domingo, 16 de julho de 2023

POLÍTICAS DESENVOLVIMENTISTAS ELEITOREIRAS PRJUDICAM O BRASIL

 

Lula acha que o País não vai bem porque o ‘financeirismo’ prevaleceu sobre o desenvolvimentismo. Errado: o Brasil vai mal pois o desenvolvimentismo nunca foi realmente derrotado

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

Na primeira reunião do recauchutado Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), o presidente Lula da Silva disse que “ficou uma briga de séculos: quem era desenvolvimentista e quem era financeirista (sic) – os financeiristas (sic) ganharam, e o Brasil perdeu”. Segundo ele, “está na hora de o desenvolvimentismo ganhar para que a gente volte a gerar oportunidades para 203 milhões de habitantes”.

Seja lá o que Lula entenda por “financeirismo”, o “desenvolvimentismo” é bem conhecido. Ele se baseia na premissa de que a indústria tem um papel diferenciado em relação a outros setores, o que justifica uma parafernália de intervenções “estratégicas” do Estado na economia para favorecê-la, como barreiras protecionistas, créditos subsidiados, desvalorização da taxa de câmbio ou redução forçada dos juros. “Intervenção” equivale a “distorção” do mercado, mas é uma distorção “do bem”.

A ideia do Estado indutor antecede em muito à industrialização do País. Na verdade, antecede ao próprio País: ela vem desde o Estado patrimonialista português e foi transplantada para o Império. O “nacional-desenvolvimentismo” foi a regra desde a ditadura Vargas até a ditadura militar.

No início da redemocratização, o Brasil era uma economia fechada, com forte desequilíbrio fiscal, que se traduziu na hiperinflação. O hiato veio com o governo FHC, que investiu no equilíbrio fiscal, na abertura econômica, nas privatizações e nas agências reguladoras. Em seu primeiro mandato, Lula se comprometeu com essa agenda. Então, a crise financeira de 2007 serviu de pretexto para restaurar as velhas estratégias intervencionistas, multiplicadas exponencialmente na gestão Dilma Rousseff. O Brasil perdeu fragorosamente. Não só a participação da indústria na economia seguiu em queda livre, como o desequilíbrio fiscal – maquiado à base de “pedaladas” – escalou. No biênio 2015-16, foram pelo ralo quase 7% do PIB, deixando um rastro de mais de 14 milhões de desempregados.

Como sempre, essas políticas foram implementadas sem qualquer cálculo de seus custos e benefícios nem metas de desempenho. O pensamento mágico – lapidarmente expresso na fórmula dilmista “gasto é vida” – é que basta jogar dinheiro em certos setores da indústria, sempre “estratégicos”, para que o crescimento milagrosamente aconteça. Não surpreende que o discurso desenvolvimentista seja tão favorecido por grupos de interesse que clamam ao Estado por proteção. Na prática, isso cria uma cultura de tolerância com a ineficiência e poupa os beneficiados de investir na produtividade para enfrentar a competição.

A associação histórica do dirigismo estatal com o autoritarismo populista, mais do que mera coincidência, é fruto de afinidades eletivas. Ambos se reforçam mutuamente. Como já disse neste jornal o cientista político Sérgio Fausto, “a ideologia nacional-estatista é empregada para justificar a apropriação do Estado por grupos políticos determinados, o manejo discricionário das políticas e das instituições públicas e a asfixia da sociedade civil e das instituições” (ver A miséria do nacional-estatismo, 30/6/2013).

Não por acaso, em artigo, também publicado neste jornal, em que apresentou sua nova política industrial, Lula disse que o CNDI daria “missões” à indústria (ver Neoindustrializção para o Brasil que queremos, 25/5/23). Tampouco é obra do acaso que o artigo não diga praticamente nada sobre o papel da defasagem do capital humano e do “custo Brasil” na defasagem crônica da produtividade do trabalhador e da indústria brasileiros. A solução populista é sempre jogar dinheiro fácil na demanda, e nunca o caminho difícil da qualificação da oferta.

Em 1989, o então candidato tucano à Presidência, Mário Covas, defendeu que o Brasil precisava de “um choque de capitalismo, um choque de livre iniciativa, sujeita a riscos e não apenas a prêmios”. O que se viu foi um breve espasmo. Agora, Lula deixa claro que evitará esse choque a todo custo. O Brasil pode esperar por uma nova rodada de distribuição de prêmios a grupos de interesse corporativistas, clientelistas e patrimonialistas. As oportunidades para os 203 milhões de habitantes ficarão, como é a regra no país dos desenvolvimentismos, para as calendas.

GOVERNO FEDERAL LANÇA PROGRAMA DESENROLA BRASIL PARA PAGAMENTO DE DÍVIDAS

 

RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS – Ministério da Fazenda

Programa que ajudará endividados inicia com desnegativação de dívidas de até R$ 100 reais e renegociação de dívidas bancárias. A próxima etapa será em setembro com adesão de devedores da Faixa 1.

Começa na próxima segunda-feira (17/7), o programa Desenrola Brasil, do governo federal, que possibilitará a renegociação de dívidas e tem o potencial de beneficiar até 70 milhões de pessoas. O programa será executado em três etapas. As duas primeiras iniciam nesta próxima segunda: desnegativação de dívidas de até R$ 100 reais e renegociação de dívidas bancárias podendo beneficiar mais de 30 milhões de pessoas. A terceira etapa ocorrerá em setembro com adesão de devedores com renda de até dois salários mínimos ou que estejam inscritos no CadÚnico – Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – e com dívidas financeiras e não financeiras cujos valores de negativação não ultrapassem o valor de R$ 5.000,00.

Confira a Portaria nº 733, de 13 de julho de 2023 que estabelece requisitos, condições e procedimentos para adesão ao Desenrola

Nesse primeiro momento, o Desenrola Brasil contemplará pessoas físicas que têm dívidas bancárias de até R$ 100,00, que serão desnegativadas pelos bancos. Com isso cairão as restrições da situação de negativada e a pessoa poderá, por exemplo, se não tiver outras dívidas negativadas, voltar a pegar crédito ou fazer contrato de aluguel. Com essa operação, o governo federal considera que pode beneficiar cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Outro grupo beneficiado nessa fase é o de pessoas físicas com renda de até R$ 20.000,00 e dívidas em banco sem limite de valor – a Faixa 2. Para essa categoria, os bancos oferecerão a possibilidade de renegociação de dívidas diretamente com os clientes, por meio de seus próprios canais.

Estima-se que essa renegociação de dívidas bancárias poderá beneficiar mais de 30 milhões de pessoas. Os créditos presumidos que poderão ser utilizados na renegociação dessas dívidas totalizam, aproximadamente, R$ 50 bilhões. Esse benefício não terá a garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO). Como estímulo às renegociações, o governo oferece às instituições financeiras um incentivo regulatório para que aumente a oferta de crédito. 

