Liberdade de expressão não é o problema do mundo atual; leia análise
O discurso público já foi regulado por um pequeno grupo de gigantes da tecnologia
Por Pedro Doria – Jornal Estadão
O bolsonarismo não está mais no poder. O risco de um golpe de Estado
passou. Precisamos aproveitar o momento de estabilidade democrática para
discutir a sério a questão da liberdade de expressão.
Faz parte do alicerce de qualquer democracia dar espaço muito, muito
amplo para o debate. Não quer dizer que não existam limites. A Alemanha
impõe limites ao nazismo — e defendem estes limites com sua própria
história. Esta conversa sobre o que, como sociedade, toleramos que seja
dito ou não volta à tona conforme tornamos a falar de regular as redes sociais.
E, no entanto, talvez seja uma conversa deslocada. Talvez o problema
que as redes criam não esteja no que pode ser dito ou não. Após 21 anos
de uma ditadura horrorosa, quando celebramos a promulgação da
Constituição de 1988, poucas coisas foram mais festejadas do que o
artigo 5º, inciso IV, parágrafo IV. “É livre a manifestação do
pensamento, sendo vedado o anonimato”
Discurso público foi tomado por algoritmos de redes sociais Foto: Daniel Teixeira/Estadão
O que, afinal, mudou com as redes sociais? Antes de a comunicação se
concentrar nas redes, ela ocorria numa internet descentralizada. O
conteúdo não chegava a nós, nós íamos a ele. Escolhíamos os blogs que
queríamos ler, os sites noticiosos. Ainda antes, no mundo analógico,
cada grande cidade tinha dois jornais, umas cinco rádios importantes,
mais quatro ou cinco canais de TV com muita programação local. A
primeira mudança é que recebemos boa parte de nossa informação por redes
concentradas em três grandes companhias — Meta (Face e Instagram), Google (YouTube) e ByteDance (TikTok). Há outras três redes bastante menores — X, Snapchat e Kwai.
É um trust global. Em todas as democracias estamos nos informando por
meio das mesmas três companhias que faturam num dia mais do que alguns
países.
A segunda mudança é que não escolhemos o que vamos ler. Programas baseados em inteligência artificial (IA) escolhem
o que leremos. Pela primeira vez na história das democracias, perdemos o
poder de escolha sobre a informação que consumiremos. E o algoritmo usa
dois critérios. Um que nos agrupa por aqueles interesses comuns. Outro
que oferece conteúdo que mobiliza nossas emoções de forma mais intensa.
Ou seja, convivemos com pessoas que pensam como nós e estamos
constantemente mobilizados a agir contra os que são diferentes.
Algoritmos cuidadosamente desenvolvidos para exibirem propaganda,
escolhem quem tem voz e quem não tem no debate público. Se estamos
expostos a mais ideias radicais, se estamos brigando mais, se estamos
mais intolerantes, tudo se concentra neste ponto. As ideias radicais já
existiam e não havia necessidade de censura. Porque as ignorávamos
coletivamente. O algoritmo as impulsiona.
O discurso público já foi regulado. Foi regulado por um trust privado
sem que tenhamos sido consultados. O problema não está na liberdade de
expressão. Está na perda da liberdade coletiva de escolher quem é
ouvido.
*Hugo Godinho – CEO na Dialog, HR Tech líder em Comunicação Interna e Engajamento no Brasil.
ESG concept as the environmental and social governance with businessman
À medida que um novo ano se aproxima, o cenário empresarial continua a
evoluir em resposta às lições aprendidas e aos desafios superados.
Tendências emergentes estão delineando o futuro das empresas, desde a
crescente importância das práticas de ESG (Ambiental, Social e
Governança) até a transformação digital e a mudança na estrutura do
trabalho. Este é um momento crítico para as organizações se posicionarem
estrategicamente, considerando o aprendizado contínuo de um ambiente
empresarial dinâmico.
A crescente conscientização a respeito de pautas ESG molda o panorama
empresarial. Empresas estão cada vez mais reconhecendo que o sucesso a
longo prazo está intrinsecamente ligado ao compromisso com práticas
sustentáveis. Em 2024, espera-se que essa temática não seja apenas uma
consideração secundária, mas um elemento fundamental nas estratégias
corporativas. Afinal, organizações que adotam e comunicam de maneira
eficaz suas iniciativas passam a estabelecer também conexões mais
profundas com clientes e talentos.
Já a estrutura tradicional do trabalho passou por uma revolução
significativa. O modelo remoto e os arranjos híbridos se estabeleceram
como norma em muitas organizações. A capacidade de gerenciar equipes
distantes, promover a colaboração digital e manter um equilíbrio
saudável entre vida pessoal e profissional continuará tendo destaque no
próximo ano.
Abaixo, listo 5 estratégias que as empresas devem considerar se quiserem prosperar em 2024. Confira:
1. Comunicação Interna inteligente
Essa é a espinha dorsal de qualquer organização bem-sucedida. É
essencial manter os colaboradores informados, engajados e conectados,
independentemente de onde estejam. No próximo ano, priorizar estratégias
de Comunicação Interna buscando cada vez mais sua efetividade, por meio
de plataformas digitais e ferramentas interativas, será fundamental
para garantir que as equipes estejam na mesma página.
