sexta-feira, 14 de julho de 2023

CONHEÇA BONS PLANETÁRIOS PELO BRASIL

 

No Dia da Astronomia, celebrado em 2 de dezembro, o Conexão123 apresenta planetários para visitar pelo país

No dia 2 de dezembro, o Brasil celebra o Dia Nacional da Astronomia. A efeméride surgiu em homenagem à data de nascimento do imperador Pedro de Alcântara, o Dom Pedro II, que era considerado um astrônomo amador e patrono da astronomia brasileira.

Agora, para celebrar esse dia, o Conexão123 apresenta cinco planetários no Brasil para conhecer.

O que é um planetário?

Um planetário nada mais é do que um aparelho de projeção desenhado para recriar a aparência de planetas e estrelas (céu artificial). Isso é possível porque, por meio do estudo da astronomia, aliado à tecnologia, os astrônomos conseguem identificar e reproduzir imagens do céu em qualquer época.

Para criar uma experiência mais realista, geralmente esses locais possuem uma abóbada ou cúpula, onde são projetadas as imagens. Já nos observatórios, por outro lado, a cúpula se abre e os estudiosos podem observar o céu e sua movimentação ao vivo.

Cinco planetários no Brasil para conhecer

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O primeiro planetário moderno foi construído há quase 100 anos, na Alemanha |                 Foto: Divulgação

Visitar um planetário é muito interessante para crianças, que têm a chance de fugir um pouco do ensino tradicional e adicionar o lúdico das constelações ao seu conhecimento. Agora conheça um pouco dos planetários pelo Brasil.

Planetário do Ibirapuera

Existem diversos planetários em São Paulo, e o que tem mais destaque entre eles é o prédio localizado no Parque do Ibirapuera, na região centro-sul da capital paulista. O Planetário do Ibirapuera foi o primeiro aberto ao público a ser inaugurado no Brasil, em 1957.

É possível observar no teto da entrada principal as constelações das Três Marias, de Órion e do Cruzeiro do Sul. Assim que finalizada essa etapa, dá para conferir a exposição dos objetos que contam um pouco da história do lugar e da astronomia brasileira. A visita é indicada para adultos e crianças a partir dos cinco anos e, a depender da atração, os ingressos chegam a custar de R$ 15 a R$ 30 e podem ser comprados online.

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 10 – Ibirapuera, São Paulo – SP. Horário de funcionamento: de quinta a sábado, das 15h às 19h, e aos domingos, das 5h às 23h. Fechado às segundas, terças e quartas.

A cúpula de 18 metros de diâmetro leva os visitantes do planetário do Ibirapuera a uma aventura pelos astros e estrelas

Planetário do Carmo

O Planetário do Carmo está localizado no bairro de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. O local é considerado o mais moderno da América do Sul, contando com alta tecnologia. Atualmente, ele é capaz de projetar 9.100 estrelas, os planetas do Sistema Solar, da Via-Láctea, galáxias, nebulosas e outros objetos astronômicos. Um passeio em que toda a família aprende e se diverte.

O hall do planetário também conta com uma exposição de fósseis, rochas, minerais, telescópios e imagens com temas astronômicos.

Endereço: Rua John Speers, 137 – Itaquera, São Paulo – SP. Horário de funcionamento: diariamente, das 8h às 17h.

Planetário Espaço Ciência

Localizado em Pernambuco, na histórica cidade de Olinda, o Espaço Ciência possui planetário, auditório, anfiteatro e seis laboratórios didáticos de ciências e informática. A atração, localizada na Área Espaço, comporta de 30 a 35 adultos e tem um projetor com olho de peixe, que faz projeções 180 graus de imagens que simulam o céu noturno: planetas, estrelas, constelações e galáxias.

Estão lá uma réplica do VLS (Veículo Lançador de Foguetes) lançado em Alcântara (MA) e um avião Xavante doado pelo Exército, além da estátua de Santos Dumont, onde os visitantes aprendem um pouco sobre a história e os princípios de aviação. Outra atração é o Giroscópio, instrumento que era usado pela Nasa para testar a resistência dos astronautas.

Endereço: Parque Memorial Arcoverde, Parque 2, s/n, Parque Memorial Arcoverde – Olinda – PE. Horário de funcionamento: segundas, terças, quintas e sextas, das 08 às 12h e das 13h às 17h, quartas, das 7h30 às 17h, sábados e domingos, das 13h às 17h.

Planetário de Londrina

O Projeto Planetário de Londrina é uma extensão da Universidade Estadual de Londrina, que deu origem ao Museu de Ciência e Tecnologia, Centro de Ciências e Planetário. Seu objetivo principal é divulgar, de maneira lúdica, o conhecimento da astronomia e auxiliar na melhoria da qualidade do ensino nas escolas da região.

O planetário funciona no centro da cidade, em um espaço cedido pela prefeitura, com capacidade para 44 pessoas. São realizadas também oficinas de astronomia, brincadeiras e atividades lúdicas sobre temas relacionados à área. Os filmes e documentários exibidos exploram temas que fascinam pessoas de todas as idades, como os planetas do Sistema Solar, os movimentos da Terra (rotação e translação), as estações do ano, as constelações, a evolução estelar, buracos negros e o Big Bang.

Endereço: Rua Benjamin Constant, número 800 – Centro. Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 18h.

Espaço do Conhecimento UFMG

Localizado no Espaço do Conhecimento UFMG, na capital de Minas Gerais, está um Planetário de última geração, único do Estado a utilizar uma das mais avançadas tecnologias de projeção do mundo. Uma experiência única! O sistema digital Spacegate Duo e o projetor Skymaster ZKP4, produzidos na Alemanha, fazem com que o céu pareça real, tamanha a definição das imagens, o que o público pode ver em 360 graus.

Todo o espaço planetário se transforma em um cinema imersivo, com sensação de profundidade e envolvimento. Esse projetor também permite a reprodução do céu como se fosse de qualquer lugar do planeta, em qualquer época (passado, presente ou futuro).

A sala é climatizada e possui cadeiras reclináveis, tem capacidade para 65 pessoas e funciona em sessões regulares, ao longo de todo o dia. O espaço ainda possui o Terraço Astronômico, onde um teto retrátil permite que os visitantes utilizem os telescópios para observar o céu.

No Planetário do Espaço do Conhecimento UFMG, o público tem uma visão de 180º x 360º

Endereço: Praça da Liberdade, 700, Belo Horizonte – MG. Horário de funcionamento: sábados, das 10h às 21h; terças, quartas, quintas, sextas e domingos, das 10h às 17h. Fechado às segundas.

EMPRESAS B2B PREFEREM OS MARKETPLACES PARA OS SEUS NEGÓCIOS

 

Giovane Oliveira – Diretor de tecnologia da Total IP.

Se uma marca lida com outras empresas, é preciso atualização e conhecimento contínuos

Na constante crescente da transformação digital, os marketplaces ganham cada vez mais destaque quando o objetivo é lucrar e atingir grandes públicos. Dessa forma, indústrias e distribuidoras estão de olho nessa tendência para escalar sua performance no e-commerce. Contudo, para, realmente, atingir frutos positivos, é preciso conhecimento por parte das marcas, principalmente do funcionamento e significado de um negócio nessa esfera, além das melhores estratégias para se acrescentar.

O que é um negócio B2B?

Business to Business (B2B) é o nome dado a um modelo de atuação no mercado onde o cliente final é uma outra firma e não uma pessoa física (B2C). Sendo assim, é de “empresa para empresa”. As principais vantagens disso envolvem uma maior retenção dos compradores, alta quantidade de transações e a recorrência de receitas.

Costumam ter obrigações maiores e mais complexas, exigindo procedimentos comerciais longos e personalizados. Entretanto, é viável um sucesso pleno nesse campo, se seguidas algumas etapas, como otimização das demandas, foco na qualidade do atendimento e aplicações em marketing digital.

No geral, trata-se de um tipo de empreendimento o qual sempre existiu, mas, aos poucos, foi criando atividades específicas para o aperfeiçoamento das atividades de uma organização para outra. Nesse contexto, atualmente, vem surgindo uma nova onda em meio a essa área: a ligação com espaços de faturamento como Amazon, Shopee, etc.

