Estão dadas as condições ideais para o Brasil enfrentar um dos crimes que mais afetam nosso desenvolvimento: o contrabando. Dados do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) mostram que, em 2022, o País perdeu R$ 410 bilhões entre evasão fiscal e prejuízos em 14 setores da indústria com o mercado ilegal. E a lógica para tamanha eficiência desse tipo de crime passa pelo mau uso do sistema tributário.
A disparidade de tributos entre Brasil e Paraguai, por exemplo, é um
dos atrativos para a atividade ilegal, por isso o fluxo entre os países é
tão grande.
O cigarro falso, item mais apreendido pela Receita Federal, representa bem essa disparidade. Por aqui os impostos ficam entre 70% e 90%, no país vizinho a taxa média é de 13%.
Especialistas apontam que a vantagem econômica faz o crime crescer. É nesse contexto que entra na pauta da Reforma Tributária o mercado ilícito. Além da substituição de cinco impostos pelo modelo de IVA dual, a PEC 45/2019 prevê um Imposto Seletivo.
De acordo com o texto, ele incidirá sobre produtos prejudiciais à
saúde e ao meio ambiente — o rol de produtos e as alíquotas ainda estão
indefinidos, dependendo de uma lei complementar. A intenção dos
congressistas é subir o preço dos produtos para diminuir o consumo.
Mas essa lógica, segundo especialistas, já se provou falha. Em agosto, durante seminário em Brasília, o senador Efraim Filho, relator do Grupo de Trabalho da reforma no Senado, se manifestou contra aumento de carga via Imposto Seletivo.
“Qual é o problema que tá posto? Se você majorar, quanto maior a diferença maior o atrativo pra contrabandear”, disse. “O
grande problema é que você concorre contra quem sonega, contra quem não
paga nada. E quanto mais essa margem aumenta, mais atrativo é comprar o
ilegal.”
Outro agravante na questão é que, segundo o Ipec, consultoria especializada no mercado consumidor brasileiro, o crime organizado domina 41% do comércio ilegal de cigarros.
13%é o imposto médio pago no cigarro no Paraguai. No brasil a alíquota varia entre 70% e 90%
57%é a fatia do comércio ilegal de cigarros no mercado brasileiro até 2019,em 2015 a participação era de 39%
Preço x consumo
Pery Shikida, professor da Unioeste, em parceria com Mário Margarido e Daniel Komesu, acompanhou a evolução desse segmento no estudo Elasticidades no Mercado Brasileiro de Cigarros. Segundo Shikida, o aumento de impostos, no período estudado, provocou diminuição de arrecadação.
“O imposto mais caro para cigarros foi responsável pela queda de
1,39% ao ano”, afirmou. “Apesar da maior incidência de tributos sobre os
cigarros, que subiu 67% no período de janeiro de 2012 a setembro de
2021, a arrecadação registrou uma tendência de queda ano a ano a partir
de 2014.”
Paralelamente houve “aumento da participação do mercado ilícito do produto no País, que cresceu, em média, 8,79% ao ano”. A
lógica, de acordo com Shikida, é simples: aumento de preço não inibe
consumo. Isso porque o consumidor tem à disposição o ilegal: mais barato
e acessível. O que acontece, portanto, é uma migração.
Nos últimos 11 anos, os dados mostram que foram mais de R$ 94 bilhões de perdas em evasão fiscal. A participação do comércio ilegal de cigarros passou de 39% (em 2015) para 57% (2019).
O presidente doFórum Nacional de Combate à Pirataria e à Ilegalidade, Edson Vismona, corrobora as conclusões de Shikida.
“O modelo tributário é uma ferramenta capaz
de enfraquecer o contrabando, desde que não onere ainda mais os
produtos brasileiros.”Edson Vismona, do Fórum Nacional de Combate à Pirataria e à Ilegalidade
Ele diz que a mercadoria fabricada no Brasil e o produto importado
legalmente não podem ter aumento de impostos. “Se aumentar, o
contrabando se favorece imediatamente. O ilegal ganha competitividade e
será muito mais favorável à sua venda.”
Segundo Vismona, é inegável que a luta passa pelo combate à oferta e demanda do cigarro ilícito, “e a oferta é enfrentada através da repressão, ao impedir a circulação de produtos ilegais”.
E acrescenta que o contrabando é dominado pelo crime organizado e milícias. “Por
isso, não é inteligente que o combate seja feito unicamente pela
repressão. Para diminuir a atratividade dos produtos ilegais a questão
tributária é imprescindível.” No mundo moderno isso significa quebrar o crime sendo mais inteligente que ele.
Na semana passada comentei neste espaço sobre
como a extrema direita estava se valendo das notícias de seca e
queimadas na Amazônia para alimentar um discurso anti-Lula e anti-Marina
Silva com um tanto de desinformação e muita leitura enviesada dos
fatos.
Mas na tentativa de traçar a big picture dos acontecimentos
na Amazônia nos últimos anos, traçando a cadeia de responsabilidades,
talvez tenha me faltado retratar com mais precisão o cenário caótico que
de fato se instalou na região neste último mês. E três fatores me
alertaram para isso logo cedo nesta quarta-feira (1), o que me impeliu a
voltar ao tema aqui.
O primeiro foi um vídeo postado pela jornalista Eliane Brum, que há
muitos anos escolheu viver em Altamira (PA) e de lá reportar a partir do
que ela chama de Centro do Mundo – sim, a Amazônia.
Com o semblante abatido e apavorado, ela começou: “Eu preciso dividir
com vocês que eu não aguento mais acordar todo dia, todo dia, todo dia
com cheiro de fumaça, testemunhando a floresta queimar, com o céu
encoberto. Faz muito tempo que a gente não vê o azul do céu”. Na
sequência, comparou o que está acontecendo com um holocausto. “Macacos,
araras, cobras estão queimando em dor excruciante, morrendo pela mão de
criminosos.”
Desde setembro temos visto o quadro de seca e estiagem se agravando
na região. Começou com imagens de peixes e mais de uma centena de botos
mortos pelo aumento da temperatura das águas. Na sequência os rios
chegaram a seus níveis mais baixos, vimos populações isoladas, sem água
para beber na maior bacia hidrográfica do mundo. Então começaram as
queimadas.
