“O Stuckert não quer que eu ande andador, ele já falou: ‘Não vou
filmar você de andador’, então significa que vocês não vão me ver de
andador, não vão me ver de muleta, vocês vão me sempre bonito, como se
eu não tivesse operado“, disparou o chefe do Executivo, em entrevista ao ‘Conversa com o Presidente’, do Canal GOV.
A fala de Lula, no entanto, recebeu críticas e repercutiu de maneira negativa nas redes sociais. O ativista anticapacitista Ivan Baron,
que participou da cerimônia de posse do terceiro mandato do presidente,
em 1º de janeiro, na cidade de Brasília, detonou a declaração do
político.
“É nítido que ele não falou por mal, mas ao mesmo tempo não podemos deixar esse erro capacitista passar despercebido”, iniciou o influenciador digital, através do X (antigo Twitter), ao repercutir o vídeo em questão. “Associar
o uso de tecnologia assistiva a falta de beleza é um tanto que
problemático e não contribui em nada no processo de aceitação de quem
precisa. Dá a entender que nossos corpos são errados e incompletos.
Reforça o capacitismo”, disparou ele.
“Presidente Lula, desejo uma excelente recuperação e digo com
toda convicção, o senhor jamais ficará feio usando sua bengala ou
muleta! Podemos marcar um encontro para dar dicas de poses com a bengala
e o Ricardo Stuckert vai ser o responsável por esse ensaio!”, sugeriu Ivan Baron.
História por Iander Porcella e Giordanna Neves • Jornal Estadão
BRASÍLIA – Lideranças do PT afirmaram nesta quarta-feira, 27, que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fechou um acordo com o governo para votar na semana que vem o projeto de lei que prevê a tributação dos fundos offshore – investimentos que os brasileiros mantêm no exterior, sobretudo em paraísos fiscais.
A proposta faz parte do pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
para aumentar a arrecadação e, dessa forma, zerar o déficit das contas
públicas no ano que vem. Lira e Haddad, segundo os petistas, devem se
reunir amanhã para discutir a pauta econômica.
De acordo com o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR),
a partir da reunião com o ministro da Fazenda, o presidente da Câmara
vai designar o relator do projeto das offshore. A proposta deve incluir
também mudanças na tributação dos fundos exclusivos, dos “super-ricos”.
O deputado petista afirmou que a Casa votará na semana que vem o
projeto de lei do marco das garantias, que facilita a obtenção de
crédito. Esse texto já passou na Câmara, mas foi modificado no Senado e,
por isso, voltou para análise dos deputados. As informações também
foram confirmadas pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães
(PT-CE).
O encontro entre Lira e Haddad será o primeiro desde que o chefe da
equipe econômica causou incômodo nas lideranças do Centrão, em agosto,
ao dizer que a Câmara não pode usar seu poder para humilhar o Executivo e
o Senado. De acordo com Zeca, os dois vão conversar para destravar a
pauta de aumento de receitas, que não avançou nos últimos dias. Outro
projeto que deve ser votado é o marco da securitização.
“Eu acho que as coisas voltaram ao normal”, declarou Zeca, a
jornalistas, ao comentar a obstrução que a Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA) e outros grupos anunciaram no Congresso para
protestar contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), como a que
derrubar o marco temporal para a demarcação das terras indígenas, que é
apoiado pela bancada ruralista.
“Vai continuar tendo obstrução, mas vamos superar a obstrução”, disse
o líder do PT. De acordo com ele, o Novo e o PL devem continuar na
tentativa de barrar votações de interesse do governo.
Outro fator que pesou para travar a pauta da Câmara nesta semana foi
uma declaração recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a
negociação para a troca no comando da Caixa Econômica Federal. Lira
admitiu, recentemente, que seu partido deve indicar o nome que
substituirá Rita Serrano na chefia do banco público, mas o petista disse
não estar disposto a fazer a troca agora, o que irritou o deputado
alagoano e as lideranças do Centrão.
Hoje, a Câmara decidiu votar, a pedido do governo, uma medida
provisória (MP) que libera recursos para o combate à gripe aviária. A
MP, que abre crédito extraordinário de R$ 200 milhões no Orçamento de
2023 em benefício do Ministério da Agricultura, é de interesse da
bancada ruralista. Os recursos serão direcionados para o Sistema
Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) para garantir a
prevenção e o combate à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP),
que atinge aves silvestres no País.
O pedido para votar a MP foi feito hoje por Guimarães durante uma
reunião de líderes com Lira, em aceno ao agronegócio. Os ruralistas
reclamam que foram orçados R$ 200 milhões, mas empenhados apenas R$ 15
milhões pelo governo. A proposta libera recursos para os Estados e
beneficia principalmente o Paraná, Estado do presidente da FPA, Pedro
Lupion (PP-PR), que é uma das unidades federativas mais afetadas pela
gripe aviária.