A criação de marketplaces nesse molde

Segundo um relatório da Salesforce, 33% dos comerciantes B2B afirmaram como lançar um marketplace próprio é uma prioridade para os próximos dois anos. Nesse sentido, uma projeção feita pela Digital Commerce 360 afirma: esses são agora um canal de crescimento mais rápido. Esse aumento no número de indústrias adeptas ao comércio eletrônico demonstra o potencial de frutos positivos trazidos com uma plataforma como esta para o mercado. “Tendo em vista a aceleração desse tipo de programa, é inteligente, por parte dos executivos e administradores, aproveitar as vantagens do modelo de marketplace para impulsionar mais ainda seus escritórios, evitando o conflito de meios e, ao mesmo tempo, acessando novas linhas de receita e dados cruciais para a inovação”, indica Giovane Oliveira, diretor de tecnologia da Total IP.

Como um todo, o principal objetivo é otimizar e alavancar as vendas para instituições clientes, digitalizando toda a cadeia de valor, diversificando produtos e serviços oferecidos ao agregar diversos sellers ao programa. É possível, inclusive, fazer isso com uma gestão centralizada e visão analítica.

Nessa novidade de ambiente para vendas, é feita a integração de vários parceiros, como fornecedores e representantes. Todo o ecossistema fica otimizado e com mais eficiência operacional, atendendo às necessidades dos negócios de uma ponta a outra e oferecendo uma experiência mais agradável aos consumidores. “Por ser algo em fase de teste, uma atualização dos modelos já utilizados para realizar fechamento de parcerias, traz vantagens significativas. Esse benefício inclui maior número de produtos, expansão de alcance e visibilidade, elevação do ticket médio e uma redução elevada de custos, com eficiência operacional”, explica o especialista.

Parcerias ao longo do caminho são necessárias e eficientes

De acordo com dados da Adobe Commerce, 75% das empresas B2B estão ativamente desenvolvendo estratégias como essa. Todavia, para haver um processo eficiente, é importante ressaltar a relevância de contar com parceiros inteligentes em toda a sua jornada, desde o início, passando pela implementação e as etapas de operação.

Logo, se há um desejo de elevar o nível e qualidade entrando nesse mercado on-line com forte entrega, uma atenção a esse ponto não pode ser deixada de lado. Então, essa união serviria como uma atuação integradora, realizando a comunicação de todas as partes, preparando um hub de possibilidades e aumentando o mix de artigos. Ou seja, em um primeiro momento, a ideia é digitalizar a operação, preparar o comércio, para depois torná-lo uma plataforma.

Para realizar esse tipo de ação, existem firmas específicas, as quais uma colaboração pode ser de enorme valia e devolutivas. Uma delas é a Total IP e o Marketplace da VAleon, apresentando excelência no apoio e atendimento de terceiros, com funcionalidades incluindo chat, telefone, WhatsApp e redes sociais.

É interessante analisar como, mesmo quem atua no modelo Business to Business, quer deter e passar por experiências tão enriquecedoras e satisfatórias como no B2C. Como exemplo disso, é só observar bem a Amazon. Hoje em dia, é o meio dominante em todos os tipos de segmentos. Essa realidade deixa claro como, de fato, atualmente, há oportunidades e potencial para companhias B2B com o desejo de oferecer serviços mais integrados, com vivências do tipo Business to Consumer. O intuito aqui, então, seria oferecer cada vez mais flexibilidade e agregação de marcas em um único catálogo.

Para alcançar esse feito, uma comunicação humanizada e bem direcionada é essencial. Quanto mais o tempo passa, ficam visíveis as possibilidades imensas trazidas juntamente com a inovação robótica e as aprimorações constantes as quais passam. Desse jeito, a Total IP e a Valeon oferecem, com assertividade, a chance de agilizar, sofisticar e lucrar mais por meio de Robôs Dinâmicos.

Com eles, alcança-se proveitos únicos e variados. Assim, o contato com a persona, seja ela um cidadão comum ou uma marca de interesse, se torna modernizado, rápido e sofisticado, criando vínculos entre as partes envolvidas e gerando conexão para fechar negócios.

UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?

Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.

Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de mais de 100.000 acessos.

O sucesso do modelo dos marketplaces está expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020 chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.

Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.

A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso, as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às ofertas de produtos.

Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.

Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do público.

Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.

1- Otimização dos recursos

A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem consolidados.

Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado. Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência significativa.

Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso, essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que seus parceiros possam desenvolver seus negócios.

2- Alcance de clientes

Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para alcançar um número maior de clientes.

Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o integram.

Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon, não divide os custos de marketing  com os seus parceiros custeando ele próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.

3- Volume de dados

Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.

Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.

Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de converter os visitantes do marketplace em seus clientes.

4- Integração com outras ferramentas

Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de preços ou inventários.

Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.

É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.

5- Aumento de vendas

Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair um bom volume de visitantes para o seu site.

Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.

6- Diversificação de público

Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro momento, não conseguiria atingir.

Isso contribui para a diversificação do seu público-alvo e faça com que a sua base de clientes possa crescer.

Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para atender a sua nova demanda.

Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.

Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?

Marketplace e o crescimento das empresas

Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.

Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em 2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.

Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.

Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.

O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e testado.

Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.

Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.

Exemplo disso é a plataforma comercial da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.

Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no marketplace.

Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

O BENEFÍCIO DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES QUE O GOVERNO LULA NÃO QUER

 

Escolas cívico-militares: Tarcísio se contrapõe a Lula e diz que vai ampliar modelo em SP

Governador anuncia decreto para regular programa próprio após Secretaria da Educação dizer que não havia plano de expansão

Por Paula Ferreira e Marco Antônio Carvalho – Jornal Estadão

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse na noite desta quarta-feira, 12, que o Estado vai editar um decreto para “regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato”. A manifestação ocorre após a gestão do presidente Lula (PT) anunciar o término do o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).

O anúncio de Tarcísio ocorreu por meio do Twitter. Ele destacou que foi aluno de colégio militar. “Sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens”, escreveu.

Após o anúncio do governo federal, a Secretaria de Educação do Estado chegou a dizer às 16h33 desta quarta que “não faz parte do projeto da atual gestão a expansão das escolas cívico-militares”.

Em novo posicionamento, às 19h38, essa informação foi removida para dizer somente que “esse modelo funciona em uma unidade de ensino vinculada à secretaria, em Guarujá”. A maioria das unidades que aderiram ao programa em São Paulo são de redes municipais, como em Taubaté (foto abaixo). A secretaria do Estado afirmou ainda que “a decisão do MEC de descontinuar o programa não altera o conteúdo pedagógico oferecido aos estudantes”.

As escolas cívico-militares têm a administração compartilhada entre militares e civis. São diferentes dos colégios militares, mantidos com verbas do Ministério da Defesa ou da Polícia Militar local
As escolas cívico-militares têm a administração compartilhada entre militares e civis. São diferentes dos colégios militares, mantidos com verbas do Ministério da Defesa ou da Polícia Militar local Foto: Taba Benedicto/Estadão

As escolas cívico-militares têm a administração compartilhada entre militares e civis. São diferentes dos colégios militares, mantidos com verbas do Ministério da Defesa ou da Polícia Militar local e com autonomia para montar currículo e estrutura pedagógica. Os colégios militares também costumam ter professores com salários mais altos e fazem seleção de alunos.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, o formato cívico-militar é pouco efetivo do ponto de vista pedagógico e tem alcance limitado a poucas escolas (o programa federal atinge menos de 0,1% das unidades de ensino básico do País). “Não se constrói educação de qualidade simplesmente respeitando normas militares”, diz a ex-diretora de Educação do Banco Mundial Claudia Costin.

Já as famílias dos alunos temem que a interrupção do modelo resulte em salas de aula mais inseguras e problemáticas. “A questão é a disciplina”, afirma o tio de dois alunos.

Criado em 2019, o programa federal tem 202 escolas, com aproximadamente 120 mil alunos, e emprega quase 900 militares. O adicional pro labore aos militares chega a R$ 9.152 – o piso nacional docente, por exemplo, é R$ 4.420,55 para professores no início de carreira e carga horária de até 40 horas semanais.