Ao ver o vídeo de Brum, entrei na página do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) onde ficam concentrados os dados de monitoramento das queimadas no
Brasil. Já era sabido, desde mais ou menos metade do mês, que outubro
bateria recordes de focos no Amazonas. Hoje foi possível ver o balanço
dos 31 dias. E de fato tivemos um cenário aterrador.
O bioma Amazônia como um todo registrou em outubro 22.061 focos de
queimadas, o maior valor para o mês desde 2008 e 58% superior ao
ocorrido no mesmo mês de 2022. No Amazonas, onde a estiagem começou, foi
de longe o pior outubro dos registros do Inpe (iniciados em 1998), com o
recorde de 3.858 focos – 60% acima do pior outubro até então, que era
de 2009.
O problema já se estende por outros estados. O Pará teve o segundo
pior outubro da série histórica, com 11.378 focos, só um pouco atrás do
que foi registrado em outubro de 2008, com 11.568 focos.
No dia 13 de outubro, quando o cenário estava se revelando crítico, o
governo reagiu e dobrou o número de brigadistas no Amazonas. Nesta
terça-feira (31), o presidente Lula fez uma postagem citando essa ação.
“Na Amazônia, o governo federal reduziu o desmatamento em 49,5% em
2023, no comparativo com o mesmo período do ano passado, mudando a
tendência depois de anos de descaso com o meio ambiente na gestão
anterior. Durante as queimadas que deixaram o Norte sob a fumaça, os
brigadistas do Ibama e do ICMBio tem reforçado o combate aos incêndios
feitos pelos estados, reduzindo os focos em 78% na terceira semana de
trabalho. O @mmeioambiente voltou a trabalhar em defesa do meio ambiente
e da vida”, escreveu na conta oficial no X/Twitter.
Nada incorreto nos dados que ele destacou, mas a terceira coisa que
me chamou atenção nesta quarta-feira foi um outro post reagindo a esse
comentário de Lula. “A little too late[um pouco tarde demais],
presidente. Ao mudar o nome do MMA pra incluir as mudanças do clima, as
ações preventivas ao fogo deveriam ter tomado protagonismo imediato.
Combater fogo é paliativo. Urge a criação de um grupo técnico-científico
sobre os incêndios na Amazônia”, escreveu Érika Berenguer, ecóloga que
já citei outras vezes por aqui.
Especialista em fogo, ela está há semanas na região de Santarém, no
Pará, sua área de estudo, sentindo na pele o que está acontecendo por
lá. O desabafo era quase pessoal, assim como o de Brum. Berenguer me
contou estar com febre, tossindo, “quase com pneumonia”, como ela
descreveu.
Se no Amazonas o problema de fato se concentrou mais no começo do
mês, com uma desaceleração da quantidade de focos na segunda metade, no
Pará foi ao contrário. Em apenas quatro dias, entre 25 e 28 de outubro, o
Inpe registrou 3.848 focos – 33% do que foi detectado no mês inteiro. É
o que tanto a pesquisadora quanto a jornalista estavam testemunhando.
Já disse aqui outras vezes, mas não custa repetir. Há uma conjunção de fatores em
curso na Amazônia que contribuem com esse quadro. Talvez o mais forte
deles torne quase impossível de evitar todo o resto, que é a estiagem
extrema resultante de um El Niño intenso combinado com as mudanças
climáticas. A floresta está mais seca, logo mais suscetível a queimar.
Mas ainda assim o fogo não é espontâneo. Depende de alguém riscar o
fósforo.
E fogo, na Amazônia, costuma ocorrer por dois motivos principais:
como etapa final do processo de desmatamento (para acabar de limpar o
terreno) e para manejar pastagem. Nos dois casos, há o risco, quando o
clima está muito seco, de as chamas se espalharem para a mata em pé. Aí
se dá o incêndio florestal. A mortalidade de árvores em anos como este
aumenta, o que degrada a floresta remanescente. Ou seja, mesmo o que não
foi desmatado fica mais fraco, diminuindo a capacidade de prestar os
serviços ecológicos, como chuva e a absorção de gás carbônico da
atmosfera.
O governo Lula teve uma atuação realmente digna de nota neste ano ao
derrubar as taxas de desmatamento. Em nove meses (de janeiro a
setembro), os alertas de corte da floresta caíram quase à metade, na
comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do sistema
Deter, do Inpe.
Mas havia muita madeira ainda derrubada de anos anteriores esperando
para ser queimada. Para sorte da Amazônia, como já disse Berenguer, nos
anos anteriores, sob Jair Bolsonaro, o período de seca não foi intenso,
pelo contrário. Havia uma La Niña em curso (o oposto do El Niño), e a
Amazônia estava mais úmida.
Já se sabia que este ano seria diferente, que havia muita matéria
orgânica acumulada. Evitar que mais tora estivesse no chão para ser
queimada foi um ganho enorme. Mas pode ter faltado agir mais cedo para
evitar o princípio das queimadas. Para considerar políticas que evitem a
degradação também da floresta que resta.
O país tem um compromisso, junto ao Acordo de Paris, de reduzir suas
emissões de gases de efeito estufa. Hoje e historicamente, o
desmatamento da Amazônia foi a principal fonte de emissão do Brasil.
Diante do aumento da perda da floresta nos anos Bolsonaro, ficamos mais
longe das nossas metas até 2025.
Nesta semana, pesquisadores que fazem o Sistema de Estimativa de
Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), ligado ao Observatório do
Clima, calcularam que
o Brasil só vai conseguir cumprir sua meta se acelerar a redução do
desmatamento aos mesmos níveis que ocorreram no Brasil entre 2008 e 2012
– o período de mais intenso controle já aplicado na Amazônia. Em 2012 a
taxa de desmatamento chegou ao menor nível da história.
Só que as queimadas podem prejudicar todo esse esforço. Em um artigo publicado em meados deste mês na revista Nature Ecology and Evolution,
18 pesquisadores do Brasil e do exterior alertaram que a degradação da
floresta provocada pelos incêndios que estão ocorrendo pode acelerar um
processo, já em curso, em que a Amazônia passe a emitir mais gás
carbônico do que absorve hoje.
