sexta-feira, 29 de setembro de 2023

MAIORIA DO STF É A FAVOR DE RESJUSTE DE APOSENTADOS DO INSS ANTES DE 2008

História por JOSÉ MARQUES • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para entender que é constitucional que aposentadorias e pensões do serviço público sejam reajustadas antes de 2008 pelo mesmo índice usado no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

A lei 11.784 assegurou que, a partir de janeiro de 2008, esses benefícios teriam o reajuste do Regime Geral da Previdência Social, com exceção dos beneficiários que já tinham direito à chamada paridade, que garante a mesma correção dada a servidores da ativa.

As aposentadorias e pensões do INSS são reajustadas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação de famílias com renda de até cinco salários mínimos.

A ação é de repercussão geral e deve incidir em todos os processos similares que tratam do tema. Votaram a favor desse entendimento até esta quinta-feira (28) o ministro relator, Dias Toffoli, e os ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, André Mendonça, Rosa Weber e Edon Fachin.

O julgamento é feito em plenário virtual, plataforma onde os ministros apresentam seus votos em um determinado período de tempo, e se encerra às 23h59 desta sexta-feira (29).

Até lá, os integrantes da corte podem suspender a decisão por meio de pedidos de destaque (levar o caso ao plenário físico) ou vista (mais tempo para análise).

Ainda não votaram os ministros Kassio Nunes Marques, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

A tese proposta por Toffoli, seguida pela maioria do Supremo, é de que é “constitucional o reajuste de proventos e pensões concedidos a servidores públicos federais e seus dependentes não beneficiados pela garantia de paridade de revisão, pelo mesmo índice de reajuste do regime geral de previdência social (RGPS), previsto em normativo do Ministério da Previdência Social, no período anterior à Lei 11.784/2008”.

O caso julgado que serviu de modelo para a tese trata de um recurso da União contra decisão do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que pediu a correção da pensão por morte no período de julho de 2006 -quando o benefício começou a ser pago- até a edição da medida provisória que foi convertida na lei de 2008 dos índices do RGPS.

O TRF-4 apontava que o reajuste estava previsto em normativo do Ministério da Previdência Social, de 2004, e os índices podem ser aplicados entre a edição desse ato e a vigência da lei.

No recurso, a União argumentou que é inviável a correção dos benefícios pela aplicação direta de atos normativos do ministério porque, até a edição da medida provisória, não havia lei fixando os índices de reajuste daqueles benefícios.

A União disse também que a Constituição veda a fixação de reajuste por atos normativos inferiores a lei.

“O argumento levantado pela União de não haver lei ou ato normativo específico que determine a correção dos benefícios, justificativa utilizada para sistematicamente se recusar a reajustar os proventos e pensões dos servidores públicos federais no período anterior a Lei nº 11.784/2008, não se sustenta frente à reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal”, disse Toffoli em seu voto.

 

CIRURGIA DE LULA SERÁ UMA ARTROPLASTIA DE QUADRIL

 

História por admin3 • IstoÉ

A artroplastia de quadril, procedimento cirúrgico a que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será submetido hoje nesta sexta-feira, 29, tem índices altos de satisfação e baixa taxa de complicações. A cirurgia consiste na remoção da ponta do fêmur do paciente e na inserção de duas próteses, uma na cabeça do osso e outra, em formato de taça, no ponto em que ele se encaixa na bacia.

Segundo médicos ouvidos pelo Estadão, após a operação, muitos pacientes até se questionam por que não fizeram a cirurgia antes. Só no Sistema Único de Saúde são realizadas, em média, 20 mil cirurgias desse tipo por ano. Como o procedimento é complexo, existem riscos, mas a taxa de mortalidade é baixa. Para evitar efeitos adversos após a operação, o paciente precisa seguir uma série de cuidados.

Reconstrução

De acordo com os médicos, o quadril é uma articulação – local de união de dois ossos. O encontro em questão é entre a cabeça do fêmur – o osso mais longo do corpo, na coxa – e a bacia, em área chamada acetábulo, que conecta a coluna vertebral aos membros inferiores.

A cirurgia de Lula tem como objetivo reconstruir o encontro dos ossos, que foi desgastado pela artrose – condição que, cientificamente, é denominada osteoartrite. “Algumas pesquisas chegam a falar que 5% da população mundial convive com algum grau de artrose em alguma articulação”, disse Leandro Ejnisman, ortopedista especializado em quadril do Hospital Israelita Albert Einstein.

Incisão

A operação começa com uma incisão de 10 a 15 centímetros na perna, que pode ser na região anterior (pela frente), lateral ou posterior (na parte de trás). A posterior é a abordagem mais usada no Brasil, mas a decisão tem mais a ver com a preferência do cirurgião. Depois, são feitos o corte do fêmur, a raspagem do acetábulo e a inserção das próteses.

Em média, o paciente fica três dias internado após a cirurgia e o ideal é que volte logo a caminhar. Alguns começam a fisioterapia no mesmo dia da operação, mas é mais frequente que os primeiros passos, com muleta ou andador, ocorram no dia seguinte.

Na terça-feira, 26, Lula afirmou que só se mostrará em público após a recuperação. “Vocês não vão me ver de andador, de muleta, vão me ver sempre bonito.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARLAMENTARES SE MOBILIZARAM PARA DERRUBAR DECISÃO DO STF SOBRE MARCO TEMPORAL DOS INDÍGENAS

 

História por Leandro Prazeres – Da BBC News Brasil em Brasília 

Logo após votação no STF, parlamentares se mobilizaram contra o marco temporal© REUTERS/Ueslei Marcelino

Há menos de uma semana, indígenas de todo o Brasil se aglomeravam em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) entre abraços e lágrimas para comemorar a maioria formada na Corte para rejeitar a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas.

Naquele dia, o julgamento era considerado, por eles, uma vitória histórica.

Seis dias depois, nesta quarta-feira (27/09), um movimento capitaneado por parlamentares da bancada ruralista no Senado liderou a aprovação por 43 votos a favor e 21 contra de um projeto de lei que estabelece o marco temporal e uma série de outras medidas.

