sábado, 3 de junho de 2023

O GOVERNO ATUAL DEVERIA ADOTAR A MESMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DO GOVERNO ANTERIOR

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Imagem ilustrativa.| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

O economista Paulo Guedes, ministro da Fazenda durante o governo Bolsonaro, endossou um trabalho feito por técnicos de reconhecida capacidade e optou por divulgá-lo em 2020, sob o título de Estratégia Federal de Desenvolvimento (EFD). Goste-se ou não de Paulo Guedes ou do governo Bolsonaro, o documento é um trabalho feito por especialistas e não uma obra autoral do governo de então. Assim, o documento merece ser lido e analisado, pois representaum plano com linhas gerais sobre os rumos que, segundo os autores, o Brasil deveria seguir em relação às grandes variáveis macroeconômicas para o período 2020-2031. O texto é um plano geral, sem detalhamento de programas, obras e metas setoriais.

De saída, o documento destaca metas gerais que, no mérito, poderiam ser subscritas por qualquer pessoa, partido ou governante, por tratarem de alvos desejados por todas as correntes políticas, a exemplo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB),a elevação da renda por habitante, a expansão do número de empregos, a melhoria dos indicadores sociais, a diminuição da corrupção e outras condições para o Brasil avançar em seu desenvolvimento econômico e social. A rigor, todos os partidos justificam seus programas e todos os governos justificam suas decisões afirmando que agem em favor do progresso material e do bem-estar social da população, que são os objetivos maiores do documento EFD. Logo, não há discordância quanto aos objetivos gerais, ficando as divergências restritas aos caminhos escolhidos para atingir o mesmo destino.

Infelizmente, a cultura política brasileira tem o mau hábito de nem examinar propostas oriundas de lados opostos e de acreditar no mérito de tudo que é próprio.

O EFD, como o documento é chamado, apresenta um aspecto interessante para fins de análise e comparação entre as opções, que é fazer suas projeções em três cenários. O primeiro, um cenário pessimista, caso não haja aprovação das reformas consideradas necessárias. O segundo, um cenário otimista, que os autores propuseram chamar de “transformador”, é baseado na aprovação das reformas, na elevação do nível educacional e na redução da corrupção. O terceiro, um cenário chamado de “realista”, considerado como “cenário de referência”, tem por base a hipótese de aprovação não de todas, mas das principais reformas macroeconômicas.

Tomando por base o cenário de referência, ou realista, o plano prevê crescimento médio do PIB à taxa de 2,2% ao ano, o que dá 27% no período abrangido. Caso a população cresça em torno meio por cento ao ano, portanto, mais 10 milhões de habitantes nos 11 anos abrangidos pelo estudo, o aumento da renda por pessoa chegaria a 21,3% até 2031, o que é pouco considerado o grau de pobreza medida por essa variável, segundo comparação internacional.

O plano apresenta 36 metas vinculadas a cinco eixos. Um, o eixo econômico, no qual estão o crescimento do PIB e elevação da renda por habitante, conforme já referido acima. Dois, o eixo da infraestrutura física, necessária suportar o crescimento do PIB, para o qual o documento fala em elevar os investimentos anuais em obras físicas de 1,3% para 1,8%, taxa essa ainda modesta, pois, para crescer rápido e recuperar as décadas já perdidas, o Brasil precisa ampliar expressivamente o tamanho da infraestrutura física e modernizar o nível tecnológico nela incorporado. Três, o eixo institucional, que destaca duas metas importantes: maior controle da corrupção, para diminuir seu tamanho, e a expansão do governo digital; essas duas metas visam a melhorar a eficiência dos gastos públicos e a produtividade dos impostos, que é fazer mais com o mesmo dinheiro.

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Quatro, o eixo ambiental, no qual o documento propõe aumentar o Índice de Performance Ambiental, baseado no Yale Center for Environmental Law and Policy. O quinto eixo refere-se ao desafio social, que é grande dado o nível de pobreza e miséria ainda imperantes no país. O documento EFD sugere a meta de reduzir o grau de pobreza para 6,2% da população total, tomando como medida o tamanho da população abaixo da “linha de pobreza”, que anda hoje em torno de 8%. Embora essas metas possam parecer pouco ousadas, o fato é que elas estão limitadas por diversas variáveis, entre elas o fato de a carga tributária brasileira ter crescido nas últimas quatro décadas, passando de 21% do PIB em 1984 para 34% atualmente.

Vale mencionar que a carga tributária de 34% do PIB é a carga efetivamente ingressada nos cofres públicas, portanto, muito alta principalmente se for considerada a existência de sonegação, inadimplência e renúncias fiscais. Isso faz a carga tributária legal ser muito maior, levando os setores que pagam a pagarem um porcentual acima dos 34%. De qualquer forma, o documento com as estratégias federais de desenvolvimento deveria ser examinado sobretudo pelos representantes do povo, os parlamentares, e pelos dirigentes que têm a responsabilidade planejar o governo e executar suas políticas e programas. Infelizmente, a cultura política brasileira tem o mau hábito de nem examinar propostas oriundas de lados opostos e de acreditar no mérito de tudo que é próprio.