As unidades com apoio federal não serão fechadas, mas reintegradas à rede regular de ensino. A suspensão anunciada pelo Ministério da Educação nesta semana não impede que Estados e municípios deem continuidade ao programa por conta própria, sem verba federal.

A decisão de Tarcísio vai na linha do que já foi anunciado por outros Estados, que decidiram manter o modelo por conta própria. A rede do Paraná, por exemplo, tem 194 colégios cívico-militares mantidos pelo próprio Estado e 12 em parceria com o ministério. A secretaria disse que trabalha para migrar esses 12 colégios do modelo federal para o estadual.

“Havia fake news de que o militar intervia na parte pedagógica, mas isso não acontece. O militar tem caráter de organizar a entrada e saída de estudantes, o recreio, formar filas. O professor é autônomo na sala de aula”, afirma o secretário do Paraná, Roni Miranda

A secretaria de Santa Catarina também prevê um programa específico para absorver as unidades antes incentivadas pelo MEC.

Já para Vitor de Angelo, presidente do Conselho Nacional dos Secretários da Educação, o modelo não atende às necessidades da educação brasileira. “Os recursos técnico-financeiros são escassos e precisamos mobilizar políticas que dão certo”, diz ele, titular da pasta no Espírito Santo.

A escola cívico-militar e seus benefícios para a melhoria da qualidade do ensino público brasileiro

Redação/Colunistas – Jornal O Carioba

O governo federal, através de uma parceria entre os ministérios da Educação e da Defesa, implantou o Programa Escola Cívico Militar (PECIM), para contribuir com a melhoria da qualidade do ensino público brasileiro, que foi desgastado, desvalorizado e desprestigiado nas três últimas décadas. 

A atuação do PECIM visa elevar a qualidade das gestões educacional, didático-pedagógico e administrativa das escolas contempladas, através da melhoria  do ambiente escolar, das práticas pedagógicas, do aprendizado e do desempenho escolares, desta forma o processo ensino-aprendizagem melhora naturalmente.

É constrangedor, mas necessário reconhecer que o ensino público brasileiro não cumpre a sua missão, pois grande parte dos jovens concludentes do ensino fundamental, e até mesmo do ensino médio, não dominam as quatro operações básicas da matemática e são incapazes de interpretar e redigir um texto, ou seja, não possuem os conhecimentos elementares da Matemática e Língua Portuguesa, disciplinas que são extremamente importantes para a construção do conhecimento.

O ensino público brasileiro está em crise., pois o conhecimento transmitido na escola está muito aquém das necessidades exigidas pelo mundo altamente tecnológico; o seu espaço físico e o seu entorno são terrenos férteis para o tráfico de drogas aliciar os estudantes, viciando-os e recrutando-os como mão de obra barata.

O PECIM não quer criar uma ideia nova, pois a sua concepção foi inspirada no consagrado Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB), do Exército Brasileiro, que normatiza os catorze Colégios Militares, situados em Santa Maria, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Campo Grande, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Manaus. Maiores informações sobre este exitoso sistema educacional podem ser encontradas no site da Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial (DEPA).

Os Colégios Militares (CM) são instituições públicas de ensino fundamental e médio, que atendem preferencialmente filhos de militares que trabalham nas cidades sedes de um dos CM já citados, e as vagas remanescentes são preenchidas por jovens de ambos os sexos, aprovados em concurso de admissão. O alto nível de ensino dos CM reflete diretamente no desempenho de seus alunos nos vestibulares mais concorridos do país e nos altos graus obtidos no ENEM. Este é o desempenho escolar que o PECIM quer para as escolas contempladas pelo programa.

A missão dos militares não é na sala de aula, local para os professores transmitirem os conhecimentos que deixarão os alunos em igualdade de condições com os jovens que estudam naquelas que são consideradas as melhores escolas particulares e que preparam o jovem para o ingresso nas melhores universidades. 

Os militares atuam na gestão e na organização escolar, apoiando as ações desenvolvidas pela escola com atuação mais expressiva na área educacional, nas atividades extraclasse, sempre sob a liderança do diretor (a) da escola; atuam para acolher os alunos na entrada dos turnos, no intervalo de aulas e nos períodos de encerramento dos turnos e participam das atividades educativas fora da sala de aula. Pode-se dizer que os militares, denominados monitores, além de apoiar a organização da rotina escolar atuam no desenvolvimento de atividades cívicas, na redução do abandono, da evasão e na diminuição da violência escolar. Tudo para tornar o ambiente da escola mais propício para a sua atividade fim que é a transmissão do conhecimento e o despertar da consciência por parte dos jovens estudantes. 

Os alunos da Escola Cívico-Militar não são militares, pois só existem três caminhos para o ingresso nas Forças Armadas, que são a prestação do Serviço Militar Obrigatório, para os jovens do sexo masculino que completam dezoito anos de idade; o ingresso em algum estabelecimento de ensino de formação de oficiais ou sargentos, mediante aprovação em concurso de admissão de caráter nacional e o ingresso como oficiais ou sargentos temporários, para cidadãos de ambos os sexos com formação superior ou técnica de interesse da respectiva Força Armada. A Escola Cívico-Militar não está enquadrada em nenhuma das três situações.

Os municípios que já aderiram ao PECIM e implementaram uma Escola Cívico-Militar constataram uma série de consequências positivas para a comunidade escolar contemplada, que engloba o corpo docente e funcionários da escola, alunos e seus familiares. Dentre estas consequências positivas podem ser citadas a drástica redução da evasão escolar; maior presença dos alunos na série correspondente à suas respectivas idades; alta frequência às aulas; melhora no rendimento escolar dos alunos, com o aumento na nota do IDEB e nos resultados do ENEM; redução dos problemas disciplinares que envolviam os alunos, como brigas, desrespeito a professores e funcionários e depredação do patrimônio escolar.

Tais benefícios são fruto do novo modelo de gestão da escola contemplada e que atua desde a administração até às práticas pedagógicas, passando pelo despertar da consciência cívica e disciplinar dos alunos para a formação dos futuros cidadãos que serão melhor preparados moral e intelectualmente para o futuro. 

Esta nova realidade escolar é avaliada positivamente pelos pais dos alunos que notam a mudança, sempre para melhor, no comportamento dos seus filhos, a partir do momento em que tornaram-se alunos de uma Escola Cívico-Militar. O orgulho que sentem por pertencerem a uma escola contemplada pelo projeto; a responsabilidade, demonstrada pelo cuidado com a apresentação individual, que engloba, dentre outros detalhes, o uniforme limpo e bem passado e os sapatos engraxados; a importância dada às datas cívicas, aos símbolos nacionais e ao culto  aos heróis da Pátria contribuem para terem mais disciplina na escola e fora dela.

O PECIM quer ser um aliado dos professores, para que eles tenham as condições necessárias para concentrarem-se única e exclusivamente em dar aula. Sem os receios de chamar a atenção de um aluno que esteja atrapalhando o andamento da aula, sofrer agressão física por parte de um aluno indisciplinado, ter seu carro danificado por alunos rebeldes, sofrer interpelação de pais que venham tirar satisfação pelo fato do filho ter recebido uma nota baixa, etc. Estes medos impedem os professores de ensinar nas condições normais que são merecedores.

Os professores precisam de uma retaguarda que os ampare e proteja contra estas ações que interferem no bom ambiente escolar, e que fazem com que os recursos públicos investido na escola sejam mal aproveitados e desperdiçados, pois não geram o retorno previsto, que é um aluno bem preparado para encarar os desafios para inseri-lo em uma boa universidade ou em um curso técnico de alta qualidade. 

A Escola Cívico-Militar é uma fonte fecunda de cidadania e patriotismo. É um local extremamente saudável, onde os jovens alunos cantam, com entusiasmo, o Hino Nacional Brasileiro e o Hino à Bandeira, participam do hasteamento do Pavilhão Nacional e reverenciam os vultos do passado que participaram da formação do Brasil. É um ambiente que transmite noções de vida em coletividade, que extrapolam a turma de aula e a escola, chegando à sociedade e à nação, que receberão cidadãos mais preparados nas questões moral, intelectual e cívica.