Programa

O Desenrola Brasil é um programa emergencial elaborado pelo governo federal, com a Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, para combater a crise de inadimplência que se abateu sobre o país com a pandemia e num cenário em que as taxas de juros mudaram radicalmente de patamar.

Atualmente, o Brasil tem 70 milhões de negativados, potencial de beneficiários que o Programa Desenrola espera atingir no total. O objetivo da iniciativa é ajudar as pessoas que se endividaram nesse contexto. Poderão ser renegociadas as dívidas negativadas nos bureaus de crédito de 2019 até 31/12/2022. A adesão ao programa por credores, beneficiários e bancos é totalmente voluntária.    

 Confira tambem a Portaria nº 634, de 27 de junho, que regulamentou o Programa Desenrola

CIDADÃOS TEM ATÉ NESSE DOMINGO PARA SUGERIR POLÍTICAS PÚBLICAS AO GOVERNO

 

Executivo tem recebido sugestões de aplicação de seu orçamento

Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília

São Luis (MA), 27.05.2023 – Governo do Maranhão participa da plenária do PPA Participativo 2024-2027 do Governo Federal e lança o Orçamento Participativo 2023 – Foto: Fernando dos Anjos/SECOM

Termina às 22h deste domingo (16) o prazo dado a todo e qualquer cidadão para apresentar sugestões de políticas públicas e ações governamentais a serem adotadas pelo governo federal. Por meio da plataforma digital Brasil Participativo, é possível indicar quais políticas de governo devem ser priorizadas, bem como apoiar propostas apresentadas por outras pessoas.

Até este sábado (15), mais de 1,28 milhão de pessoas colaboraram com a iniciativa de consulta participativa instituída pelo Plano Plurianual (PPA Participativo), o principal instrumento de planejamento orçamentário de médio prazo do Executivo.

Na plataforma, é possível ao cidadão indicar quais programas governamentais devem ser priorizados. Além disso, podem ser apresentadas propostas para o uso do orçamento federal, bem como manifestar apoio a propostas já apresentadas por outras pessoas. Isso pode ser feito bastando apenas estar logado em uma conta Gov.br.

PPA Participativo

Em sua reta final, a plataforma contabiliza 7.677 propostas; mais de 1,35 milhão de votos e quase 3,7 milhões de acessos, em meio a 1.284.386 participantes.

Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), nos primeiros seis meses de gestão, a iniciativa “promoveu um importante espaço de diálogo e engajamento com a população, permitindo que a sociedade colaborasse ativamente na elaboração de políticas públicas e na orientação para a aplicação de recursos governamentais nos próximos quatro anos (2024/2027)”.

Caravanas

O PPA Participativo teve também consultas presenciais, as chamadas Caravanas do PPA, com jornadas já concluídas em todas as unidades federativas. O ciclo de plenárias estaduais mobilizaram aproximadamente 35 mil pessoas nos 27 encontros.

A iniciativa de consulta popular foi citada em diversas oportunidades pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. “Quem vai escrever a história do Planejamento vai ser o povo brasileiro. Vamos colocar no PPA o que o povo quer; e gastar onde o povo precisa. Digam o que vocês querem para o Brasil”, discursou a ministra em maio, durante a plenária de Fortaleza.

Edição: Marcelo Brandão

Você será direcionado(a) para o sistema Fala.BR, mas é com a EBC que estará dialogando. O Fala.BR é uma plataforma de comunicação da sociedade com a administração pública, por meio das Ouvidorias.

Sua opinião ajuda a EBC a melhorar os serviços e conteúdos ofertados ao cidadão. Por isso, não se esqueça de incluir na sua mensagem o link do conteúdo alvo de sua manifestação.

MOTIVOS DE POUCOS ACIDENTES NAS AUTOBAHN NA ALEMANHA

 

Douglas Camargo – Quora

Franklin Veaux – Quora

Certa vez, fiz essa pergunta a um era engenheiro civil que eu conhecia e que havia trabalhado em projetos americanos depois de estudar na Europa. Sua resposta foi esclarecedora:

Na Alemanha, se as autoridades notarem um número significativo de acidentes em uma determinada parte da rodovia, eles chamarão um engenheiro para resolver o problema. Eles redesenham a curva, recuperam o asfalto, o que for preciso.

Nos EUA, se as autoridades notarem um número significativo de acidentes em uma determinada parte da rodovia, elas começarão a emitir muitas multas de trânsito nesse trecho, e isso se tornará uma fonte constante de receita para a cidade.

Essa resposta é um pouco patética, é claro, mas há alguma verdade nisso: americanos e alemães têm atitudes diferentes. Isso inclui atitudes diferentes sobre dirigir, mas também inclui atitudes diferentes sobre design e engenharia. Os EUA têm uma cultura do Individualista Robusto: fazemos a estrada como a fazemos e, como motorista, é sua responsabilidade dirigir com segurança. A culpa é sua se ocorrer um acidente. A Alemanha tem uma cultura na qual é responsabilidade do engenheiro pensar cuidadosamente sobre o projeto, antecipar como as coisas podem dar errado e criar um design que seja lógico, consistente e que faça sentido no uso diário.

O Brasil também segue os procedimentos dos EEUA, pune o motorista com multas pela culpa do acidente ou quando este excede a velocidade determinada aleatoriamente na via através de Radares ao invés de investigar as causas dos acidentes e procurar melhorar a via, também instalam Radares onde não existem acidentes só para conseguir receita.

Autobahnen são as estradas alemãs que parecem verdadeiros tapetes. Além disso, a sinalização é impecável, eficiente e a manutenção está sempre em dia. Mas, por não ter nenhum limite de velocidade, na Autobahn você também precisa seguir regras e leis.

O céu é o limite na Autobahn

Para começar, o que torna a Autobahn tão famosa é que alguns trechos não existe limite de velocidade. Sendo assim, qualquer motorista pode transitar acima dos 200km/h sem o perigo de receber uma multa por excesso de velocidade. No entanto, existe uma velocidade recomendada, que é de 130km/h. Além disso, próximo a locais onde trabalhos estão sendo realizados, próximo dos perímetros urbanos ou em curvas consideradas perigosas, existem sim certas restrições claramente informadas por meio da sinalização local.

Mas, existem regras

Nas rodovias, a Alemanha não impõe limite de velocidade. Mesmo assim, possui os mais baixos índices de acidentes de trânsito da Europa. De fato, são as regras rígidas e a organização local que tornam isso possível. Por exemplo, se for flagrado com o celular na mão ou se estiver sob o mínimo efeito de drogas ou álcool, não espere misericórdia. Pelo contrário, a multa pode chegar a €100. Além disso, te custará um ponto na habilitação. Se houver um acidente, porém, a coisa ficar pior. Nesse caso, a infração é mais grave e o motorista pode perder a habilitação.

