No Dia da Astronomia, celebrado em 2 de dezembro, o Conexão123 apresenta planetários para visitar pelo país
No dia 2 de dezembro, o Brasil celebra o Dia Nacional da Astronomia. A
efeméride surgiu em homenagem à data de nascimento do imperador Pedro
de Alcântara, o Dom Pedro II, que era considerado um astrônomo amador e
patrono da astronomia brasileira.
Agora, para celebrar esse dia, o Conexão123 apresenta cinco planetários no Brasil para conhecer.
O que é um planetário?
Um planetário nada mais é do que um aparelho de projeção desenhado
para recriar a aparência de planetas e estrelas (céu artificial). Isso é
possível porque, por meio do estudo da astronomia, aliado à tecnologia,
os astrônomos conseguem identificar e reproduzir imagens do céu em
qualquer época.
Para criar uma experiência mais realista, geralmente esses locais
possuem uma abóbada ou cúpula, onde são projetadas as imagens. Já nos
observatórios, por outro lado, a cúpula se abre e os estudiosos podem
observar o céu e sua movimentação ao vivo.
Cinco planetários no Brasil para conhecer
O primeiro planetário moderno foi construído há quase 100 anos, na Alemanha | Foto: Divulgação
Visitar um planetário é muito interessante para crianças, que têm a
chance de fugir um pouco do ensino tradicional e adicionar o lúdico das
constelações ao seu conhecimento. Agora conheça um pouco dos planetários
pelo Brasil.
Planetário do Ibirapuera
Existem diversos planetários em São Paulo, e o que tem mais destaque
entre eles é o prédio localizado no Parque do Ibirapuera, na região
centro-sul da capital paulista. O Planetário do Ibirapuera foi o
primeiro aberto ao público a ser inaugurado no Brasil, em 1957.
É possível observar no teto da entrada principal as constelações das
Três Marias, de Órion e do Cruzeiro do Sul. Assim que finalizada essa
etapa, dá para conferir a exposição dos objetos que contam um pouco da
história do lugar e da astronomia brasileira. A visita é indicada para
adultos e crianças a partir dos cinco anos e, a depender da atração, os
ingressos chegam a custar de R$ 15 a R$ 30 e podem ser comprados online.
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 10 – Ibirapuera, São
Paulo – SP. Horário de funcionamento: de quinta a sábado, das 15h às
19h, e aos domingos, das 5h às 23h. Fechado às segundas, terças e
quartas.
A cúpula de 18 metros de diâmetro leva os visitantes do planetário do Ibirapuera a uma aventura pelos astros e estrelas
Planetário do Carmo
O Planetário do Carmo está localizado no bairro de Itaquera, na Zona
Leste de São Paulo. O local é considerado o mais moderno da América do
Sul, contando com alta tecnologia. Atualmente, ele é capaz de projetar
9.100 estrelas, os planetas do Sistema Solar, da Via-Láctea, galáxias,
nebulosas e outros objetos astronômicos. Um passeio em que toda a
família aprende e se diverte.
O hall do planetário também conta com uma exposição de fósseis, rochas, minerais, telescópios e imagens com temas astronômicos.
Endereço: Rua John Speers, 137 – Itaquera, São Paulo – SP. Horário de funcionamento: diariamente, das 8h às 17h.
Planetário Espaço Ciência
Localizado em Pernambuco, na histórica cidade de Olinda, o Espaço
Ciência possui planetário, auditório, anfiteatro e seis laboratórios
didáticos de ciências e informática. A atração, localizada na Área
Espaço, comporta de 30 a 35 adultos e tem um projetor com olho de peixe,
que faz projeções 180 graus de imagens que simulam o céu noturno:
planetas, estrelas, constelações e galáxias.
Estão lá uma réplica do VLS (Veículo Lançador de Foguetes) lançado em
Alcântara (MA) e um avião Xavante doado pelo Exército, além da estátua
de Santos Dumont, onde os visitantes aprendem um pouco sobre a história e
os princípios de aviação. Outra atração é o Giroscópio, instrumento que
era usado pela Nasa para testar a resistência dos astronautas.
Endereço: Parque Memorial Arcoverde, Parque 2, s/n, Parque Memorial
Arcoverde – Olinda – PE. Horário de funcionamento: segundas, terças,
quintas e sextas, das 08 às 12h e das 13h às 17h, quartas, das 7h30 às
17h, sábados e domingos, das 13h às 17h.
Planetário de Londrina
O Projeto Planetário de Londrina é uma extensão da Universidade
Estadual de Londrina, que deu origem ao Museu de Ciência e Tecnologia,
Centro de Ciências e Planetário. Seu objetivo principal é divulgar, de
maneira lúdica, o conhecimento da astronomia e auxiliar na melhoria da
qualidade do ensino nas escolas da região.
O planetário funciona no centro da cidade, em um espaço cedido pela
prefeitura, com capacidade para 44 pessoas. São realizadas também
oficinas de astronomia, brincadeiras e atividades lúdicas sobre temas
relacionados à área. Os filmes e documentários exibidos exploram temas
que fascinam pessoas de todas as idades, como os planetas do Sistema
Solar, os movimentos da Terra (rotação e translação), as estações do
ano, as constelações, a evolução estelar, buracos negros e o Big Bang.
Endereço: Rua Benjamin Constant, número 800 – Centro. Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 18h.
Espaço do Conhecimento UFMG
Localizado no Espaço do Conhecimento UFMG, na capital de Minas
Gerais, está um Planetário de última geração, único do Estado a utilizar
uma das mais avançadas tecnologias de projeção do mundo. Uma
experiência única! O sistema digital Spacegate Duo e o projetor
Skymaster ZKP4, produzidos na Alemanha, fazem com que o céu pareça real,
tamanha a definição das imagens, o que o público pode ver em 360 graus.
Todo o espaço planetário se transforma em um cinema imersivo, com
sensação de profundidade e envolvimento. Esse projetor também permite a
reprodução do céu como se fosse de qualquer lugar do planeta, em
qualquer época (passado, presente ou futuro).
A sala é climatizada e possui cadeiras reclináveis, tem capacidade
para 65 pessoas e funciona em sessões regulares, ao longo de todo o dia.
O espaço ainda possui o Terraço Astronômico, onde um teto retrátil
permite que os visitantes utilizem os telescópios para observar o céu.
No Planetário do Espaço do Conhecimento UFMG, o público tem uma visão de 180º x 360º
Endereço: Praça da Liberdade, 700, Belo Horizonte – MG. Horário de
funcionamento: sábados, das 10h às 21h; terças, quartas, quintas, sextas
e domingos, das 10h às 17h. Fechado às segundas.
Giovane Oliveira – Diretor de tecnologia da Total IP.
Se uma marca lida com outras empresas, é preciso atualização e conhecimento contínuos
Na constante crescente da transformação digital, os marketplaces
ganham cada vez mais destaque quando o objetivo é lucrar e atingir
grandes públicos. Dessa forma, indústrias e distribuidoras estão de olho
nessa tendência para escalar sua performance no e-commerce. Contudo,
para, realmente, atingir frutos positivos, é preciso conhecimento por
parte das marcas, principalmente do funcionamento e significado de um
negócio nessa esfera, além das melhores estratégias para se acrescentar.
O que é um negócio B2B?
Business to Business (B2B) é o nome dado a um modelo de atuação no
mercado onde o cliente final é uma outra firma e não uma pessoa física
(B2C). Sendo assim, é de “empresa para empresa”. As principais vantagens
disso envolvem uma maior retenção dos compradores, alta quantidade de
transações e a recorrência de receitas.
Costumam ter obrigações maiores e mais complexas, exigindo
procedimentos comerciais longos e personalizados. Entretanto, é viável
um sucesso pleno nesse campo, se seguidas algumas etapas, como
otimização das demandas, foco na qualidade do atendimento e aplicações
em marketing digital.
No geral, trata-se de um tipo de empreendimento o qual sempre
existiu, mas, aos poucos, foi criando atividades específicas para o
aperfeiçoamento das atividades de uma organização para outra. Nesse
contexto, atualmente, vem surgindo uma nova onda em meio a essa área: a
ligação com espaços de faturamento como Amazon, Shopee, etc.