A implantação do PECIM depende decisivamente da vontade dos prefeitos municipais, pois eles têm as prerrogativas legais para inscreverem as suas cidades no programa, que visa a transformação de uma escola municipal em Escola Cívico-Militar. O governo federal não pode contemplar uma cidade cujo prefeito não demonstrou interesse no programa e que não fez a inscrição para concorrer com outras cidades do seu Estado. É muito importante a mobilização da comunidade para sensibilizar a administração municipal sobre o anseio da população sobre o assunto, desta forma a realização de um abaixo-assinado é uma ferramenta que fará o prefeito repensar a sua decisão, principalmente se, no documento, constar um grande número de assinaturas de munícipes.

A adesão ao PECIM pela esfera estadual é mais difícil, pois poucas vagas são destinadas às escolas das redes estaduais de ensino, pois o objetivo maior é a rede municipal. Caso o governo do estado demonstre interesse em aderir ao programa, a respectiva secretaria da educação pode distribuir a vaga para qualquer das inúmeras escolas sob sua responsabilidade espalhadas por todo estado. 

Seria muito importante se houvesse mais interesse por parte das prefeituras municipais e governos estaduais em relação ao PECIM, pois teremos mais Escolas Cívico-Militares quanto maior a quantidade de cidades e estados interessados na adesão ao programa. O grande obstáculo é a politização e a ideologização do tema, que faz com que muitos prefeitos e governadores sejam refratários à ideia pelo simples fato do projeto ser uma iniciativa do Governo Federal. Este raciocínio que mostra apenas o lado político do tema só prejudica a população que quer melhor qualidade de ensino para seus filhos. 

Parabéns às cidades que aderiram ao PECIM e que já possuem uma Escola Cívico-Militar nas suas respectivas redes municipais de ensino e às cidades que compreenderam a importância do programa, fizeram a sua inscrição e foram contempladas para a implementação no ano de 2022. 

Que os municípios que ainda não entenderam a importância e os benefícios do programa possam despertar para a realidade, compreendendo a situação e que façam as suas inscrições para aderirem ao programa no ano de 2023.

Maiores informações sobre o PECIM estão à disposição no site: escolacivicomilitar.mec.gov.br

JANJA ESBANJA INFLUÊNCIA NO GOVERNO LULA

 

Janja tem poder de veto no governo e interfere em áreas como economia, Defesa e publicidade

Primeira-dama dá a palavra final em propagandas institucionais do governo, ordens para a equipe econômica e já tomou medidas que confrontaram o partido do presidente

BRASÍLIA – Quando Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a socióloga Rosângela Silva, a Janja, como sua namorada ao deixar a prisão na tarde de 8 de novembro de 2019, em Curitiba, antigos companheiros do PT avaliaram que o “animal político” renovava ali o ânimo do partido para a corrida ao Palácio do Planalto. Mais de três anos depois, porém, a agora primeira-dama é vista como problema para um governo com entraves na articulação política. E a crítica vem justamente de velhos amigos do presidente, ministros e líderes de partidos.

Senadores e deputados petistas dizem que Janja se colocou como um poder entre o gabinete presidencial, a base aliada e ministros. Ainda na transição, ela tentou ser nomeada para um cargo no Planalto. Assessores avisaram Lula, no entanto, que isso era “nepotismo”. Sem função formal, a primeira-dama se instalou num gabinete de 25 metros quadrados bem ao lado da sala do presidente, no terceiro andar, e dali em diante tem aumentado seu espaço no governo.

Sob o argumento de que quer “ressignificar” o papel de primeira-dama, Janja participa de reuniões do presidente com ministros, impõe medidas para as áreas econômica, social e política, dá palpite sobre o relacionamento com os militares e afasta Lula de deputados e senadores.

A primeira-dama Janja e o presidente Lula durante Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, na quinta-feira, 4
A primeira-dama Janja e o presidente Lula durante Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, na quinta-feira, 4 Foto: Wilton Junior/Estadãoo

Estadão apurou que a primeira-dama tem interferido em questões de governo, especialmente na publicidade, indo além de meras opiniões sobre peças de campanhas e com poder de veto. Janja determina mudanças, trocas e até barra campanhas importantes. Se ela não gostar, a propaganda não vai adiante.

Foi a primeira-dama, por exemplo, que barrou uma proposta do PT de remunerar blogueiros alinhados ao governo. Havia pressão do partido e do próprio ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, mas a decisão final foi de Janja. Ela determinou que os blogueiros continuassem na militância, sem remuneração. A primeira-dama também defende uma comunicação mais voltada para as TVs abertas. O governo nega que Janja tenha interferência na área de comunicação ou publicidade institucional..

Um integrante do primeiro escalão disse ao Estadão que Janja atropelou o rito de conversas com a equipe econômica ao fazer um pedido expresso para redução dos juros do cartão de crédito.

Auxiliares da Fazenda foram destacados para tocar a medida. Todos temem, no entanto, falar abertamente sobre Janja. “Me tira dessa” ou “Imagine se eu falar alguma coisa” são as frases mais ouvidas quando o assunto se refere à primeira-dama.

Insatisfação

Pelo relato de um interlocutor do Planalto, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, comentou numa reunião com Lula sobre a crise na articulação política. Ao fim do encontro, a primeira-dama o acompanhou até a porta. Na despedida, Janja pediu a ele que não levasse mais aquele tipo de problema para o presidente. Procurado, Dias também negou o diálogo. “Estranho essa história. Nunca houve este diálogo. Costumo receber os problemas e levar solução. Levo ao presidente apenas o que depende de sua decisão”, disse por meio da assessoria.

Outro interlocutor contou que o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), procurou Lula para alertá-lo sobre a insatisfação de companheiros com atitudes de Janja. O presidente teria dito, então, que ele não deveria mais repetir a crítica, caso quisesse preservar uma amizade de décadas.

Interlocutores dizem que há insatisfação em alguns círculos da base governamental que consideram que Janja atrapalharia a interlocução política de Lula
Interlocutores dizem que há insatisfação em alguns círculos da base governamental que consideram que Janja atrapalharia a interlocução política de Lula  Foto: Wilton Junior/Estadão

A assessoria de Wagner disse que o senador e a mulher, Fátima, têm “as melhores relações” com Janja. “Não há nenhum fundo de verdade nesse tipo de comentário, nesse tipo de ilação. O senador está absolutamente indignado com isso”, afirmou a assessoria.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, encabeça a lista dos auxiliares de Lula que, em conversas reservadas com aliados, demonstram insatisfação com interferências da primeira-dama. No círculo restrito de Costa há o entendimento de que Janja prejudica a interlocução política ao impedir que o presidente almoce com parlamentares e use mais o fim de semana para dar atenção aos representantes da base aliada.

“Ele está sem tempo para fazer política, que era o seu diferencial”, diz um deputado do PT, resignado, sob a condição de anonimato.

A reclamação pode soar como a de alguém que reclama que a mulher do amigo não o deixa sair de casa. Os petistas, porém, costumam lembrar que, nos seus dois primeiros mandatos, Lula almoçava no gabinete com convidados políticos e gastava tempo para agradar especialmente ao baixo clero da Câmara.

Os políticos antigos de Brasília também se recordam de um pensamento do ex-vice presidente Marco Maciel. Dizia ele que um presidente sem tempo para “namorar” deputados, especialmente os sem expressão política, tinha vida difícil no Congresso.

Militares

Após a invasão às sedes dos três Poderes e a tentativa de golpe pelos bolsonaristas, no dia 8 de janeiro, Janja fez críticas ao titular da Defesa, José Múcio Monteiro, em reunião com a presença de outros ministros. Ela o acusou de não “proteger” o presidente como deveria.

Fontes dizem que Janja já deu respostas ríspidas ao ministro da Defesa,  José Múcio, mas teria começado a se aproximar dele recentemente
Fontes dizem que Janja já deu respostas ríspidas ao ministro da Defesa, José Múcio, mas teria começado a se aproximar dele recentemente Foto: Wilton Junior/Estadão

No dia dos atos golpistas, Múcio chegou a propor que Lula baixasse um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para conter o vandalismo. O presidente estava em Araraquara e, ao ouvir a sugestão de Múcio, feita por telefone, Janja reagiu: “GLO não! GLO é golpe! É golpe”.