Para os ruralistas, foi uma vitória do Congresso Nacional sobre o que classificam como “ativismo judicial”. Para parlamentares governistas, ambientalistas e lideranças indígenas, a aprovação do projeto foi um “retrocesso a 1500” (ano de chegada dos portugueses ao Brasil).

Para entrar em vigor, o projeto de lei ainda precisa passar pela sanção presidencial. Nos bastidores, a expectativa é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vete total ou parcialmente a matéria aprovada, o que deve gerar ainda mais atritos com parte do chamado Centrão, bloco do qual o petista depende para manter a governabilidade no Congresso.

Como o marco temporal já foi alvo de um julgamento no STF, lideranças indígenas prometem recorrer ao Judiciário para que declare inconstitucional a lei aprovada nesta quarta-feira.

Rápida mobilização no Senado

Na última quinta-feira (21/09), o STF havia formado maioria contra a tese do marco temporal. O julgamento foi concluído nesta quarta-feira (27) e o placar terminou com nove votos contra e dois a favor do marco.

A reação à votação no STF não demorou a acontecer. Ainda na semana passada, os parlamentares aceleraram os trâmites de um projeto de lei que estabelecia o marco temporal.

A ação contou com o apoio maciço de congressistas da poderosa Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) — formada, em grande parte, por deputados e senadores do Centrão, bloco informal de partidos de centro-direita do qual sucessivos governos vêm dependendo nos últimos anos para garantir a aprovação de medidas de seu interesse.

A posição oficial da FPA sempre foi a favor do marco temporal, com o argumento de que a ausência dele colocaria em risco produtores rurais de todo o Brasil, especialmente aqueles localizados em áreas da nova fronteira agrícola, na Amazônia e no Centro-Oeste.

Nesta quarta-feira, a operação para a aprovação do marco temporal no Senado levou pouco mais de 10 horas para se concretizar. No início da manhã, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) abriu uma sessão para votar o relatório do senador Marcos Rogério (PL-RO), relator da matéria e integrante da chamada bancada ruralista.

No início da tarde, o relatório foi aprovado por 16 votos a favor e 10 contra.

À tarde, o Plenário do Senado aprovou um pedido de urgência para que o projeto fosse votado. Parlamentares governistas como o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), criticaram o projeto.

“Isso é um retrocesso a 1500. Isso é um retrocesso à chegada dos europeus e aos primeiros contatos [com povos indígenas]”, disse o senador.

Apesar dos apelos da ala governista, às 18h56, o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou a aprovação da matéria.

A operação para a aprovação do marco temporal no Senado levou pouco mais de 10 horas para se concretizar© Jonas Pereira/Agência Senado

O que é o marco temporal?

O chamado “marco temporal” é uma tese que vinha sendo debatida no Congresso e no STF segundo a qual a demarcação de terras indígenas só poderia ocorrer em comunidades já ocupadas por indígenas quando a Constituição foi promulgada, em 5 de outubro de 1988.

O julgamento do STF foi sobre um caso envolvendo uma parte da Terra Indígena Ibirama La-Klãnõ, em Santa Catarina, habitada pelos povos xokleng, kaingang e guarani.

A disputa envolvia, de um lado, a Fundação Nacional do Índio (Funai); e de outro, órgãos do governo estadual de Santa Catarina, que reivindicavam áreas que a Funai havia declarado como tradicional ocupação indígena.

Ambientalistas e lideranças indígenas rejeitavam o marco temporal sob o argumento de que muitas comunidades foram expulsas de seus territórios originais antes de 1988. Era esse o argumento usado pelos xokleng no julgamento no STF.

Eles dizem terem sido forçados a deixar as áreas tradicionalmente ocupadas para fugir de perseguições e matanças ao longo de décadas.

Ruralistas, por outro lado, alegam que o não estabelecimento de um marco temporal poderia causar insegurança jurídica, pois abriria o precedente para que áreas ocupadas por não-indígenas possam ser reivindicadas como terras indígenas mesmo que elas não estivessem sendo habitadas por povos tradicionais antes da promulgação da Constituição Federal.

Legislativo versus Judiciário

A votação do projeto sobre o marco temporal mesmo após o julgamento do caso foi vista como uma “reação” do Legislativo ao Supremo pelo cientista político Marco Antônio Teixeira, professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Essa votação foi uma resposta do Legislativo […] Se houver mais situações em que decisões do Supremo sejam imediatamente contestadas pelo Parlamento, a relação entre esses dois poderes tende a ficar tensa”, afirmou o professor.

Para Teixeira, o movimento protagonizado pelo Senado nesta quarta-feira é resultado não de algum tipo de interferência do Judiciário no Legislativo, o chamado “ativismo judicial”, mas pela suposta demora do Legislativo em decidir temas relevantes.

“O poder de legislar é do Legislativo, mas quando ele demora muito a tomar decisões sobre questões urgentes como era o marco temporal, o Supremo acaba tendo que decidir quando é consultado sobre o assunto”, disse o professor.

O senador Marcos Rogério (PL-RO), negou, no entanto, que a votação tenha sido uma reação ao STF.

“São os precedentes do próprio STF que asseguram que o Legislativo tenha a atribuição de legislar inclusive sobre matérias que foram alvo de julgamento do STF. Pensar diferente seria aniquilar o papel do Legislativo. Não é uma afronta ao Supremo”, disse o senador à BBC News Brasil.

Plenário do STF reunido durante votação sobre o marco temporal, em 30 de agosto© REUTERS/Adriano Machado

Preocupações

Desde a semana passada, lideranças indígenas já vinham demonstrando preocupação com a possibilidade de uma “reação” por parte dos ruralistas após a formação de maioria contra o marco temporal no STF.

“A rejeição do marco temporal pelo Supremo é uma grande vitória […] Mas a bancada ruralista está com uma cobiça nas terras indígenas e quer a todo custo aprovar [no Congresso] uma tese de marco temporal”, disse à BBC News Brasil na semana passada o coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Kleber Karipuna.

Indígenas e ambientalistas afirmam que a lei aprovada nesta quarta-feira contém dispositivos ainda mais perigosos para os povos indígenas que o simples marco temporal.