Trata-se da principal solução de uma plataforma multicanal ao
integrar diferentes tipos de comunicação (texto, vídeo, áudio),
ferramentas e dados. A CI inteligente possui foco na comunicação
multidirecional e no conteúdo personalizado e segmentado, promovendo
feedback, engajamento, assim como treinamento e suporte.
2. Experiência do colaborador e dados com foco na otimização da eficiência operacional
Criar experiências personalizadas por meio da Comunicação interna,
impulsionada por dados e projetada para alcançá-los em seu canal
preferido, é essencial para criar momentos inesquecíveis na jornada do
colaborador. O maior desafio da Comunicação Interna e dos profissionais
de RH é usar a tecnologia para reforçar as conexões entre os
colaboradores.
3. Integração da IA generativa
A Inteligência Artificial melhora a Comunicação Interna nas empresas
por meio da personalização de conteúdo, automatização de tarefas
rotineiras e geração de materiais dinâmicos. Ela analisa os sentimentos
dos funcionários para otimizar a satisfação no trabalho e ainda oferece
suporte multilíngue, aumentando a eficiência em organizações globais.
Além disso, a IA estimula a inovação e assegura a conformidade das
comunicações, adaptando-se ao crescimento da empresa.
4. Mitigação dos efeitos da sobrecarga digital
É necessário mover esforços para criar ambientes de trabalho que
promovam a saúde mental, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e
a resiliência. Os colaboradores são o ativo mais valioso de uma
empresa. Cuidar da saúde e do bem-estar deles não é apenas uma
responsabilidade ética, mas também uma estratégia de negócio
inteligente.
5. Acessibilidade e sustentabilidade corporativa
Integrar esses dois elementos pode não só melhorar a eficiência e
eficácia da Comunicação Interna, mas também fortalecer a cultura
corporativa e a responsabilidade social. Isso resulta em uma força de
trabalho mais unida, engajada e alinhada com os valores da empresa. Isso
reforça a promoção de valores sustentáveis e a melhoria na imagem
corporativa.
20 coisas que eu gostaria de saber aos 20 anos (mas tive que aprender sozinho)
“Espírito primeiro. Porque isso é o mais importante. Não é o quão bem
você pode executar ou quanto dinheiro você pode ganhar. Mas se você não
é o ser humano que deveria ser, você não está fazendo isso
corretamente.” — Gladys Knight.
Uma jovem cliente que estava terminando sua terapia tinha um pedido final.
Ela queria alguns conselhos genéricos de vida: que tal 20 coisas para 2020? ela disse, lançando um desafio.
Eu não tive que pensar sobre isso por muito tempo. Quanto mais velho
você fica, mais você vê, mais você erra, mais você tem a dizer.
MAS…
Quanto mais medo você tem de dizer isso, porque sabe que não existe
uma estratégia de tamanho único para a vida – que cada um de nós precisa
seguir seu próprio caminho.
Ainda assim, eu estava pronto para o desafio. Aqui estão algumas coisas para ponderar.
20 coisas que eu gostaria de ter sabido nos meus vinte anos
1. Bons amigos valem ouro.
Ao longo da vida, apenas algumas pessoas realmente “pegarão” você. E
alguns deles também não ficarão por aqui. Portanto, cuide de quem o faz.
Mas também vale a pena saber que a amizade (e o amor) se desenvolve em
lugares surpreendentes, em todas as idades e fases. Fique aberto a isso.
2. Ninguém se importa com o que você faz da sua vida.
Bem, alguns fazem um pouco – espero que isso inclua seus pais. Mas a
maioria das pessoas está muito ocupada trilhando seus próprios caminhos
para se preocupar com o que você está fazendo no seu. No final, até seus
pais só querem que você seja feliz e autossuficiente. Aponte para isso.
3. A paixão por hambúrgueres com queijo e batatas fritas tem consequências.
Apenas dizendo.
4. A vida não dura para sempre.
Certa vez, tive um colega de apartamento cujo resumo da experiência
humana era o seguinte: “você nasce, vive um pouco e depois morre”. Achei
que ele era um Bisonho; Acontece que ele estava certo. Espero que você
tenha um longo intervalo entre o começo e o fim. Mas nenhum de nós sabe o
que está por vir. Use bem o seu tempo.
5. Nem o planeta.
Você não pode salvar tudo sozinho, mas pode fazer a sua parte.
6. A vida às vezes é entediante – precisa ser.
Tente viver em altas rotações 24 horas por dia, 7 dias por semana, e
você saberá o que quero dizer. Tempo de inatividade, manchas planas,
tédio – como você quiser chamar – é necessário para recuperar e
recarregar, pensar e criar – e fazer mudanças.
O tédio crônico é um problema, portanto, se você se encontrar lá, faça tudo o que puder para mudá-lo.
7. Sua saúde mental é um trabalho em andamento.
Humores e emoções não são consistentes. É mais difícil do que você
pensa ficar em um bom espaço mentalmente. Haverá altos e baixos, dias
bons e ruins, então você precisa aprender ferramentas e estratégias para
lidar com ambos. E você precisa continuar usando-os.