Interlocutores de Lula relatam que Janja já deu respostas ríspidas a Múcio, em cenas descritas como constrangedoras. Recentemente, contudo, a primeira-dama teria começado a se aproximar dele.

Petistas que atuaram como ponte entre Lula e a caserna reclamaram várias vezes que Janja contribuía para manter o clima de tensão entre o governo e as Forças Armadas. A primeira-dama teve participação decisiva para que o presidente criasse uma secretaria para cuidar da segurança dele e da família. O órgão é chefiado pelo secretário Alexsander Castro de Oliveira, delegado da Polícia Federal, chefe da segurança do petista na campanha.

Antes, a função era do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), formada por militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. No próximo dia 30, Lula terá de decidir se torna a secretaria permanente ou se devolve sua segurança pessoal para o GSI.Exemplos

A presença atuante de Janja na campanha e no início do governo Lula vai na contramão do comportamento de primeiras-damas de esquerda no continente. Com um discurso “contemporâneo”, a cientista social Irina Karamanos, companheira do chileno Gabriel Boric, delegou funções tradicionais do posto para profissionais da área social e praticamente aboliu a figura da primeira-dama do La Moneda.

Foi no passado da política sul-americana que Janja identificou o que seria um exemplo de primeira-dama. Na campanha, ela se referiu a Evita Perón, segunda mulher do ex-presidente argentino Juan Domingo Perón, como “inspiradora”.

Em janeiro, durante viagem de Lula a Buenos Aires, Janja posou na sacada da Casa Rosada, onde Evita fazia seus discursos populistas e dramáticos nos anos 1940 e 1950. “A história de uma mulher forte e inspiradora aconteceu aqui”, escreveu Janja na postagem da foto no Instagram. Evita foi considerada uma primeira-dama que ajudava na popularidade de Perón.

Amigos de Lula comparam Janja com a terceira esposa de Juan Domingo Perón, da Argentina; Isabelita acumulou o posto de primeira-dama com o cargo de vice em mais um mandato
Amigos de Lula comparam Janja com a terceira esposa de Juan Domingo Perón, da Argentina; Isabelita acumulou o posto de primeira-dama com o cargo de vice em mais um mandato Foto: Wilton Junior/Estadão

Os amigos de Lula dizem que Janja repete a mulher de Perón, mas a terceira. “Ela é a Janjelita”, reclama um antigo amigo do petista. Trata-se de uma referência a Isabelita Perón, que acumulou o posto de primeira-dama com o cargo de vice em mais um mandato de Perón, assumindo o poder na Argentina com a morte do marido, em 1974. Antes, porém, ela já causava problemas políticos.

O governo de Isabelita foi marcado pelo caos econômico e político. Ela foi deposta por um golpe militar, que levou o país à ditadura. Na Argentina, os peronistas só falam do mito Evita.

Influencer

Janja é uma figura constante nas redes sociais. Com 1,1 milhão de seguidores no Twitter e 2,2 milhões no Instagram, ela posta fotos e mensagens, dialoga com internautas e apoia campanhas de vacinação e do Enem. Na última quarta-feira, por exemplo, Janja visitou um hospital em Brasília com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e participou de encontro de mulheres quilombolas, onde defendeu maior presença feminina na política.

As postagens recebem tratamento de edição e contam com imagens e vídeos profissionais. Janja manteve, no entanto, uma prática da era Jair Bolsonaro: bloqueia jornalistas e quem a contesta.

Janja tem presença constante nas redes sociais, dialoga com internautas e divulga campanhas de vacinação
Janja tem presença constante nas redes sociais, dialoga com internautas e divulga campanhas de vacinação Foto: Evaristo Sá/AFP

Em vídeo publicado no Instagram, no Dia da Mulher, 8 de Março, Janja mostrou seu gabinete no Planalto e uma equipe formada por três funcionárias. “Oi, galerinha, segunda-feira, quase meio-dia e meia, estamos aqui no meu gabinete… já estamos em reunião, aqui, com a minha galera, equipe toda”, disse.

Por meio da Lei de Acesso à Informação, a Casa Civil informou que “não existem atos administrativos para a criação do ‘Gabinete da Primeira-Dama’”. A pasta se limitou a informar que não há uma rubrica orçamentária específica para Janja e que ela é atendida pela mesma assessoria de Lula em atividades de interesse público.

Estadão, no entanto, identificou ao menos duas servidoras no atendimento exclusivo à primeira-dama, com salários de R$ 12 mil e R$ 16 mil por mês, em abril.

Como revelou o Estadãouma ex-sócia de Janja foi contratada como assessora especial da Presidência, com salário de R$ 13,6 mil. Margarida Cristina de Quadros deveria acompanhar Lula, mas viaja com Janja em agendas sem a presença do petista.

Mesmo os pequenos gestos de Janja têm sido observados por antigos aliados de Lula. Durante o evento de comemoração do Dia do Meio Ambiente, 5 de junho, o presidente arrancou risadas da plateia ao recusar que um subordinado retirasse de seu pescoço o colar entregue pelo cacique Raoni Metuktire, liderança histórica do movimento indígena.

O fato inusitado, não captado pelas lentes da TV Brasil, foi que a ordem de remoção do presente partiu de Janja. Ao final da cerimônia, ela própria subiu no palanque e removeu o colar do pescoço de Lula. Em seguida, acompanhou o presidente rumo à rampa de acesso ao terceiro andar do Planalto.

GOOGLE LANÇA SEU CHATGPT CHAMADO DE BARD

 

Por Bruno Romani – Jornal Estadão

Ainda tentando alcançar ChatGPT, o Google anunciou nesta quinta-feira, 13, que finalmente trouxe ao Brasil o seu chatbot inteligente, batizado de Bard. Ele chega quatro meses após estrear nos EUA e no Reino Unido – e cinco meses desde que o Google revelou que iria criar uma ferramenta de inteligência artificial (IA) batalhar diretamente contra o serviço da OpenAI. Além do Brasil, o chatbot chega aos 27 países da União Europeia e funcionará em 40 idiomas.

Para aprender o português brasileiro e outras nuances da nossa cultura, o Bard passou por um treinamento de três meses, o que inclui o trabalho de revisores, legisladores, reguladores e outros especialistas brasileiros. “A localização foi fundamental para o processo de chegada ao Brasil”, disse em apresentação para jornalistas Leonardo Longo, gerente de marketing de produto da companhia na América Latina.

Na apresentação, os representantes da empresa voltaram a negar que o atraso tenha ocorrido em razão da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No mês passado, Fábio Coelho, presidente do Google no Brasil, disse ao Estadão que o projeto precisava ser aperfeiçoado para o contexto brasileiro – e que não estava parado por conta da legislação.

No entanto, a companhia não revela exatamente quais dados são usados para treinar os seus modelos de IA – o discurso internacional da empresa é de que os dados utilizados estão públicos na web e oferecem perspectiva ampla de assuntos. Atualmente, uma das críticas à indústria de IA é de que não é possível saber exatamente quais informações ou bancos de dados são usados para treinar os sistemas, ainda que muitos desses pacotes sejam abertos e conhecidos de toda a comunidade científica.

“Estamos num momento experimental e não podemos oferecer agora esse nível de detalhe”, disse ao Estadão Claudia Tozetto, diretora de comunicação da companhia. Na apresentação para jornalistas, Bruno Pôssas, vice-presidente global de engenharia para busca, afirmou: “A LGPD é aplicada (no Bard) para pode garantir que a gente cuide dos dados de maneira correta”.

Google fala sobre IA responsável durante o evento Google I/O
Google fala sobre IA responsável durante o evento Google I/O Foto: David Paul Morris/ Bloomberg

Caráter experimental

Na apresentação, o Google repetiu alguns refrões desde que a companhia foi sugada para a competição com a OpenAI. Primeiro, a gigante falou em responsabilidade na implementação de sistemas de IA – é uma menção indireta à OpenAI, que, para alguns especialistas, lançou o ChatGPT de maneira irresponsável, sem os devidos testes e salvaguardas.

Outro ponto reforçado foi de que o Bard é um projeto experimental – e que está longe de um modelo de monetização. Ao atribuir a aura de produto ainda em desenvolvimento, o Google admitiu que o seu chatbot pode apresentar respostas ofensivas, viés e alucinações (na comunidade científica, o termo é usado quando sistemas de IA produzem conteúdo que fogem do bom senso ou que são factualmente errados).