A criação de marketplaces nesse molde
Segundo um relatório da Salesforce, 33% dos comerciantes B2B
afirmaram como lançar um marketplace próprio é uma prioridade para os
próximos dois anos. Nesse sentido, uma projeção feita pela Digital
Commerce 360 afirma: esses são agora um canal de crescimento mais
rápido. Esse aumento no número de indústrias adeptas ao comércio
eletrônico demonstra o potencial de frutos positivos trazidos com uma
plataforma como esta para o mercado. “Tendo em vista a aceleração desse
tipo de programa, é inteligente, por parte dos executivos e
administradores, aproveitar as vantagens do modelo de marketplace para
impulsionar mais ainda seus escritórios, evitando o conflito de meios e,
ao mesmo tempo, acessando novas linhas de receita e dados cruciais para
a inovação”, indica Giovane Oliveira, diretor de tecnologia da Total
IP.
Como um todo, o principal objetivo é otimizar e alavancar as vendas
para instituições clientes, digitalizando toda a cadeia de valor,
diversificando produtos e serviços oferecidos ao agregar diversos
sellers ao programa. É possível, inclusive, fazer isso com uma gestão
centralizada e visão analítica.
Nessa novidade de ambiente para vendas, é feita a integração de
vários parceiros, como fornecedores e representantes. Todo o ecossistema
fica otimizado e com mais eficiência operacional, atendendo às
necessidades dos negócios de uma ponta a outra e oferecendo uma
experiência mais agradável aos consumidores. “Por ser algo em fase de
teste, uma atualização dos modelos já utilizados para realizar
fechamento de parcerias, traz vantagens significativas. Esse benefício
inclui maior número de produtos, expansão de alcance e visibilidade,
elevação do ticket médio e uma redução elevada de custos, com eficiência
operacional”, explica o especialista.
Parcerias ao longo do caminho são necessárias e eficientes
De acordo com dados da Adobe Commerce, 75% das empresas B2B estão
ativamente desenvolvendo estratégias como essa. Todavia, para haver um
processo eficiente, é importante ressaltar a relevância de contar com
parceiros inteligentes em toda a sua jornada, desde o início, passando
pela implementação e as etapas de operação.
Logo, se há um desejo de elevar o nível e qualidade entrando nesse
mercado on-line com forte entrega, uma atenção a esse ponto não pode ser
deixada de lado. Então, essa união serviria como uma atuação
integradora, realizando a comunicação de todas as partes, preparando um
hub de possibilidades e aumentando o mix de artigos. Ou seja, em um
primeiro momento, a ideia é digitalizar a operação, preparar o comércio,
para depois torná-lo uma plataforma.
Para realizar esse tipo de ação, existem firmas específicas, as quais
uma colaboração pode ser de enorme valia e devolutivas. Uma delas é a
Total IP e o Marketplace da VAleon, apresentando excelência no apoio e
atendimento de terceiros, com funcionalidades incluindo chat, telefone,
WhatsApp e redes sociais.
É interessante analisar como, mesmo quem atua no modelo Business to
Business, quer deter e passar por experiências tão enriquecedoras e
satisfatórias como no B2C. Como exemplo disso, é só observar bem a
Amazon. Hoje em dia, é o meio dominante em todos os tipos de segmentos.
Essa realidade deixa claro como, de fato, atualmente, há oportunidades e
potencial para companhias B2B com o desejo de oferecer serviços mais
integrados, com vivências do tipo Business to Consumer. O intuito aqui,
então, seria oferecer cada vez mais flexibilidade e agregação de marcas
em um único catálogo.
Para alcançar esse feito, uma comunicação humanizada e bem
direcionada é essencial. Quanto mais o tempo passa, ficam visíveis as
possibilidades imensas trazidas juntamente com a inovação robótica e as
aprimorações constantes as quais passam. Desse jeito, a Total IP e a
Valeon oferecem, com assertividade, a chance de agilizar, sofisticar e
lucrar mais por meio de Robôs Dinâmicos.
Com eles, alcança-se proveitos únicos e variados. Assim, o contato
com a persona, seja ela um cidadão comum ou uma marca de interesse, se
torna modernizado, rápido e sofisticado, criando vínculos entre as
partes envolvidas e gerando conexão para fechar negócios.
UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?
Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.
Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua
empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da
Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento
digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer
retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da
nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de
mais de 100.000 acessos.
O sucesso do modelo dos marketplaces está
expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020
chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.
Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também
indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um
crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento
de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.
A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São
gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso,
as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às
ofertas de produtos.
Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.
Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de
interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do
público.
Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que
você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode
auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.
1- Otimização dos recursos
A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você
faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem
consolidados.
Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado.
Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista
tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência
significativa.
Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para
que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso,
essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que
seus parceiros possam desenvolver seus negócios.
2- Alcance de clientes
Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para
divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para
alcançar um número maior de clientes.
Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com
isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há
modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o
integram.
Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon,
não divide os custos de marketing com os seus parceiros custeando ele
próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.
3- Volume de dados
Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos
dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e
faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.
Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.
Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar
produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de
converter os visitantes do marketplace em seus clientes.
4- Integração com outras ferramentas
Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace
não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de
preços ou inventários.
Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.
É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos
marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e
controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.
5- Aumento de vendas
Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação
bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair
um bom volume de visitantes para o seu site.
Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as
chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online
saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os
consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.
6- Diversificação de público
Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou
serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro
momento, não conseguiria atingir.
Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os
lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para
atender a sua nova demanda.
Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal
descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?
Marketplace e o crescimento das empresas
Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.
Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano
anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em
2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.
Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar
boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do
consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.
Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup
Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com
estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.
O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um
comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e
testado.
Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de
seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.
Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.
Exemplo disso é a plataforma comercial
da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para
conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.
Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus
produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo
envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no
marketplace.
Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que
evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma
modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando
novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e
aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença
online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)
Escolas cívico-militares: Tarcísio se contrapõe a Lula e diz que vai ampliar modelo em SP
Governador anuncia decreto para regular programa próprio após Secretaria da Educação dizer que não havia plano de expansão
Por Paula Ferreira e Marco Antônio Carvalho – Jornal Estadão
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos),
disse na noite desta quarta-feira, 12, que o Estado vai editar um
decreto para “regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares
e ampliar unidades de ensino com este formato”. A manifestação ocorre
após a gestão do presidenteLula (PT) anunciar o término do o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).
O anúncio de Tarcísio ocorreu por meio do Twitter. Ele destacou que
foi aluno de colégio militar. “Sei da importância de um ensino de
qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para
os nossos jovens”, escreveu.
Após o anúncio do governo federal, a Secretaria de Educação do Estado
chegou a dizer às 16h33 desta quarta que “não faz parte do projeto da
atual gestão a expansão das escolas cívico-militares”.
Em novo posicionamento, às 19h38, essa informação foi removida para
dizer somente que “esse modelo funciona em uma unidade de ensino
vinculada à secretaria, em Guarujá”. A maioria das unidades que aderiram
ao programa em São Paulo são de redes municipais, como em Taubaté (foto
abaixo). A secretaria do Estado afirmou ainda que “a decisão do MEC de
descontinuar o programa não altera o conteúdo pedagógico oferecido aos
estudantes”.
As escolas cívico-militares têm a administração compartilhada entre
militares e civis. São diferentes dos colégios militares, mantidos com
verbas do Ministério da Defesa ou da Polícia Militar local e com
autonomia para montar currículo e estrutura pedagógica. Os colégios
militares também costumam ter professores com salários mais altos e
fazem seleção de alunos.
Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, o formato cívico-militar é pouco efetivo do ponto de vista pedagógico e tem alcance limitado a poucas escolas (o programa federal atinge menos de 0,1% das unidades de ensino básico do País).
“Não se constrói educação de qualidade simplesmente respeitando normas
militares”, diz a ex-diretora de Educação do Banco Mundial Claudia
Costin.
