para tentar novamente.
3 Desenvolva senso crítico
“Você deve lutar mais de uma batalha para se tornar um vencedor.”
Margaret Thatcher, política
Trabalhe seu senso crítico diariamente, ele será extremamente
necessário para que você desenvolva seus projetos da melhor maneira
possível. Sempre analise e reflita sobre todos os aspectos do projeto,
se não ficar satisfeito com algo, repense e refaça.
Crie a capacidade de você mesmo avaliar suas ideias e a forma como realiza cada etapa.
4 Planeje suas metas e as cumpra
“Todas as diretrizes são resultado de um planejamento e todo planejamento é resultado de sonhos.”
Flávio Augusto, empreendedor
Para alcançar seus objetivos você precisa saber exatamente onde
deseja chegar. Por isso trace suas metas e planeje bem suas estratégias,
ter um espírito empreendedor tem a ver com a capacidade de planejar e
ter disciplina, por isso trabalhe essas habilidades.
Estabelecer metas ajuda a alimentar seu espírito empreendedor, mas
elas precisam ser realistas, palpáveis e mensuráveis. Obedecendo a esses
pontos você poderá traçar objetivos de curto e longo prazo.
#DicaConsolide: não deixe de conhecer a história do grande erro do super empresário Flávio Augusto.
5 Tenha atitude
“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.”
Martin Luther King, pastor e ativista político
Não adianta ter boas ideias, planejar estratégias, traçar metas e não
ter atitude para executá-las. Para realizar seus sonhos e alcançar o
sucesso desejado, é necessário agir. Ter um espírito empreendedor não
tem a ver com ideias e planejamento, e sim em possuir a capacidade e a
motivação para executar.
A melhor maneira de despertar e alimentar seu espírito empreendedor é
colocar algo em prática. Os desafios de um negócio e seus processos vão
fazer com que esse espírito se manifeste. Por isso, ao identificar sua
ambição no mundo empresarial e o mercado onde deseja atuar, não perca
tempo e parta para a ação.
6 Tenha ambições realistas
“Faça o que você puder, onde você está e com o que você tem.”
Theodore Roosevelt, ex-presidente EUA
Tenha ambições que estejam ao seu alcance, não adianta tentar
resolver problemas que estão fora do seu controle ou tentar atingir
alguns objetivos cedo demais. Faça planos e trace metas que façam
sentido para o seu projeto, utilizando seu senso crítico para definir se
são plausíveis e alcançáveis naquele momento.
7 Seja criativo
“Criatividade é inteligência, divertindo-se.”
Albert Einstein, físico
A criatividade é essencial para qualquer empreendedor, desde a
concepção de um novo negócio até a hora de desenvolver soluções e
estratégias dentro da empresa. Todo mundo tem certo nível de
criatividade, por isso se você deseja ser um empreendedor trabalhe
sempre sua criatividade para mantê-la ativa.
8 Desenvolva habilidades de liderança
“O melhor líder não é necessariamente aquele que faz as melhores
coisas. Ele é aquele que faz com que pessoas realizem as melhores
coisas.”
Ronald Reagan, ex-presidente EUA
É muito importante que um empreendedor tenha habilidades de
liderança, para conduzir seu projeto e delegar quando necessário. Além
disso, é preciso saber tomar as próprias decisões e fazer com que outros
acreditem em seu projeto.
Também é essencial que você saiba conduzir as pessoas pelo caminho que você deseja trilhar.
Pronto para despertar seu espírito empreendedor? Então comece logo a colocar essas dicas em prática.
NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!
COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS COM SUCESSO
NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER PROPAGANDA DAS
EMPRESAS DO VALE DO AÇO.
O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são
fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de
sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e
nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de
nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão
de existir.
E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através
do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves”
das empresas da região para incrementar as suas vendas.
Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das
mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento,
desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas
nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa
fórmula.
Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da
VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos
produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos
nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e
público.
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos compublicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para asmarcas
exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade evolume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
O Site desenvolvido pela Startup Valeon,
focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para
resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser
mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três
anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado
com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a
rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente,
antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução
para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso,
pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à
frente.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.