O ChatGPT e o Bing (que usa o mesmo “cérebro” da ferramenta da OpenAI) produziram diversos casos do tipo nos primeiros meses de uso – um dos exemplos já clássicos é o diálogo no qual o Bing “flertou” com colunista do New York Times Kevin Roose. Em todos os casos, o usuário pode reportar ao Google que não gostou da resposta por meio de um botão na interface – os casos serão avaliados e poderão ser usados para retreinar o sistema.

Outra forma de combater respostas ruins é a integração com a ferramenta de buscas – por meio de um botão, é possível checar a resposta no buscador da companhia. O ChatGPT, que tem uma base de dados atualizada até setembro de 2021, não consegue oferecer respostas atualizadas e também não permite conferir a informação – para assuntos para os quais não há resposta 100% correta, a ferramenta mostrará três respostas diferentes, equilibrando pontos de vista.

O Google, porém, toma cuidado para não rejeitar o seu tradicional serviço – no alvorecer da popularidade do ChatGPT, especulou-se que a ferramenta de buscas havia ganhando um concorrente de peso. “Não há escolha entre Busca e Bard. Eles são complementares”, disse Pôssas.

Bard, do Google, permite fixar conversas
Bard, do Google, permite fixar conversas Foto: Google/Divulgação

Conheça os novos recursos do Bard

Além do anúncio sobre o Brasil, o Google revelou seis novos recursos que fazem estreia de maneira global. O primeiro deles permite fixar conversas na barra lateral esquerda, o que permite acesso rápido a conversas mais importantes com o chatbot – é um recurso que não existe no ChatGPT.

Outro recurso inédito no concorrente permite que o Bard “leia em voz alta” as suas respostas, um recurso chamado de “text-to-speech. Um terceiro elemento exclusivo permite que desenvolvedores exportem código em Python para o Replit. A quarta novidade tem apelo para redes sociais: um botão que permite compartilhar as respostas produzidas pela máquina.

Embora funcionem no Brasil, as últimas duas ferramentas estão disponíveis apenas em inglês. Um deles permite modificar o estilo da resposta para: simples, longa, curta, profissional ou informal. O Bing, da Microsoft, tem um recurso similar, que permite respostas mais “simples” ou criativas.

O último recurso é uma rasteira no ChatGPT: o chatbot foi integrado com o Google Lens e consegue analisar uma foto e dar uma resposta. Por exemplo, você poderá carregar uma foto de cachorro e receber informações sobre a raça. A ferramenta também poderá legendar imagens. A capacidade de uma IA ser capaz de usar texto e imagens é chamada de multimodalidade.

Quando a OpenAI apresentou o GPT-4, prometeu recurso similar no ChatGPT, porém, o recurso ainda não foi implementado.

SEGUNDO A ONU A FOME ESTABILIZOU NO MUNDO NÃO AUMENTA E NEM DIMINUI

 

Fome estabiliza após sete anos de alta, afirma ONU

Byvaleon

Jul 13, 2023

O número, que vinha aumentando desde 2015, estabilizou-se e até registrou uma leve queda

Por AFP

Fome estabiliza após sete anos de alta, afirma ONU
Foi registrada uma queda de quase 4 milhões de pessoas em comparação a 2021

O número de pessoas que passam fome no mundo se estabilizou em 2022 após sete anos de alta, um “avanço modesto” e insuficiente para cumprir a meta de eliminar este flagelo até 2030, advertiram cinco agências da ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira (12).

Cerca de 735 milhões de pessoas passaram fome este ano, o equivalente a 9,2% da população mundial, alerta o relatório, cujos autores incluem a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O número, que vinha aumentando desde 2015, estabilizou-se e até registrou uma leve queda, com menos 3,8 milhões de pessoas em relação a 2021.

A América Latina registrou avanços no combate à fome, com exceção da região do Caribe, onde a situação se agravou.

A desnutrição crônica também aumentou na Ásia Ocidental e na África, diz o relatório, que também leva o selo do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O relatório anual sobre o estado da segurança alimentar e nutricional no mundo detalha que, na África, uma em cada cinco pessoas sofre de desnutrição crônica.

O documento é um “retrato de um mundo ainda se recuperando de uma pandemia mundial e que agora lida com as consequências da guerra na Ucrânia, que agitou ainda mais os mercados de alimentos e de energia”.

Desde 2019, essas duas crises acrescentaram 122 milhões de pessoas ao mapa da fome.

Embora a recuperação econômica pós-pandemia tenha melhorado a situação, “não cabe dúvida de que esse modesto progresso se viu minado pela alta dos preços dos alimentos e da energia, amplificada pela guerra na Ucrânia”.

O relatório adverte que, sem esforços mais bem direcionados, a meta de “acabar com a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição em todas as suas formas até 2030 permanecerá fora do nosso alcance”.

‘Novo normal’

Na América Latina e no Caribe, a prevalência da desnutrição – o indicador que mede a fome – caiu de 7% em 2021 para 6,5% em 2022, o que representou uma redução de 2,4 milhões no número de pessoas que passam fome.

No entanto, essa redução se explica pela evolução na América do Sul (de 7% para 6,1%), já que o Caribe registrou um aumento significativo de 14,7% em 2021 para 16,3% em 2022.

“Há raios de esperança (…). No entanto, em geral, precisamos de um intenso esforço mundial imediato para resgatar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, defendeu o secretário-geral da ONU, António Guterres, citado no comunicado do relatório.

Se o progresso não for acelerado, cerca de 600 milhões de pessoas poderão continuar sofrendo com a fome até 2030, principalmente na África.

Isso representa “aproximadamente 119 milhões de pessoas a mais do que se não tivessem ocorrido a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia”, apontaram as agências da ONU.

Os principais fatores de insegurança alimentar – conflitos, contração econômica e desastres climáticos – e as recentes desigualdades se tornaram uma “nova normalidade”, observaram.

Álvaro Lario, presidente do FIDA, apontou a falta de investimentos e a “vontade política de implementar soluções em larga escala”.

Cindy McCain, diretora executiva do PMA, alertou que a fome está aumentando “enquanto os recursos que precisamos urgentemente para proteger os mais vulneráveis estão diminuindo perigosamente”. Para ela, “estamos enfrentando o maior desafio que já vimos”.

Assim como no ano anterior, 2,4 bilhões de pessoas sofreram de insegurança alimentar aguda ou moderada em 2022. Em outras palavras, três em cada dez pessoas não tiveram acesso a uma alimentação adequada.

Por outro lado, a possibilidade das populações acessarem uma alimentação saudável piorou em todo o mundo, devido ao impacto prolongado da pandemia e ao aumento dos preços dos alimentos, ressaltou a ONU.

Mais de 3,1 bilhões de pessoas não puderam se alimentar de forma equilibrada em 2022, levando à desnutrição, carências ou obesidade.

A América Latina é a região onde é mais difícil comer de forma saudável (US$ 4,08 por pessoa por dia, o equivalente a R$ 19,6) em comparação com a Ásia (US$ 3,90, R$ 18,7), África (US$ 3,57, R$ 17,1), América do Norte e Europa (US$ 3,22, R$ 15,4).

“A mudança da tendência de importação de produtos baratos para a produção de produtos de qualidade continua sendo uma equação não resolvida na região”, afirmou Mario Lubetkin, vice-diretor-geral da FAO, à AFP em Santiago.

CADA GOVERNO VAI TER QUE SE MOLDAR AO CENTRÃO

 

Lideranças do PL, PP e Republicanos demonstram pragmatismo ao abandonar nau bolsonarista e reconhecer realidade do País, das relações entre Poderes e do presidencialismo de coalizão

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

A declaração de inelegibilidade de Jair Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se deu há duas semanas, mas já produziu consequências capazes de reequilibrar o cenário político nacional. Expoentes do Centrão, cujo apoio foi fundamental para a construção da base que sustentou o governo de Bolsonaro no Congresso, começaram oficialmente a abandonar a nau bolsonarista. Chama a atenção o momento político em que isso se torna público, logo após a decisão do TSE e em meio à discussão da reforma tributária pela Câmara, projeto contra o qual o ex-presidente se insurgiu de forma sectária – por julgar ser a “reforma do PT” – e foi fragorosamente derrotado.