8. Assim como sua saúde física.
Os corpos também não se cuidam. Eles brincam, ficam doentes, precisam
de remédios, exames de saúde e manutenção regular. Quanto mais velho
você fica, mais alto “use-o ou perca-o” soa em seus ouvidos. Quanto mais
cedo você prestar atenção nisso, melhor.
9. Mentiras são corredores rápidos.
Uma vez ouvi dizer: uma mentira pode dar meia volta ao mundo antes
mesmo de a verdade calçar seus sapatos de salto alto. É verdade. As
mentiras se espalham rapidamente – e machucam. Pense nisso por um tempo.
10. Você precisa usar tanto as mãos quanto a cabeça.
Passar muito tempo em sua cabeça o deixará louco – e fará de você um
insone. Fazer coisas é a melhor maneira de combatê-lo – tira você da
cabeça e o leva para o corpo. Isso é bom pra você.
11. A maioria das pessoas está fazendo o melhor que pode. Mas alguns não são.
Verdadeiramente, a maioria das pessoas está se esforçando com o que
tem. A maioria das pessoas quer ser um ser humano bom, gentil e que
contribui. Algumas pessoas são idiotas, e mesmo que tenham uma razão
válida para isso, você precisa ficar longe delas.
12. Poder regular tudo é tudo.
Comida, álcool, substâncias, pornografia/sexo, humores, emoções,
reações – ter propriedade sobre isso é possuir sua própria vida. NB: Não
espere muito em breve, leva tempo e prática.
13. Tentar fazer os outros felizes é perda de tempo.
Você não pode. Você pode apoiá-los e estar lá para eles, mas criar
uma vida boa é o trabalho deles. Assim como criar o seu é seu.
14. Ficar sozinho é legal. Estar sozinho é difícil.
Estar sozinho, para experimentar, pensar e sonhar, sustentará e até
fortalecerá sua saúde mental. Mas sentir-se isolado o levará para o
outro lado. Faça o possível para se manter conectado – com as pessoas,
com os vizinhos, com os animais de estimação, com o caixa do
supermercado. E se você não está sozinho, fique de olho nos que estão.
Uma palavra gentil faz uma grande diferença.
15. O arrependimento é bom; pendurar no passado é ruim.
Ter arrependimentos mostra que você está ciente dos erros que
cometeu, das maneiras não tão boas como tratou os outros ou a si mesmo.
Apegar-se a coisas que você não pode mudar irá destruí-lo, então treine
seus olhos na estrada à sua frente.
16. O luto é uma merda.
As pessoas que você ama e se preocupam estarão perdidas para você, e
você terá que encontrar maneiras de lidar com isso. Leva muito mais
tempo do que você pensa, às vezes para sempre. Mas você precisa saber
que pode viver uma vida boa, até ótima, ao lado dela.
17. As pessoas são criaturas de hábitos E incrivelmente imprevisíveis. Incluindo você.
Abandone suas elevadas expectativas em relação às pessoas. Até de si mesmo.
18. Você vai se machucar — mas não precisa se agarrar a isso.
Mágoa, rejeição e dor fazem parte do trato humano. Mas continue
aprendendo a deixar ir, ou pelo menos afrouxar seu controle sobre isso.
19. Coisas ruins acontecem com pessoas boas.
Sim, eles fazem. E grandes coisas acontecem para significar pessoas. Vai saber.
20. A diversão também está em toda parte – mas às vezes está escondida.
Para citar os atemporais Desiderata de Max Ehrmann: “Apesar de toda a
sua farsa, labuta e sonhos desfeitos, ainda é um mundo lindo.”
Nem sempre parece assim, eu sei. Às vezes parece que a beleza foi
sugada dele. Mas há muita coisa boa no mundo. Faça da sua missão
continuar procurando por ele.
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Senador Renan Filho (MDB-AL).
Foto: Rodrigo Viana/Senado Federal
O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que a expectativa do
governo é investir entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões em ferrovias e
rodovias até 2026. Para 2024, a previsão é entregar e iniciar cerca de
60 projetos no segmento rodoviário, além da realização de 13 leilões de
rodovias, com potencial de injetar R$ 122 bilhões em investimentos
privados. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (10) durante
entrevista coletiva para apresentar o balanço das ações da pasta.
“A retomada dos investimentos no Brasil já repercutiu de maneira
considerável na melhoria da nossa malha viária, e também permitiu que
obras de infraestrutura, que vinham andando muito lentamente no país
anteriormente, em razão do baixo volume de investimentos, se
aproximassem da necessidade de recursos que o cronograma
físico-financeiro das obras exige”, disse. “Com as condições promovidas
pelo arcabouço fiscal, esperamos investir de R$ 70 bilhões a 80 bilhões
em recursos públicos no setor até 2026. Além disso, desenvolvemos uma
carteira de projetos atrativos para aproximar ainda mais o setor privado
neste ano”, complementou Renan Filho.