Em 2019, um grupo de voluntários plantou 11 milhões de árvores em
Türkiye. Três meses depois, 90% das mudas haviam morrido. A campanha,
absolutamente bem intencionada, foi um fracasso absoluto. Poderíamos
pensar que plantar árvores seria uma das chaves para mitigar e resolver
as alterações climáticas, mas Bill Gates deixa claro que não é esse o caso.
“Eu não planto árvores “. Foi assim que Bill Gates se deixou claro num recente evento climático organizado pelo The New York Times.
O magnata e filantropo acrescentou ainda que, para ele, plantar árvores
como solução para as alterações climáticas “é um completo absurdo”. A
ideia parece deixá-lo especialmente frenético, pois acabou dizendo “o
que somos nós, cientistas ou idiotas?”
Outros apoiam essa opção. A verdade é que ainda há
grandes esforços para plantar milhões de árvores. Marc Benioff, CEO da
Salesforce, defende há muito tempo um projeto chamado 1t.org com o qual
pretende plantar e conservar um trilhão de árvores. Com isto, afirma
esta organização, será possível capturar as emissões de CO2 e atingir os
desejados objetivos de zero emissões. Centenas de empresas aderiram ao
esforço.
As árvores são fantásticas. Como explica Sean
DeWitt, diretor da Iniciativa de Restauração Global: “O Sr. Gates fala
sobre tecnologias baseadas na ciência. As árvores são exatamente isso.
Elas não apenas coletam CO2 da atmosfera a uma taxa muito mais alta do
que as soluções tecnológicas existentes, mas também são muito mais
rentáveis e são fundamentais para o funcionamento dos nossos ciclos de
água e nutrientes, sem os quais não seríamos capazes de plantar
alimentos.
Mas elas não são suficientes. O problema é que plantar essas mil milhões de árvores apenas evitará que a temperatura suba 0,15 ºC em 2100, segundo uma análise da ONG Climate Interactive.
Na realidade, a parte das emissões que este grande número de árvores
poderia capturar é apenas uma daquelas que precisaremos evitar até
meados do século. De acordo com Andrew Jones, autor da análise, um
décimo da meta da 1t.org irá apenas “remover os 6% [de CO2] que
precisariam ser eliminados em 2050”.
Não é muito, mas é alguma coisa. Para DeWitt, essa
estimativa é conservadora, mas esses 6% ainda são relevantes. “Ninguém
está dizendo que é uma solução mágica, mas parece significativo.”
A solução é outra. Jones explica que esta solução é
uma distração. É como se um fumante corresse o risco de ter câncer de
pulmão e o médico lhe dissesse para seguir uma dieta melhor e fazer
exercícios: se ele não parar de fumar, não adianta muito. Para este
analista, o ideal seria que as empresas reduzissem as suas emissões. As
árvores são importantes e é crucial conservá-las e continuar a
plantá-las, mas a solução para as alterações climáticas, como Gates
salientou – embora de forma um tanto grosseira – não pode ser apenas
plantar cada vez mais árvores.
A maior parte dos formandos em licenciaturas no Brasil não cumpre a
carga horária mínima exigida no estágio obrigatório. Além disso, cerca
de um a cada dez futuros professores sequer fez o estágio. Os dados são
do último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), de 2021, e
foram compilados pelo Todos pela Educação, com exclusividade para a Agência Brasil.
O estágio obrigatório é um período que os estudantes de licenciaturas
acompanham a rotina escolar, sempre supervisionados por professores. A
intenção é que eles tenham contato com as escolas e se preparem para o
trabalho como professores. De acordo com resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), esse estágio deve ter a duração de pelo menos 400 horas.
Os dados do Enade, no entanto, mostram que a regra, na prática, não
está sendo cumprida. O Enade é um exame realizado por estudantes que
estão concluindo os cursos de graduação. A cada ano, o exame avalia um
conjunto diferente de cursos. Em 2021, foi a vez das licenciaturas. Além
de realizar as provas, os alunos respondem a um questionário sobre a
formação. As perguntas sobre o estágio fazem parte deste
questionário.
Cerca de 55% dos concluintes em licenciaturas, o equivalente a cerca
de 165 mil estudantes, disseram que cumpriram menos de 300 horas de
estágio. Outros 11,82%, o equivalente a 35,5 mil alunos, disseram que
sequer fizeram o estágio. Os dados mostram ainda que 19,49%, ou 58,5
mil, cumpriram entre 301 e 400 horas e apenas 13,71%, ou 41,2 mil,
fizeram estágios de mais de 400 horas.
“O estágio permite essa conexão da teoria com a prática. Tudo que se
aprende na teoria, se vê aplicações práticas na escola”, diz o gerente
de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo.