A lei prevê, por exemplo, que terras indígenas já demarcadas podem ser retomadas caso seja verificada a mudança de traços culturais das comunidades que vivem nelas, possibilidade que não existia até então.

“Isso é um risco muito grande para os povos indígenas porque basta que alguém diga que nós mudamos nosso modo de viver para que questionem a legitimidade das nossas terras”, disse outro coordenador-executivo da Apib, Dinaman Tuxá.

Outro ponto controverso é a autorização para que não-indígenas possam exercer atividades agrícolas em terras já demarcadas.

Essa é uma reivindicação de produtores rurais de estados como Mato Grosso e de uma parcela considerada pequena de indígenas em regiões dominadas pelo agronegócio como os da etnia Haliti-Paresi que vinham arrendando suas terras de forma irregular para produtores de soja.

Outro dispositivo previsto no projeto aprovado é o que, segundo críticos, flexibilizaria a política de não-contato com indígenas isolados que vigora no país há décadas.

O projeto estabelece que o contato com esses indivíduos poderia ser feito para “intermediar ação do estado de utilidade pública”, um conceito considerado muito vago por ambientalistas e que poderia abrir brechas para o contato forçado com os isolados.

“Esse projeto de lei é um risco para os povos indígenas porque ele está repleto de inconstitucionalidades. Ele traz insegurança jurídica pois coloca em risco até mesmo aquelas terras que já foram demarcadas e homologadas. Há violações claras de preceitos constitucionais”, afirmou à BBC News Brasil o analista sênior de políticas públicas da organização não-governamental WWF Brasil, Bruno Taitson.

O senador Marcos Rogério rebate as críticas.

“Muito se fala em cuidar do índio, em dar terra para o índio. Mas pouco se fala em assistência ao índio. Índios aldeados e não aldeados vivem, muitos deles, em condição de miserabilidade”, disse o parlamentar.

Estratégias contra projeto aprovado

Agora, ambientalistas e movimentos indígenas se reorganizam para tentar impedir que o projeto aprovado passe a ter validade.

A primeira estratégia reside em criar pressão sobre o presidente Lula para que ele vete o projeto.

No governo, a aprovação do projeto foi criticada.

“Embora a ministra dos Povos Indígenas (Sônia Guajajara) e representantes do MPI tenham sido recebidos por líderes, relatores e até pelo presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco para apresentar pontos críticos e sensíveis aos direitos indígenas, nada foi acatado pelo Senado”, diz o trecho de uma nota do Ministério dos Povos Indígenas.

O MPI afirmou ainda que “lamenta” a aprovação e classificou o projeto de lei como “inconstitucional”.

O problema, para aqueles que são contrários ao projeto, é que o Congresso poderia derrubar os vetos e a lei passaria a vigorar. Além disso, eles temem que Lula tenha que negociar com o Congresso quais pontos seriam vetados.

“Isso seria particularmente preocupante porque a maior parte do projeto contém retrocessos muito grandes aos indígenas. O pouco que não for vetado por meio de uma possível negociação ainda será prejudicial”, avalia Bruno Taitson, do WWF Brasil.

A segunda estratégia dos contrários ao projeto é levar o assunto, novamente, para o STF.

Um dos argumentos mencionados é o de que apenas uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) teria o peso suficiente para reverter o entendimento de um julgamento do Supremo. Como o que foi aprovado foi um projeto de lei, ele não teria poder suficiente para se sobrepor a uma decisão do STF, responsável por interpretar o texto constitucional.

“É uma situação delicada, mas não vamos desistir. Já estamos estudando a possibilidade de questionar a constitucionalidade dessa lei. Vai ser mais uma batalha, mas não vamos desistir”, afirma Dinaman Tuxá.

BRASIL ENFRENTA DOIS CENÁRIOS DESTOANTES POR QUESTÕES EDUCACIONAIS E PROFISSIONAIS QUALIDFICADOS

 

Avanços tecnológicos da indústria em direção à “Indústria 4.0” sofrem impactos vindos da falta de profissionais com qualificação para essas posições

Renato Soares, diretor da Tack TMI

Executivo da TACK TMI explica que o Brasil enfrenta dois cenários destoantes: um por exigências de profissionais qualificados e outro pela questão educacional do Brasil, que ainda reflete muitas desigualdades

Já faz ao menos uma década que muitos estudos apontavam que viveríamos um gap de talentos no mercado, não pela extinção de postos de trabalho que seriam substituídos pela tecnologia, mas pela falta de profissionais com as habilidades e competências necessárias para atuar em um modelo de trabalho fortemente pautado pelas tecnologias digitais.

Um levantamento realizado pela Gi Group Holding, multinacional italiana de serviços integrados de recursos humanos e terceirização de serviços gerenciados, revelou que a Indústria 4.0 já vem enfrentando essa lacuna nas contratações, com impactos diretos na geração de resultados e sustentabilidade da estratégia das empresas. De acordo com o levantamento da multinacional, 88% das empresas brasileiras do setor consultadas relatam ter dificuldades de encontrar trabalhadores qualificados, índice superior à média global, que ficou em 66%. Os dados são do relatório Tendências Globais de RH no setor de Manufatura – 2023.

De acordo com Renato Soares, diretor da Tack TMI, divisão de treinamento e desenvolvimento da holding, a velocidade das mudanças que estão acontecendo em diversos segmentos, que no caso da Manufatura são refletidos nesse modelo de indústria 4.0, é maior do que o tempo de reação da sociedade para uma ação efetiva na formação de profissionais preparados a essas novas exigências.

Isso ocorre porque a dimensão da mudança das competências e habilidades exigidas dos profissionais não se refere somente a conhecimentos técnicos em tecnologias digitais, por exemplo. Acontece também porque essas transformações estão exigindo abordagens diferentes de trabalho, novos modelos mentais. “Hoje, temos entregado treinamentos para lideranças que falam sobre Mindset Digital, tomando decisões baseadas em dados, e outros conteúdos que indicam que a natureza do trabalho de muitas funções está em transformação”, destaca o executivo.