Entre as obras listadas estão a restauração de trechos críticos da
BR-364/AC, a adequação da BR-135/PI, na divisa com a Bahia, e a
duplicação da BR-222/CE, de Caucaia a Pecém. Também está prevista a
adequação da travessia urbana de Dourados, na BR-463/MS, a construção da
BR-447/ES, que dá acesso ao Porto de Capuaba, e a duplicação da
BR-470/SC, que dá acesso aos portos catarinenses.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, faz balanço de 2023 e apresenta as perspectivas para o setor de transportes em 2024 – José Cruz/Agência Brasil
O ministro disse ainda que o governo pretende atingir um índice de
condição da malha rodoviária de 80% até o final de 2024. Atualmente o
índice está em 67%. “Demos um salto de 15 pontos percentuais em um
ambiente que vinha tendo queda de 2016 a 2022. Essa é a demonstração de
que o investimento que fizemos foi bastante relevante, e nossa meta é
avançar ainda mais, em 80% da malha boa, atingindo o melhor nível de
toda a série histórica”, destacou.
“Para este ano, o Ministério dos Transportes tem a possibilidade de
otimizar 14 contratos rodoviários, que podem gerar um investimento
adicional de R$ 110 bilhões em investimentos. Essa é uma solução
inovadora que significa fortalecer os investimentos, equilibrar os
contratos, dar condições ao setor privado para fazer o que tinha
pactuado, somando esforços com o aumento do investimento público”,
defendeu Renan Filho.
Ao apresentar o balanço, o ministro destacou que, no ano passado, a
pasta executou R$ 14,5 bilhões que foram utilizados, entre outros
projetos, na recuperação, pavimentação e duplicação de cerca de 4,6 mil
quilômetros de rodovias federais. Ele também disse que mais de 1,1 mil
contratos em rodovias foram retomados. Outros destaques do ano foram
dois leilões rodoviários e R$ 30,4 bilhões em investimentos e serviços
operacionais nos 19 trechos de estradas que compõem os sistemas
rodoviários.
Em relação aos projetos ferroviários, o ministro disse que o governo
pretende que, até 2026, os investimentos no segmento somem R$ 94,2
bilhões, de acordo com o Novo Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). Entre os projetos, estão os estudos para concessões: Malha Oeste;
Corredor Arco-Norte (Ferrogrão); Ferrovia Centro-Atlântica; Malha Sul;
Corredor Leste-Oeste; Estrada de Ferro Rio-Vitória (EF -118 ) Corredor
Nordeste (FTL).
Em 9 de janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou que jamais um partido de esquerda havia invadido alguma sede de
Poder.
No entanto, um vídeo publicado pelo deputado federal Capitão Alberto
Neto (PL-AM) no mesmo dia voltou a viralizar nesta terça-feira (9) e
mostra que Lula está errado.
“Nunca vocês vão ver uma notícia de que algum partido de esquerda, de
algum movimento de esquerda, invadiu o Congresso Nacional, a Suprema
Corte e o Palácio do Planalto”, disse Lula, depois dos atos ocorridos no
início do ano passado. “Não tem precedente na história do nosso país.”
O vídeo mostra imagens da invasão do Congresso Nacional por
militantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) em 6 de junho
de 2006.
O ato de vandalismo foi liderado por Bruno Maranhão, militante do PT e ex-candidato a prefeito do Recife.
A invasão causou danos materiais e feriu funcionários do Congresso. O
episódio foi amplamente noticiado pela imprensa, que o classificou como
“atentado à democracia”.
O vídeo de Alberto Neto foi compartilhado por milhares de pessoas. O
deputado do PL usou o material para demonstrar a incoerência de Lula.
MLST promove maior quebra-quebra já visto no Congresso
O tumulto deixou cerca de 60 feridos
Em 07.06.2006 às 00:00 Compartilhe:
O Congresso Nacional foi invadido na tarde desta terça-feira (06/06)
por mais de 500 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra
(MLST), uma dissidência do MST. Os militantes do movimento armaram-se de
paus e pedras e saíram quebrando tudo o que havia pela frente. Primeiro
viraram um carro que seria sorteado em festa junina de servidores.
Depois arrebentaram a porta de vidro do Anexo 2 da Câmara dos Deputados,
atacaram guardas, destruíram oito computadores, três terminais
eletrônicos, um busto do ex-governador Mário Covas, luminárias, vasos,
plantas e painéis de uma exposição. O tumulto durou cerca de duas horas e
deixou funcionários da Casa em pânico. A Câmara estima que 60 pessoas
ficaram feridas. Pelo departamento médico da Casa passaram 35 pessoas –
21 são funcionários. Um dos feridos foi internado com traumatismo
craniano. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), se recusou a
receber o líder do MLST, Bruno Maranhão, e ordenou que todos fossem
presos. Membro da executiva nacional do PT, Maranhão eximiu o partido de
culpa pela arruaça. “Eu sou do PT, mas essa ação é do MLST, disse. Do
PFL ao PSol, todos os partidos condenaram a ação violenta e a
classificaram de vandalismo. A invasão chocou a todos pela violência e
pela afronta à instituição. As reações vieram do próprio plenário da
Câmara, e dos senadores. Representantes do Executivo e Judiciário também
condenaram o vandalismo. “Apedrejaram a democracia”, diz nota do
Ministério da Justiça. Quando a confusão começou, o presidente da
Câmara, Aldo Rebelo, recebia deputados do Paraguai. A primeira
providência que tomou foi telefonar à governadora do Distrito Federal
Maria de Lourdes Abadia (PSDB) e pedir reforço de policiais do Batalhão
de Operações Especiais (Bope). Quase mil policiais foram deslocados para
o Congresso, mas permaneceram do lado de fora do prédio. Parlamentares
cobraram a invasão do prédio pela PM e a prisão imediata dos
manifestantes. Aldo preferiu a cautela, mas não escondia a profunda
irritação.