Menores ao volante na Autobahn

Na Alemanha, menores de idade podem dirigir com uma habilitação provisória após os 17 anos. No entanto, devem estar sob a supervisão de um motorista habilitado. Então, após os 18 anos, podem retirar a carteira de habilitação permanente.

Precisando, é só chamar

Espalhados pelas Autobahnen estão telefones de emergência (Notrufsäulen). Assim, qualquer motorista em apuros pode solicitar ajuda. Normalmente, eles ficam a cerca de 2km de distância um do outro. Mas, pelo caminho, você pode ver sinais que indicam quanto falta para alcançar o próximo. Aliás, o serviço é tão eficiente que a cada 8 minutos, o centro de atendimento de emergência em Hamburgo recebe uma ligação.

Sorria! Você está sendo filmado

Outra curiosidade nas rodovias da Alemanha é que elas também são monitoradas por câmeras. Então, se você estiver acima do limite de velocidade em uma área restrita, vai receber uma foto personalizada. Por isso, fique atento à sinalização.

Esteja alerta ao dirigir em uma Autobahn

Devido à alta velocidade, é importante que os motorista estejam alertas a qualquer sinal de desaceleração. Além disso, assim como nas rodovias do Brasil, ultrapassar pela direita, nem pensar. Aliás, outro ponto em comum é que a faixa da esquerda é a mais rápida e você deve deixá-la livre.

Abra caminho

Por outro lado, diferente do Brasil, se em uma situação de emergência você não der caminho para ambulâncias ou viaturas, você pode ser multado em até €200 e perder pontos na carteira.

De fato, seguir o bom senso é o primeiro passo para aproveitar a liberdade na Autobahn sem correr riscos. E essa é uma das muitas curiosidades sobre a Alemanha.

DIVERSIDADE UM FATOR ESSENCIAL PARA O SER HUMANO

Empatia, Controle Emocional e Relacionamentos Interpessoais

João Luiz Simões Neto – Escritor

Em seu segundo livro, “Pensando Claramente – Uma Visão da Bondade”, João Luiz Simões Neto fala sobre autoconhecimento, inteligência emocional e fragilidade

Na atualidade, marcada por mudanças rápidas e desafios complexos, a diversidade emerge como um fator essencial para a construção de seres humanos capacitados em empatia, controle emocional e relacionamentos interpessoais saudáveis. Reconhecendo a importância de abordar esse tema crucial, destacamos como a diversidade contribui para o desenvolvimento individual e coletivo.

Como João Luiz fala, “Inteligência emocional é uma abordagem difundida originalmente por Daniel Goleman, trazendo à administração a importância de as pessoas possuírem uma estrutura emocional adequada para experienciarem conflitos e imprevisibilidades. Um alto grau de inteligência emocional permite obter melhores resultados, mesmo que outras características não sejam bem desenvolvidas ou não estejam à altura do papel que se exige de determinada pessoa num determinado momento”.

Assim é necessário seguir alguns pilares, como autoconhecimento emocional (capacidade de reconhecer as próprias emoções, sentimentos e motivadores quando ocorrem, assim como o seu efeito em outros); o controle emocional (lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida); a automotivação (dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoa, propensão a perseguir metas com energia e persistência); empatia (reconhecimento de emoções em outras pessoas, tratando-as de acordo com sua reação emocional) e habilidade em relacionamentos interpessoais (interação com outros indivíduos utilizando competências sociais; habilidade em desenvolver altos níveis de confiança e de construir redes de relacionamento).

Com essas habilidades bem desenvolvidas, o profissional terá uma alta capacidade de lidar com problemas, de resistir a pressões (resiliência), de desafiar e superar obstáculos e de adaptar-se a mudanças. Essas características compõem o conceito de resiliência, que é bastante valorizado atualmente nos profissionais em seu ambiente empresarial. Nessa lista de predicados, o autoconhecimento se destaca com veemência. Autoconhecimento significa saber como as pessoas funcionam, o que mais as afeta e como as afeta, em quais situações isso ocorre, como elas reagem, se bem ou mal. Autoconhecimento é o alicerce em que os conceitos, pensamentos e atitudes de cada um serão construídos. Bem desenvolvidos, permitem que cada pessoa consiga identificar quais são seus pontos fracos e fortes, facilitando a aprendizagem e o próprio crescimento.

Segundo João Luiz, “é muito importante dizer que o autoconhecimento fortalece a nossa confiança e autoestima, permitindo que aceitemos ou tenhamos maior capacidade de interagir com os outros, ajudando-nos a construir relações mais fortes e saudáveis. Está provado, por meio de estudos do comportamento humano, que o homem tem capacidade de analisar seu semelhante até o limite da sua capacidade de autoanálise. Se, portanto, expandimos esse limite, consequentemente expandiremos o nosso conhecimento sobre o outro”.

O autoconhecimento permite que cada um compreenda melhor a maneira como funciona, a qualidade e natureza das próprias ações e reações. Uma avançada inteligência emocional possibilita que elas também compreendam melhor a natureza do comportamento e atitudes das outras pessoas. Para isso, é de fundamental importância a aceitação de que nem todos possuem ou devem possuir um padrão comportamental idêntico e os mesmos valores. “Somos diversos”, diz João Luiz Simões Neves. “E existe uma série de metodologias e ferramentas de análise comportamental que nos ajuda a entender e a identificar os diversos perfis pessoais existentes na sociedade”, completa. Tanto as metodologias como os perfis são exemplificados no livro “Pensando Claramente – Uma Visão da Bondade.

Sobre o Livro

Em “Pensando Claramente – Uma visão da bondade”, o autor mostra que todos são constantemente bombardeados por informações que impactam seus pensamentos e forma de interpretar os fatos. Surge, então, a pergunta: existe critério que permita a todos a qualificar e normatizar qual das possíveis leituras da realidade é a mais correta? Seria possível afastar a todos das dissonâncias existentes nas relações humanas e seguir em direção a uma convergência de pensamento e de ação?

Neste livro, João Luiz Simões Neves mostra que sim. Embora todos estejam sujeitos a muitas influências e podem escolher como reagir e como se comportar frente às mais diversas situações. Para fazer a escolha mais sábia, é preciso direcionar todas as decisões e cuidar da maturidade de nossas emoções.

O autor explora a importância de qualificar nossos pensamentos a fim de alcançar nossos sonhos e objetivos, apresentando exemplos práticos e ferramentas que facilitarão o aprimoramento de sua capacidade de pensar de forma clara e crítica.

Sobre o autor

João Luiz Simões Neves é economista formado pela Unicamp, com MBA pela Business School São Paulo e Programa Executivo pela Universidade de Toronto, possui especializações em análise de sistemas e marketing. Foi diretor de empresas nacionais e multinacionais, com experiência profissional no México e na África do Sul. É analista comportamental especializado nas metodologias Disc e Motivadores da Success Insights e autor dos livros “Conquistando Resultados Superiores” e “Pensando Claramente: Uma Visão da Bondade”. Foi ainda vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade.