Já as famílias dos alunos temem que a interrupção do modelo resulte
em salas de aula mais inseguras e problemáticas. “A questão é a
disciplina”, afirma o tio de dois alunos.
Criado em 2019, o programa federal tem 202 escolas, com aproximadamente 120 mil alunos, e emprega quase 900 militares.
O adicional pro labore aos militares chega a R$ 9.152 – o piso nacional
docente, por exemplo, é R$ 4.420,55 para professores no início de
carreira e carga horária de até 40 horas semanais.
As unidades com apoio federal não serão fechadas, mas reintegradas à
rede regular de ensino. A suspensão anunciada pelo Ministério da
Educação nesta semana não impede que Estados e municípios deem
continuidade ao programa por conta própria, sem verba federal.
A decisão de Tarcísio vai na linha do que já foi anunciado por outros
Estados, que decidiram manter o modelo por conta própria. A rede do
Paraná, por exemplo, tem 194 colégios cívico-militares mantidos pelo
próprio Estado e 12 em parceria com o ministério. A secretaria disse que
trabalha para migrar esses 12 colégios do modelo federal para o
estadual.
“Havia fake news de que o militar intervia na parte pedagógica, mas
isso não acontece. O militar tem caráter de organizar a entrada e saída
de estudantes, o recreio, formar filas. O professor é autônomo na sala
de aula”, afirma o secretário do Paraná, Roni Miranda
A secretaria de Santa Catarina também prevê um programa específico para absorver as unidades antes incentivadas pelo MEC.
Já para Vitor de Angelo, presidente do Conselho Nacional dos
Secretários da Educação, o modelo não atende às necessidades da educação
brasileira. “Os recursos técnico-financeiros são escassos e precisamos
mobilizar políticas que dão certo”, diz ele, titular da pasta no
Espírito Santo.
A escola cívico-militar e seus benefícios para a melhoria da qualidade do ensino público brasileiro
O governo federal, através de uma parceria entre os ministérios da
Educação e da Defesa, implantou o Programa Escola Cívico Militar
(PECIM), para contribuir com a melhoria da qualidade do ensino público
brasileiro, que foi desgastado, desvalorizado e desprestigiado nas três
últimas décadas.
A atuação do PECIM visa elevar a qualidade das gestões educacional,
didático-pedagógico e administrativa das escolas contempladas, através
da melhoria do ambiente escolar, das práticas pedagógicas, do
aprendizado e do desempenho escolares, desta forma o processo
ensino-aprendizagem melhora naturalmente.
É constrangedor, mas necessário reconhecer que o ensino público
brasileiro não cumpre a sua missão, pois grande parte dos jovens
concludentes do ensino fundamental, e até mesmo do ensino médio, não
dominam as quatro operações básicas da matemática e são incapazes de
interpretar e redigir um texto, ou seja, não possuem os conhecimentos
elementares da Matemática e Língua Portuguesa, disciplinas que são
extremamente importantes para a construção do conhecimento.
O ensino público brasileiro está em crise., pois o conhecimento
transmitido na escola está muito aquém das necessidades exigidas pelo
mundo altamente tecnológico; o seu espaço físico e o seu entorno são
terrenos férteis para o tráfico de drogas aliciar os estudantes,
viciando-os e recrutando-os como mão de obra barata.
O PECIM não quer criar uma ideia nova, pois a sua concepção foi
inspirada no consagrado Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB), do
Exército Brasileiro, que normatiza os catorze Colégios Militares,
situados em Santa Maria, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de
Janeiro, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Campo Grande, Brasília, Salvador,
Recife, Fortaleza, Belém e Manaus. Maiores informações sobre este
exitoso sistema educacional podem ser encontradas no site da Diretoria
de Educação Preparatória e Assistencial (DEPA).
Os Colégios Militares (CM) são instituições públicas de ensino
fundamental e médio, que atendem preferencialmente filhos de militares
que trabalham nas cidades sedes de um dos CM já citados, e as vagas
remanescentes são preenchidas por jovens de ambos os sexos, aprovados em
concurso de admissão. O alto nível de ensino dos CM reflete diretamente
no desempenho de seus alunos nos vestibulares mais concorridos do país e
nos altos graus obtidos no ENEM. Este é o desempenho escolar que o
PECIM quer para as escolas contempladas pelo programa.
A missão dos militares não é na sala de aula, local para os
professores transmitirem os conhecimentos que deixarão os alunos em
igualdade de condições com os jovens que estudam naquelas que são
consideradas as melhores escolas particulares e que preparam o jovem
para o ingresso nas melhores universidades.
Os militares atuam na gestão e na organização escolar, apoiando as
ações desenvolvidas pela escola com atuação mais expressiva na área
educacional, nas atividades extraclasse, sempre sob a liderança do
diretor (a) da escola; atuam para acolher os alunos na entrada dos
turnos, no intervalo de aulas e nos períodos de encerramento dos turnos e
participam das atividades educativas fora da sala de aula. Pode-se
dizer que os militares, denominados monitores, além de apoiar a
organização da rotina escolar atuam no desenvolvimento de atividades
cívicas, na redução do abandono, da evasão e na diminuição da violência
escolar. Tudo para tornar o ambiente da escola mais propício para a sua
atividade fim que é a transmissão do conhecimento e o despertar da
consciência por parte dos jovens estudantes.
Os alunos da Escola Cívico-Militar não são militares, pois só existem
três caminhos para o ingresso nas Forças Armadas, que são a prestação
do Serviço Militar Obrigatório, para os jovens do sexo masculino que
completam dezoito anos de idade; o ingresso em algum estabelecimento de
ensino de formação de oficiais ou sargentos, mediante aprovação em
concurso de admissão de caráter nacional e o ingresso como oficiais ou
sargentos temporários, para cidadãos de ambos os sexos com formação
superior ou técnica de interesse da respectiva Força Armada. A Escola
Cívico-Militar não está enquadrada em nenhuma das três situações.
Os municípios que já aderiram ao PECIM e implementaram uma Escola
Cívico-Militar constataram uma série de consequências positivas para a
comunidade escolar contemplada, que engloba o corpo docente e
funcionários da escola, alunos e seus familiares. Dentre estas
consequências positivas podem ser citadas a drástica redução da evasão
escolar; maior presença dos alunos na série correspondente à suas
respectivas idades; alta frequência às aulas; melhora no rendimento
escolar dos alunos, com o aumento na nota do IDEB e nos resultados do
ENEM; redução dos problemas disciplinares que envolviam os alunos, como
brigas, desrespeito a professores e funcionários e depredação do
patrimônio escolar.
Tais benefícios são fruto do novo modelo de gestão da escola
contemplada e que atua desde a administração até às práticas
pedagógicas, passando pelo despertar da consciência cívica e disciplinar
dos alunos para a formação dos futuros cidadãos que serão melhor
preparados moral e intelectualmente para o futuro.
Esta nova realidade escolar é avaliada positivamente pelos pais dos
alunos que notam a mudança, sempre para melhor, no comportamento dos
seus filhos, a partir do momento em que tornaram-se alunos de uma Escola
Cívico-Militar. O orgulho que sentem por pertencerem a uma escola
contemplada pelo projeto; a responsabilidade, demonstrada pelo cuidado
com a apresentação individual, que engloba, dentre outros detalhes, o
uniforme limpo e bem passado e os sapatos engraxados; a importância dada
às datas cívicas, aos símbolos nacionais e ao culto aos heróis da
Pátria contribuem para terem mais disciplina na escola e fora dela.
O PECIM quer ser um aliado dos professores, para que eles tenham as
condições necessárias para concentrarem-se única e exclusivamente em dar
aula. Sem os receios de chamar a atenção de um aluno que esteja
atrapalhando o andamento da aula, sofrer agressão física por parte de um
aluno indisciplinado, ter seu carro danificado por alunos rebeldes,
sofrer interpelação de pais que venham tirar satisfação pelo fato do
filho ter recebido uma nota baixa, etc. Estes medos impedem os
professores de ensinar nas condições normais que são merecedores.