“É importante que os estudantes conheçam a dinâmica da escola, os
papéis e as responsabilidades de cada um dos atores da equipe escolar.
Nesse período, vão entender como é a organização do espaço e como é o
trabalho ali. O estágio tem caráter de observação e, progressivamente
vai permitindo participar mais, acompanhar professores nas avaliações e
atividades. Por isso a carga horária é grande.”
Gontijo ressalta que aqueles que se formaram em 2021 foram impactados
pela pandemia, que levou ao fechamento das escolas por pelo menos um
ano. Apesar disso, os dados do Enade mostram que mesmo antes, o estágio
não era totalmente cumprido. Em 2014 e em 2017, anos em que as
licenciaturas foram avaliadas, cerca de 3%, ou mais de 7 mil estudantes
em ambos os anos, declararam que não fizeram o estágio. Também em ambos
os anos, cerca de 60% dos estudantes disseram que não cumpriram a carga
horária mínima, fazendo 300 horas ou menos de estágio obrigatório.
Para receber o diploma, os estudantes precisam cumprir o estágio.
Segundo Gontijo, as altas porcentagens de estudantes que declaram que
não concluíram os estágios pode ocorrer porque muitos acabam conseguindo
documentos afirmando que fizeram as práticas ou mesmo realizaram o
estágio de forma não estruturada, o que dá uma sensação de que não o
cumpriram.
“Isso chama atenção desses dados porque em tese é obrigatório cumprir
as horas de estágio, então, para conseguir esse diploma, eles
precisaram apresentar algo, mas não têm a percepção de que fizeram o
estágio.”
Nas escolas
Gina Vieira, professora aposentada da rede pública no Distrito
Federal, que trabalha atualmente como professora voluntária na
Universidade de Brasília (UnB) e atua na formação de professores da
educação básica, reforça a importância do estágio.
“A formação dos professores tem sido cada vez mais frágil e
insipiente porque formar um bom profissional é caro. Muitas vezes, há
precarização na formação inicial desses profissionais”, afirmou. Segundo
ela, muitas vezes os alunos desses cursos precisam conciliar a formação
com trabalho e outras demandas, o que faz com que eles não consigam
cumprir a carga horária mínima.
O questionário do Enade mostra ainda que a maior parte dos formandos
deseja atuar nas escolas. A maioria( 64%) dos concluintes dos cursos de
formação inicial docente quer atuar em escolas públicas em médio
prazo daqui a cinco anos. Outros 13% preferem atuar com gestão educação
no setor público e 11% pretendem buscar outro campo de atuação, fora da
área da Educação. Os dados mostram ainda que 8% desejam ser professor na
rede privada e 4% pretendem trabalhar na gestão educacional de alguma
instituição também privada.
“É fundamental que esse profissional, como parte da sua formação,
tenha contato com a pratica pedagógica, com a sala de aula, com o chão
da escola, porque é isso que vai ajudá-lo a ter um pouco mais de
entendimento do que é ser professor. Formar professor com a qualidade
que se espera passa por uma articulação permanente entre teoria e
prática. Prática sem teoria não sustenta. Mas teoria sozinha não vai te
ajudar a ser bom profissional”, ressalta Vieira.
Vieira explicou que um bom estágio permite que os estudantes tenham
contato com as salas de aula, possam dar aulas e também que recebam
retornos dos profissionais que os supervisionam e tenham a oportunidade
experimentar o que esses retornos propõem. Para isso, a professora
defende inclusive a ampliação do tempo de estágio. “Esse estágio precisa
acontecer e acho que carga horária precisa ser ampliada.”
Atualmente, das 1.648.328 matrículas nos cursos de licenciatura,
35,6% foram registradas em instituições públicas e 64,4%, em privadas de
ensino superior, de acordo com o último Censo da Educação Superior, de
2021. Dos estudantes matriculados em cursos de licenciatura, 61%
frequentam curso à distância.
Lula vai
para uma pausa forçada por razões de saúde, e desejamos que se recupere
logo e bem da operação de artrose no quadril. Como vem fazendo cada vez
mais, Janja zelosamente
guardará o espaço à volta do presidente. Esse espaço não é meramente
físico, e tem incluído também a quem o presidente ouve.
Lula deixou para depois da intervenção cirúrgica algumas
definições importantes e de grande alcance político, como a nomeação de
ministro para o STF, um novo chefe do Ministério Público, os termos
finais de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União
Europeia, os parâmetros da transição energética (exploração de petróleo
na Amazonia), entre outros.
A demora em tomar decisões abrangentes tem sido uma característica
importante de seu terceiro mandato. Uma delas encareceu substancialmente
o “preço” político de governar. Trata-se do longuíssimo acerto com o
centrão para distribuição dos pedaços da máquina pública e do orçamento,
no qual Lula provavelmente jamais conseguirá saciar o apetite dessas
forças políticas.