Prisão Um grupo de deputados levou
Bruno Maranhão ao gabinete da presidência da Câmara para uma
negociação, mas Aldo insistia na prisão de todos os militantes. “Eu te
conheço há 30 anos, não precisava fazer isso”, disse ele ao líder do
movimento. “Não negocio com baderneiro e vou mandar te prender”,
ameaçou. Parlamentares argumentaram que um confronto no Salão Verde
seria catastrófico e sugeriram uma retirada organizada. “Ou vocês se
rendem ou vão ser presos”, avisou Aldo. Maranhão então comandou uma
retirada pacífica do prédio, mais de duas horas depois do início da
confusão, ainda contando em não ter punição para a baderna. Concentrados
no gramado em frente ao Congresso, os militantes foram avisados de que
seriam presos. Ainda tentaram negociar com o diretor-geral da Câmara,
Sérgio Sampaio, a prisão apenas dos líderes do movimento. Aldo não
aceitou. “A ordem do presidente foi clara. É para prender todos”, avisou
Sampaio. Somente depois das 18h, todos foram encaminhados, em ônibus,
ao Ginásio Nilson Nelson, onde seriam interrogados. Os responsáveis
poderão ser processados por tentativa de homicídio, danos ao patrimônio
público e formação de quadrilha.
Prejuízo A
Câmara dos Deputados divulgou nesta quarta-feira (07/06) uma estimativa
parcial dos prejuízos pela invasão organizada ontem pelo MLST. Pelos
cálculos da Câmara, as perdas chegam a R$ 150 mil.
Com o objetivo de acelerar os processos de falência e dar mais poder
aos credores, o Ministério da Fazenda enviou ao Congresso nesta quarta,
10, um projeto de lei propondo mudanças à legislação atual. A proposta
permite que os credores escolham um gestor para administrar a massa
falida – em lugar do administrador judicial que atua sob a supervisão de
um juiz – e prevê a criação de um plano de falência que, quando
aprovado e homologado, poderá adotar diferentes formas de negócio e
dispensar aprovação judicial para a venda de ativos e os pagamentos de
passivos.
De acordo com o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da
Fazenda, Marcos Pinto, as medidas propostas visam acelerar o processo e
modernizar a sua governança, já que as regras atuais são da década de
1980, o que tem feito com que processos de falência na Justiça durem
mais de 11 anos. A expectativa é de que, com as novas regras, esses
prazos não passem de cinco anos.
A Fazenda deve sugerir urgência constitucional para tramitação mais
célere do texto no Congresso. As propostas inseridas no projeto de lei
foram discutidas com o setor privado para, segundo o governo, dar
continuidade ao aperfeiçoamento regulatório.
“Nosso objetivo é dar mais poderes para que os credores influenciem o
andamento da falência e consigam, por conta própria, indicar gestor
para alienar os bens de forma mais rápida e, assim, reúnam recursos para
pagar as dívidas. Com as mudanças para modernizar o processo de
falência e eliminar os gargalos, esperamos reduzir os prazos pela
metade, aumentar os níveis de recuperação e reduzir o custo do crédito”,
disse.
Segundo ele, dados da Associação Brasileira de Jurimetria (ABJ)
mostram que somente 6,1% dos créditos são recuperados após os 11 anos de
processo.
A proposta da Fazenda inclui ainda a dispensa da avaliação de bens,
que hoje chega a durar cinco anos, se for de interesse dos credores,
para que se possa ir diretamente a leilão. E altera o pagamento aos
credores após a venda dos ativos, de modo a evitar disputas sobre
prioridades de pagamento.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Está previsto para fevereiro o início do programa Voa Brasil,
que garante passagens aéreas para aposentados do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS)e estudantes do Prouni a R$ 200. A informação foi
confirmada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho,
nesta terça-feira, 9.
Poderão participar e usufruir das passagens os grupos citados que não
viajaram de avião nos últimos 12 meses. Na primeira fase, o programa
atenderá aposentados que ganham até dois salários mínimos – grupo que
tem hoje por volta de 20 milhões de pessoas – e estudantes do Prouni –
ao redor de 600 mil.
“A gente espera que o presidente anuncie agora no final de
janeiro ou, no mais tardar, no início de fevereiro. É um programa de
passagens a 200 reais, que serão para dois públicos específicos no
primeiro momento. É o público de aposentados do INSS… e também para
alunos do Prouni”, afirmou, após se reunir com Lula.
A quantidade de passagens previstas na primeira fase do programa deve ser anunciada pelo governo no dia do lançamento.
Em 18 de dezembro, ao lado do ministro, o presidente da Azul, John
Rodgerson, havia anunciado a oferta de 10 milhões de assentos por até R$
799. Já o presidente da Gol, Celso Ferrer, falou em 15 milhões de
assentos por até R$ 699. Jerome Cadier, da Latam, prometeu promoções
semanais com um destino com bilhetes sempre abaixo de R$ 199.