Seria certamente o pior dos mundos, como alerta há alguns anos a pesquisadora Luciana Gatti. Lula e companhia vão precisar fazer bem mais para salvar a Amazônia e ajudar o planeta a se salvar do aquecimento global.
Ministros europeus de relações exteriores discutiram na 5ª feira
(2.nov.2023) em reunião em Berlim o esfriamento por parte do governo
brasileiro no processo de adesão à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
A reunião teve como tema central a guerra entre Israel e o Hamas. Os
ministros também discutiram a aceleração da entrada de vários países na
União Europeia.
O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Alexander
Schallenberg, decidiu incluir informalmente na reunião com os ministros
europeus a discussão sobre o esfriamento do processo de adesão do Brasil
à OCDE.
A informação que Schallenberg levou aos ministros foi baseada em reportagem que o Poder360 publicou na
3ª feira (31.out) sobre o Brasil ter deixado de pagar € 5,1 milhões (R$
27 milhões na cotação atual) para o processo de entrada na instituição.
Outro sinal da falta de interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em aderir é que o grupo interministerial sobre a cooperação com a OCDE só se reuniu uma vez em 2023, em 2 de outubro.
O processo de entrada do Brasil na OCDE começou oficialmente em outubro de 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL). Economistas disseram que o governo de Lula tem restrições ideológicas para entrar na OCDE e que isso atrasa o desenvolvimento do Brasil.
A discussão dos ministros sobre o esfriamento do processo de adesão
do Brasil à OCDE foi informal, portanto não houve registro na ata da
reunião. Não havia representante da diplomacia brasileira porque era um
encontro só de europeus.
Diplomatas europeus disseram que o atraso de pagamentos do Brasil a
instituições multilaterais é algo frequente. Mas, no caso da OCDE, o que
chama a atenção é que o governo brasileiro fez outro pagamento em 2023,
de € 1,3 milhão, para participação em comitês e para estudos. O que
está em atraso é a taxa para aderir à instituição.
A avaliação de diplomatas europeus é que a Indonésia poderá entrar
para a OCDE antes do Brasil, embora as negociações para a adesão estejam
em patamar anterior, sem início oficial do processo ainda.
História por THIAGO RESENDE E CATIA SEABRA • Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em reunião com o ministro José Múcio
(Defesa), o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que estuda proibir
militares da ativa no comando de ministérios a partir de 2025 e barrar
que se candidatem já na eleição de 2024.
Kajuru é relator da PEC (proposta de emenda à Constituição) que
impede que militares da ativa ocupem cargos políticos. A expectativa é
que o texto seja votado no Senado até o fim deste mês e depois siga para
a Câmara.
No entanto, as propostas em avaliação pelo relator ainda serão
debatidas com mais membros do governo. Integrantes do Palácio do
Planalto e da articulação política resistem a alterações na PEC.
Por isso, Kajuru quer se reunir com o ministro Alexandre Padilha
(Relações Institucionais) no início da próxima semana. O senador diz que
não pretende assumir uma posição de enfrentamento e apresentar um
relatório que desagrade o governo.
Ministros de Lula (PT) demoraram cinco meses para concluir o desenho
da PEC, que foi apresentada pelo líder do governo no Senado, Jaques
Wagner (PT-BA).
Inicialmente o governo iria propor regras para proibir que militares
da ativa das Forças Armadas disputassem eleições ou ocupassem cargos no
primeiro escalão do Executivo -nesse segundo item o objetivo era evitar
casos como o do governo de Jair Bolsonaro (PL), que colocou militares da
ativa em funções estratégicas do Executivo.
Essa versão preliminar foi costurada num acordo sobre o tema com os
comandantes Tomás Paiva (Exército), Marcos Olsen (Marinha) e Marcelo
Damasceno (Aeronáutica).
Mas a ala política do governo defendeu que a PEC fosse enviada ao
Congresso de forma desidratada. A proposta então ficou sem a proibição a
militares da ativa nas cadeiras de ministros de Estado.
O relator, porém, quer buscar uma conciliação com o governo e propor
que essa medida tenha validade a partir de 2025. Além disso, ele avalia
que os militares da ativa também fiquem impedidos de ocupar cargos de
secretário-executivo das pastas.
Se um militar aceitasse o convite para ser ministro ou secretário-executivo, teria de ir para a reserva.
Kajuru afirmou que não pretende estender a medida para barrar
militares da ativa em cargos de primeiro escalão em governos estaduais.
“Isso não chegou a ser estudado pelo governo [federal]. Então não tenho
intenção de fazer”, disse.
Contudo, a ideia mais polêmica em estudo pelo relator deverá ser antecipar o efeito da PEC para as eleições de 2024.
Especialistas avaliam que isso poderia ser questionado juridicamente
porque a Constituição também prevê que as regras eleitorais precisam ser
modificadas pelo menos um ano antes do pleito. Portanto, esse prazo já
expirou para as eleições municipais do próximo ano.
“Vou pedir uma análise para a assessoria técnica para que não haja
dúvidas e para evitar que isso seja questionado”, explicou o senador.
Wagner, ao apresentar a PEC, incluiu um dispositivo que deixa claro
que a proibição para militares da ativa concorram aos cargos políticos
não valeria para 2024.
Para o advogado especializado em direito eleitoral Helio Silveira,
militares que queiram ser candidatos no próximo ano podem questionar a
medida planejada pelo relator.
“O espírito do artigo 16 da Constituição Federal foi evitar que
houvesse mudanças bruscas no sistema eleitoral um ano do processo
começar, evitar aquelas alterações casuísticas que podem causar dano.
Por se tratar de uma PEC, [a proposta envolvendo militares] seria
debatido se estaria atingida pela determinação do artigo 16 ou não”,
explicou Silveira.
A reunião com Padilha também deverá contar com a presença de Wagner e
do líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA). O PSD tem a maior bancada
na Casa, e Otto foi um dos articuladores para que o governo
desidratasse a PEC -retirando a parte que continha a proibição para
militares na ativa assumirem cargos de ministros.