Realizou projetos voltados à gestão e liderança em inúmeras empresas de pequeno e grande porte e possui extensa experiência na implementação de estruturas de governança em diversos tipos de organização, incluindo empresas de controle familiar. Atualmente, é executivo da Global Results, consultoria especializada em governança, gestão e gerenciamento de projetos.

 

INVENÇÕES QUE DESEMPENHARAM PAPÉIS ESSENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO HUMANO

 

StarSe

Desde as primeiras criações que impulsionaram a civilização até as descobertas científicas modernas, essas invenções desempenharam papéis essenciais no desenvolvimento humano

10 livros sobre as maiores inovações da humanidade

As 10 maiores inovações da humanidade são marcos cruciais que moldaram o curso da história e revolucionaram nossa forma de viver, comunicar e interagir com o mundo. Desde as primeiras criações que impulsionaram a civilização até as descobertas científicas modernas, essas invenções desempenharam papéis essenciais no desenvolvimento humano.

ALGUNS IMPACTOS DAS MAIORES INOVAÇÕES DA HUMANIDADE

    A roda, por exemplo, permitiu o transporte eficiente e a movimentação de cargas

    O telefone revolucionou as comunicações, trazendo pessoas distantes uma para perto da outra

    A escrita registrou conhecimentos e informações para as gerações futuras

MAS AFINAL, QUAIS SÃO AS 10 MAIORES INOVAÇÕES DA HUMANIDADE?

Eu separei um livro para cada uma delas. Confira!

5 livros que Elon Musk quer que você leia

10 inovações dos últimos 100 anos que mudaram a sua vida

 As 13 inovações com maior impacto na história da humanidade

 1- RODA

Livro: “The Wheel: Inventions and Reinventions” por Richard W. Bulliet

Contexto: a roda é uma das invenções mais importantes da história. Ela permitiu o transporte e a movimentação de cargas de maneira mais eficiente.

2- ESCRITA

Livro: “The History and Power of Writing” por Henri-Jean Martin

Contexto: a escrita foi fundamental para o desenvolvimento da comunicação, registro de informações e conhecimentos para as gerações futuras.

3- ELETRICIDADE

Livro: “The Age of Edison: Electric Light and the Invention of Modern America” por Ernest Freeberg

Contexto: a descoberta e o uso da eletricidade revolucionaram a forma como vivemos e impulsionaram o progresso tecnológico em diversas áreas.

4- INTERNET

Livro: “The Innovators: How a Group of Hackers, Geniuses, and Geeks Created the Digital Revolution” por Walter Isaacson

Contexto: a internet conectou o mundo de uma maneira sem precedentes — o que permitiu a troca instantânea de informações, comunicação e o acesso a uma vasta quantidade de conhecimento.

5- TELEFONE

Livro: “The Telephone Gambit: Chasing Alexander Graham Bell’s Secret” por Seth Shulman

Contexto: o telefone, inventado por Alexander Graham Bell, revolucionou as comunicações ao permitir a transmissão de voz à distância.

Homem atendendo o telefone (Foto: Canva)

6- ANTIBIÓTICOS

Livro: “The Demon Under the Microscope: From Battlefield Hospitals to Nazi Labs, One Doctor’s Heroic Search for the World’s First Miracle Drug” por Thomas Hager

Contexto: os antibióticos salvaram inúmeras vidas ao combaterem infecções causadas por bactérias, transformando a medicina e melhorando a saúde pública.

7- AVIÃO

Livro: “The Wright Brothers” por David McCullough

Contexto: o avião, inventado pelos irmãos Wright, tornou possível o voo humano e encurtou as distâncias, o que impulsionou a indústria da aviação e o transporte aéreo.

8- VACINAÇÃO

Livro: “The Vaccine Race: Science, Politics, and the Human Costs of Defeating Disease” por Meredith Wadman

Contexto: a vacinação tem sido uma das intervenções médicas mais eficazes. Ela previne doenças e salva milhões de vidas ao longo da história.

9- ENERGIA NUCLEAR

Livro: “Nuclear Energy: What Everyone Needs to Know” por Charles D. Ferguson

Contexto: a energia nuclear é uma fonte de energia poderosa e controversa, com aplicações que vão desde a geração de eletricidade até a medicina e a pesquisa científica.

10- IMPRESSÃO

Livro: “The Gutenberg Revolution: How Printing Changed the Course of History” por John Man

Contexto: a invenção da prensa de impressão por Johannes Gutenberg permitiu a produção em massa de livros, o que democratizou o acesso ao conhecimento e facilitou a disseminação de ideias.

POR QUE IMPORTA?

Essas inovações tiveram um impacto econômico significativo. Elas impulsionaram o crescimento de indústrias, criaram novas oportunidades de emprego e estimularam o comércio global.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

sábado, 15 de julho de 2023

PRECATÓRIOS SÃO BOMBA FISCAL PARA O GOVERNO

 

História por IDIANA TOMAZELLI • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O adiamento de dívidas judiciais da União, aprovado em 2021 por meio da PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, pode gerar uma bomba fiscal de até R$ 199,9 bilhões a ser paga em 2027, alerta o Tesouro Nacional.

O baque sobre as contas é tão grande que o próprio órgão assume que “haverá excepcionalização futura dessa despesa do limite de gastos a partir de 2027”. Na prática, o Tesouro sugere excluir os precatórios do novo arcabouço fiscal, o que demandaria a aprovação de uma nova emenda à Constituição.

Sem alterações, o problema aparecerá já em 2026, ano eleitoral, quando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tiver de apresentar sua proposta de Orçamento para o ano seguinte, indicando como essa fatura será paga.

“Caso não haja mudança nas regras atuais, o pagamento desse passivo deverá novamente se submeter ao limite de despesas, comprimindo o espaço para a execução das despesas discricionárias”, afirma o Tesouro no Relatório de Projeções Fiscais do 1º semestre de 2023.

Aprovada em 2021, a PEC dos Precatórios foi a saída costurada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para conseguir honrar benefícios previdenciários, irrigar emendas parlamentares e ampliar os gastos sociais em 2022, ano eleitoral, sem esbarrar nas travas do teto de gastos —regra fiscal que limita o crescimento das despesas à inflação e que foi alterada sucessivas vezes na administração passada.

Uma das medidas centrais da proposta era o parcelamento dos precatórios, viabilizado por meio da criação de um limite anual para o pagamento desses débitos, válido até 2026. O valor excedente seria postergado para o ano seguinte, criando uma espécie de fila desses títulos.

À época da proposta, o então ministro Paulo Guedes (Economia) disse que o governo precisava se defender do “meteoro” de R$ 89 bilhões em precatórios previstos para 2022, o que ameaçava a continuidade de políticas públicas. A fatura dessas dívidas quase dobrou em relação a 2021.