O ministro explicou que o governo vai continuar em diálogo com as
companhias aéreas e pretende trabalhar pela redução do preço de
passagens de trechos mais caros, de R$ 2 mil a R$ 3 mil. De acordo com
Costa Filho, o governo focará no fortalecimento da indústria aérea e no
combate a aumentos “abusivos” dos preços de passagens.
Os principais pontos de trabalho do governo para atingir esse
objetivo, segundo o ministro, é baixar os preços do querosene de
aviação, reduzir a judicialização entre companhias aéreas e passageiros e
impulsionar o crédito para as empresas, por meio do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
RIO – A Marinha vai entregar nesta sexta-feira, 12, o segundo submarino construído
pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) – iniciativa
que teve origem em acordo firmado com a França, em 2008, no segundo
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A participação do chefe do Executivo na cerimônia estava prevista, mas foi cancelada nesta quarta-feira, 10.
Desenvolvido para a construção das embarcações, o Prosub utiliza da
transferência de tecnologia entre os países para o desenvolvimento de
quatro submarinos convencionais da classe da embarcação francesa
Scorpène e a fabricação do primeiro submarino brasileiro de propulsão
nuclear, com conclusão prevista para 2029 e lançamento para 2033. O
projeto está sendo colocado em prática no Complexo Naval de Itaguaí
(RJ).
O Humaitá tem 72 metros de comprimento e capacidade de deslocamento
de 1,8 mil toneladas. A embarcação é o segundo dos quatro submersíveis
comprados do estaleiro DCNS e financiados pelo banco BNP Paribas, ambos
franceses, em 2008. O primeiro da classe entregue foi o submarino
Riachuelo, em 2022.
A justificativa brasileira para, em parceria com a França,
construir os quatro submarinos convencionais e comprar o casco do
futuro submarino com propulsão nuclear é defender a soberania nacional.
Depois dos quatro submarinos convencionais, a Marinha prevê a
construção do submarino à propulsão nuclear. Ele levará o nome de Álvaro
Alberto, almirante brasileiro pioneiro na pesquisa do setor. Segundo o
Almirante-de-Esquadra Petrônio Aguiar, Diretor-Geral de Desenvolvimento
Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), o Prosub é sobretudo um
indutor da ciência e da tecnologia nacionais, com transferência de
tecnologia e construção no País. Representa a interação de três projetos
interrelacionados: a construção da infraestrutura industrial e
operacional; a construção e operação de quatro Submarinos Convencionais
Classe “Riachuelo”; e a construção e operação do primeiro Submarino
Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN) – objeto principal
de todo o Programa.
“Para o Brasil, esse Programa representa uma significativa ampliação
da capacidade de dissuasão e defesa da Amazônia Azul, além de contribuir
significativamente para o desenvolvimento de nossa base industrial de
defesa”, diz Aguiar.
Submarinos usam motores diesel-elétricos
A tecnologia escolhida pela Marinha é francesa, dos submarinos
Scorpène, que usam motores diesel-elétricos. O processo de transferência
de conhecimento é amplo. No navio atômico, último do pacote binacional
contratado, a participação da engenharia do Naval Group está limitada às
partes não nucleares.
O projeto original dos quatro modelos convencionais sofreram
alterações em benefício do conforto dos 31 tripulantes regulares e da
capacidade de alcance. A “Versão Br”, uma denominação informal, é cerca
de 10 metros mais longa que a da especificação de catálogo.
Wagner Balera – Coordenador do Núcleo de Estudos de Doutrina Social, Faculdade de Direito da PUC-SP. É Professor Titular de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
É impressionante que, agora, somente agora, quando se lança o filme O
Maestro, para enfocar a figura de Leonard Bernstein, o grande regente
da Filarmônica de Nova Iorque, por mais de trinta anos, compositor de
diversas óperas e trilhas sonoras para filmes, como Sindicato de
Ladrões, que ficou ainda mais conhecido como um dos criadores, ao lado
de Stephen Sondheim, do musical da Broadway Amor, Sublime Amor, que foi
levado aos cinemas em 1961 e, mais recentemente, pelo diretor Steven
Spielberg no remake de 2021, seja entoada a ária Somewhere (no sentido
estrito ária é qualquer composição musical escrita para um cantor
solista, tendo quase o mesmo si gnificado de canção. E, usamos a
expressão “somewhere” quando falamos de um lugar em particular, mas que
ainda não sabemos onde é).
Em suma, essa pergunta ecoa para além da ária e da ópera West Side Story e nos interpela quase que cotidianamente. Diariamente.
Nesse início de ano é tempo de refletir e indagar: Há um lugar para nós? Em algum lugar, há um lugar para nós?
E, mais ainda, há um tempo para nós?
Um tempo para estarmos juntos em algum lugar?
Podemos segurar um a mão do outro? Sim. O outro. Que outro?
Esse apelo dramático à solidariedade, que se expressa na melancólica
canção, nos entremostra a realidade que estamos vivenciando hoje.
Cada um de nós se poderia perguntar: há um lugar para mim, neste
tempo? Há um lugar no qual eu possa apreciar sem temores, sem receios,
com aquela, com aquele, a quem eu amo, com quem convivo?
E teremos tempo, nessas correrias da vida, para desfrutar desse lugar?
Que tal, para começar, escolhermos o caminho?