Os professores precisam de uma retaguarda que os ampare e proteja
contra estas ações que interferem no bom ambiente escolar, e que fazem
com que os recursos públicos investido na escola sejam mal aproveitados e
desperdiçados, pois não geram o retorno previsto, que é um aluno bem
preparado para encarar os desafios para inseri-lo em uma boa
universidade ou em um curso técnico de alta qualidade.
A Escola Cívico-Militar é uma fonte fecunda de cidadania e
patriotismo. É um local extremamente saudável, onde os jovens alunos
cantam, com entusiasmo, o Hino Nacional Brasileiro e o Hino à Bandeira,
participam do hasteamento do Pavilhão Nacional e reverenciam os vultos
do passado que participaram da formação do Brasil. É um ambiente que
transmite noções de vida em coletividade, que extrapolam a turma de aula
e a escola, chegando à sociedade e à nação, que receberão cidadãos mais
preparados nas questões moral, intelectual e cívica.
A implantação do PECIM depende decisivamente da vontade dos prefeitos
municipais, pois eles têm as prerrogativas legais para inscreverem as
suas cidades no programa, que visa a transformação de uma escola
municipal em Escola Cívico-Militar. O governo federal não pode
contemplar uma cidade cujo prefeito não demonstrou interesse no programa
e que não fez a inscrição para concorrer com outras cidades do seu
Estado. É muito importante a mobilização da comunidade para sensibilizar
a administração municipal sobre o anseio da população sobre o assunto,
desta forma a realização de um abaixo-assinado é uma ferramenta que fará
o prefeito repensar a sua decisão, principalmente se, no documento,
constar um grande número de assinaturas de munícipes.
A adesão ao PECIM pela esfera estadual é mais difícil, pois poucas
vagas são destinadas às escolas das redes estaduais de ensino, pois o
objetivo maior é a rede municipal. Caso o governo do estado demonstre
interesse em aderir ao programa, a respectiva secretaria da educação
pode distribuir a vaga para qualquer das inúmeras escolas sob sua
responsabilidade espalhadas por todo estado.
Seria muito importante se houvesse mais interesse por parte das
prefeituras municipais e governos estaduais em relação ao PECIM, pois
teremos mais Escolas Cívico-Militares quanto maior a quantidade de
cidades e estados interessados na adesão ao programa. O grande obstáculo
é a politização e a ideologização do tema, que faz com que muitos
prefeitos e governadores sejam refratários à ideia pelo simples fato do
projeto ser uma iniciativa do Governo Federal. Este raciocínio que
mostra apenas o lado político do tema só prejudica a população que quer
melhor qualidade de ensino para seus filhos.
Parabéns às cidades que aderiram ao PECIM e que já possuem uma Escola
Cívico-Militar nas suas respectivas redes municipais de ensino e às
cidades que compreenderam a importância do programa, fizeram a sua
inscrição e foram contempladas para a implementação no ano de 2022.
Que os municípios que ainda não entenderam a importância e os
benefícios do programa possam despertar para a realidade, compreendendo a
situação e que façam as suas inscrições para aderirem ao programa no
ano de 2023.
Janja tem poder de veto no governo e interfere em áreas como economia, Defesa e publicidade
Primeira-dama dá a palavra final em
propagandas institucionais do governo, ordens para a equipe econômica e
já tomou medidas que confrontaram o partido do presidente
BRASÍLIA – QuandoLuiz Inácio Lula da Silvaapresentou a socióloga Rosângela Silva, a Janja,
como sua namorada ao deixar a prisão na tarde de 8 de novembro de 2019,
em Curitiba, antigos companheiros do PT avaliaram que o “animal
político” renovava ali o ânimo do partido para a corrida ao Palácio do
Planalto. Mais de três anos depois, porém, a agora primeira-dama é vista
como problema para um governo com entraves na articulação política. E a
crítica vem justamente de velhos amigos do presidente, ministros e
líderes de partidos.
Senadores e deputados petistas dizem que Janja se colocou como um
poder entre o gabinete presidencial, a base aliada e ministros. Ainda na
transição, ela tentou ser nomeada para um cargo no Planalto. Assessores
avisaram Lula, no entanto, que isso era “nepotismo”. Sem função formal,
a primeira-dama se instalou num gabinete de 25 metros quadrados bem ao
lado da sala do presidente, no terceiro andar, e dali em diante tem
aumentado seu espaço no governo.
Sob o argumento de que quer “ressignificar” o papel de primeira-dama,
Janja participa de reuniões do presidente com ministros, impõe medidas
para as áreas econômica, social e política, dá palpite sobre o
relacionamento com os militares e afasta Lula de deputados e senadores.
O Estadão apurou que a primeira-dama tem interferido
em questões de governo, especialmente na publicidade, indo além de
meras opiniões sobre peças de campanhas e com poder de veto. Janja
determina mudanças, trocas e até barra campanhas importantes. Se ela não
gostar, a propaganda não vai adiante.
Foi a primeira-dama, por exemplo, que barrou uma proposta do PT de
remunerar blogueiros alinhados ao governo. Havia pressão do partido e do
próprio ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta,
mas a decisão final foi de Janja. Ela determinou que os blogueiros
continuassem na militância, sem remuneração. A primeira-dama também
defende uma comunicação mais voltada para as TVs abertas. O governo nega
que Janja tenha interferência na área de comunicação ou publicidade
institucional..
Um integrante do primeiro escalão disse ao Estadão que
Janja atropelou o rito de conversas com a equipe econômica ao fazer um
pedido expresso para redução dos juros do cartão de crédito.
Auxiliares da Fazenda foram destacados para tocar a medida. Todos
temem, no entanto, falar abertamente sobre Janja. “Me tira dessa” ou
“Imagine se eu falar alguma coisa” são as frases mais ouvidas quando o
assunto se refere à primeira-dama.
Insatisfação
Pelo relato de um interlocutor do Planalto, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias,
comentou numa reunião com Lula sobre a crise na articulação política.
Ao fim do encontro, a primeira-dama o acompanhou até a porta. Na
despedida, Janja pediu a ele que não levasse mais aquele tipo de
problema para o presidente. Procurado, Dias também negou o diálogo.
“Estranho essa história. Nunca houve este diálogo. Costumo receber os
problemas e levar solução. Levo ao presidente apenas o que depende de
sua decisão”, disse por meio da assessoria.
Outro interlocutor contou que o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA),
procurou Lula para alertá-lo sobre a insatisfação de companheiros com
atitudes de Janja. O presidente teria dito, então, que ele não deveria
mais repetir a crítica, caso quisesse preservar uma amizade de décadas.
A assessoria de Wagner disse que o senador e a mulher, Fátima, têm
“as melhores relações” com Janja. “Não há nenhum fundo de verdade nesse
tipo de comentário, nesse tipo de ilação. O senador está absolutamente
indignado com isso”, afirmou a assessoria.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa,
encabeça a lista dos auxiliares de Lula que, em conversas reservadas
com aliados, demonstram insatisfação com interferências da
primeira-dama. No círculo restrito de Costa há o entendimento de que
Janja prejudica a interlocução política ao impedir que o presidente
almoce com parlamentares e use mais o fim de semana para dar atenção aos
representantes da base aliada.
“Ele está sem tempo para fazer política, que era o seu diferencial”,
diz um deputado do PT, resignado, sob a condição de anonimato.
A reclamação pode soar como a de alguém que reclama que a mulher do
amigo não o deixa sair de casa. Os petistas, porém, costumam lembrar
que, nos seus dois primeiros mandatos, Lula almoçava no gabinete com
convidados políticos e gastava tempo para agradar especialmente ao baixo
clero da Câmara.
Os políticos antigos de Brasília também se recordam de um pensamento
do ex-vice presidente Marco Maciel. Dizia ele que um presidente sem
tempo para “namorar” deputados, especialmente os sem expressão política,
tinha vida difícil no Congresso.
Militares
Após a invasão às sedes dos três Poderes e a tentativa de golpe pelos
bolsonaristas, no dia 8 de janeiro, Janja fez críticas ao titular da
Defesa, José Múcio Monteiro, em reunião com a presença de outros ministros. Ela o acusou de não “proteger” o presidente como deveria.