Outra característica relevante do atual mandato é a figura de um Lula
mais “intuitivo” e cheio de “vontades”. A de gastar e expandir as
despesas públicas, por exemplo, foi transformada em eixo central da
política econômica. Assim como desfazer matérias importantes acertadas
no Congresso – não importa recente advertência dura e explícita do
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para os perigos dessa “vontade.
A “credibilidade” e a “estabilidade” que Lula promete aos agentes
econômicos têm sido recebidas por eles com a expectativa de juros
futuros mais altos, e com a resignada certeza de que terão mais, e não
menos, impostos pela frente. Além da teimosa postura de confrontar o
governo com a questão fiscal, acentuada pela dúvida se as autoridades
estariam outra vez seduzidas pela criatividade contábil no trato das
contas.
A “vontade” de Lula em relação ao exterior está sendo realizada. Na
ausência de uma definição de objetivos estratégicos (um problema
brasileiro de longo prazo), a política externa acaba se transformando,
nas palavras do professor José Guillon de Albuquerque, em “exercícios
opinativos de livre escolha” por parte do presidente. Portanto, a ação
externa é a agenda pessoal do chefe do Executivo.
No geral, se era mesmo uma “vontade” de Lula pacificar o País, até
aqui ela não se cumpriu. Ao contrário: a divisão que saiu das urnas
aprofundou-se, e não diminuiu. Tornou-se mais calcificada,
geograficamente mais delimitada, socialmente mais perigosa (com
contornos de raça, classe e religião) e politicamente mais intratável.
Talvez seja a vontade de Lula ver nessa divisão uma vantagem política nas próximas eleições
Conheça seis pontos importantes antes de colocar um veículo movido a bateria na garagem
Por: Mário Sérgio Venditti – Jornal Estadão
Comprar um carro elétrico não é uma tarefa tão simples. Ou seja,
antes de por um veículo movido a bateria na garagem, é preciso levar em
conta certos aspectos para não se arrepender com a compra.
Afinal, a escolha deve considerar o perfil do usuário, como, por exemplo, se ele viaja muito com a família e se há estações de recarga no trajeto que costuma fazer no dia a dia. Selecionamos seis fatores importantes antes de fechar o negócio. Confira.
1 – Consulte o bolso
Os automóveis 100% elétricos ainda
são mais caros que os modelos similares com motor a combustão. Para
evitar uma compra por impulso, certifique-se de que seu orçamento
permite esse gasto. Outra medida recomendável é realizar o teste drive
para verificar se você vai se acostumar com um carro relativamente
diferente.
2 – Onde recarregar
Ao encarar as estradas para um passeio mais longo com a família, o
usuário precisa elaborar um “mapa” da viagem, com o objetivo de
identificar onde estão os pontos de recarga ao longo do caminho. Embora a
infraestrutura de recarga das rodovias brasileiras esteja melhorando, a
ausência de pontos de reabastecimento da bateria pode deixá-lo no meio
do caminho, com “pane seca”. Ou seja, veja se o seu estilo de vida e
suas necessidades combinam com o carro elétrico.
3 – Autonomia do carro elétrico
Uma das primeiras perguntas que devem ser feitas na concessionária é sobre a autonomia do veículo de seu interesse. Até porque, no início do ano, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
reduziu, em média 30%, da autonomia de todos os carros disponíveis no
País, para se chegar a um número mais real na utilização diária.
Dessa forma, é possível ter uma informação mais preciso da distância
que ele consegue percorrer até a próxima recarga, caso não queira
realimentar a bateria todos os dias no equipamento residencial.
Assim, o carro elétrico é ainda mais prático dentro das cidades, onde
há diversos locais com estações de recarga, como estacionamentos de
shopping centers.
Por falar em autonomia, ela depende da capacidade da bateria,
mas fatores como peso do carro, aerodinâmica, potência do motor e
dispositivos elétricos que o veículo utiliza (como ar-condicionado) são
capazes de impactar no número final. Além disso, essa capacidade também
pode ser influenciada de acordo com os hábitos do motorista.
4 – Preço das revisões
É sabido que a manutenção do
veículo elétrico é mais barata que a do carro com motor convencional,
por ter um número de peças e sistemas muito menor. Mesmo assim, antes da
aquisição, informe-se a respeito do valor das revisões e providencie
uma cotação de seguro. Com isso, o interessado não terá surpresas quando
precisar fazer algum conserto.
5 – Por dentro da bateria
Você não precisa ser um expert em baterias e infraestrutura de
recarga, mas é interessante entender o mínimo sobre o componente, a fim
de entender melhor o funcionamento de seu veículo. Existem carregadores portáteis
que levam até 24 horas para carregar um veículo, ao passo que
equipamentos específicos de potência maior realizam a operação em
aproximadamente quatro horas. Os carregadores de carga ultrarrápida
realimentam 80% da bateria em apenas 40 minutos.