E o que o empresário pode fazer para reter profissionais e prepará-los para exercer uma função?

Esse cenário traz uma complexidade de soluções. “Pensando naquilo que está ao alcance das organizações para se fazer de forma mais imediata, realizar a integração das informações de uma consistente abordagem de gestão de talentos que ajude a identificar claramente características dos indivíduos que aceleram sua capacidade de aprendizado e adaptação, vinculados a um mapeamento de habilidades e competências críticas que permitam a construção de programa de treinamento tanto de soft skills quanto de hard skills, acabam sendo as ações mais efetivas para gerir os riscos de uma ausência de profissionais qualificados que impactam diretamente a geração de resultados”, afirma.

Para Soares, a pesquisa reforça que, apesar de diferentes habilidades, as exigências tanto para nível operacional quanto para gestão refletem essas transformações.

“Nossa pesquisa sobre tendências de RH para Manufatura mostra que, enquanto profissionais de níveis operacionais estão demandado em conhecimentos técnicos especializados em máquinas e ferramentas com alto nível de tecnologia integrada, além de digital skills e conhecimento sobre tecnologia de fábricas inteligentes; para os níveis de gestão, capacidade analítica, capacidade de gerenciar projetos além de habilidades digitais são exemplos de habilidades mais demandadas”.

Ele lembra que o fato de termos amplo acesso à informação e conhecimento não garante que as pessoas “automaticamente” conseguirão se preparar para esses desafios. “O volume de informações que temos acesso hoje traz o desafio de saber identificar quais são relevantes para o desenvolvimento profissional. É importante que ajudemos as pessoas a pensar em suas carreiras, em suas necessidades e ajudá-las a encontrar formas de selecionar aqueles conhecimentos mais críticos para si mesmos e para as empresas nas quais trabalham. Programas consistentes de gestão de talentos devem ajudar seus potenciais a encontrar caminhos para se pensar as melhores trilhas para formação. Ajudar não significa tutorar, dizer o que as pessoas precisam fazer como “receitas de bolo”, mas precisam trazer dados sobre tendências, estratégia do negócio, desafios e ajudar a detalhar como essas variáveis impactam no conjunto de habilidades e competências exigidos”, ressalta Soares.

Decisões de carreira

Rubens Prata, diretor da Stato Intoo, divisão da Gi Group Holding, especializada em outplacement e transição de carreira no Brasil, explica que um ingrediente adicional na retenção e desenvolvimento dos times está associado ao ambiente e clima organizacional, o que, em geral, se traduz através das lideranças e suas atitudes.

No pós-pandemia, a busca pelo ambiente organizacional saudável e promotor de bem-estar é um dos indicadores que mais justificam o turnover, dificultando ainda mais o objetivo de atrair, reter e desenvolver na quantidade e qualidade necessária para os desafios do futuro. Soma-se a isto a flexibilidade entre trabalho remoto e presencial, e outros atributos que compõem o conjunto que determina onde as pessoas querem passar a maior parte de suas vidas.

“Temos uma mudança profunda acontecendo onde notamos que mais pessoas passaram a fazer escolhas que tenham maior conexão com seus valores pessoais, especialmente as novas gerações. As questões relacionadas à qualidade de vida também interferem nas escolhas, especialmente quando falamos sobre ambientes insalubres, com uma competição exagerada entre os profissionais”, ressalta o diretor da Stato Intoo.

Num último cenário e não menos importante, estão os problemas com liderança.

Casos de assédio moral, falta de feedback, jornadas inflexíveis, poucas oportunidades de desenvolvimento e falta de perspectiva de carreira podem levar os profissionais a desistirem de suas posições, ainda que não tenham outra oportunidade em mãos.

Empresas que respeitam os profissionais e suas complexidades, com oportunidades reais de desenvolvimento e carreira, além de um ambiente mais flexível, respeitoso e inclusivo são fatores determinantes para alavancar um estabelecimento como bom para o ambiente profissional.

Somos seres integrais! Cada dia mais os profissionais apostam em ambientes que eles possam ser quem são, e oferecer seu conhecimento com liberdade de horário, por exemplo, e recebendo em troca mais do que exclusivamente salário.

Vantagens Competitivas da Startup Valeon

pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise.

Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras.

Em vez de andar pelos comércios, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira.

Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

Contudo, para esses novos consumidores digitais ainda não é tão fácil comprar online. Por esse motivo, eles preferem comprar nos chamados Marketplaces de marcas conhecidas como a Valeon com as quais já possuem uma relação de confiança.

Inovação digital é a palavra de ordem para todos os segmentos. Nesse caso, não apenas para aumentar as possibilidades de comercialização, mas também para a segurança de todos — dos varejistas e dos consumidores. Não há dúvida de que esse é o caminho mais seguro no atual momento. Por isso, empresas e lojas, em geral, têm apostado nos marketplaces. Neste caso, um shopping center virtual que reúne as lojas físicas das empresas em uma única plataforma digital — ou seja, em um grande marketplace como o da Startup Valeon.

Vantagens competitivas que oferece a Startup Valeon para sua empresa:

1 – Reconhecimento do mercado

O mercado do Vale do Aço reconhece a Startup Valeon como uma empresa de alto valor, capaz de criar impactos perante o mercado como a dor que o nosso projeto/serviços resolve pelo poder de execução do nosso time de técnicos e pelo grande número de audiências de visitantes recebidas.

2 – Plataforma adequada e pronta para divulgar suas empresas

O nosso Marketplace online apresenta características similares ao desse shopping center. Na visão dos clientes consumidores, alguns atributos, como variedade de produtos e serviços, segurança e praticidade, são fatores decisivos na escolha da nossa plataforma para efetuar as compras nas lojas desse shopping center do vale do aço.

3 – Baixo investimento mensal

A nossa estrutura comercial da Startup Valeon comporta um baixo investimento para fazer a divulgação desse shopping e suas empresas com valores bem inferiores ao que é investido nas propagandas e divulgações offline.