Já especialistas de fora do governo foram taxativos ao classificar a iniciativa de “PEC do Calote”, dado que os valores devidos são incontroversos, ou seja, ao governo federal cabe apenas pagá-los conforme determinado pelas autoridades judiciárias.

Em 2022, primeiro ano de vigência da regra, o governo adiou R$ 21,9 bilhões em dívidas judiciais não pagas, e as estimativas do Tesouro indicam o risco de isso se tornar uma bola de neve.

A aposta do governo para evitar esse desfecho era o chamado encontro de contas, no qual os credores da União poderiam usar os precatórios como uma espécie de moeda de troca para abater dívidas tributárias ou fazer lances em leilões de concessão ou privatização.

As modalidades de acordo foram previstas na emenda constitucional, mas não decolaram em meio à insegurança jurídica alegada pelo governo Lula para aceitar esses créditos. O uso dos precatórios em concessões, por exemplo, foi suspenso pela AGU (Advocacia-Geral da União), que recomendou aos órgãos da administração pública federal aguardar a pacificação do tema.

Sem sinais concretos de avanço nas negociações, a estimativa do Tesouro sobre o tamanho do esqueleto dos precatórios desconsidera as opções de redução do passivo, como encontro de contas ou acordos de pagamento antecipado com desconto de 40%.

Trata-se de uma demonstração de cautela ou até ceticismo quanto à possibilidade de esses instrumentos ajudarem a resolver o problema. O relatório anterior do órgão assumia que, entre 2023 e 2026, 18% desse estoque seria pago por acordo com descontos e 23% seriam usados para quitação de débitos ou outorgas.

Nas projeções do Tesouro, a regularização do passivo mediante o pagamento aos credores deve provocar um impacto significativo nas contas. A fatura equivale a 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto).

Mesmo com uma trajetória fiscal mais benigna, em que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) seja bem-sucedido em seu plano para impulsionar a arrecadação, a quitação dos precatórios deve provocar um déficit de 1,1% do PIB em 2027. Em um cenário mais pessimista, sem receitas extras, o rombo poderia chegar a 2% do PIB.

Uma possibilidade seria usar eventual excedente em relação às metas fiscais dos próximos anos para abater parte do passivo, mas isso depende de um bom desempenho das receitas do governo.

LULA QUER CRIAR PROGRAMA QUE NÃO VALE A PENA VER DE NOVO

 

Iniciativas do tipo são de curto prazo e ultrapassadas; foco do governo deveria ser plano robusto de reindustrialização

Por Adriana Fernandes

O presidente Lula cobrou dos seus ministros da área econômica uma “aberturazinha” para a criação de um programa de incentivos para baratear o custo dos eletrodomésticos da linha branca, como geladeira e máquina de lavar roupa. Um dia depois, desconversou: disse que era uma insinuação.

A primeira fala era claramente uma tentativa de fazer um aceno ao setor de varejo, que está irritadíssimo com a decisão do governo de isentar a cobrança do Imposto de Importação para as compras de até US$ 50 (R$ 238) em plataformas de vendas de e-commerce estrangeiras, como a Shein, Aliexpress e Shopee.

A concessão da isenção teve a digital do presidente e não era uma medida de interesse da equipe do ministro Fernando Haddad, que busca o aumento da arrecadação. Os varejistas nacionais ficaram indignados com o tratamento tributário diferenciado, que os coloca em desvantagem. Eles ameaçam com demissões e podem recorrer à Justiça.

Agora, o caso dos eletrodomésticos é um mais um dos episódios do “vale a pena ver de novo” do governo Lula de programas ruins. Os governos Lula e Dilma Rousseff fizeram esse tipo de programa não só com carros e o fôlego é sempre de curto prazo. Dilma lançou o Minha Casa Melhor, um programa de crédito para mobiliar a casa.

Governo fez programa para baratear carros, e agora pensa em algo parecido para eletrodomésticos
Governo fez programa para baratear carros, e agora pensa em algo parecido para eletrodomésticos Foto: Ernesto Rodrigues / Estadão

Na época, reportagem do Estadão revelou que a Caixa ignorou análises feitas pela sua própria área técnica ao bancar o programa que já nasceu deficitário. Na prática, o banco público estava subsidiando um programa de governo, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal — a não ser que o subsídio seja explícito e pago com recursos orçamentários.

Além do atraso desse tipo de política, que não deveria nem estar sendo cogitada, a simples menção do presidente em fazer o programa já interfere no mercado e pode travar vendas.

Discutir incentivo para um setor específico no meio da batalha da reforma tributária no Congresso, quando o governo quer barrar a pressão por mais exceções, não é um bom sinal.

O que o governo precisa é apresentar logo um plano robusto de reindustrialização do País. Gastar energia e dinheiro dos contribuintes com esses programas ultrapassados não ajuda nesse caminho.

Nem um minuto a mais deveria ser desperdiçado com esse tipo de programa de curto prazo e velho. Quase sete meses depois do início do mandato Lula 3, o governo ainda continua devendo as medidas para impulsionar a chamada neoindustrialização, como Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin pregaram em artigo publicado no Estadão há dois meses. O tempo está correndo.

RÚSSIA CRIA PRISÕES DE TRABALHOS FORÇADOS PARA OS UCRANIANOS

 

E planeja construir ainda mais prisões

Milhares de civis ucranianos estão sendo detidos em toda a Rússia e nos territórios ucranianos que Moscou ocupa, em lugares que vão desde novas alas em prisões russas até porões úmidos

Por Lori Hinnant, Hanna Arhirova e Vasilisa Stepanenko – Jornal Estadão

AP – Os civis ucranianos acordaram muito antes do amanhecer no frio intenso, fizeram fila para o único banheiro e foram carregados sob a mira de uma arma. Eles passaram as próximas 12 horas ou mais cavando trincheiras nas linhas de frente para os soldados russos.

Perto dali, na região ucraniana ocupada de Zaporizhzhia, outros civis ucranianos cavaram valas comuns no solo congelado para outros prisioneiros que não sobreviveram. Um homem que se recusou a cavar foi baleado no local.

Milhares de civis ucranianos estão sendo detidos em toda a Rússia e nos territórios ucranianos que Moscou ocupa, em lugares que vão desde novas alas em prisões russas até porões úmidos. A maioria não tem status sob a lei russa.

Visto por um olho mágico, um lençol cobre a janela de uma cela em um departamento de polícia em Izium, Ucrânia, quinta-feira, 22 de setembro de 2022. Civis ucranianos disseram que foram detidos e torturados no local por soldados russos
Visto por um olho mágico, um lençol cobre a janela de uma cela em um departamento de polícia em Izium, Ucrânia, quinta-feira, 22 de setembro de 2022. Civis ucranianos disseram que foram detidos e torturados no local por soldados russos Foto: Evgeniy Maloletka / AP

E a Rússia está planejando manter possivelmente milhares mais. Um documento do governo russo obtido pela Associated Press datado de janeiro delineou planos para criar 25 novas colônias prisionais e seis outros centros de detenção na Ucrânia ocupada até 2026.