Wagner estudou no Colégio Militar do Rio durante a infância e
adolescência e cogitou à Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) para
se tornar um oficial do Exército, não fosse o início da ditadura
militar, em 1964.
O histórico com os militares o auxiliou enquanto esteve no Governo da
Bahia, com pedidos por atuação das Forças Armadas em operações de GLO
(Garantia da Lei e da Ordem). Os predicados ainda o conduziram ao
Ministério da Defesa no governo Dilma Rousseff (PT), em 2015.
Mesmo afastado de cargos que demandam relacionamento constante com as
Forças Armadas, o senador ainda mantém contato com oficiais-generais e
os auxilia em pleitos no Congresso Nacional.
Mesmo que a PEC avance rapidamente neste mês no Senado, ainda não tem
prazo para que a Câmara aprove a proposta. Por ser uma alteração na
Constituição, a tramitação é mais lenta. Além disso, em anos eleitorais,
o Congresso costuma se esquivar de temas polêmicos.
Com currículo diverso, que vai do processamento de dados ao marketing, Bárbara Toledo acaba de se tornar a nova diretora da Estratégia de Consumo & Varejo para a Intel América Latina.
A executiva tem 20 anos na multinacional de tecnologia, cuja receita no
terceiro trimestre foi de US$ 14,2 bilhões — analistas esperavam US$
13,5 bilhões. Assumidamente apaixonada pela área de tech, em entrevista à
DINHEIRO Bárbara falou sobre os principais motivos por trás da importância estratégica da região e, principalmente, sobre inteligência artificial (IA). De acordo com ela, a expansão de mercado é um de seus principais desafios no novo cargo. “Espero fazer com que a Intel tenha um olhar especial para a América Latina”.
Na sua avaliação, qual a importância estratégica do Brasil e da América Latina quando se trata de consumo?
É um mercado muito relevante. Se nós observarmos o volume de vendas de PCs, temos o Brasil ocupando a quarta posição [global].
Internamente, eu brinco com o pessoal e digo que há um certo
conservadorismo. Há uma perspectiva de crescimento de um dígito para o
ano que vem, mas acredito que vamos além. Ao mesmo tempo, um segmento
que tem crescido bastante, que a Intel também tem investido na América
Latina, trazendo inclusive campeonatos globais, é o mercado gamer. É um
mercado em evolução e no qual acreditamos muito.
E quando o assunto é varejo?
A gente tem grandes varejistas. Lembro de uma conversa com o time
global em que questionei se conheciam a maior influenciadora digital do
mundo. Eles responderam ‘como assim?’. Mostrei a eles a Lu, do Magalu,
em uma foto na Times Square. É uma superinovação em termos de
comunicação, posicionamento do varejo local. Quando falamos do modelo de
vendas, a gente tem o marketplace superdesenvolvido no Brasil. Falamos
de grandes varejistas globais, como é o caso da Amazon, mas temos uma
multinacional latino-americana que está transformando o modelo de vendas
e revolucionando a questão logística em diferentes países, que é o
Mercado Livre. Esses dois são ótimos exemplos sobre o potencial brasileiro e sobre a importância que damos para a construção de parcerias.
Atualmente, a Intel está focada em quais soluções? A IA é uma delas?
Quando se trata de soluções de software, inteligência artificial é um dos grandes assuntos. E o lema da Intel é que nós estamos democratizando a IA,
disponibilizando nossas arquiteturas com antecedência para os
desenvolvedores, para que eles possam tirar o melhor dos produtos que
vão chegar ao mercado brasileiro no final de 2024, 2025, para que o
sistema esteja pronto e possa entregar uma melhor experiência para o
usuário.
Por falar em IA… o que está por vir?
Nós sempre falamos de CPU, que é a unidade central de processamento.
Agora, em um único chip, você passa a ter três unidades diferentes. CPU,
que todo mundo já conhece, a GPU, que é a unidade de processamento
gráfica, e também a NPU, que é a unidade de processamento que vai
garantir o que nós chamamos de TOPS, ou seja, o número de transações
necessárias para garantir uma boa experiência em IA. Essa evolução
tecnológica e essa capacidade oferecida pela Intel de embarcar com um
único chip em diferentes sistemas vão garantir outro nível de
experiência. Estamos falando de notebooks mais compactos, que
vão usar menos energia e ter uma capacidade muito maior. É justamente
nesse processo que estamos focados agora e é isso que vocês vão ouvir
falar cada vez mais.
O brasileiro está pronto para o uso dessa tecnologia?
Eu acho que está caminhando. Dentro da lógica de varejo, eu posso
mencionar dados de vendas de notebooks no Brasil. Mais de 80% são
on-line. É um número bem maior que nos EUA. No marketing, nós
trabalhamos com a intenção de melhorar a experiência do usuário.
A regulamentação da IA é uma das pautas no Congresso. Como o Marco Legal para IA pode impactar a Intel?
A Intel tem políticas muito importantes com relação à diversidade,
sustentabilidade e quando nós dizemos que estamos democratizando a IA é
no ponto de vista de disponibilizar a tecnologia para todos os
desenvolvedores de software, facilitando a inovação. Nós sempre
trabalhamos com plataforma aberta justamente para isso. Nosso
pilar de diversidade, inclusão e responsabilidade social tem um papel
muito forte para garantirmos que pessoas que estão escrevendo essas
linhas de código sejam pessoas que representem a sociedade. A
IA precisa ser treinada. E ela precisa ser treinada em cima da
realidade. Então nós estamos participando dessas discussões e sempre
trazemos o ponto da importância de ter uma visão aberta, democrática e
diversa para que a IA seja ética e para que ela não tenha vieses que
possam, de repente, nos direcionar a caminhos não desejáveis.
Quais os impactos da América Latina nas receitas da Intel? Quais os produtos mais consumidos?
Quando a gente fala do consumo na América Latina, a gente trabalha
com sazonalidades que vão depender muito de governo, educação, saúde.
Hoje eu diria que nossa receita ainda é majoritariamente focada em
notebooks para o usuário final, seja ele corporativo, seja ele o
consumidor final. Então é uma unidade de negócio relevante. Há muito
tempo eu escuto aquela história de que o “PC morreu”, mas ninguém
consegue matar o PC. Você sempre vai ter dispositivos complementares e
provavelmente estaremos cada vez mais conectados. É o smartwatch, é o
smartphone, é a smart TV. E o PC acaba sendo o centro de tudo isso.