4 – Atrativos que oferecemos aos visitantes do site e das abas do shopping

 Conforme mencionado, o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores tem como objetivos:

  • Fazer Publicidade e Propaganda de várias Categorias de Empresas e Serviços;
  • Fornecer Informações detalhadas do Shopping Vale do Aço;
  • Elaboração e formação de coletâneas de informações sobre o Turismo da nossa região;
  • Publicidade e Propaganda das Empresas das 27 cidades do Vale do Aço, destacando: Ipatinga, Cel. Fabriciano, Timóteo, Caratinga e Santana do Paraíso;
  • Ofertas dos Supermercados de Ipatinga;
  • Ofertas de Revendedores de Veículos Usados de Ipatinga;
  • Notícias da região e do mundo;
  • Play LIst Valeon com músicas de primeira qualidade e Emissoras de Rádio do Brasil e da região;
  • Publicidade e Propaganda das Empresas e dos seus produtos em cada cidade da região do Vale do Aço;
  • Fazemos métricas diárias e mensais de cada aba desse shopping vale do aço e destacamos:
  • Média diária de visitantes das abas do shopping: 400 e no pico 800
  • Média mensal de visitantes das abas do shopping: 5.000 a 6.000

Finalizando, por criarmos um projeto de divulgação e propaganda adequado à sua empresa, temos desenvolvido intensa pesquisa nos vários sites do mundo e do Brasil, procurando fazer o aperfeiçoamento do nosso site para adequá-lo ao seu melhor nível de estrutura e designer para agradar aos mais exigentes consumidores. Temos esforçado para mostrar aos srs. dirigentes das empresas que somos capazes de contribuir com a divulgação/propaganda de suas lojas em pé de igualdade com qualquer outro meio de divulgação online e mostramos o resultado do nosso trabalho até aqui e prometemos que ainda somos capazes de realizar muito mais.

                                                               Site: https://valedoacoonline.com.br/

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

SENADO VOTA ÀS PRESSAS NOVO MARCO TEMPORAL DOS INDÍGENAS

História por THAÍSA OLIVEIRA E JOÃO GABRIEL • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto de lei do chamado marco temporal para a demarcação de terras indígenas, tese derrubada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) há menos de uma semana.

A aprovação, por 43 votos a 21, ocorreu menos de cinco horas depois da discussão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) -onde o placar foi de 16 votos a 10. O texto vai agora à sanção ou veto do presidente da República.

O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em maio com apoio da bancada ruralista e do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), como parte da ofensiva do Congresso contra o STF.

O relator do projeto no Senado, Marcos Rogério (PL-RO), manteve o texto aprovado pela Câmara e rejeitou todas as sugestões de mudança. Ele defendeu que os pontos que extrapolam a tese -como o contato com povos isolados- sejam vetados pelo presidente Lula (PT).

“Se nós fizermos qualquer modificação substancial aqui, essa matéria volta para a Câmara. E aí é uma escolha política. E nós estamos diante de um ambiente de insegurança, inquietação, intranquilidade no Brasil inteiro”, justificou.

Nas últimas semanas, senadores contrários ao marco temporal reconheciam que seria difícil barrar a aprovação do texto em um momento em que o Senado tenta enfrentar discussões em curso no STF -não só sobre este tema, mas também em relação a drogas, aborto e imposto sindical.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou mal estar com o Supremo: “Não há nenhum tipo de adversidade ou de enfrentamento com o Supremo. É apenas uma posição do Congresso, considerando que nós reputamos que temas dessa natureza devem ser deliberados no Congresso”.

Reservadamente, integrantes da base do governo afirmam que Lula deve enxugar o projeto de lei -eliminando os chamados “jabutis”- e preservar apenas o trecho que estabelece o marco temporal.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse nesta quarta que Lula “fará o que a sua consciência disser”. O senador também afirmou que “não tem dinheiro suficiente” para uma possível indenização da União a produtores rurais que adquiriram terras indígenas regularmente.

“Não tem dinheiro suficiente para pagar indenização com a crise fiscal da qual nós sonhamos em sair. Vai virar tudo precatório? Vai virar tudo o quê? Não sei. Eu só estou querendo chamar atenção que nós não estamos no caminho da solução.”

A bancada ruralista ameaçava obstruir todas as votações na Câmara e no Senado enquanto o projeto de lei não fosse aprovado pelos senadores. O presidente do grupo, deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse que “pode acontecer muita coisa” até uma eventual decisão do STF sobre o projeto desta quarta.

“Se eles [ministros do Supremo] quiserem contestar essa lei, alguém vai ter que pedir, não pode ser iniciativa deles. Alguém vai ter que entrar no STF -imagino que alguém da oposição o fará- e fazer com que haja esse julgamento. Até isso acontecer, pode acontecer muita coisa.”

O relatório de Rogério foi lido na semana passada -horas antes da retomada do julgamento pelo STF. Em agosto, o projeto de lei foi aprovado pela Comissão de Agricultura do Senado por 13 votos a 3, com parecer favorável da relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS).

A tese do marco temporal determina que as terras indígenas devem se restringir à área ocupada pelos povos na promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Assim, indígenas que não estavam em suas terras até a data não teriam direito de reivindicá-las.

Na quinta (21), a tese foi declarada inconstitucional pelo Supremo por 9 votos a 2. Movimentos indígenas argumentam que, em 1988, seus territórios já haviam sido alvo de séculos de violência e destruição, e que as áreas de direito dos povos não deveriam ser definidas apenas por uma data.

Por outro lado, ruralistas defendem que tal determinação serviria para resolver disputas por terra e dar segurança jurídica e econômica. A posição foi endossada no STF pelos ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

Até mesmo senadores a favor do projeto de lei reconhecem que o texto aprovado pelo Congresso vai além da tese. Um dos artigos dá aval para o contato com povos isolados para “prestar auxílio médico ou para intermediar ação estatal de utilidade pública”.

Em outro ponto polêmico, a proposta abre brecha para que terras demarcadas sejam retomadas pela União, “em razão da alteração dos traços culturais da comunidade ou por outros fatores ocasionados pelo decurso do tempo”.