Além disso, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto em maio permitindo que a Rússia envie pessoas de territórios que estão sob lei marcial, que inclui todo o território ucraniano que está ocupado pelos russos, para aqueles sem, como a Rússia. Isso facilita a deportação de ucranianos que resistem à ocupação russa, o que aconteceu em vários casos documentados pela AP.

Muitos civis são presos por supostas transgressões tão pequenas quanto falar ucraniano ou simplesmente ser um jovem em uma região ocupada, e muitas vezes são detidos sem acusações. Outros são acusados de terrorismo ou de atividades contrárias a “operação militar especial”.

Centenas são usadas para trabalho escravo pelos militares da Rússia, para cavar trincheiras e outras fortificações, bem como valas comuns.

Uma oração e um anjo são desenhados na parede de um prédio no qual civis ucranianos disseram ter sido detidos e torturados, em Kherson, Ucrânia
Uma oração e um anjo são desenhados na parede de um prédio no qual civis ucranianos disseram ter sido detidos e torturados, em Kherson, Ucrânia Foto: Evgeniy Maloletka / AP

A tortura faz parte da rotina, incluindo choques elétricos repetidos, espancamentos e sufocamento simulado. Muitos ex-prisioneiros disseram à AP que testemunharam mortes. Um relatório das Nações Unidas do final de junho documentou 77 execuções sumárias de civis cativos e a morte de um homem devido à tortura.

A Rússia não reconhece a detenção de civis, muito menos suas razões para fazê-lo. Mas os prisioneiros servem como futura moeda de troca em troca de soldados russos, e a ONU disse que há evidências de civis sendo usados como escudos humanos perto das linhas de frente.

A AP conversou com dezenas de pessoas, incluindo 20 ex-detentos, ex-prisioneiros de guerra, famílias de mais de uma dúzia de civis detidos, dois funcionários da inteligência ucraniana e um negociador do governo. Seus relatos, bem como imagens de satélite, mídias sociais, documentos do governo e cópias de cartas entregues pela Cruz Vermelha, confirmam um sistema russo de detenção e abuso de civis em ampla escala que viola diretamente as Convenções de Genebra.

Um calendário manuscrito é visto na parede de um prédio no qual civis ucranianos disseram ter sido detidos e torturados por forças russas, em Kherson, Ucrânia, quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
Um calendário manuscrito é visto na parede de um prédio no qual civis ucranianos disseram ter sido detidos e torturados por forças russas, em Kherson, Ucrânia, quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 Foto: Evgeniy Maloletka / AP

Prisioneiros invisíveis

O novo prédio no complexo da Colônia Prisional nº 2 tem pelo menos dois andares de altura, separado da prisão principal por uma parede grossa.

Esta instalação na região de Rostov, no leste da Rússia, aumentou desde o início da guerra em fevereiro de 2022, de acordo com imagens de satélite analisadas pela AP. Ele poderia facilmente abrigar as centenas de civis ucranianos que supostamente estão detidos lá, de acordo com ex-prisioneiros, famílias dos desaparecidos, ativistas de direitos humanos e advogados russos.

O prédio em Rostov é um dos pelo menos 40 centros de detenção na Rússia e na Belarus, além dos 63 improvisados em território ucraniano ocupado onde civis ucranianos são mantidos, de acordo com um mapa da AP construído com dados de ex-prisioneiros e organizações de direitos humanos.

A natureza obscura do sistema torna difícil saber exatamente quantos civis estão detidos. O governo da Ucrânia conseguiu confirmar detalhes legais de pouco mais de 1.000 acusados.

Equipamento eletrônico sobre uma mesa em um prédio. Civis ucranianos disseram que foram detidos e torturados por soldados russos em Kherson, Ucrânia, quinta-feira, 8 de dezembro de 2022. Civis descreveram como equipamentos como esse foram usados ​​para eletrocutá-los
Equipamento eletrônico sobre uma mesa em um prédio. Civis ucranianos disseram que foram detidos e torturados por soldados russos em Kherson, Ucrânia, quinta-feira, 8 de dezembro de 2022. Civis descreveram como equipamentos como esse foram usados ​​para eletrocutá-los Foto: Evgeniy Maloletka / AP

Pelo menos 4.000 civis estão detidos na Rússia e pelo menos o mesmo número está espalhado pelos territórios ocupados, de acordo com Vladimir Osechkin, um ativista de direitos humanos russo que está exilado de Moscou. Osechkin mostrou à AP um documento do governo russo de 2022 dizendo que 119 pessoas “opostas à operação militar especial” na Ucrânia foram transferidas de avião para a principal colônia prisional na região russa de Voronezh. Muitos ucranianos posteriormente libertados pela Rússia também descreveram transferências de aviões.

Artem Baranov, um guarda de segurança, e Yevhen Pryshliak, que trabalhava em uma usina de asfalto local com seu pai, eram amigos há mais de uma década. O relacionamento deles foi consolidado quando ambos compraram cachorros durante a pandemia de coronavírus, de acordo com a esposa de Baranov, Ilona Slyva. Suas caminhadas noturnas continuaram mesmo depois que a Rússia tomou sua cidade natal, Nova Kakhovka.

A caminhada deles ocorreu tarde da noite de 15 de agosto, e Pryshliak decidiu ficar no apartamento de Baranov em vez de correr o risco de ser pego quebrando o toque de recolher russo. Mais tarde, os vizinhos contaram à família que 15 soldados russos armados invadiram, saquearam o apartamento e prenderam os homens.

Por um mês, eles ficaram na prisão local, com condições relaxadas o suficiente para que Slyva pudesse falar com Pryshliak através da cerca. Baranov, ele disse a ela, não poderia sair.

Uma chaleira elétrica e uma xícara de chá são desenhadas em uma parede de um quarto em que civis ucranianos disseram ter sido detidos e torturados, em Kherson, Ucrânia, quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
Uma chaleira elétrica e uma xícara de chá são desenhadas em uma parede de um quarto em que civis ucranianos disseram ter sido detidos e torturados, em Kherson, Ucrânia, quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 Foto: Evgeniy Maloletka / AP

Um mês se passou e as famílias souberam que os homens haviam sido transferidos para uma nova prisão em Sebastopol, na Crimeia. Então a trilha ficou escura.

Mais quatro meses se passaram. Então recebeu um telefonema da família de um homem que eles nunca conheceram, mas logo conheceriam bem: Pavlo Zaporozhets.

Zaporozhets, um ucraniano da região ocupada de Kherson acusado de terrorismo internacional, dividia uma cela em Rostov com Baranov. Desde que ele enfrentou acusações, ele tinha um advogado.

Baranov escreveu que foi acusado de espionagem. Ele foi detido em agosto e a Rússia anexou ilegalmente as regiões apenas em outubro.