Considerando o fato de que mulheres representam menos de 20%
dos cargos de tecnologia, como você avalia a importância da diversidade,
e não apenas de gênero, para a área?
A diversidade é essencial. Um dos exemplos disso é que um dos
líderes de vendas de celulares na África tem como grande diferencial
ter desenvolvido localmente um recurso próprio para selfies de pessoas
de pele negra. Esse simples detalhe trouxe uma explosão de
oportunidades no continente inteiro. É um exemplo que, por si só,
explica a importância da diversidade. Nós somos diversos, possuímos
características diferentes. E muitas vezes, a diversidade é uma
oportunidade de negócio. Além disso, quando você exclui parte da
população é essa parte que deixa de gerar PIB.
Quais seus objetivos no novo cargo?
Falando de forma até pessoal, um dos meus principais
objetivos é fazer com que a Intel tenha um olhar especial para a América
Latina. É uma região de muitas oportunidades. Então, um dos
meus grandes objetivos é fazer com que o time global enxergue essa
oportunidade para a gente cada vez mais viabilizar investimentos. Acho
que esse é o crucial. Em segundo lugar, a gente não faz nada sozinho.
Então, aumentar as parcerias, seja com os varejistas ou com o
ecossistema dos fabricantes de computador, com os desenvolvedores de
software, para que a gente possa ter inovação acontecendo aqui no
Brasil.
E quando se trata de desafio?
O principal é expansão de mercado. Eu tenho dedicado muito tempo para
entender os outros mercados e traçar paralelos. O Brasil, por exemplo,
depende muito da fabricação local por causa da taxação. Isso não
acontece no restante da América Latina. Então, esse gap diminuiu, mas a gente ainda vê a inovação chegar mais rápido nos outros países do contexto Latam do que aqui.
Numa previsão ousada sobre o uso da inteligência artificial, o empresário do ramo da tecnologia Elon Musk prevê um futuro onde a IA tornará obsoleta a necessidade de trabalhar.
Como parte da Cúpula de Segurança de IA inaugural, Musk sentou-se com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak,
para discutir inteligência artificial. Sunak perguntou a Musk a sua
opinião sobre a IA e como esta impactaria os mercados de trabalho, ao
que Musk respondeu que a IA seria mais inteligente do que o ser humano
mais inteligente e seria capaz de fazer tudo.
“Bem, acho que estamos vendo aqui a força mais perturbadora da
história, onde pela primeira vez, terá algo mais inteligente do que o
ser humano mais inteligente”, respondeu Musk. “… quero dizer, é difícil
dizer exatamente qual é esse momento, mas chegará um ponto em que nenhum
emprego será necessário. Você pode ter um emprego se quiser ter um
emprego… mas a IA será capaz de fazer tudo.”
Musk sugeriu que a IA pode ser uma faca de dois gumes, observando que
tornar os empregos obsoletos seria um “problema do gênio mágico”. Musk
tem falado abertamente sobre a necessidade de regulamentar a IA e foi um
dos vários executivos de tecnologia e pesquisadores de IA a assinar uma
carta aberta pedindo a suspensão do desenvolvimento da IA no início
deste ano.
No entanto, Musk, proprietário do X/Twitter,
tal como outras empresas e investidores tecnológicos, investiu dinheiro
em empresas de IA e implementou a tecnologia nas suas empresas, como a
fabricante de automóveis Tesla. Musk também possui uma empresa iniciante
centrada em IA, a xAI, que ele anunciou que lançará seu modelo de IA no
sábado, 4 de novembro..
Embora a IA já exista há algum tempo, 2023 assistiu a um boom na sua
utilização, à medida que muitas empresas procuravam capitalizar a
inteligência artificial de alguma forma. Um exemplo notável inclui o uso
de chatbots de IA como Bard e ChatGPT.
Embora a IA possa ser usada para beneficiar vidas, a IA também tem os
seus problemas, pois algumas empresas utilizam a IA para escrever
artigos que contêm informações factualmente incorretas e/ou plágio. Isto
nem inclui as ameaças adicionais que representa para vários setores,
incluindo entretenimento e jogos.
Com a ameaça que a IA representa para o mercado de trabalho, os
sindicatos estão a começar a insistir na colocação de protecções nos
seus novos contratos, como o novo contrato que o Writer’s Guild of America ratificou em Setembro, o que impediria que o material gerado pela IA fosse considerado como material de origem.
As agências governamentais ainda não regulamentaram a IA, embora
tenham sido tomadas medidas para evitar deixar o seu desenvolvimento sem
controlo. No início desta semana, o presidente dos EUA, Joe Biden,
assinou uma ordem executiva para reger o desenvolvimento e o uso de
inteligência artificial sob um novo conjunto de padrões da indústria.
Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria
Em ambientes corporativos, especialmente de grandes empresas, é comum
que os profissionais se vejam cercados por sistemas robustos,
hierarquias definidas e uma cultura organizacional bem estabelecida.
Estes são aspectos que conferem estabilidade e direção. No entanto, é
nesta mesma estabilidade que reside o perigo da complacência, da
limitação de perspectivas e da formação de “bolhas”.
A “bolha” corporativa refere-se a esse universo isolado, no qual as
percepções e crenças de uma pessoa são majoritariamente influenciadas
pelo ambiente da empresa, correndo o risco de se tornarem míopes ao
mundo exterior. Essa miopia é especialmente perigosa pois, ao ficar
restrito a esse círculo fechado de ideias e práticas, o profissional
corre o risco de estagnar em sua carreira.
Os perigos de viver na bolha corporativa
● Falta de inovação: estar constantemente cercado pelas mesmas ideias
e abordagens leva à estagnação. Sem exposição a novas perspectivas, a
inovação é prejudicada;
● Complacência: a familiaridade com as práticas estabelecidas pode
levar à resistência a mudanças e à aversão ao risco, impedindo o
crescimento;
● Perda de relevância: o mundo externo, especialmente no campo
empresarial, está em constante evolução. Não se atualizar e expandir
horizontes pode tornar o profissional obsoleto.