No dia dos atos golpistas, Múcio chegou a propor que Lula baixasse um
decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para conter o vandalismo. O
presidente estava em Araraquara e, ao ouvir a sugestão de Múcio, feita
por telefone, Janja reagiu: “GLO não! GLO é golpe! É golpe”.
Interlocutores de Lula relatam que Janja já deu respostas ríspidas a
Múcio, em cenas descritas como constrangedoras. Recentemente, contudo, a
primeira-dama teria começado a se aproximar dele.
Petistas que atuaram como ponte entre Lula e a caserna reclamaram
várias vezes que Janja contribuía para manter o clima de tensão entre o
governo e as Forças Armadas. A primeira-dama teve participação decisiva
para que o presidente criasse uma secretaria para cuidar da segurança
dele e da família. O órgão é chefiado pelo secretário Alexsander Castro
de Oliveira, delegado da Polícia Federal, chefe da segurança do petista
na campanha.
Antes, a função era do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
formada por militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. No
próximo dia 30, Lula terá de decidir se torna a secretaria permanente ou
se devolve sua segurança pessoal para o GSI.Exemplos
A presença atuante de Janja na campanha e no início do governo Lula
vai na contramão do comportamento de primeiras-damas de esquerda no
continente. Com um discurso “contemporâneo”, a cientista social Irina Karamanos, companheira do chileno Gabriel Boric, delegou funções tradicionais do posto para profissionais da área social e praticamente aboliu a figura da primeira-dama do La Moneda.
Foi no passado da política sul-americana que Janja identificou o que
seria um exemplo de primeira-dama. Na campanha, ela se referiu a Evita Perón, segunda mulher do ex-presidente argentino Juan Domingo Perón, como “inspiradora”.
Em janeiro, durante viagem de Lula a Buenos Aires, Janja posou na
sacada da Casa Rosada, onde Evita fazia seus discursos populistas e
dramáticos nos anos 1940 e 1950. “A história de uma mulher forte e
inspiradora aconteceu aqui”, escreveu Janja na postagem da foto no
Instagram. Evita foi considerada uma primeira-dama que ajudava na
popularidade de Perón.
Os amigos de Lula dizem que Janja repete a mulher de Perón, mas a
terceira. “Ela é a Janjelita”, reclama um antigo amigo do petista.
Trata-se de uma referência a Isabelita Perón, que
acumulou o posto de primeira-dama com o cargo de vice em mais um mandato
de Perón, assumindo o poder na Argentina com a morte do marido, em
1974. Antes, porém, ela já causava problemas políticos.
O governo de Isabelita foi marcado pelo caos econômico e político.
Ela foi deposta por um golpe militar, que levou o país à ditadura. Na
Argentina, os peronistas só falam do mito Evita.
Influencer
Janja é uma figura constante nas redes sociais. Com 1,1 milhão de
seguidores no Twitter e 2,2 milhões no Instagram, ela posta fotos e
mensagens, dialoga com internautas e apoia campanhas de vacinação e do
Enem. Na última quarta-feira, por exemplo, Janja visitou um hospital em
Brasília com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e participou de encontro de mulheres quilombolas, onde defendeu maior presença feminina na política.
As postagens recebem tratamento de edição e contam com imagens e
vídeos profissionais. Janja manteve, no entanto, uma prática da era Jair Bolsonaro: bloqueia jornalistas e quem a contesta.
Em vídeo publicado no Instagram, no Dia da Mulher, 8 de Março, Janja
mostrou seu gabinete no Planalto e uma equipe formada por três
funcionárias. “Oi, galerinha, segunda-feira, quase meio-dia e meia,
estamos aqui no meu gabinete… já estamos em reunião, aqui, com a minha
galera, equipe toda”, disse.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, a Casa Civil informou que
“não existem atos administrativos para a criação do ‘Gabinete da
Primeira-Dama’”. A pasta se limitou a informar que não há uma rubrica
orçamentária específica para Janja e que ela é atendida pela mesma
assessoria de Lula em atividades de interesse público.
O Estadão, no entanto, identificou ao menos duas
servidoras no atendimento exclusivo à primeira-dama, com salários de R$
12 mil e R$ 16 mil por mês, em abril.
Mesmo os pequenos gestos de Janja têm sido observados por antigos
aliados de Lula. Durante o evento de comemoração do Dia do Meio
Ambiente, 5 de junho, o presidente arrancou risadas da plateia ao
recusar que um subordinado retirasse de seu pescoço o colar entregue
pelo cacique Raoni Metuktire, liderança histórica do movimento indígena.
O fato inusitado, não captado pelas lentes da TV Brasil, foi que a
ordem de remoção do presente partiu de Janja. Ao final da cerimônia, ela
própria subiu no palanque e removeu o colar do pescoço de Lula. Em
seguida, acompanhou o presidente rumo à rampa de acesso ao terceiro
andar do Planalto.
Ainda tentando alcançar ChatGPT, o Google anunciou nesta quinta-feira, 13, que finalmente trouxe ao Brasil o seu chatbot inteligente, batizado de Bard. Ele chega quatro meses após estrear nos EUA e no Reino Unido – e cinco meses desde que o Google revelou que iria criar uma ferramenta de inteligência artificial (IA) batalhar diretamente contra o serviço da OpenAI. Além do Brasil, o chatbot chega aos 27 países da União Europeia e funcionará em 40 idiomas.
Para aprender o português brasileiro e outras nuances da nossa
cultura, o Bard passou por um treinamento de três meses, o que inclui o
trabalho de revisores, legisladores, reguladores e outros especialistas
brasileiros. “A localização foi fundamental para o processo de chegada
ao Brasil”, disse em apresentação para jornalistas Leonardo Longo,
gerente de marketing de produto da companhia na América Latina.
No entanto, a companhia não revela exatamente quais dados são usados
para treinar os seus modelos de IA – o discurso internacional da empresa
é de que os dados utilizados estão públicos na web e oferecem
perspectiva ampla de assuntos. Atualmente, uma das críticas à indústria
de IA é de que não é possível saber exatamente quais informações ou
bancos de dados são usados para treinar os sistemas, ainda que muitos
desses pacotes sejam abertos e conhecidos de toda a comunidade
científica.
“Estamos num momento experimental e não podemos oferecer agora esse nível de detalhe”, disse ao Estadão Claudia
Tozetto, diretora de comunicação da companhia. Na apresentação para
jornalistas, Bruno Pôssas, vice-presidente global de engenharia para
busca, afirmou: “A LGPD é aplicada (no Bard) para pode garantir que a gente cuide dos dados de maneira correta”.
Caráter experimental
Na apresentação, o Google repetiu alguns refrões desde que a
companhia foi sugada para a competição com a OpenAI. Primeiro, a gigante
falou em responsabilidade na implementação de sistemas de IA – é uma
menção indireta à OpenAI, que, para alguns especialistas, lançou o
ChatGPT de maneira irresponsável, sem os devidos testes e salvaguardas.
Outro ponto reforçado foi de que o Bard é um projeto experimental – e
que está longe de um modelo de monetização. Ao atribuir a aura de
produto ainda em desenvolvimento, o Google admitiu que o seu chatbot
pode apresentar respostas ofensivas, viés e alucinações (na
comunidade científica, o termo é usado quando sistemas de IA produzem
conteúdo que fogem do bom senso ou que são factualmente errados).
O ChatGPT e o Bing (que usa o mesmo “cérebro” da ferramenta da
OpenAI) produziram diversos casos do tipo nos primeiros meses de uso –
um dos exemplos já clássicos é o diálogo no qual o Bing “flertou” com colunista do New York Times Kevin Roose.
Em todos os casos, o usuário pode reportar ao Google que não gostou da
resposta por meio de um botão na interface – os casos serão avaliados e
poderão ser usados para retreinar o sistema.