Seguremos um na mão do outro e, como na canção que entoávamos para o
papa São João Paulo II, em sua memorável visita ao Brasil, também na mão
de Deus. Ela não nos faltará. Vamos! Há um lugar para nós. Todos podem
encontrar seu lugar. Há um tempo para nós. Se você procurar, e
obviamente me refiro a todos, porque ninguém encontrou plenamente o seu
lugar, vai encontrar.
Mas, esse tempo, esse lugar, essa pessoa, não pode ser somente o que
já está colado comigo. Temos que engajar mais alguém; temos que chamar
outros.
Tenho um amigo que encontrou tempo e lugar para fazer isso através de
sua turma. Sim, uma turma que se designou, singelamente, a turma da
marmita. Qual é o tempo deles? Todo o tempo. Qual é o lugar deles? Todos
os lugares onde nossos irmãos, os pobres, em situação de rua, passam
fome. É, pode ser que você não se aperceba, mas, em algum lugar, alguém
neste tempo não tem nem mesmo o que comer. Em algum lugar.
Há um lugar para nós?
Um tempo e lugar para nós?
Segurar na mão dos que têm fome é dar-lhes lugar, tempo e, quem sabe voz (talvez, como em Somewhere, eu esteja sonhando).
No filme, Tony e Maria, a dupla cuja função como que emula a célebre
tragédia de Romeu e Julieta, escrita por Shakespeare, pertence a gangues
rivais. E, para além dos Capuleto e Montequio, institucionalizam o que,
em nossos dias, se reproduz como verdadeiro e horrendo ódio entre
facções que se recusam a dar lugar, que não admitem dar tempo, aos
outros. Se você ainda não assistiu ao filme, magistralmente dirigido por
Steven Spielberg, corra. Não será, eu lhe garanto, simples
entretenimento, o colocará no modo alerta. Que tempo? Que lugar? Que
pessoa? E, já lhe dou, como spoiler, a notícia triste: Tony morre porque
não lhe deram nem tempo nem lugar.
Maria sobreviveu? Ninguém sabe, porque o drama termina nos estilos apropriados para as grandes óperas.
Nelas, como igualmente na vida, alguém espera encontrar seu tempo;
seu lugar. E faz parte da encenação da existência que é, cada vez mais,
exigente.
Não nos sujeitemos a nenhuma gangue. Hoje elas nos dominam nas redes,
através das mentiras exaustivamente repetidas, que matam Tony e fazem
Maria ficar só para sempre. As gangues querem suprimir nosso tempo de
pensar. Querem retirar de mim e de você aquilo que, tão elegantemente,
como, de modo desengonçado, alguém denominou “o meu lugar de fala”.
Ei! Você tem, pelo menos, o seu lugar de fala. E o tempo? Bom. Tempo
quem produz é você. Se você não percebeu ainda, lhe dou um dia a mais,
neste ano. É um ano que tem um dia a mais. Utilize esse dia para
encontrar seu tempo e seu lugar.
Wagner Balera – Coordenador do Núcleo de Estudos de Doutrina Social, Faculdade de Direito da PUC-SP. É Professor Titular de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
É impressionante que, agora, somente agora, quando se lança o filme O
Maestro, para enfocar a figura de Leonard Bernstein, o grande regente
da Filarmônica de Nova Iorque, por mais de trinta anos, compositor de
diversas óperas e trilhas sonoras para filmes, como Sindicato de
Ladrões, que ficou ainda mais conhecido como um dos criadores, ao lado
de Stephen Sondheim, do musical da Broadway Amor, Sublime Amor, que foi
levado aos cinemas em 1961 e, mais recentemente, pelo diretor Steven
Spielberg no remake de 2021, seja entoada a ária Somewhere (no sentido
estrito ária é qualquer composição musical escrita para um cantor
solista, tendo quase o mesmo significado de canção. E, usamos a
expressão “somewhere” quando falamos de um lugar em particular, mas que
ainda não sabemos onde é).
Em suma, essa pergunta ecoa para além da ária e da ópera West Side Story e nos interpela quase que cotidianamente. Diariamente.
Nesse início de ano é tempo de refletir e indagar: Há um lugar para nós? Em algum lugar, há um lugar para nós?
E, mais ainda, há um tempo para nós?
Um tempo para estarmos juntos em algum lugar?
Podemos segurar um a mão do outro? Sim. O outro. Que outro?
Esse apelo dramático à solidariedade, que se expressa na melancólica
canção, nos entremostra a realidade que estamos vivenciando hoje.
Cada um de nós se poderia perguntar: há um lugar para mim, neste
tempo? Há um lugar no qual eu possa apreciar sem temores, sem receios,
com aquela, com aquele, a quem eu amo, com quem convivo?
E teremos tempo, nessas correrias da vida, para desfrutar desse lugar?
Que tal, para começar, escolhermos o caminho?
Seguremos um na mão do outro e, como na canção que entoávamos para o
papa São João Paulo II, em sua memorável visita ao Brasil, também na mão
de Deus. Ela não nos faltará. Vamos! Há um lugar para nós. Todos podem
encontrar seu lugar. Há um tempo para nós. Se você procurar, e
obviamente me refiro a todos, porque ninguém encontrou plenamente o seu
lugar, vai encontrar.