Livrando-se da bolha: passos para expandir seus horizontes
● Aprenda fora da caixa: a educação não termina após a graduação ou
pós-graduação. Procure por instituições, como a nossa, que oferecem
cursos e treinamentos voltados para o desenvolvimento contínuo;
● Conecte-se além dos muros corporativos: networking não se restringe
aos colegas de trabalho. Tenha contato com pessoas de outras empresas,
setores e até mesmo indústrias. Eles podem oferecer insights valiosos
que desafiem suas crenças atuais;
● Desafie o status quo: questione práticas estabelecidas e proponha
novas soluções. Isso não apenas o destacará como um pensador inovador,
mas também incentivará uma cultura de melhoria contínua;
● Participe de conferências e workshops: estes são espaços valiosos
para aprender sobre as tendências emergentes do setor e conhecer
profissionais que podem oferecer perspectivas diferentes;
● Dedique tempo para a reflexão: reserve um tempo regularmente para
refletir sobre sua carreira, seus objetivos e o que você pode fazer para
alcançá-los. Evite ser passivo em seu desenvolvimento de carreira.
Os riscos de permanecer na bolha
Se, mesmo ciente dos perigos da bolha corporativa, o profissional optar por permanecer nela, ele pode enfrentar:
● Estagnação na carreira: a inovação e a adaptabilidade são altamente
valorizadas no mundo corporativo. Sem elas, a progressão na carreira
pode ser lenta ou até mesmo inexistente;
● Isolamento: o mundo corporativo é interconectado. Os profissionais
que não se conectam além de sua bolha podem encontrar-se isolados,
perdendo oportunidades valiosas;
● Desalinhamento com as tendências do setor: em um ambiente de
negócios em constante mudança, não estar atualizado pode resultar em
práticas e abordagens obsoletas.
As grandes empresas são apenas uma parte do vasto ecossistema
empresarial. Assim como nos mercados financeiros, onde diversificar
investimentos é uma estratégia sábia, diversificar as fontes de
aprendizado, conexões e experiências é crucial para o desenvolvimento de
carreira.
A jornada além da bolha exige esforço, mas é um investimento que
certamente rende dividendos na forma de uma carreira enriquecedora,
relevante e bem-sucedida.
Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor,
mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black
Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt,
Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da
Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação.
Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi
um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.
20 coisas que eu gostaria de saber aos 20 anos (mas tive que aprender sozinho)
“Espírito primeiro. Porque isso é o mais importante. Não é o quão bem
você pode executar ou quanto dinheiro você pode ganhar. Mas se você não
é o ser humano que deveria ser, você não está fazendo isso
corretamente.” — Gladys Knight.
Uma jovem cliente que estava terminando sua terapia tinha um pedido final.
Ela queria alguns conselhos genéricos de vida: que tal 20 coisas para 2020? ela disse, lançando um desafio.
Eu não tive que pensar sobre isso por muito tempo. Quanto mais velho
você fica, mais você vê, mais você erra, mais você tem a dizer.
MAS…
Quanto mais medo você tem de dizer isso, porque sabe que não existe
uma estratégia de tamanho único para a vida – que cada um de nós precisa
seguir seu próprio caminho.
Ainda assim, eu estava pronto para o desafio. Aqui estão algumas coisas para ponderar.
20 coisas que eu gostaria de ter sabido nos meus vinte anos
1. Bons amigos valem ouro.
Ao longo da vida, apenas algumas pessoas realmente “pegarão” você. E
alguns deles também não ficarão por aqui. Portanto, cuide de quem o faz.
Mas também vale a pena saber que a amizade (e o amor) se desenvolve em
lugares surpreendentes, em todas as idades e fases. Fique aberto a isso.
2. Ninguém se importa com o que você faz da sua vida.
Bem, alguns fazem um pouco – espero que isso inclua seus pais. Mas a
maioria das pessoas está muito ocupada trilhando seus próprios caminhos
para se preocupar com o que você está fazendo no seu. No final, até seus
pais só querem que você seja feliz e autossuficiente. Aponte para isso.
3. A paixão por hambúrgueres com queijo e batatas fritas tem consequências.
Apenas dizendo.
4. A vida não dura para sempre.
Certa vez, tive um colega de apartamento cujo resumo da experiência
humana era o seguinte: “você nasce, vive um pouco e depois morre”. Achei
que ele era um Bisonho; Acontece que ele estava certo. Espero que você
tenha um longo intervalo entre o começo e o fim. Mas nenhum de nós sabe o
que está por vir. Use bem o seu tempo.
5. Nem o planeta.
Você não pode salvar tudo sozinho, mas pode fazer a sua parte.
6. A vida às vezes é entediante – precisa ser.
Tente viver em altas rotações 24 horas por dia, 7 dias por semana, e
você saberá o que quero dizer. Tempo de inatividade, manchas planas,
tédio – como você quiser chamar – é necessário para recuperar e
recarregar, pensar e criar – e fazer mudanças.
O tédio crônico é um problema, portanto, se você se encontrar lá, faça tudo o que puder para mudá-lo.
7. Sua saúde mental é um trabalho em andamento.
Humores e emoções não são consistentes. É mais difícil do que você
pensa ficar em um bom espaço mentalmente. Haverá altos e baixos, dias
bons e ruins, então você precisa aprender ferramentas e estratégias para
lidar com ambos. E você precisa continuar usando-os.
8. Assim como sua saúde física.
Os corpos também não se cuidam. Eles brincam, ficam doentes, precisam
de remédios, exames de saúde e manutenção regular. Quanto mais velho
você fica, mais alto “use-o ou perca-o” soa em seus ouvidos. Quanto mais
cedo você prestar atenção nisso, melhor.
9. Mentiras são corredores rápidos.
Uma vez ouvi dizer: uma mentira pode dar meia volta ao mundo antes
mesmo de a verdade calçar seus sapatos de salto alto. É verdade. As
mentiras se espalham rapidamente – e machucam. Pense nisso por um tempo.