6 – Custo da recarga
Embora boa parte dos pontos de recarga ainda seja gratuito, esse
serviço já começa a ser cobrado no Brasil. Isso porque a infraestrutura
exige fortes investimentos das empresas para formar uma capilaridade no
País e elas buscam o retorno desse investimento.
O principal mercado do veículo elétrico é a região Sudeste e, em
carregadores de 22 kW, os valores variam de R$ 1,50 a R$ 2,10 por kWh.
Em equipamentos lentos (7 kW), a taxa é de R$ 2 por kWh.
Para recarregar até 80% da bateria de um Renauklt Kwid E-Tech, por
exemplo, o usuário desembolsa cerca de R$ 32. O Nissan Leaf é mais caro e
cobra pelo mesmo serviço em torno de R$ 45. Já no Volvo XC40, um dos
elétricos mais vendidos do mercado brasileiro, a taxa chega a R$ 80.
Fernando Medeiros, CTO na FC Nuvem, frente da FCamara
Seja usuário ou lojista, todos precisam tomar alguns cuidados
envolvendo a segurança durante os períodos de grande movimentação no
comércio digital. Especialista reforça os principais cuidados
Conforme os processos de transformação digital avançam, novas
tecnologias vão surgindo. Só que as soluções de segurança das transações
também precisam acompanhar essa expansão do mercado. Só no primeiro
trimestre de 2023, 3,9% dos mais de 38 milhões de pedidos feitos no
e-commerce brasileiro foram tentativas de fraudes, de acordo com
levantamento da ClearSale.
O aumento de compartilhamento de dados nas redes sociais também pode
ter contribuído para esse crescimento, já que os golpistas têm acesso a
dados pessoais, como foto, telefone e relações familiares. Para Fernando
Medeiros, CTO na FC Nuvem, frente da FCamara especializada em serviços
gerenciados de TI, cibersecurity, data & analytics e multicloud,
datas comemorativas como a Black Friday inspiram ainda mais cuidados por
parte dos usuários..
“As celebrações sazonais geram muitas expectativas nos consumidores,
mas também são muito aguardadas pelos cibercriminosos. A ocasião
proporciona um número maior de usuários efetuando transações pela
internet, um prato cheio para tentativas de golpes e fraudes. As
atividades financeiras durante o período exigem cuidado dobrado”,
destaca Fernando.
O especialista elenca algumas ações importantes para aumentar a
segurança no período e permitir uma boa experiência para os usuários:
1- Antes de realizar suas compras, verifique se o site é confiável
Ao decidir adquirir qualquer produto de um novo site, confira se a
loja ou a plataforma realmente existe. Pesquise se ela tem endereço
físico e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), para o caso de haver
qualquer problema com a transação. Todas essas informações devem estar
indicadas com clareza na página.
Vale certificar-se também sobre a veracidade das ofertas recebidas
por e-mail e redes sociais, pois existem muitos links que levam direto
aos golpistas. Então, antes de abrir aquela promoção na sua caixa de
entrada – especialmente aquela ‘boa demais para ser verdade’ –, tenha
certeza de que o remetente é confiável.
Outro forte indício de que o site é verídico é o cadeado HTTPS na
barra de endereços. Esse é um protocolo de segurança obrigatório para
sites que lidam com informações sensíveis. Desconfie de páginas que não
apresentam essa camada de proteção.
2-Redobre os cuidados ao fazer compras em redes públicas de internet
Se estiver logado em um Wi-Fi público, utilize a conexão apenas para
fazer pesquisas de preços e produtos. Evite fazer logins e fornecer
dados sensíveis nesse momento. Quando decidir efetuar a compra, opte em
realizá-la em uma rede particular e em um dispositivo próprio ou de
confiança, é mais seguro. Dessa forma, você evita que suas informações
sejam captadas e utilizadas indevidamente.
3- Pagamento em Pix
Caso prefira pagar com Pix, efetue o pagamento dentro do ambiente da
loja virtual. Ao receber do estabelecimento o código QR Code, confira
com atenção todos os dados do pagamento e se a loja escolhida é
realmente a que você realizou a compra. Só depois desse cuidado, com a
checagem detalhada, confirme a transferência.
Para os lojistas, Fernando destaca ações importantes:
1- Mantenha seus sistemas atualizados: isso inclui todos os softwares
utilizados no negócio. Assim você preserva sua loja contra possíveis
invasões digitais e vazamentos de dados importantes sobre seus clientes;
2- Adote certificados de segurança: eles são fundamentais para
proteger a comunicação entre o cliente e o servidor, garantindo que a
transação ocorra sem riscos e sempre criptografada;
3- Invista em Blockchain: essa tecnologia é uma espécie de banco de
dados descentralizado, contendo as transações ou interações realizadas
entre as partes envolvidas. O recurso distribui as informações em blocos
de registro ligados uns aos outros, criando um banco de dados
permanente e à prova de violações.