Mas, esse tempo, esse lugar, essa pessoa, não pode ser somente o que
já está colado comigo. Temos que engajar mais alguém; temos que chamar
outros.
Tenho um amigo que encontrou tempo e lugar para fazer isso através de
sua turma. Sim, uma turma que se designou, singelamente, a turma da
marmita. Qual é o tempo deles? Todo o tempo. Qual é o lugar deles? Todos
os lugares onde nossos irmãos, os pobres, em situação de rua, passam
fome. É, pode ser que você não se aperceba, mas, em algum lugar, alguém
neste tempo não tem nem mesmo o que comer. Em algum lugar.
Há um lugar para nós?
Um tempo e lugar para nós?
Segurar na mão dos que têm fome é dar-lhes lugar, tempo e, quem sabe voz (talvez, como em Somewhere, eu esteja sonhando).
No filme, Tony e Maria, a dupla cuja função como que emula a célebre
tragédia de Romeu e Julieta, escrita por Shakespeare, pertence a gangues
rivais. E, para além dos Capuleto e Montequio, institucionalizam o que,
em nossos dias, se reproduz como verdadeiro e horrendo ódio entre
facções que se recusam a dar lugar, que não admitem dar tempo, aos
outros. Se você ainda não assistiu ao filme, magistralmente dirigido por
Steven Spielberg, corra. Não será, eu lhe garanto, simples
entretenimento, o colocará no modo alerta. Que tempo? Que lugar? Que
pessoa? E, já lhe dou, como spoiler, a notícia triste: Tony morre porque
não lhe deram nem tempo nem lugar.
Maria sobreviveu? Ninguém sabe, porque o drama termina nos estilos apropriados para as grandes óperas.
Nelas, como igualmente na vida, alguém espera encontrar seu tempo;
seu lugar. E faz parte da encenação da existência que é, cada vez mais,
exigente.
Não nos sujeitemos a nenhuma gangue. Hoje elas nos dominam nas redes,
através das mentiras exaustivamente repetidas, que matam Tony e fazem
Maria ficar só para sempre. As gangues querem suprimir nosso tempo de
pensar. Querem retirar de mim e de você aquilo que, tão elegantemente,
como, de modo desengonçado, alguém denominou “o meu lugar de fala”.
Ei! Você tem, pelo menos, o seu lugar de fala. E o tempo? Bom. Tempo
quem produz é você. Se você não percebeu ainda, lhe dou um dia a mais,
neste ano. É um ano que tem um dia a mais. Utilize esse dia para
encontrar seu tempo e seu lugar.
Em vez de armar um teatro “em defesa da democracia” e promover sua
narrativa sobre os ataques de 8 de Janeiro, Lula e o STF deveriam
aproveitar a data para esclarecer questões ainda mal respondidas aos
brasileiros.
Como perguntou na semana passada o embaixador do NOVO, Deltan
Dallagnol, por que o ministro Alexandre de Moraes revelou só agora que
havia um plano para matá-lo? Por que não mostrou provas desse plano? Por
que não se declarou impedido de julgar esses acusados, tendo em vista
que é uma potencial vítima dos agressores?
Não há dúvida que os atos de 8 de Janeiro foram criminosos. Mas podem
ser considerados “autores de uma tentativa de golpe” os vândalos que
atacaram palácios vazios num domingo, não tentaram prender ou matar
autoridades e que abandonaram o local sem resistência assim que alguns
policiais começaram a agir?
Por que outras invasões a prédios públicos, como as cometidas
corriqueiramente pelo MST e pela esquerda, não foram tratadas como
crimes?
Por que o então ministro da Justiça, Flávio Dino, não liberou imagens
de dezenas de câmeras do seu ministério? Se os petistas se esforçam
para parecer comovidos pelos ataques, por que resistiram a esclarecer a
atuação das autoridades durante o episódio?
Por que, diante dos condenáveis atos de vandalismo e invasão dos
palácios, a Força Nacional foi tão omissa quanto a Polícia Militar? É
inconsistente o argumento, utilizado por Flávio Dino, de que a guarda
precisaria de autorização estadual. Qualquer cidadão pode atuar para
deter alguém em flagrante delito. No caso de agentes da lei, cruzar os
braços durante a ocorrência de crimes pode até mesmo ser considerado
coautoria por omissão. Diante de inúmeros alertas, a Força Nacional
poderia, sim, ter liderado uma resposta emergencial.
Falando em omissão, por que o chefe do Gabinete de Segurança
Institucional abriu as portas do Palácio do Planalto? O que ele
conversou com o presidente Lula logo antes de deixar os vândalos
ingressarem na sede do Executivo?
Quem vai responder pela morte de Clériston Andrade, o Clezão, um dos
mantidos em prisão ilegal que morreu durante um mal súbito na Papuda,
depois de dezenas de atendimentos médicos e de um parecer favorável da
Procuradoria-Geral da República à sua liberdade provisória?
Como se pode falar em “defesa do Estado de Direito” quando, um ano
depois do 8 de janeiro, 65 pessoas ainda estão presas preventivamente,
das quais 33 sequer foram denunciadas pelo Ministério Público?
Por fim, como podem falar em defesa da democracia aqueles que dia
após dia atropelam decisões democráticas tomadas pelos representantes do
povo no Congresso Nacional?