10. Você precisa usar tanto as mãos quanto a cabeça.
Passar muito tempo em sua cabeça o deixará louco – e fará de você um
insone. Fazer coisas é a melhor maneira de combatê-lo – tira você da
cabeça e o leva para o corpo. Isso é bom pra você.
11. A maioria das pessoas está fazendo o melhor que pode. Mas alguns não são.
Verdadeiramente, a maioria das pessoas está se esforçando com o que
tem. A maioria das pessoas quer ser um ser humano bom, gentil e que
contribui. Algumas pessoas são idiotas, e mesmo que tenham uma razão
válida para isso, você precisa ficar longe delas.
12. Poder regular tudo é tudo.
Comida, álcool, substâncias, pornografia/sexo, humores, emoções,
reações – ter propriedade sobre isso é possuir sua própria vida. NB: Não
espere muito em breve, leva tempo e prática.
13. Tentar fazer os outros felizes é perda de tempo.
Você não pode. Você pode apoiá-los e estar lá para eles, mas criar
uma vida boa é o trabalho deles. Assim como criar o seu é seu.
14. Ficar sozinho é legal. Estar sozinho é difícil.
Estar sozinho, para experimentar, pensar e sonhar, sustentará e até
fortalecerá sua saúde mental. Mas sentir-se isolado o levará para o
outro lado. Faça o possível para se manter conectado – com as pessoas,
com os vizinhos, com os animais de estimação, com o caixa do
supermercado. E se você não está sozinho, fique de olho nos que estão.
Uma palavra gentil faz uma grande diferença.
15. O arrependimento é bom; pendurar no passado é ruim.
Ter arrependimentos mostra que você está ciente dos erros que
cometeu, das maneiras não tão boas como tratou os outros ou a si mesmo.
Apegar-se a coisas que você não pode mudar irá destruí-lo, então treine
seus olhos na estrada à sua frente.
16. O luto é uma merda.
As pessoas que você ama e se preocupam estarão perdidas para você, e
você terá que encontrar maneiras de lidar com isso. Leva muito mais
tempo do que você pensa, às vezes para sempre. Mas você precisa saber
que pode viver uma vida boa, até ótima, ao lado dela.
17. As pessoas são criaturas de hábitos E incrivelmente imprevisíveis. Incluindo você.
Abandone suas elevadas expectativas em relação às pessoas. Até de si mesmo.
18. Você vai se machucar — mas não precisa se agarrar a isso.
Mágoa, rejeição e dor fazem parte do trato humano. Mas continue
aprendendo a deixar ir, ou pelo menos afrouxar seu controle sobre isso.
19. Coisas ruins acontecem com pessoas boas.
Sim, eles fazem. E grandes coisas acontecem para significar pessoas. Vai saber.
20. A diversão também está em toda parte – mas às vezes está escondida.
Para citar os atemporais Desiderata de Max Ehrmann: “Apesar de toda a
sua farsa, labuta e sonhos desfeitos, ainda é um mundo lindo.”
Nem sempre parece assim, eu sei. Às vezes parece que a beleza foi
sugada dele. Mas há muita coisa boa no mundo. Faça da sua missão
continuar procurando por ele.
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BRASÍLIA – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
ordenou o cancelamento de todos os atos da Mesa Diretora da última
quarta-feira, 1º, o que suspendeu a publicação dos nomes indicados pelo
Palácio do Planalto para assumir vagas no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e em embaixadas.
Procurado, Pacheco não comentou.
A decisão de Pacheco impactou as indicações de Daniela Teixeira ao
STJ, de Rodrigo Gabsch à embaixada do Kuwait e de Carlos Luiz Dantas
Perez à embaixada da República Dominicana. As informações são do Jornal Nacional.
A suspensão foi ordenada pelo presidente do Senado sob suspeitas de favorecimento de Daniela Teixeira.
A mesa diretora do Senado havia enviado apenas o nome da advogada para
ser publicado no Diário Oficial da União (DOU), o que a beneficiaria ao
assumir o cargo de ministra do STJ.
Por ser nomeada antes, ela teria o “critério de antiguidade”, o que a
garantiria preferência ao escolher as turmas do STJ e em uma eventual
indicação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O caso agora está sob investigação, pois Pacheco assinou ao mesmo
tempo o despacho autorizando a publicação no DOU de todos os três
indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o STJ:
Daniela Teixeira, Afrânio Vilela e Teodoro Santos. A hipótese até o
momento é de que tenha ocorrido um erro no sistema do Senado, mas, de
acordo com o G1, também há a possibilidade de aliados de Daniela terem
articulado a antecipação para beneficiá-la. A expectativa é que Pacheco
envie novamente todos as indicações na próxima segunda-feira, 6.
Pacheco avisou a Casa Civil da Presidência que houve um “erro de
origem”. A partir da informação, o governo Lula anulou a publicação da
edição extra do DOU que contaria com a nomeação de Daniela.
A aprovação pela Comissão de Previdência, Assistência Social,
Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados de um projeto
de lei (PL) que proíbe o casamento homoafetivo suscitou grande – e
natural – indignação. Para piorar, foi uma vitória folgada: 12 votos
contra 5. Ainda há dúvidas sobre a viabilidade da proposta. Tudo indica
que, mais do que uma lei com esse teor, o objetivo é gerar barulho e
engajamento nas redes sociais. É possível, portanto, que o projeto seja
apenas mais uma das disfuncionalidades da política contemporânea. Em vez
de enfrentar problemas reais, ela é usada para suscitar divisões na
sociedade.
No entanto, mesmo que não seja aprovado no plenário da Câmara, o
projeto de lei proibindo o casamento homoafetivo é representativo de uma
mentalidade que vem se tornando habitual em diversos grupos
ideologicamente motivados. Trata-se da pretensão de usar o Estado – por
meio do Legislativo ou do Judiciário – para impor à coletividade ideias e
convicções pessoais sobre a vida, o mundo e a sociedade.
Nesse anseio, observa-se uma grande confusão sobre o Estado e a
própria democracia. As eleições e o sistema representativo não são
mecanismos para que as concepções morais, religiosas ou culturais da
maioria da população sejam impostas a toda a sociedade. Da mesma forma, o
controle de constitucionalidade do Supremo Tribunal Federal (STF) não é
um mecanismo para que as concepções morais, religiosas ou culturais de
uma maioria sejam impostas a toda a sociedade.