Por que você está ignorando a ferramenta de vendas mais poderosa do mundo?
Guilherme Dias – Diretor de Comunicação e Marketing da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG)
Eu vejo todos os dias o anunciante separando seus R$ 10.000,00 pra
fazer uma campanha no rádio, R$ 3.000,00 para sair em uma revista local,
pelo menos R$ 9.000,00 para fazer uns 3 pontos de mídia exterior, mas
na hora de tirar o escorpião do bolso pra comprar mídia online, qualquer
“milão” é “caro demais”.
Eu sinceramente não sei de onde veio este mito de que fazer anúncios
na internet merece menos atenção financeira do que outros meios. A
lógica deveria ser justamente a inversa.
Nenhum outro tipo de mídia retém tanta atenção do público comprador como na internet.
O Brasil é o terceiro país do mundo onde as pessoas mais ficam
conectadas, passando mais de 10 horas por dia online (DEZ HORAS POR
DIA!).
Ficamos atrás apenas de África do Sul e Filipinas.
Qual outra mídia prende a atenção das pessoas por DEZ HORAS?
Qual outra mídia pode colocar sua marca literalmente na mão do seu cliente ideal?
Qual outra mídia pode colocar sua marca na mão do seu cliente no EXATO momento que ele está propenso a fazer uma compra?
Qual outra mídia pode rastrear, seguir o seu cliente de acordo com os hábitos de consumo dele?
Qual outra mídia pode segmentar um anúncio de acordo com os interesses, medos, desejos, ações, intenções…
Qual outra mídia pode oferecer um contato com seu cliente ideal 24 horas por dia, 7 dias por semana?
Absolutamente nenhuma além da internet.
E agora, me conta…qual o motivo da internet receber menos investimento comparado à mídia tradicional?
Marketing Digital é barato, mas não é de graça.
Vamos fazer uma conta de padaria:
Quanto custa imprimir 1.000 flyers (folhetos) e distribuir no sinal?
Papel couchè brilho 90g 4×4 cores, em gráfica de internet (qualidade bem meia boca), com frete sai em torno de R$ 250,00.
Para a distribuição, você não vai encontrar quem faça por menos de R$ 70 a diária.
Você não tem a garantia de entrega. Já ví muito “panfleteiro” jogando
metade do material no bueiro, ou entregando 2 de uma vez só em cada
carro. Mas vamos tirar essa margem da conta.
Estamos falando de R$ 320 para 1 mil impactos.
Hoje estava otimizando uma campanha de Instagram, da minha conta
pessoal, e o meu CPM (custo por mil impressões) estava girando em torno
de R$ 5,51.
Ou seja cerca de 1,72% do valor de uma ação de rua com flyer.
Essa lógica pode ser aplicada a qualquer meio de comunicação tradicional, seja rádio, tv, outdoor, busdoor…
E a conta também deve ser levada em consideração além dos anúncios de Google, LinekedIN, Facebook, Instagram e TikTok.
Banners em portais e publieditoriais, este último ainda pouco
explorado por pequenos e médios anunciantes, também apresentam números
disparados na frente do marketing tradicional.
Então, quando você se perguntar se está tendo ou não resultados com mídia online, pense nessa continha.
Marketing digital, em comparação, é barato sim, mas será que você
deveria deixar a menor faixa de verba do seu orçamento de marketing para
o meio de vendas MAIS PODEROSO QUE EXISTE?
Deixo a reflexão.
Preferências de Publicidade e Propaganda
Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago
Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para
divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais
veículos de propaganda você tem preferência?
Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das
empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros
meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.
Vantagens da Propaganda no Rádio Offline
Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio
funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa
ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.
É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda
existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou
produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio
funciona bem demais!
De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas
vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender
que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará
entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim,
concretizar suas vendas.
Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline
Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que
costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no
rádio. Frequentemente, os rádios também são usados como ruído de
fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles
também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o
ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo
quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao
usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,
A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade
para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de
marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por
mês.
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e
a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos
smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia
digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo
o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é
colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e
de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce,
os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles
funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os
consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo
ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas
encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus
produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa
que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em
2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
O autor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que altera o
artigo 49 da Constituição para que o Congresso suspenda, por maioria
qualificada, decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), deputado Domingos Sávio (PL-MG), disse nesta 3ª feira (26.set.2023) que o texto não mexe nas prerrogativas da Suprema Corte e nem nas do Executivo.