Outra forma de combater respostas ruins é a integração com a ferramenta de buscas –
por meio de um botão, é possível checar a resposta no buscador da
companhia. O ChatGPT, que tem uma base de dados atualizada até setembro
de 2021, não consegue oferecer respostas atualizadas e também não
permite conferir a informação – para assuntos para os quais não há
resposta 100% correta, a ferramenta mostrará três respostas diferentes,
equilibrando pontos de vista.
O Google, porém, toma cuidado para não rejeitar o seu tradicional
serviço – no alvorecer da popularidade do ChatGPT, especulou-se que a
ferramenta de buscas havia ganhando um concorrente de peso. “Não há
escolha entre Busca e Bard. Eles são complementares”, disse Pôssas.
Conheça os novos recursos do Bard
Além do anúncio sobre o Brasil, o Google revelou seis novos recursos
que fazem estreia de maneira global. O primeiro deles permite fixar conversas na
barra lateral esquerda, o que permite acesso rápido a conversas mais
importantes com o chatbot – é um recurso que não existe no ChatGPT.
Outro recurso inédito no concorrente permite que o Bard “leia em voz alta” as suas respostas, um recurso chamado de “text-to-speech. Um terceiro elemento exclusivo permite que desenvolvedores exportem código em Python para o Replit. A quarta novidade tem apelo para redes sociais: um botão que permite compartilhar as respostas produzidas pela máquina.
Embora funcionem no Brasil, as últimas duas ferramentas estão
disponíveis apenas em inglês. Um deles permite modificar o estilo da
resposta para: simples, longa, curta, profissional ou informal. O Bing,
da Microsoft, tem um recurso similar, que permite respostas mais
“simples” ou criativas.
O último recurso é uma rasteira no ChatGPT: o chatbot foi integrado
com o Google Lens e consegue analisar uma foto e dar uma resposta. Por
exemplo, você poderá carregar uma foto de cachorro e receber informações
sobre a raça. A ferramenta também poderá legendar imagens. A capacidade
de uma IA ser capaz de usar texto e imagens é chamada de multimodalidade.
Quando a OpenAI apresentou o GPT-4, prometeu recurso similar no ChatGPT, porém, o recurso ainda não foi implementado.
O número, que vinha aumentando desde 2015, estabilizou-se e até registrou uma leve queda
Por AFP
O número de pessoas que passam fome no mundo se estabilizou em 2022
após sete anos de alta, um “avanço modesto” e insuficiente para cumprir a
meta de eliminar este flagelo até 2030, advertiram cinco agências da
ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira (12).
Cerca de 735 milhões de pessoas passaram fome este ano, o equivalente
a 9,2% da população mundial, alerta o relatório, cujos autores incluem a
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O número, que vinha aumentando desde 2015, estabilizou-se e até
registrou uma leve queda, com menos 3,8 milhões de pessoas em relação a
2021.
A América Latina registrou avanços no combate à fome, com exceção da região do Caribe, onde a situação se agravou.
A desnutrição crônica também aumentou na Ásia Ocidental e na África,
diz o relatório, que também leva o selo do Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola (FIDA), do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e
da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O relatório anual sobre o estado da segurança alimentar e nutricional
no mundo detalha que, na África, uma em cada cinco pessoas sofre de
desnutrição crônica.
O documento é um “retrato de um mundo ainda se recuperando de uma
pandemia mundial e que agora lida com as consequências da guerra na
Ucrânia, que agitou ainda mais os mercados de alimentos e de energia”.
Desde 2019, essas duas crises acrescentaram 122 milhões de pessoas ao mapa da fome.
Embora a recuperação econômica pós-pandemia tenha melhorado a
situação, “não cabe dúvida de que esse modesto progresso se viu minado
pela alta dos preços dos alimentos e da energia, amplificada pela guerra
na Ucrânia”.
O relatório adverte que, sem esforços mais bem direcionados, a meta
de “acabar com a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição em todas
as suas formas até 2030 permanecerá fora do nosso alcance”.
‘Novo normal’
Na América Latina e no Caribe, a prevalência da desnutrição – o
indicador que mede a fome – caiu de 7% em 2021 para 6,5% em 2022, o que
representou uma redução de 2,4 milhões no número de pessoas que passam
fome.
No entanto, essa redução se explica pela evolução na América do Sul
(de 7% para 6,1%), já que o Caribe registrou um aumento significativo de
14,7% em 2021 para 16,3% em 2022.
“Há raios de esperança (…). No entanto, em geral, precisamos de um
intenso esforço mundial imediato para resgatar os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável”, defendeu o secretário-geral da ONU,
António Guterres, citado no comunicado do relatório.
Se o progresso não for acelerado, cerca de 600 milhões de pessoas
poderão continuar sofrendo com a fome até 2030, principalmente na
África.
Isso representa “aproximadamente 119 milhões de pessoas a mais do que
se não tivessem ocorrido a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia”,
apontaram as agências da ONU.
Os principais fatores de insegurança alimentar – conflitos, contração
econômica e desastres climáticos – e as recentes desigualdades se
tornaram uma “nova normalidade”, observaram.
Álvaro Lario, presidente do FIDA, apontou a falta de investimentos e a
“vontade política de implementar soluções em larga escala”.
Cindy McCain, diretora executiva do PMA, alertou que a fome está
aumentando “enquanto os recursos que precisamos urgentemente para
proteger os mais vulneráveis estão diminuindo perigosamente”. Para ela,
“estamos enfrentando o maior desafio que já vimos”.
Assim como no ano anterior, 2,4 bilhões de pessoas sofreram de
insegurança alimentar aguda ou moderada em 2022. Em outras palavras,
três em cada dez pessoas não tiveram acesso a uma alimentação adequada.
Por outro lado, a possibilidade das populações acessarem uma
alimentação saudável piorou em todo o mundo, devido ao impacto
prolongado da pandemia e ao aumento dos preços dos alimentos, ressaltou a
ONU.
Mais de 3,1 bilhões de pessoas não puderam se alimentar de forma
equilibrada em 2022, levando à desnutrição, carências ou obesidade.
A América Latina é a região onde é mais difícil comer de forma
saudável (US$ 4,08 por pessoa por dia, o equivalente a R$ 19,6) em
comparação com a Ásia (US$ 3,90, R$ 18,7), África (US$ 3,57, R$ 17,1),
América do Norte e Europa (US$ 3,22, R$ 15,4).
“A mudança da tendência de importação de produtos baratos para a
produção de produtos de qualidade continua sendo uma equação não
resolvida na região”, afirmou Mario Lubetkin, vice-diretor-geral da FAO,
à AFP em Santiago.
Lideranças do PL, PP e Republicanos
demonstram pragmatismo ao abandonar nau bolsonarista e reconhecer
realidade do País, das relações entre Poderes e do presidencialismo de
coalizão
Por Notas & Informações – Jornal Estadão
A declaração de inelegibilidade de Jair Bolsonaro pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) se deu há duas semanas, mas já produziu
consequências capazes de reequilibrar o cenário político nacional.
Expoentes do Centrão, cujo apoio foi fundamental para a construção da
base que sustentou o governo de Bolsonaro no Congresso, começaram
oficialmente a abandonar a nau bolsonarista. Chama a atenção o momento
político em que isso se torna público, logo após a decisão do TSE e em
meio à discussão da reforma tributária pela Câmara, projeto contra o
qual o ex-presidente se insurgiu de forma sectária – por julgar ser a
“reforma do PT” – e foi fragorosamente derrotado.
O primeiro a se posicionar foi o presidente do Republicanos, Marcos
Pereira (SP). No dia em que Bolsonaro usou uma reunião do PL para
hostilizar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por sua
posição favorável à aprovação da reforma tributária pelos parlamentares,
o deputado disse que o episódio, em si, não isolava Bolsonaro, pois seu
próprio comportamento já o havia isolado antes.
“Entregou a eleição para o Lula por causa do comportamento dele. Vem
se isolando quando começa a brigar com o Judiciário, quando lá no início
do governo briga com o Parlamento, quando ele é contra a vacina”,
disse, ao jornal O Globo. Na mesma entrevista, Marcos Pereira
disse que a sociedade brasileira “não é de direita nem de esquerda, é de
centro, é equilibrada”.