Tudo isso parece óbvio em um Estado Democrático de Direito, que não
vem ditar como as pessoas devem viver ou como devem educar seus filhos,
por exemplo. O Estado não é um fiscal da moral e dos bons costumes,
tampouco uma espécie de grande guia sobre o bem e a virtude. Seu dever é
prover um ethos de paz e de liberdade. E é daí que decorre a
legitimidade do Estado para determinar alguns limites aplicáveis a todos
os cidadãos. Por exemplo, os limites da lei penal.
Parece haver, no entanto, grupos políticos completamente indiferentes
ao âmbito próprio de atuação do Estado. Cada um deseja fazer com que
suas ideias pessoais sejam encampadas pelo poder público. Isso é nítido
na pretensão de proibir o casamento homoafetivo. Convictos de que a
relação matrimonial deve se dar entre um homem e uma mulher,
determinados grupos sociais querem que a lei estabeleça uma espécie de
monopólio de sua específica concepção de casamento para toda a
população. Trata-se de uma interferência da esfera privada sobre o
âmbito público, como meio de interferir na esfera privada dos demais
cidadãos.
Nos casos de motivação ou influência religiosa, essa tentativa de
interferência é facilmente identificada e denunciada, uma vez que ela
viola abertamente o caráter laico do Estado, que deve atuar por razões
públicas, e não por argumentos religiosos. No entanto, a laicidade do
poder estatal pode também ser desrespeitada por interferências baseadas
em concepções culturais ou filosóficas não generalizáveis a toda a
população. Por exemplo, o STF não pode basear suas decisões em
determinada ideia de moral, seja ela religiosa ou ateia.
Eis, por assim dizer, o outro lado do problema. Se nos últimos anos
grupos religiosos têm tentado usar o Congresso para impor suas
concepções de mundo a todos os demais, um fenômeno similar, apenas com
sinais trocados, é visto no Judiciário, com grupos progressistas
tentando impor suas pautas, isto é, sua visão de mundo, a toda a
população, por meio de decisões do STF. Dois exemplos recentes: a ação
pedindo que a Corte determine quando começa a vida apta a ser protegida
pela lei penal e a ação postulando um novo marco legal para as drogas.
A pauta de costumes não está apenas no Legislativo. Também o
Judiciário é chamado cada vez mais para se pronunciar sobre costumes,
para dizer o que é certo e virtuoso. Tanto um caso como o outro são
incompatíveis com a liberdade própria de um Estado Democrático de
Direito, que deve respeitar os âmbitos social e individual.
Os conselheiros minoritários da Petrobras viram “exagero” e
instrumento para “procrastinar” dividendos, na reserva de remuneração de
capital que foi aprovada por 7 votos a 4 no colegiado da estatal em 20
de outubro. É o que mostra a ata da reunião, divulgada na noite de
ontem, 1º.
Contrário à medida, o conselheiro Marcelo Mesquita, registra a ata,
disse que a reserva vai servir à procrastinação da remuneração a
acionistas e defendeu que a companhia distribua todo o recurso que
exceder investimentos. Ele repetiu o argumento de que o modus operandi,
em vigor nos últimos anos, é benéfico ao País, em função da parcela dos
dividendos percebida pela União, que permite completar o Orçamento da
União, investir em equipamentos públicos e pagar a dívida pública.
Completam a lista de votos contrários os minoritários Marcelo
Gasparino, Juca Abdalla e Francisco Petros. Conforme registrado em ata,
Gasparino afirmou que o limite proposto para a reserva é “exagerado”,
sendo igual ao limite do capital social da companhia, em torno de R$ 250
bilhões. Segundo registrado em ata, Gasparino disse que a proposta é
“duplamente negativa”, por ir do zero ao máximo permitido pela
legislação e, também, por liberar à estatal reter recursos passíveis de
distribuição.
Ele falou ainda sobre o tema em suas redes sociais e junto à
imprensa, o que aumentou a repercussão da medida e levou entidades como a
Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da
Petrobras (Anapetro) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a
ingressarem com denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para
apuração de possível prática de indução de mercado. No dia em que a
reserva foi divulgada, em 24 de outubro, os papéis da companhia caíram
6,5%, com perda de R$ 32 bilhões em valor de mercado.
Defesa
Em contraponto, os gerentes executivos de governança, Braulio Gomes
de Mello, e de Contabilidade, Carlos Henrique Vieira, defenderam a nova
reserva sob o argumento de que ela vai garantir regularidade ao fluxo de
dividendos, com maior flexibilidade aos pagamentos e redução da
exposição a resultados positivos ou negativos extraordinários, espécie
de colchão à política de proventos da estatal.
Foi dito ainda que parte do lucro das grandes petroleiras, as
“majors” foi retido em 2022, à exceção da BP, e que existe reserva de
equalização de dividendos nas maiores empresas listadas na B3, com oito
das 10 maiores companhias prevendo o instrumento em estatuto.
Ampliação negada
Em paralelo, como já disse publicamente, a conselheira representante
dos empregados da Petrobras no Conselho, Rosângela Buzanelli, chegou a
propor que a nova reserva pudesse ser utilizada, também, para
investimentos e pagamento da dívida da empresa, o que foi rechaçado pelo
colegiado e pelo jurídico da Petrobras. Ainda assim, Buzanelli votou
pela aprovação da reserva, indo em linha aos seis conselheiros indicados
pela União, entre os quais o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A possibilidade de desvirtuar a reserva de dividendos para fins de
investimento é justamente o maior temor dos investidores e razão pela
qual as ações despencaram com o anúncio.
Sabedores disso, os gerentes negaram essa possibilidade, sob o
argumento de que a Lei das SA (6.404/1976) já prevê reserva para
investimento, com parcela do lucro líquido excessivo prevista em
orçamento aprovado em Assembleia Geral, o que é “historicamente” usado
pela Petrobrás.
Além disso, evocaram precedente da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) que impede a criação de reservas estatutárias para finalidades já
atendidas por instrumento similar.