“Não mexe nas prerrogativas do STF e nem do Executivo. Ela estabelece com clareza no artigo 49 [da Constituição] que
o Congresso Nacional, poderá, por maioria constitucional, portanto 3/5,
em 2 turnos na Câmara, 3/5 em 2 turnos no Senado, sustar os efeitos de
decisão transitada em julgado no STF, que tem extrapolado os limites
constitucionais”, afirmou o deputado a jornalistas.
A PEC foi escolhida como uma das prioridades da bancada ruralista em uma reunião virtual da FPA (Frente
Parlamentar da Agropecuária), onde foram definidas pautas prioritárias
para reagir às recentes decisões do STF. No Congresso, o estopim da
insatisfação foi a decisão da Corte de rejeitar a tese do marco temporal. O caso suscitou de vez o desejo do Legislativo de dar uma resposta ao Judiciário.
Sávio mencionou que a ausência de debate no Congresso sobre temas
como descriminalização de drogas e do aborto não pode servir como
justificativa para o Supremo discutir esses temas.
“O Congresso Nacional não decidiu até hoje sobre liberar drogas,
porque o Congresso Nacional até hoje não teve maioria. Não é porque não
tem projeto”, declarou. “O dever do STF é respeitar o Legislativo, coisa que ele não tem feito”, completou.
O deputado negou que a proposta seja uma afronta à Corte. “Nós
não estamos afrontando o STF. Isso vai ser bom para todos. Porque da
forma que está, nós vamos viver uma insegurança jurídica no país.
Respeito ao STF, mas não medo do STF […]. Da maneira que estão agindo conosco, eu entendo que está faltando respeito com o Legislativo”, disse.
Para a PEC que propõe barrar decisões do STF avançar são necessárias
171 assinaturas. Atualmente, a bancada ruralista conta com 372
congressistas, sendo 322 deputados. Nesta 3ª feira (26.set), Sávio disse
que com o apoio da FPA as assinaturas estão aumentando e já passaram de
120.
TENSÃO ENTRE LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO
Assuntos analisados pelo STF nas últimas semanas como a
descriminalização das drogas, o marco temporal e a descriminalização do
aborto têm causado tensão entre os Poderes Judiciário e Legislativo.
O julgamento na Suprema Corte sobre a descriminalização do porte de drogas também
causou críticas de senadores nas últimas semanas. A leitura,
principalmente de congressistas da oposição, é de que a Corte estaria
invadindo as prerrogativas do Congresso.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem demonstrado certo incômodo com a atuação recente do STF. Segundo apurou o Poder360,
Pacheco estaria mais impaciente depois de decisões da Corte sobre o
piso de enfermagem, implementado por decisão do Congresso, e com a participação do ministro Roberto Barroso no evento da UNE (União Nacional dos Estudantes).
No documento enviado ao STF, Lindôra pede que seja analisado se “as
inconsistências nas informações prestadas” pelo Ministério da Justiça
prejudicam ou não a decisão de Toffoli. A vice-procuradora-geral também
pede que sejam investigadas eventuais responsabilidades de agentes
públicos que possam ter “induzido” o ministro a acreditar que não haviam
acordos formalizados sobre a colaboração internacional.
“O que se tem é a tomada de conhecimento, nestes autos, a respeito de
possíveis irregularidades, do que resulta, por parte do magistrado
[ministro Dias Toffoli] instar que as autoridades competentes, no âmbito
de suas atribuições e autonomamente em relação ao presente feito, que
apurem eventuais responsabilidades dos agentes públicos, que podem ter
induzido a eventual equívoco”, afirma Lindôra.
Ministério da Justiça recuou após Toffoli anular provas
Em um ofício enviado ao STF no último dia 12, o Departamento de
Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI),
vinculado ao Ministério da Justiça, disse ter encontrado um pedido
brasileiro de assistência para obter uma “cópia integral eletrônica dos
dados relativos ao sistema Drousys”, um dos sistemas utilizados pela
Odebrecht para operar um esquema de propina.
“Desta maneira, em que pese o pedido de cooperação jurídica
internacional não tenha sido realizado no bojo da ação informada
originariamente, informa-se que foi enviado pedido para obtenção dos
sistemas às autoridades suíças em 03.06.2016. Na data de 28.09.2017 foi
encaminhado o pen drive contendo as cópias dos referidos sistemas para
PGR, com o envio das senhas de acesso para este órgão em 02.10.2017.
Desta forma, considera-se que, a partir desta data (02.10.2017), as
provas em comento foram efetivamente transmitidas às autoridades
requerentes”, diz o ofício do DRCI.
Segundo a Justiça em nota, o primeiro ofício do DRCI informou sobre a
falta de localização sobre a cooperação jurídica internacional por
causa de um erro no “número de processo”. O ministério disse ainda que
informou “de forma espontânea” o STF sobre a nova descoberta e que
caberá à Suprema Corte avaliar como proceder com as novas informações
enviadas.