O texto também possibilita a indenização ao antigo proprietário de terras demarcadas (que não ocorre hoje), veda a ampliação de territórios já delimitados e diz que mesmo os processos em andamento devem considerar a área ocupada em 1988.

Entidades não governamentais criticaram a aprovação do texto. Uma nota assinada por instituições como Comissão Arns e Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) afirmou que a tese do marco “é francamente incompatível com a garantia constitucional do direito à terra dos povos originários brasileiros”.

Já o ISA (Instituto Socioambiental) publicou uma nota técnica argumentando que a aprovação do marco temporal “poderá inviabilizar demarcações de terras indígenas e configura uma das mais graves ameaças aos povos indígenas na atualidade”.

“Sem territórios indígenas bem preservados será impossível evitar o ponto de não retorno da Floresta Amazônica, e isso terá consequências severas para toda sociedade brasileira nas próximas décadas”, afirmou em posicionamento a WWF.

 

LULA NÃO QUER QUE A POPULAÇÃO O VEJA ANDANDO DE MULETA OU ANDADOR

 

História por Luís Gusttavo • Jetss Entretenimento

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Lula causa polêmica por declaração sobre cirurgia e uso de termo preconceituoso.

Lula causa polêmica por declaração sobre cirurgia e uso de termo preconceituoso.©Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu críticas após declarado sobre as expectativas após uma cirurgia de quadril que se submeterá na próxima sexta-feira (29). Na ocasião, o líder petista teria utilizado termos capacitistas ao afirmar que não gostaria de ser visto de muletas.

“O Stuckert não quer que eu ande andador, ele já falou: ‘Não vou filmar você de andador’, então significa que vocês não vão me ver de andador, não vão me ver de muleta, vocês vão me sempre bonito, como se eu não tivesse operado“, disparou o chefe do Executivo, em entrevista ao ‘Conversa com o Presidente’, do Canal GOV.

A fala de Lula, no entanto, recebeu críticas e repercutiu de maneira negativa nas redes sociais. O ativista anticapacitista Ivan Baron, que participou da cerimônia de posse do terceiro mandato do presidente, em 1º de janeiro, na cidade de Brasília, detonou a declaração do político.

“É nítido que ele não falou por mal, mas ao mesmo tempo não podemos deixar esse erro capacitista passar despercebido”, iniciou o influenciador digital, através do X (antigo Twitter), ao repercutir o vídeo em questão. “Associar o uso de tecnologia assistiva a falta de beleza é um tanto que problemático e não contribui em nada no processo de aceitação de quem precisa. Dá a entender que nossos corpos são errados e incompletos. Reforça o capacitismo”, disparou ele.

“Presidente Lula, desejo uma excelente recuperação e digo com toda convicção, o senhor jamais ficará feio usando sua bengala ou muleta! Podemos marcar um encontro para dar dicas de poses com a bengala e o Ricardo Stuckert vai ser o responsável por esse ensaio!”, sugeriu Ivan Baron.

GOVERNO QUER ARRECADAR COBRANDO IMPOSTO DE OFFSHORES

 

História por Iander Porcella e Giordanna Neves • Jornal Estadão

BRASÍLIA – Lideranças do PT afirmaram nesta quarta-feira, 27, que o presidente da CâmaraArthur Lira (PP-AL), fechou um acordo com o governo para votar na semana que vem o projeto de lei que prevê a tributação dos fundos offshore – investimentos que os brasileiros mantêm no exterior, sobretudo em paraísos fiscais.

A proposta faz parte do pacote do ministro da FazendaFernando Haddad, para aumentar a arrecadação e, dessa forma, zerar o déficit das contas públicas no ano que vem. Lira e Haddad, segundo os petistas, devem se reunir amanhã para discutir a pauta econômica.

De acordo com o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), a partir da reunião com o ministro da Fazenda, o presidente da Câmara vai designar o relator do projeto das offshore. A proposta deve incluir também mudanças na tributação dos fundos exclusivos, dos “super-ricos”.

O deputado petista afirmou que a Casa votará na semana que vem o projeto de lei do marco das garantias, que facilita a obtenção de crédito. Esse texto já passou na Câmara, mas foi modificado no Senado e, por isso, voltou para análise dos deputados. As informações também foram confirmadas pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara dos Deputados Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO© Fornecido por Estadão

O encontro entre Lira e Haddad será o primeiro desde que o chefe da equipe econômica causou incômodo nas lideranças do Centrão, em agosto, ao dizer que a Câmara não pode usar seu poder para humilhar o Executivo e o Senado. De acordo com Zeca, os dois vão conversar para destravar a pauta de aumento de receitas, que não avançou nos últimos dias. Outro projeto que deve ser votado é o marco da securitização.

“Eu acho que as coisas voltaram ao normal”, declarou Zeca, a jornalistas, ao comentar a obstrução que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e outros grupos anunciaram no Congresso para protestar contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), como a que derrubar o marco temporal para a demarcação das terras indígenas, que é apoiado pela bancada ruralista.

“Vai continuar tendo obstrução, mas vamos superar a obstrução”, disse o líder do PT. De acordo com ele, o Novo e o PL devem continuar na tentativa de barrar votações de interesse do governo.

Outro fator que pesou para travar a pauta da Câmara nesta semana foi uma declaração recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal. Lira admitiu, recentemente, que seu partido deve indicar o nome que substituirá Rita Serrano na chefia do banco público, mas o petista disse não estar disposto a fazer a troca agora, o que irritou o deputado alagoano e as lideranças do Centrão.

Hoje, a Câmara decidiu votar, a pedido do governo, uma medida provisória (MP) que libera recursos para o combate à gripe aviária. A MP, que abre crédito extraordinário de R$ 200 milhões no Orçamento de 2023 em benefício do Ministério da Agricultura, é de interesse da bancada ruralista. Os recursos serão direcionados para o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) para garantir a prevenção e o combate à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), que atinge aves silvestres no País.

O pedido para votar a MP foi feito hoje por Guimarães durante uma reunião de líderes com Lira, em aceno ao agronegócio. Os ruralistas reclamam que foram orçados R$ 200 milhões, mas empenhados apenas R$ 15 milhões pelo governo. A proposta libera recursos para os Estados e beneficia principalmente o Paraná, Estado do presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), que é uma das unidades federativas mais afetadas pela gripe aviária.