Horas antes da apreciação da proposta, o presidente do PL, Valdemar
Costa Neto, liberou os membros da bancada do partido para se
posicionarem como quisessem, à revelia de Bolsonaro. Afirmou que alguns
deputados do partido “exageram”, defendeu a aprovação de matérias de
interesse do País e pregou que a sigla não é de extrema direita. “Não
queremos e nem o pessoal da direita pra valer vai querer. A extrema
direita, no nosso entendimento, é o Hitler. Eles são de direita e o
partido vai caminhar nesse sentido, aumentando a nossa base com esse
pessoal”, disse Valdemar à GloboNews.
Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo nesta semana,
o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), explicou o apoio da
maioria da bancada a favor do arcabouço fiscal e da reforma tributária e
declarou que “ser direita não é ser antiesquerda”. “Ser oposição não é
tirar uma licença para ser irresponsável. Temos compromissos com o País e
errar de propósito, como a esquerda já fez quando oposição, não é a
oposição de que o Brasil precisa”, afirmou o ex-ministro da Casa Civil
de Bolsonaro.
Uma vez que o próprio Bolsonaro foi o primeiro a reconhecer que
estava “na UTI” após a decisão do TSE, a posição de Marcos Pereira,
Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira demonstra simples pragmatismo. Noves
fora os interesses pessoais desses notórios caciques, trata-se de
reconhecimento da realidade política do País, das relações entre os
Poderes e da natureza do presidencialismo de coalizão.
Como já dissemos neste espaço (ver editorial O caráter do Centrão é definido pelo governo,
de 7/11/2021), Centrão é sinônimo de governismo: não é bom nem ruim,
mas é aquilo que o presidente da República quiser que seja. A maioria
dos integrantes do grupo almeja emendas para levar recursos para suas
regiões e divisão de poder com o Executivo por meio de cargos. Para
coibir ilícitos, basta – ou deveria bastar – fiscalizar o uso dos
recursos e a atuação dos agentes.
É muito positivo quando as bases da negociação entre governo e
Congresso se dão em torno do apoio a projetos de interesse da sociedade,
como a reforma tributária. O Centrão, por outro lado, demonstra ter
limites nesse processo de convencimento, o que também é muito bom para o
País. Para ficar no exemplo mais recente, o Executivo teve de desistir
de desfigurar o marco do saneamento por decreto para não ser derrotado
pelo Senado.
Isso indica um caminho seguro para o governo sempre que sua agenda de
interesses focar mais na economia, menos na ideologia e coincidir com a
da maioria do Centrão, isolando alas minoritárias mais à direita e mais
à esquerda. Foi assim sob Bolsonaro e tudo indica que assim será com
Lula.
João Luiz Simões Neves é economista formado pela Unicamp, com MBA
pela Business School São Paulo e Programa Executivo pela Universidade de
Toronto
Outro dia, lendo o jornal, vi uma matéria que falava como os
cientistas descobriram como a percepção do fluxo de tempo é formada.
Trazia uma pesquisa feita com um tipo de anfíbio, onde foi possível
desconstruir a construção do tempo e passaram a observar o que acontecia
com esses seres microscópicos.
Isso me fez relembrar sobre o que escrevi sobre fluxo, tempo e o
fluxo de tempo para o meu segundo livro, Pensando Claramente – Uma visão
da bondade, e como Heráclito de Éfeso (filósofo pré-socrático que viveu
aproximadamente entre 500 a.C. e 450 a.C.) percebia esse curso, ou
seja, como o mundo e a natureza estão em constante movimento. Uma de
suas declarações é de que ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio,
pois quando nele se entra novamente não se encontram as mesmas águas, e o
próprio ser também já se modificou.
Outro filósofo, contemporâneo de Heráclito, Protágoras, aponta que o
mundo em que vivemos é levado pelo movimento e pela impermanência. Ainda
aproveitando a arena dos pensamentos filosóficos dos gregos, por outro
lado, para o filósofo Parmênides, contemporâneo dos anteriores, “o que é
essencial não muda”. Essas visões corroboram a dinâmica atual do nosso
mundo, em que fatos, acontecimentos, metodologias e tecnologias estão
num ritmo frenético de mudanças, muitas delas vindo de dentro de nossas
organizações. Entretanto, quanto mais rápidas essas mudanças, mais o
essencial se torna importante. O essencial refere-se à construção de uma
cultura de motivação, de engajamento, de organização, de planejamento,
de insights dignos de gerar a inovação ou a mudança necessária para nos
manter relevantes na carreira e conservar a relevância de nossas
empresas no mercado.
O rio muda a cada segundo e as pessoas também. Assim, a grande
questão acaba sendo: como nos manter relevantes e não permitir que
nossas expertises e diferenciais competitivos deixem de ser atraentes
para a lógica de mercado. Como responsáveis pelas organizações ou pelas
nossas carreiras dentro delas, precisamos nos manter em sintonia e, se
possível, antecipar-nos a essas transformações, com agilidade e
competência, para nos inserirmos na nova lógica e nas ferramentas que
essa nova lógica nos traz, ou mesmo criarmos novos paradigmas. De todas
as variáveis que impactam as regras e o jogo organizacional, a variável
mais importante a ser gerenciada é o tempo.
Como trago neste segundo livro, o tempo é a única realidade
verdadeiramente rara, ninguém pode produzi-lo, vendê-lo ou estocá-lo. A
Teoria das Restrições, do Dr. Goldratt, deposita a máxima importância na
administração da variável tempo. Segundo ela, por exemplo, quando um
equipamento considerado gargalo em uma linha de produção está parado,
está consumindo tempo de produção, pois é esse equipamento que rege a
capacidade e o fluxo da linha de produção. Para a Teoria das Restrições,
um minuto ganho num gargalo é um minuto ganho no processo como um todo.
Quando um equipamento gargalo quebra, o que se perde é tempo. Quando
Goldratt fala em proteger a restrição, ele fala em um pulmão de tempo
para essa proteção.
Ou seja, um equipamento gargalo, por exemplo, deve ter um pulmão de
materiais medido em tempo, para que não falte ou coloque em risco a
continuidade do processamento desse equipamento. Com essa prática, a
Teoria das Restrições propõe um formato de gestão para se administrar a
variabilidade do tempo. A vazão de um rio é medida por m3 /s. Nossa
velocidade nas estradas é medida em km/hora. Um corredor olímpico corre
100 metros em determinados segundos. O conceito por trás é que o tempo
desperdiçado não pode ser recuperado. O tempo é uma variável
irrecuperável e sua administração é importante para que o fluxo e o
movimento que permeiam as atividades humanas transcorram adequadamente,
sem acúmulos ou obstruções.
Santo Agostinho diz que tudo o que se move deseja alcançar um
objetivo. Para que isso aconteça é necessário ter técnicas de gestão de
tempo e saber priorizar tarefas para ser mais produtivo e eficiente na
condução dos projetos. Assim, elimina-se também desperdícios, indo de
encontro ao que Victor Hugo dizia “a vida já é curta e nós a encurtamos
ainda mais, desperdiçando tempo”. Isso tudo ajuda na conquista de nossos
objetivos.
Devemos permitir que as coisas fluam, pois tudo se move em direção a
um objetivo. Por exemplo, se sou responsável por processar uma
determinada quantidade de informações, revisá-las, transformá-las e
entregá-las para que sejam utilizadas em suas finalidades, tenho de
estabelecer um ritmo e uma cadência em que a quantidade necessária de
informações seja processada adequadamente num determinado período de
tempo. O ritmo estabelecido no tempo deve permitir o fluxo de entrada,
processamento e saída. Tudo isso para manter o fluxo adequado, pois tudo
está em movimento. Quanto maior o fluxo, maiores a eficiência, a
eficácia e a harmonia em nossos processos e em nossas empresas. Devemos
permitir que nossos atos e movimentos fluam para que os objetivos se
realizem, um atrás do outro. E o fluxo é medido pela variável tempo.
João Luiz Simões Neves é economista formado pela Unicamp, com MBA
pela Business School São Paulo e Programa Executivo pela Universidade de
Toronto, possui especializações em análise de sistema e marketing.