Toffoli deve manter entendimento de nulidade das provas
Uma semana antes do ofício do DRCI chegar até o STF, Toffoli afirmou
em um despacho que todas as provas da Odebrecht obtidas pela Lava Jato
eram “imprestáveis”. O ministro, também acusou o juízo da 13ª Vara
Federal de Curitiba, base da Operação Lava Jato, de ter extrapolado
“todos os limites que com certeza contamina diversos outros
procedimentos”’.
Toffoli também afirmou no despacho que a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
foi um dos ‘maiores erros judiciários da história do País’, e que a
detenção do petista foi ‘uma armação fruto de um projeto de poder de
determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado’.
“Com o respeito que se guarda pelo eminente relator e pela 2ª Turma
do Supremo Tribunal Federal, certo é que não se pode permitir o abandono
de regras básicas para a atuação do Poder Judiciário, que não pode se
distanciar do pedido que lhe é submetido”, diz a ANPR
A defesa da Novonor (novo nome utilizado pela Odebrecht) também
recorreu ao STF, pedindo que a Corte esclareça que a decisão de Toffoli
não alterou os termos do acordo de leniência. “Requer-se seja confirmado
que a Companhia continua a gozar de todos os direitos e garantias
previstos no Acordo de Leniência, em qualquer âmbito ou grau de
jurisdição, independentemente da declaração de imprestabilidade das
provas e das consequências jurídicas dela derivadas”, diz o recurso da
empreiteira.
BRASÍLIA — Em reação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do marco temporal e por conta da retomada de temas como aborto e porte de drogas, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) e outras bancadas iniciaram obstrução e declararam apoio a um projeto de emenda à Constituição (PEC) que pretende sustar decisões da Corte, como revelou a Coluna do Estadão.
Deputados planejam não marcar presença no plenário e em nenhuma
comissão para impedir a formação de quórum e barrar votações em qualquer
instância da Câmara.
Como mostrou o Estadão, a FPA anunciou a união com as bancadas evangélica e da bala em reação ao STF.
A posição dos grupos indica o ultimato dado ao Senado para aprovar o
princípio que só permite demarcação de terras indígenas ocupadas até
1988, ano da promulgação da Constituição. O marco temporal foi revogado
pelo Supremo na semana passada.
O projeto de lei que restitui a vigência do marco temporal está em
tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O
relatório passará por votação no colegiado nesta quarta-feira, 27, para
então ir a plenário. Não há expectativa que a proposta vá imediatamente a
plenário em caso de aprovação na CCJ.
Como também mostrou o Estadão, deputados aproveitaram a última sessão da CCJ para mandar mensagens ao Supremo.
“Não podemos aqui abrir mão da nossa prerrogativa de legislar, senão
fechemos o Congresso de uma vez e aguardemos que todas as questões sejam
resolvidas pelo STF”, disse Sérgio Moro (União-PR).
Ao lado de outras frentes parlamentares identificadas com pautas
conservadoras, a bancada ruralista publicou uma nota oficial nesta
terça-feira, 26, Os grupos dizem que não aceitarão interferência na
prerrogativa do Congresso Nacional legislar. “Tomaremos as devidas
medidas para reestabelecer o equilíbrio entre Poderes”, afirmou o texto.
O presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que já dialoga com
líderes dos partidos a fim de abrir espaço para discutir a PEC que pode
sustar decisões não-unânimes do STF. “A gente precisa fazer um
movimento político que demonstra a insatisfação do Poder Legislativo com
essa invasão de competência”, disse. “A gente quer abrir uma comissão
especial para discutir o texto. Para isso, precisamos do apoio dos
líderes. Vamos conversar com eles”, disse ele, que procurou o presidente
da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tratar do tema.
A PEC, de autoria do deputado Domingos Sávio (PL-MG), altera a
Constituição Federal e diz que seriam necessários 1/3 de membros da cada
casa — isto é, 171 deputados e 27 senadores — para apresentar proposta
de decreto legislativo que susta decisões sem aprovação unânime do STF.
“Não há que se falar em um ‘Poder Supremo’ para o Judiciário, mas antes
em dever Supremo de assegurar o respeito às leis elaboradas por aqueles
que detém o poder que emana do povo”, justifica o parlamentar.
Sávio já tinha apresentado a PEC no ano passado e fez ajustes. A nova
versão da PEC reduziu o número de deputados necessários para propor um
decreto legislativo para revogar decisões do STF. Na versão original, a
proposta dizia que a maioria absoluta dos deputados tinha que endossar a
apresentação do decreto legislativo. Na nova versão, basta a adesão de
1/3 da Casa.