PLANTIO DE ÁRVORES EM MASSA NÃO FAZ AMENIZAR O CLIMA

História por Matheus Bianezzi • IGN Brasil

Em 2019, um grupo de voluntários plantou 11 milhões de árvores em Türkiye. Três meses depois, 90% das mudas haviam morrido. A campanha, absolutamente bem intencionada, foi um fracasso absoluto. Poderíamos pensar que plantar árvores seria uma das chaves para mitigar e resolver as alterações climáticas, mas Bill Gates deixa claro que não é esse o caso.

“Eu não planto árvores “. Foi assim que Bill Gates se deixou claro num recente evento climático organizado pelo The New York Times. O magnata e filantropo acrescentou ainda que, para ele, plantar árvores como solução para as alterações climáticas “é um completo absurdo”. A ideia parece deixá-lo especialmente frenético, pois acabou dizendo “o que somos nós, cientistas ou idiotas?”

Crédito: Fundação Bill Gates | Reprodução Xataka© Fornecido por IGN Brasil

Outros apoiam essa opção. A verdade é que ainda há grandes esforços para plantar milhões de árvores. Marc Benioff, CEO da Salesforce, defende há muito tempo um projeto chamado 1t.org com o qual pretende plantar e conservar um trilhão de árvores. Com isto, afirma esta organização, será possível capturar as emissões de CO2 e atingir os desejados objetivos de zero emissões. Centenas de empresas aderiram ao esforço.

As árvores são fantásticas. Como explica Sean DeWitt, diretor da Iniciativa de Restauração Global: “O Sr. Gates fala sobre tecnologias baseadas na ciência. As árvores são exatamente isso. Elas não apenas coletam CO2 da atmosfera a uma taxa muito mais alta do que as soluções tecnológicas existentes, mas também são muito mais rentáveis ​​e são fundamentais para o funcionamento dos nossos ciclos de água e nutrientes, sem os quais não seríamos capazes de plantar alimentos.

Mas elas não são suficientes. O problema é que plantar essas mil milhões de árvores apenas evitará que a temperatura suba 0,15 ºC em 2100, segundo uma análise da ONG Climate Interactive. Na realidade, a parte das emissões que este grande número de árvores poderia capturar é apenas uma daquelas que precisaremos evitar até meados do século. De acordo com Andrew Jones, autor da análise, um décimo da meta da 1t.org irá apenas “remover os 6% [de CO2] que precisariam ser eliminados em 2050”.

Não é muito, mas é alguma coisa. Para DeWitt, essa estimativa é conservadora, mas esses 6% ainda são relevantes. “Ninguém está dizendo que é uma solução mágica, mas parece significativo.”

A solução é outra. Jones explica que esta solução é uma distração. É como se um fumante corresse o risco de ter câncer de pulmão e o médico lhe dissesse para seguir uma dieta melhor e fazer exercícios: se ele não parar de fumar, não adianta muito. Para este analista, o ideal seria que as empresas reduzissem as suas emissões. As árvores são importantes e é crucial conservá-las e continuar a plantá-las, mas a solução para as alterações climáticas, como Gates salientou – embora de forma um tanto grosseira – não pode ser apenas plantar cada vez mais árvores.

Texto traduzido do site parceiro Xataka*Inscreva-se no canal do IGN Brasil no Youtube e visite as nossas páginas no FacebookTwitterInstagram e Twitch! | Siga Matheus Bianezzi no Twitter e Instagram.

 

MAIORIA DOS ALUNOS DE GRADUAÇÃO NÃO FAZEM ESTÁGIO COM PROFESSORES

 

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

A maior parte dos formandos em licenciaturas no Brasil não cumpre a carga horária mínima exigida no estágio obrigatório. Além disso, cerca de um a cada dez futuros professores sequer fez o estágio. Os dados são do último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), de 2021, e foram compilados pelo Todos pela Educação, com exclusividade para a Agência Brasil.  

O estágio obrigatório é um período que os estudantes de licenciaturas acompanham a rotina escolar, sempre supervisionados por professores. A intenção é que eles tenham contato com as escolas e se preparem para o trabalho como professores. De acordo com resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), esse estágio deve ter a duração de pelo menos 400 horas.  

Os dados do Enade, no entanto, mostram que a regra, na prática, não está sendo cumprida. O Enade é um exame realizado por estudantes que estão concluindo os cursos de graduação. A cada ano, o exame avalia um conjunto diferente de cursos. Em 2021, foi a vez das licenciaturas. Além de realizar as provas, os alunos respondem a um questionário sobre a formação.  As perguntas sobre o estágio fazem parte deste questionário.  

Cerca de 55% dos concluintes em licenciaturas, o equivalente a cerca de 165 mil estudantes, disseram que cumpriram menos de 300 horas de estágio. Outros 11,82%, o equivalente a 35,5 mil alunos, disseram que sequer fizeram o estágio. Os dados mostram ainda que 19,49%, ou 58,5 mil, cumpriram entre 301 e 400 horas e apenas 13,71%, ou 41,2 mil, fizeram estágios de mais de 400 horas. 

“O estágio permite essa conexão da teoria com a prática. Tudo que se aprende na teoria, se vê aplicações práticas na escola”, diz o gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo.  

“É importante que os estudantes conheçam a dinâmica da escola, os papéis e as responsabilidades de cada um dos atores da equipe escolar. Nesse período, vão entender como é a organização do espaço e como é o trabalho ali. O estágio tem caráter de observação e, progressivamente vai permitindo participar mais, acompanhar professores nas avaliações e atividades. Por isso a carga horária é grande.”  

Gontijo ressalta que aqueles que se formaram em 2021 foram impactados pela pandemia, que levou ao fechamento das escolas por pelo menos um ano. Apesar disso, os dados do Enade mostram que mesmo antes, o estágio não era totalmente cumprido. Em 2014 e em 2017, anos em que as licenciaturas foram avaliadas, cerca de 3%, ou mais de 7 mil estudantes em ambos os anos, declararam que não fizeram o estágio. Também em ambos os anos, cerca de 60% dos estudantes disseram que não cumpriram a carga horária mínima, fazendo 300 horas ou menos de estágio obrigatório. 