Atualmente, é diretor da Global Results, consultoria especializada em
gestão e liderança (www.globalresults.com.br), além de palestrante e
escritor da área de gestão e liderança, com artigo internacional
publicado na revista Apics – EUA.
foto: pessoas segurando engrenagem; holding familiar
A sucessão patrimonial é um tema cada vez mais discutido nas rodas de
conversa dos brasileiros. Recentemente, ressurgiram temores sobre a
herança, devido ao avanço da reforma tributária no Congresso. Inclusive,
com a circulação de fake news que apontavam para um possível confisco
da herança.
Com isso, muitos se perguntam sobre as alternativas de transmissão de
patrimônio de forma não tradicional, evitando o temido Imposto de
Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que, em alguns estados, pode
chegar a uma taxa de até 8% sobre o valor transmitido.
Uma opção viável para realizar a transmissão de bens sem preocupações
é a criação de uma holding familiar. Essa estrutura permite o
planejamento da sucessão patrimonial, oferecendo benefícios exclusivos
para esse propósito.
Este artigo tem como objetivo apresentar o conceito de holding
familiar, destacando suas vantagens e desvantagens, além de oferecer
orientações sobre como estabelecê-la.
Leia também: “Succession” e a importância do planejamento sucessório
E mais: Reforma tributária não acaba com direito à herança: entenda o que muda
Holding familiar: o que é?
No mercado financeiro, uma holding é uma empresa que mantém
participação acionária em uma ou mais empresas. O termo “holding” tem
origem inglesa e está relacionado ao verbo “to hold”, que significa
manter, guardar, segurar e controlar algo.
Nesse contexto, uma holding pode ser definida como uma empresa que
possui participação acionária em outras companhias. No contexto do
planejamento familiar, a holding familiar surge como uma solução para
gerenciar e controlar o patrimônio de uma família.
Confira também: Holding patrimonial: o que é e quais as suas vantagens?
A holding familiar desempenha o papel de administradora e guardiã dos
bens familiares, consolidando-os em uma única entidade. Essa estrutura
pode abranger diversos tipos de ativos, como imóveis, automóveis,
valores mobiliários, contas correntes, investimentos, cotas e até mesmo
empresas inteiras.
A lógica por trás da holding familiar é simples: ao invés de os bens
pertencerem a indivíduos específicos e serem transmitidos por herança,
sujeitos ao ITCMD, o patrimônio da família é de propriedade da empresa.
Dessa forma, em caso de herança por falecimento, não é necessário pagar
imposto sobre a transferência dos bens, apenas sobre a participação da
pessoa na holding familiar.
Essa estratégia proporciona uma série de benefícios para a família,
incluindo a proteção do patrimônio, o planejamento sucessório adequado e
a otimização dos aspectos tributários relacionados à transmissão de
bens.
SUCESSÃO PATRIMONIAL: GARANTA A LONGEVIDADE DO SEU PATRIMÔNIO E LEGADO
Vantagens
Holding Familiar – Pessoas fechando negócio com um aperto de mão.
Fonte: Freepik
Ter uma holding familiar é uma boa estratégia para as famílias que
desejam proteger e administrar o seu patrimônio. Essa estrutura
empresarial, cada vez mais adotada por famílias empreendedoras,
apresenta benefícios abrangentes que vão desde a proteção patrimonial
até a otimização dos aspectos tributários.
Proteção patrimonial
Uma das principais vantagens da holding familiar é a proteção do
patrimônio familiar. Ao transferir os ativos para a empresa, esses bens
ficam resguardados de eventuais adversidades financeiras enfrentadas por
indivíduos específicos, como falências pessoais, ações judiciais ou
separações conjugais.
Dessa forma, a holding atua como uma espécie de “guardiã” dos bens
familiares, proporcionando segurança jurídica e preservando o legado
familiar.
Planejamento sucessório
A holding familiar é uma ferramenta poderosa para o planejamento
sucessório. Por meio dessa estrutura, é possível antecipar e organizar a
transferência do patrimônio para as gerações futuras. A família pode
estabelecer regras claras sobre a gestão e distribuição dos bens,
evitando disputas familiares e garantindo a continuidade dos negócios.
O planejamento sucessório adequado assegura a preservação do legado familiar e a harmonia entre os herdeiros.
Benefícios tributários
A holding pode permitir a aplicação de estratégias fiscais mais favoráveis.
Gestão e consolidação de ativos
A holding familiar simplifica a gestão e consolidação dos ativos
familiares. Ao centralizar os ativos em uma única entidade, a
administração dos bens se torna mais eficiente e estratégica. A holding
pode ser responsável por gerir diferentes tipos de ativos, como imóveis,
investimentos financeiros, empresas e propriedades intelectuais. Essa
centralização facilita o acompanhamento dos negócios e permite uma
melhor alocação de recursos.
Acesso a recursos financeiros
A holding familiar também pode facilitar o acesso a recursos
financeiros. Com uma estrutura empresarial sólida e bem estabelecida, é
possível obter melhores condições de crédito junto a instituições
financeiras. A holding pode utilizar seus ativos como garantia para
obtenção de empréstimos ou linhas de crédito mais favoráveis,
proporcionando oportunidades de investimento e crescimento dos negócios.
Veja também: Sucessão patrimonial: o que acontece com as ações?
Como constituir uma holding familiar?
Assessoria patrimonial: caminho mais fácil
Antes de mais nada, é recomendado o serviço de gestão patrimonial,
que poderá identificar as necessidades de cada caso e buscar as melhores
soluções.
“Através da Gestão Patrimonial, uma área que incorpora a Assessoria
de Investimentos, é possível realizarmos uma análise integral do
patrimônio de cada cliente, procurando entender quais os mecanismos mais
adequados para cada caso, implementando estratégias de diversificação
jurídica, por exemplo”, afirma o Head de Gestão Patrimonial da EQI
Investimentos, Allan Teixeira.
Planejamento e estratégia
É importante realizar um planejamento cuidadoso e definir a
estratégia para a criação da holding familiar. Isso envolve identificar
os objetivos da família, os bens a serem incluídos, os membros que farão
parte da holding e as regras de administração e sucessão.
Constituição jurídica
Em seguida, é necessário escolher a forma jurídica adequada para a
holding familiar. Geralmente, as opções mais comuns são a constituição
de uma sociedade limitada (Ltda) ou de uma sociedade por ações (S.A.). É
fundamental consultar um advogado especializado para auxiliar nesse
processo e garantir que a estrutura seja adequada às necessidades da
família.
Elaboração do contrato social
O contrato social é o documento que estabelece as regras de
funcionamento da holding familiar. Nele devem constar informações sobre
os sócios, a divisão do capital social, as responsabilidades de cada
membro, as políticas de distribuição de lucros, entre outros aspectos
relevantes. Novamente, contar com a assessoria jurídica é fundamental
para elaborar um contrato social sólido e completo.
Transferência dos bens
Após a constituição da holding, é preciso realizar a transferência
dos bens para a empresa. Essa transferência pode ser feita por meio de
doações, venda ou integralização de capital. É importante respeitar as
formalidades legais e contábeis nesse processo, registrando
adequadamente as transações e garantindo a regularidade fiscal.
Administração e gestão
Uma vez que os bens estejam sob o controle da holding familiar, é
fundamental estabelecer uma estrutura de administração e gestão
eficiente. Isso envolve a definição de um conselho de administração ou
diretoria, a elaboração de políticas de governança familiar, a
realização de reuniões periódicas para tomada de decisões estratégicas,
entre outras práticas de gestão empresarial.
Diante dos desafios citados acima, a constituição de uma holding
familiar envolve questões jurídicas, contábeis e financeiras complexas.
Por isso, é importante ter um auxílio de assessoria especializada em
sucessão patrimonial para te ajudar com essa tarefa que pode ser tão
importante para a sua família.
Após conhecer as vantagens e desvantagens de uma holding familiar,
baixe o livro digital de Sucessão Patrimonial para ficar por dentro do
assunto.