O primeiro a se posicionar foi o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP). No dia em que Bolsonaro usou uma reunião do PL para hostilizar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por sua posição favorável à aprovação da reforma tributária pelos parlamentares, o deputado disse que o episódio, em si, não isolava Bolsonaro, pois seu próprio comportamento já o havia isolado antes.

“Entregou a eleição para o Lula por causa do comportamento dele. Vem se isolando quando começa a brigar com o Judiciário, quando lá no início do governo briga com o Parlamento, quando ele é contra a vacina”, disse, ao jornal O Globo. Na mesma entrevista, Marcos Pereira disse que a sociedade brasileira “não é de direita nem de esquerda, é de centro, é equilibrada”.

Horas antes da apreciação da proposta, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, liberou os membros da bancada do partido para se posicionarem como quisessem, à revelia de Bolsonaro. Afirmou que alguns deputados do partido “exageram”, defendeu a aprovação de matérias de interesse do País e pregou que a sigla não é de extrema direita. “Não queremos e nem o pessoal da direita pra valer vai querer. A extrema direita, no nosso entendimento, é o Hitler. Eles são de direita e o partido vai caminhar nesse sentido, aumentando a nossa base com esse pessoal”, disse Valdemar à GloboNews.

Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo nesta semana, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), explicou o apoio da maioria da bancada a favor do arcabouço fiscal e da reforma tributária e declarou que “ser direita não é ser antiesquerda”. “Ser oposição não é tirar uma licença para ser irresponsável. Temos compromissos com o País e errar de propósito, como a esquerda já fez quando oposição, não é a oposição de que o Brasil precisa”, afirmou o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

Uma vez que o próprio Bolsonaro foi o primeiro a reconhecer que estava “na UTI” após a decisão do TSE, a posição de Marcos Pereira, Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira demonstra simples pragmatismo. Noves fora os interesses pessoais desses notórios caciques, trata-se de reconhecimento da realidade política do País, das relações entre os Poderes e da natureza do presidencialismo de coalizão.

Como já dissemos neste espaço (ver editorial O caráter do Centrão é definido pelo governo, de 7/11/2021), Centrão é sinônimo de governismo: não é bom nem ruim, mas é aquilo que o presidente da República quiser que seja. A maioria dos integrantes do grupo almeja emendas para levar recursos para suas regiões e divisão de poder com o Executivo por meio de cargos. Para coibir ilícitos, basta – ou deveria bastar – fiscalizar o uso dos recursos e a atuação dos agentes.

É muito positivo quando as bases da negociação entre governo e Congresso se dão em torno do apoio a projetos de interesse da sociedade, como a reforma tributária. O Centrão, por outro lado, demonstra ter limites nesse processo de convencimento, o que também é muito bom para o País. Para ficar no exemplo mais recente, o Executivo teve de desistir de desfigurar o marco do saneamento por decreto para não ser derrotado pelo Senado.

Isso indica um caminho seguro para o governo sempre que sua agenda de interesses focar mais na economia, menos na ideologia e coincidir com a da maioria do Centrão, isolando alas minoritárias mais à direita e mais à esquerda. Foi assim sob Bolsonaro e tudo indica que assim será com Lula.

O TEMPO DESPERDIÇADO NÃO PODE SER RECUPERADO E SABER PRIORIZAR TAREFAS TONA O TEMPO MAIS PRODUTIVO

João Luiz Simões Neves é economista formado pela Unicamp, com MBA pela Business School São Paulo e Programa Executivo pela Universidade de Toronto

Outro dia, lendo o jornal, vi uma matéria que falava como os cientistas descobriram como a percepção do fluxo de tempo é formada. Trazia uma pesquisa feita com um tipo de anfíbio, onde foi possível desconstruir a construção do tempo e passaram a observar o que acontecia com esses seres microscópicos.

Isso me fez relembrar sobre o que escrevi sobre fluxo, tempo e o fluxo de tempo para o meu segundo livro, Pensando Claramente – Uma visão da bondade, e como Heráclito de Éfeso (filósofo pré-socrático que viveu aproximadamente entre 500 a.C. e 450 a.C.) percebia esse curso, ou seja, como o mundo e a natureza estão em constante movimento. Uma de suas declarações é de que ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente não se encontram as mesmas águas, e o próprio ser também já se modificou.

Outro filósofo, contemporâneo de Heráclito, Protágoras, aponta que o mundo em que vivemos é levado pelo movimento e pela impermanência. Ainda aproveitando a arena dos pensamentos filosóficos dos gregos, por outro lado, para o filósofo Parmênides, contemporâneo dos anteriores, “o que é essencial não muda”. Essas visões corroboram a dinâmica atual do nosso mundo, em que fatos, acontecimentos, metodologias e tecnologias estão num ritmo frenético de mudanças, muitas delas vindo de dentro de nossas organizações. Entretanto, quanto mais rápidas essas mudanças, mais o essencial se torna importante. O essencial refere-se à construção de uma cultura de motivação, de engajamento, de organização, de planejamento, de insights dignos de gerar a inovação ou a mudança necessária para nos manter relevantes na carreira e conservar a relevância de nossas empresas no mercado.

O rio muda a cada segundo e as pessoas também. Assim, a grande questão acaba sendo: como nos manter relevantes e não permitir que nossas expertises e diferenciais competitivos deixem de ser atraentes para a lógica de mercado. Como responsáveis pelas organizações ou pelas nossas carreiras dentro delas, precisamos nos manter em sintonia e, se possível, antecipar-nos a essas transformações, com agilidade e competência, para nos inserirmos na nova lógica e nas ferramentas que essa nova lógica nos traz, ou mesmo criarmos novos paradigmas. De todas as variáveis que impactam as regras e o jogo organizacional, a variável mais importante a ser gerenciada é o tempo.

Como trago neste segundo livro, o tempo é a única realidade verdadeiramente rara, ninguém pode produzi-lo, vendê-lo ou estocá-lo. A Teoria das Restrições, do Dr. Goldratt, deposita a máxima importância na administração da variável tempo. Segundo ela, por exemplo, quando um equipamento considerado gargalo em uma linha de produção está parado, está consumindo tempo de produção, pois é esse equipamento que rege a capacidade e o fluxo da linha de produção. Para a Teoria das Restrições, um minuto ganho num gargalo é um minuto ganho no processo como um todo. Quando um equipamento gargalo quebra, o que se perde é tempo. Quando Goldratt fala em proteger a restrição, ele fala em um pulmão de tempo para essa proteção.

Ou seja, um equipamento gargalo, por exemplo, deve ter um pulmão de materiais medido em tempo, para que não falte ou coloque em risco a continuidade do processamento desse equipamento. Com essa prática, a Teoria das Restrições propõe um formato de gestão para se administrar a variabilidade do tempo. A vazão de um rio é medida por m3 /s. Nossa velocidade nas estradas é medida em km/hora. Um corredor olímpico corre 100 metros em determinados segundos. O conceito por trás é que o tempo desperdiçado não pode ser recuperado. O tempo é uma variável irrecuperável e sua administração é importante para que o fluxo e o movimento que permeiam as atividades humanas transcorram adequadamente, sem acúmulos ou obstruções.

Santo Agostinho diz que tudo o que se move deseja alcançar um objetivo. Para que isso aconteça é necessário ter técnicas de gestão de tempo e saber priorizar tarefas para ser mais produtivo e eficiente na condução dos projetos. Assim, elimina-se também desperdícios, indo de encontro ao que Victor Hugo dizia “a vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais, desperdiçando tempo”. Isso tudo ajuda na conquista de nossos objetivos.

Devemos permitir que as coisas fluam, pois tudo se move em direção a um objetivo. Por exemplo, se sou responsável por processar uma determinada quantidade de informações, revisá-las, transformá-las e entregá-las para que sejam utilizadas em suas finalidades, tenho de estabelecer um ritmo e uma cadência em que a quantidade necessária de informações seja processada adequadamente num determinado período de tempo. O ritmo estabelecido no tempo deve permitir o fluxo de entrada, processamento e saída. Tudo isso para manter o fluxo adequado, pois tudo está em movimento. Quanto maior o fluxo, maiores a eficiência, a eficácia e a harmonia em nossos processos e em nossas empresas. Devemos permitir que nossos atos e movimentos fluam para que os objetivos se realizem, um atrás do outro. E o fluxo é medido pela variável tempo.