“Quando ele foi detido, ele estava em seu próprio território nacional”, disse ela. “Eles pensaram e pensaram e inventaram um processo criminal contra ele por espionagem.”

As Convenções de Genebra proíbem a detenção arbitrária ou a deportação forçada de civis e afirmam que os detidos devem ter permissão para se comunicar com seus entes queridos, obter aconselhamento jurídico e contestar as acusações contra eles. Mas primeiro eles devem ser encontrados.

Fita isola um prédio do departamento de polícia em Izium, Ucrânia, quinta-feira, 22 de setembro de 2022. Civis ucranianos disseram que foram detidos e torturados no local por soldados russos.
Fita isola um prédio do departamento de polícia em Izium, Ucrânia, quinta-feira, 22 de setembro de 2022. Civis ucranianos disseram que foram detidos e torturados no local por soldados russos. Foto: Evgeniy Maloletka/ AP

Escravos nas trincheiras

Centenas de civis acabam em um lugar possivelmente ainda mais perigoso que as prisões: as trincheiras da Ucrânia ocupada.

Lá, eles são forçados a construir trincheiras para soldados russos, de acordo com várias pessoas que conseguiram deixar a custódia russa. Entre eles estava Olena Yahupova, uma administradora civil de 50 anos detida em outubro de 2022 na região de Zaporizhzhia, possivelmente por ser casada com um soldado ucraniano.

De acordo com a lei humanitária internacional, Olena Yahupova é uma civil – definição para qualquer pessoa que não seja membro ativo ou voluntário das forças armadas. Violações documentadas da lei constituem um crime de guerra e, se generalizadas e sistemáticas, “também podem constituir um crime contra a humanidade”.

Eles foram atrás de Yahupova na casa dela em outubro. Em seguida, exigiram que ela revelasse informações sobre o marido, tapando o rosto com um saco plástico, batendo na cabeça dela com uma garrafa d’água cheia e apertando um cabo em volta do pescoço.

Olena Yahupova posa para um retrato em Zaporizhzhia, Ucrânia, quinta-feira, 18 de maio de 2023. Yahupova, uma administradora da cidade que foi forçada a cavar trincheiras para as forças russas em Zaporizhzhia, diz: “Se não falarmos sobre isso e ficarmos em silêncio , então amanhã qualquer um pode estar lá - meu vizinho, conhecido, criança", completa a ucraniana
Olena Yahupova posa para um retrato em Zaporizhzhia, Ucrânia, quinta-feira, 18 de maio de 2023. Yahupova, uma administradora da cidade que foi forçada a cavar trincheiras para as forças russas em Zaporizhzhia, diz: “Se não falarmos sobre isso e ficarmos em silêncio , então amanhã qualquer um pode estar lá – meu vizinho, conhecido, criança”, completa a ucraniana Foto: Evgeniy Maloletka / AP

Eles também a arrastaram para fora da cela e a levaram de carro pela cidade para identificar moradores pró-ucranianos.

Três meses depois, sem explicação, Yahupova foi novamente puxada para fora de sua cela. Desta vez, ela foi levada a um posto de controle deserto, onde outra equipe de notícias russa esperava. Ela recebeu ordens de dar as mãos a dois homens e caminhar cerca de 5 metros em direção à Ucrânia.

Os três ucranianos foram gravados diversas vezes para mostrar que a Rússia estava libertando os civis ucranianos sob sua custódia.

Exceto que, no final da última tomada, soldados russos os colocaram em um caminhão e os levaram até uma trincheira próxima. Um colocou pás em suas mãos.

Olena Yahupova faz um raio-X em um hospital em Zaporizhzhia, Ucrânia, quinta-feira, 18 de maio de 2023. Agora segura em território ucraniano, Yahupova quer testemunhar contra a Rússia
Olena Yahupova faz um raio-X em um hospital em Zaporizhzhia, Ucrânia, quinta-feira, 18 de maio de 2023. Agora segura em território ucraniano, Yahupova quer testemunhar contra a Rússia  Foto: Evgeniy Maloletka / AP

E assim Yahupova acabou cavando trincheiras até meados de março com mais de uma dúzia de civis ucranianos, incluindo empresários, um estudante, um professor e trabalhadores de serviços públicos. Ela podia ver outros ucranianos à distância, com guardas armados parados sobre eles. A maioria usava uniformes e botas militares russos e vivia com medo de que a artilharia ucraniana os confundisse com o inimigo.

Quando Yahupova voltou para casa depois de mais de cinco meses, tudo havia sido roubado. Seu amado cachorro havia sido baleado. Sua cabeça doía, sua visão estava embaçada e seus filhos – há muito fora dos territórios ocupados – insistiram para que ela fosse embora.

Ela viajou milhares de quilômetros pela Rússia para voltar a linha de frente na Ucrânia, onde se reuniu com o marido servindo nas forças ucranianas. Anteriormente casados em uma cerimônia civil, os dois se casaram desta vez na igreja.

Agora segura em território ucraniano, Yahupova quer testemunhar contra a Rússia. Ela ainda toca reflexivamente a parte de trás da cabeça, onde a garrafa a atingiu repetidamente.

“Eles roubaram não só de mim, roubaram de metade do país”, disse ela. “Consegui sobreviver a isso”, disse ela, depois de um dia na sala de aula com seus alunos. “Há tantos casos em que as pessoas não voltam.”/AP

ESCOLHA DA MELHOR CERVEJA PURO MALTE DO MERCADO

Júri especializado avaliou 13 marcas de cerveja puro malte vendidas nas redes de supermercado, confira o ranking

Por Redação Paladar – Jornal Estadão

As cervejas degustadas em pequenas doses pelo time de jurados convidados por Paladar
As cervejas degustadas em pequenas doses pelo time de jurados convidados por Paladar Foto: Daniel Teixeira

Todo brasileiro se acha um pouco sommelier de cerveja, não é mesmo? Cada um tem a sua favorita da vida ou, ao menos, a queridinha de uma temporada de verão. Se há alguns anos contavam-se nos dedos das mãos as marcas disponíveis nas prateleiras, hoje temos cerveja de sobra para escolher. De procedência, tipo, cor e teor alcóolico variados.

De acordo com o SINDICERV (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), o Brasil ocupa o terceiro lugar na lista dos maiores fabricantes de cerveja do mundo, com a marca de 15,4 bilhões de litros produzidos anualmente com base em cálculos realizados em 2022. Os dois primeiros lugares ficam com a China e com os EUA.

PURO MALTE

Foram avaliados quesitos como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e sabor
Foram avaliados quesitos como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e sabor Foto: Daniel Teixeira

No teste de Paladar, foram escolhidas 13 marcas de cerveja puro malte vendidas nas redes de supermercado. Na definição do sommelier de cervejas Guto Procópio, um dos jurados convidados por Paladar para esta degustação, uma cerveja com o “selo” de puro malte no rótulo é aquela que leva malte de cevada em sua composição. Trata-se de uma cerveja que não substitui o malte de cevada por outro tipo de açúcar, como o açúcar cervejeiro, o arroz ou o milho. “Isso define qualidade?”, questiona Guto. “Não, ela pode ser uma puro malte ruim ou boa, mas sempre esperamos mais intensidade em uma bebida com essa denominação”.