Para receber o diploma, os estudantes precisam cumprir o estágio. Segundo Gontijo, as altas porcentagens de estudantes que declaram que não concluíram os estágios pode ocorrer porque muitos acabam conseguindo documentos afirmando que fizeram as práticas ou mesmo realizaram o estágio de forma não estruturada, o que dá uma sensação de que não o cumpriram.   

“Isso chama atenção desses dados porque em tese é obrigatório cumprir as horas de estágio, então, para conseguir esse diploma, eles precisaram apresentar algo, mas não têm a percepção de que fizeram o estágio.” 

Nas escolas 

Gina Vieira, professora aposentada da rede pública no Distrito Federal, que trabalha atualmente como professora voluntária na Universidade de Brasília (UnB) e atua na formação de professores da educação básica, reforça a importância do estágio.  

“A formação dos professores tem sido cada vez mais frágil e insipiente porque formar um bom profissional é caro. Muitas vezes, há precarização na formação inicial desses profissionais”, afirmou. Segundo ela, muitas vezes os alunos desses cursos precisam conciliar a formação com trabalho e outras demandas, o que faz com que eles não consigam cumprir a carga horária mínima.  

O questionário do Enade mostra ainda que a maior parte dos formandos deseja atuar nas escolas. A maioria( 64%) dos concluintes dos cursos de formação inicial docente quer atuar em escolas públicas em médio prazo daqui a cinco anos. Outros 13% preferem atuar com gestão educação no setor público e 11% pretendem buscar outro campo de atuação, fora da área da Educação. Os dados mostram ainda que 8% desejam ser professor na rede privada e 4% pretendem trabalhar na gestão educacional de alguma instituição também privada.  

“É fundamental que esse profissional, como parte da sua formação, tenha contato com a pratica pedagógica, com a sala de aula, com o chão da escola, porque é isso que vai ajudá-lo a ter um pouco mais de entendimento do que é ser professor. Formar professor com a qualidade que se espera passa por uma articulação permanente entre teoria e prática. Prática sem teoria não sustenta. Mas teoria sozinha não vai te ajudar a ser bom profissional”, ressalta Vieira.  

Vieira explicou que um bom estágio permite que os estudantes tenham contato com as salas de aula, possam dar aulas e também que recebam retornos dos profissionais que os supervisionam e tenham a oportunidade experimentar o que esses retornos propõem. Para isso, a professora defende inclusive a ampliação do tempo de estágio. “Esse estágio precisa acontecer e acho que carga horária precisa ser ampliada.”  

Atualmente, das 1.648.328 matrículas nos cursos de licenciatura, 35,6% foram registradas em instituições públicas e 64,4%, em privadas de ensino superior, de acordo com o último Censo da Educação Superior, de 2021. Dos estudantes matriculados em cursos de licenciatura, 61% frequentam curso à distância.

O post Maioria dos futuros professores não conclui estágio em escolas apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

MANDATO INTUITIVO DE LULA CONFORME AS SUAS VONTADADES E NÃO PACIFICA O PAÍS

 

Em parte o presidente está conseguindo o que ele quer, transformando objetivos no governo em uma agenda pessoal

William Waack – Jornal Estadão

Lula vai para uma pausa forçada por razões de saúde, e desejamos que se recupere logo e bem da operação de artrose no quadril. Como vem fazendo cada vez mais, Janja zelosamente guardará o espaço à volta do presidente. Esse espaço não é meramente físico, e tem incluído também a quem o presidente ouve.

Lula deixou para depois da intervenção cirúrgica algumas definições importantes e de grande alcance político, como a nomeação de ministro para o STF, um novo chefe do Ministério Público, os termos finais de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, os parâmetros da transição energética (exploração de petróleo na Amazonia), entre outros.

Janja cada vez mais tem guardado espaço no entorno do presidente e controlado quem pode falar com Lula
Janja cada vez mais tem guardado espaço no entorno do presidente e controlado quem pode falar com Lula Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação

A demora em tomar decisões abrangentes tem sido uma característica importante de seu terceiro mandato. Uma delas encareceu substancialmente o “preço” político de governar. Trata-se do longuíssimo acerto com o centrão para distribuição dos pedaços da máquina pública e do orçamento, no qual Lula provavelmente jamais conseguirá saciar o apetite dessas forças políticas.

Outra característica relevante do atual mandato é a figura de um Lula mais “intuitivo” e cheio de “vontades”. A de gastar e expandir as despesas públicas, por exemplo, foi transformada em eixo central da política econômica. Assim como desfazer matérias importantes acertadas no Congresso – não importa recente advertência dura e explícita do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para os perigos dessa “vontade.

A “credibilidade” e a “estabilidade” que Lula promete aos agentes econômicos têm sido recebidas por eles com a expectativa de juros futuros mais altos, e com a resignada certeza de que terão mais, e não menos, impostos pela frente. Além da teimosa postura de confrontar o governo com a questão fiscal, acentuada pela dúvida se as autoridades estariam outra vez seduzidas pela criatividade contábil no trato das contas.

A “vontade” de Lula em relação ao exterior está sendo realizada. Na ausência de uma definição de objetivos estratégicos (um problema brasileiro de longo prazo), a política externa acaba se transformando, nas palavras do professor José Guillon de Albuquerque, em “exercícios opinativos de livre escolha” por parte do presidente. Portanto, a ação externa é a agenda pessoal do chefe do Executivo.

No geral, se era mesmo uma “vontade” de Lula pacificar o País, até aqui ela não se cumpriu. Ao contrário: a divisão que saiu das urnas aprofundou-se, e não diminuiu. Tornou-se mais calcificada, geograficamente mais delimitada, socialmente mais perigosa (com contornos de raça, classe e religião) e politicamente mais intratável.

Talvez seja a vontade de Lula ver nessa divisão uma vantagem política nas próximas eleições

GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

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