João Luiz Simões Neves é economista formado pela Unicamp, com MBA pela Business School São Paulo e Programa Executivo pela Universidade de Toronto, possui especializações em análise de sistema e marketing.

Atualmente, é diretor da Global Results, consultoria especializada em gestão e liderança (www.globalresults.com.br), além de palestrante e escritor da área de gestão e liderança, com artigo internacional publicado na revista Apics – EUA.

 

HOLDING FAMILIAR UMA BOA ESTRATÉGIA PARA A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO

 

Victor Meira – Eu Quero Investir

foto: pessoas segurando engrenagem; holding familiar

A sucessão patrimonial é um tema cada vez mais discutido nas rodas de conversa dos brasileiros. Recentemente, ressurgiram temores sobre a herança, devido ao avanço da reforma tributária no Congresso. Inclusive, com a circulação de fake news que apontavam para um possível confisco da herança.

Com isso, muitos se perguntam sobre as alternativas de transmissão de patrimônio de forma não tradicional, evitando o temido Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que, em alguns estados, pode chegar a uma taxa de até 8% sobre o valor transmitido.

Uma opção viável para realizar a transmissão de bens sem preocupações é a criação de uma holding familiar. Essa estrutura permite o planejamento da sucessão patrimonial, oferecendo benefícios exclusivos para esse propósito.

Este artigo tem como objetivo apresentar o conceito de holding familiar, destacando suas vantagens e desvantagens, além de oferecer orientações sobre como estabelecê-la.

Leia também: “Succession” e a importância do planejamento sucessório

E mais: Reforma tributária não acaba com direito à herança: entenda o que muda

Holding familiar: o que é?

No mercado financeiro, uma holding é uma empresa que mantém participação acionária em uma ou mais empresas. O termo “holding” tem origem inglesa e está relacionado ao verbo “to hold”, que significa manter, guardar, segurar e controlar algo.

Nesse contexto, uma holding pode ser definida como uma empresa que possui participação acionária em outras companhias. No contexto do planejamento familiar, a holding familiar surge como uma solução para gerenciar e controlar o patrimônio de uma família.

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A holding familiar desempenha o papel de administradora e guardiã dos bens familiares, consolidando-os em uma única entidade. Essa estrutura pode abranger diversos tipos de ativos, como imóveis, automóveis, valores mobiliários, contas correntes, investimentos, cotas e até mesmo empresas inteiras.

A lógica por trás da holding familiar é simples: ao invés de os bens pertencerem a indivíduos específicos e serem transmitidos por herança, sujeitos ao ITCMD, o patrimônio da família é de propriedade da empresa. Dessa forma, em caso de herança por falecimento, não é necessário pagar imposto sobre a transferência dos bens, apenas sobre a participação da pessoa na holding familiar.

Essa estratégia proporciona uma série de benefícios para a família, incluindo a proteção do patrimônio, o planejamento sucessório adequado e a otimização dos aspectos tributários relacionados à transmissão de bens.

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Vantagens

Holding Familiar – Pessoas fechando negócio com um aperto de mão.

Fonte: Freepik

Ter uma holding familiar é uma boa estratégia para as famílias que desejam proteger e administrar o seu patrimônio. Essa estrutura empresarial, cada vez mais adotada por famílias empreendedoras, apresenta benefícios abrangentes que vão desde a proteção patrimonial até a otimização dos aspectos tributários.

Proteção patrimonial

Uma das principais vantagens da holding familiar é a proteção do patrimônio familiar. Ao transferir os ativos para a empresa, esses bens ficam resguardados de eventuais adversidades financeiras enfrentadas por indivíduos específicos, como falências pessoais, ações judiciais ou separações conjugais.

Dessa forma, a holding atua como uma espécie de “guardiã” dos bens familiares, proporcionando segurança jurídica e preservando o legado familiar.

Planejamento sucessório

A holding familiar é uma ferramenta poderosa para o planejamento sucessório. Por meio dessa estrutura, é possível antecipar e organizar a transferência do patrimônio para as gerações futuras. A família pode estabelecer regras claras sobre a gestão e distribuição dos bens, evitando disputas familiares e garantindo a continuidade dos negócios.

O planejamento sucessório adequado assegura a preservação do legado familiar e a harmonia entre os herdeiros.

Benefícios tributários

A holding pode permitir a aplicação de estratégias fiscais mais favoráveis.

Gestão e consolidação de ativos

A holding familiar simplifica a gestão e consolidação dos ativos familiares. Ao centralizar os ativos em uma única entidade, a administração dos bens se torna mais eficiente e estratégica. A holding pode ser responsável por gerir diferentes tipos de ativos, como imóveis, investimentos financeiros, empresas e propriedades intelectuais. Essa centralização facilita o acompanhamento dos negócios e permite uma melhor alocação de recursos.

Acesso a recursos financeiros

A holding familiar também pode facilitar o acesso a recursos financeiros. Com uma estrutura empresarial sólida e bem estabelecida, é possível obter melhores condições de crédito junto a instituições financeiras. A holding pode utilizar seus ativos como garantia para obtenção de empréstimos ou linhas de crédito mais favoráveis, proporcionando oportunidades de investimento e crescimento dos negócios.

Veja também: Sucessão patrimonial: o que acontece com as ações?

Como constituir uma holding familiar?

Assessoria patrimonial: caminho mais fácil

Antes de mais nada, é recomendado o serviço de gestão patrimonial, que poderá identificar as necessidades de cada caso e buscar as melhores soluções.

“Através da Gestão Patrimonial, uma área que incorpora a Assessoria de Investimentos, é possível realizarmos uma análise integral do patrimônio de cada cliente, procurando entender quais os mecanismos mais adequados para cada caso, implementando estratégias de diversificação jurídica, por exemplo”, afirma o Head de Gestão Patrimonial da EQI Investimentos, Allan Teixeira.

Planejamento e estratégia

É importante realizar um planejamento cuidadoso e definir a estratégia para a criação da holding familiar. Isso envolve identificar os objetivos da família, os bens a serem incluídos, os membros que farão parte da holding e as regras de administração e sucessão.

Constituição jurídica

Em seguida, é necessário escolher a forma jurídica adequada para a holding familiar. Geralmente, as opções mais comuns são a constituição de uma sociedade limitada (Ltda) ou de uma sociedade por ações (S.A.). É fundamental consultar um advogado especializado para auxiliar nesse processo e garantir que a estrutura seja adequada às necessidades da família.

Elaboração do contrato social

O contrato social é o documento que estabelece as regras de funcionamento da holding familiar. Nele devem constar informações sobre os sócios, a divisão do capital social, as responsabilidades de cada membro, as políticas de distribuição de lucros, entre outros aspectos relevantes. Novamente, contar com a assessoria jurídica é fundamental para elaborar um contrato social sólido e completo.

Transferência dos bens

Após a constituição da holding, é preciso realizar a transferência dos bens para a empresa. Essa transferência pode ser feita por meio de doações, venda ou integralização de capital. É importante respeitar as formalidades legais e contábeis nesse processo, registrando adequadamente as transações e garantindo a regularidade fiscal.

Administração e gestão

Uma vez que os bens estejam sob o controle da holding familiar, é fundamental estabelecer uma estrutura de administração e gestão eficiente. Isso envolve a definição de um conselho de administração ou diretoria, a elaboração de políticas de governança familiar, a realização de reuniões periódicas para tomada de decisões estratégicas, entre outras práticas de gestão empresarial.

Diante dos desafios citados acima, a constituição de uma holding familiar envolve questões jurídicas, contábeis e financeiras complexas. Por isso, é importante ter um auxílio de assessoria especializada em sucessão patrimonial para te ajudar com essa tarefa que pode ser tão importante para a sua família.

Após conhecer as vantagens e desvantagens de uma holding familiar, baixe o livro digital de Sucessão Patrimonial para ficar por dentro do assunto.