QUEM É QUEM?

O nosso time de jurados, a partir da esquerda: Junior Bottura, Guto Procópio, Edu Passarelli, Julia Leme e Bia Amorim
O nosso time de jurados, a partir da esquerda: Junior Bottura, Guto Procópio, Edu Passarelli, Julia Leme e Bia Amorim Foto: Daniel Teixeira

Todo teste de Paladar começa com a escolha dos experts que irão avaliar alimentos, bebidas ou equipamentos de uso culinário. Para avaliar 13 das marcas mais populares de cerveja puro malte do mercado, convidamos um time de cinco sommeliers de cerveja: Edu Passarelli, professor do Instituto da Cerveja Brasil e dono do Escarcéu Bar; Bia Amorim, editora da @farofamagazine; Junior Bottura, mestre cervejeiro, fundador da @cervejaavos; Guto Procópio, sócio da @cervejariavaia e do @letsbeer, locação escolhida para este teste de Paladar, e Julia Leme, consultora de hospitalidade e gestão de restaurantes e bares.

Reunimos os cinco em uma tarde de segunda-feira para provar e avaliar às cegas cada uma das marcas (o vídeo dos bastidores da degustação já está no nosso canal no YouTube). O teste foi realizado marca por marca. Ou seja, cada jurado experimentava, em pequenas doses, uma marca de cerveja por vez. A bebida chegava gelada à mesa e depois era reservada para ser provada em temperatura ambiente, o que evidencia eventuais “defeitos” da cerveja.

TESTE DE RESISTÊNCIA

“As marcas de cerveja testadas foram feitas para serem consumidas muito geladas”, explica Edu Passareli. “Quando a prova é feita com a bebida em temperatura ambiente, temos indicativos mais claros das características de cada uma delas”.

Um dos jurados avalia o aroma da cerveja durante a degustação
Um dos jurados avalia o aroma da cerveja durante a degustação Foto: Daniel Teixeira

A sommelier Bia Amorim explicou durante o teste que os jurados procuram os defeitos para que o consumidor, posteriormente, só encontre coisa boa no mercado. O mestre cervejeiro Junior Bottura completa dizendo que a data de validade do produto também é fator de qualidade que vale ser levado em conta: quanto mais nova a cerveja, melhor.

Foram avaliadas características como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e, claro, sabor. Os jurados davam notas de 0 a 10 para cada categoria avaliada. A nota média das cervejas avaliadas ficou entre 6,44, a cerveja menos desejada da avaliação, e 8,96, média da cerveja eleita como a melhor pelo time de jurados.

AS MELHORES CERVEJAS PURO MALTE DO MERCADO

PRIMEIRO LUGAR – SPATEN

SEGUNDO LUGAR – AMSTEL

TERCEIRO LUGAR – IMPÉRIO

AS 13 MARCAS NA AVALIAÇÃO DOS JURADOS

AMSTEL (R$ 3,72, 350ml) – A segunda colocada no ranking foi avaliada como uma bebida com notas aparentes de malte e nota floral de lúpulo bem presente. Uma cerveja com leve oxidação, sabor equilibrado que remete a pão. Amargor presente, delicado e muito agradável.

BOHEMIA (R$ 3,29, 350ml) – Uma bebida de baixo amargor. Aroma agradável e levemente floral, indicando a presença do lúpulo. Uma cerveja equilibrada, com leve oxidação e final doce.

BRAHMA (R$ 3,36/ 350ml)- Uma bebida com defeitos perceptíveis no aroma, com sinais de oxidação e sabor desagradável. Na boca, sabor tem amargor prolongado.

CERPA PRIME (R$ 5,79, 350ml) – No quesito sabor, a cerveja foi avaliada como doce e sem grandes defeitos. Presença de malte bem marcante, lembrando casca de pão. A coloração foi avaliada como dourada e bastante translúcida. Faltou lúpulo para ficar perfeita. Espuma branca com boa retenção

EISENBAHN (R$ 5,21/ 350ml)- Cerveja levemente frutada, de amargor agradável. Aroma que remete a biscoito. Sabor levemente metalizado, oxidação presente, final seco e agradável. A presença do malte é evidente na bebida. Uma cerveja boa, mas não excelente.

HEINEKEN (R$ 5,00/ 350ml) – Para o nosso time de jurados, a cerveja apresentou leve oxidação, baixo teor alcoólico e final adstringente. Uma bebida visualmente quase perfeita. Sabor de malte muito suave e amargor prolongado e indesejado no retrogosto.

IMPERIO (R$ 2,70/ 269ml) – A terceira colocada no ranking apresenta, na opinião dos jurados, aroma de lúpulo e malte adequados. Aroma agradável, que remete a fermento de pão e biscoito cream-cracker. Uma bebida leve e equilibrada. Uma leve acidez que deixa a cerveja mais fácil de beber. Final limpo.

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ITAIPAVA (R$ 3,25/ 350ml)- Cerveja muito leve e bem carbonatada. Leve aroma de manteiga. Na boca, sensação de cereal tostado agradável, falta um pouco de amargor, mas ele é presente.

ORIGINAL (R$ 3,75/ 350ml)- Os jurados identificaram um aroma leve de grãos, sabor muito leve e pouco atraente. Uma cerveja leve, com final limpo e agradável. Na boca, apresenta bastante oxidação. Alguns ainda identificaram a falta de um amargor desejável.

PETRA (R$ 3,19, 350ml) – A bebida foi avaliada como bastante leve, com um leve toque de maçã, proveniente da fermentação. Retrogosto quase doce, aroma que lembra maçã verde. Para os jurados, faltou amargor e sabor de malte. Espuma com alta formatação, mas baixa retenção.

STELLA ARTOIS (R$ 4,38/ 350ml)- Cerveja de amargor agradável e bem balanceada. Alguns jurados identificaram aroma desagradável, porém volátil. Sabor leve, para ser consumida bem gelada.

SPATEN (R$ 4,65/ 355ml) – A campeã entre as cervejas avaliadas pelos jurados convidados por Paladar apresentou sensação agradável de biscoito. Uma bebida leve, fácil de beber, com boa estabilidade de espuma; amargor baixo, mas aparente. Uma cerveja mais fresca do que o esperado para um produto comercial. Equilibrada, com notas de cereais e levemente frutada. Ótima formatação e retenção.

SKOL (R$ 3,23/ 350ml) – Os jurados avaliaram a cerveja como bastante oxidada no paladar. Falta frescor, cor deixa a desejar. Baixa sensação de amargor aparente. Apesar de bastante translúcida e clara, uma bebida suave demais, vazia.