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AMANHÃ HAVERÁ MANIFESTAÇÃO CONTRA A CORRUPÇÃO E CENSURA E APOIO A DELTAN

Contra a Censura
Curitiba deve ter maior manifestação pró-Deltan Dallagnol neste 4 de junho
Por
Gabriele Bonat – Gazeta do Povo

O ministro da Justiça, Sergio Moro, em Curitiba, para inaugurar uma delegacia modelo para investigações de crimes financeiros e de corrupção na Superintendência da Polícia Federal. com a presença do governador do Paraná Ratinho Junior, do Diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, Luciano Flores de Lima, superintendente da Policia Federal do Paraná e Coronel Romulo Marinho Soares, secretário de segurança Publica do Paraná. Procurador da república Deltan Dallagnol


Deltan Dallagnol| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Manifestações contra a corrupção e a censura e a favor do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), cassado por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão marcadas para o próximo domingo (04), e a expectativa é que Curitiba seja o maior palco nacional dos atos. Na capital paranaense, a concentração está prevista para às 15 horas, na Boca Maldita, no centro da capital, com a expectativa de participação de Dallagnol.

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À Gazeta do Povo, Deltan Dallagnol afirmou que a manifestação deste domingo pode ser vista como o renascimento de um movimento que acredita em um Brasil diferente. “Um movimento que acredita que lugar de corrupto é na cadeia, que sonha com um Brasil livre das ingerências daqueles que saquearam o país, e que agora querem anular 345 mil votos e silenciar 345 mil vozes”, destacou.

“O ato será para defender a soberania do voto popular, a cidadania, contra a censura e todos os avanços autoritários do governo. É um marco de defesa da democracia, justiça e da liberdade”, acrescentou Dallagnol.

Ato ocorrerá em várias cidades do país
A manifestação ocorrerá em várias cidades do Brasil. No momento, há confirmação de Curitiba (PR), São Paulo (SP), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), São José do Rio Preto (SP), Vitória (ES), Recife (PE), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RS) e Belém (PA).

Gislaine Masoller, do movimento Vem Pra Rua, uma das representantes do ato que acontecerá na capital paranaense, afirma que o intuito da manifestação é mostrar a indignação da população com a cassação do Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pelo TSE e também com injustiças que vêm ocorrendo em todo o Brasil.

“O pessoal está indignado com essa censura, falta de liberdade e com essa falta de justiça. Temos visto uma escalada de injustiças no Brasil”, diz. Gislaine frisa que o ato não é somente pró-Deltan, mas sim em favor da democracia e da liberdade de expressão.

“O Deltan está sendo um ícone desse ato, mas estão vindo à tona essas outras injustiças. É um pedido de justiça independentemente de partido. Estaremos na rua por todos”, destaca a coordenadora.

Mobilização nas redes sociais
À reportagem, Deltan Dallagnol confirmou que há uma grande mobilização nas redes sociais. Com isso, a expectativa é que haja uma grande mobilização no domingo. “Mais de 20 parlamentares de diferentes partidos e diferentes estados estarão presentes e a expectativa é que possamos passar uma grande mensagem para o Brasil. Já disse isso antes, mas mesmo que tenha uma, dez, cem, mil pessoas na rua, eu vou estar com elas para defender a Justiça, a Liberdade e a Democracia”.

O ato não é organizado por um único movimento, mas tem o apoio de várias organizações, como Novo, Mude, UJL-PR, Livres, Fiscaliza Brasil, Vem Pra Rua, Mais Brasil, Lava Togas, Moraliza Londrina e LOLA Brasil. Alguns parlamentares de outros estados estarão presentes, como Marcel van Hattem (Novo-RS), Carlos Jordy (PL-RJ), Rosângela Moro (União-SP) e Mauricio Marcon (Pode-RS).

Giselle Jansen, do “Instituto Mude, chega de corrupção”, ressalta que o ato não tem uma bandeira única, e é de toda a população. “Será um ato de apoio a parlamentares e de indignação, de várias organizações, entidades e cidadãos, não tendo uma bandeira única”, afirma.

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Receio de criminalização pelo STF
Segundo o ex-coordenador da Operação Lava Jato, muitas pessoas estão com medo de voltar às ruas e protestar depois do 8 de janeiro. “A CPMI já está investigando no Congresso para responsabilizar os criminosos e os responsáveis pela invasão”, ressalta Dallagnol.

Para ele, os atos de domingo, dez anos depois das manifestações de 2013, são uma nova chance de marcar uma volta do povo às ruas para protestar de maneira pacífica e sem violência. “Temos mais de 20 parlamentares, entre senadores, deputados federais e estaduais e vereadores confirmados, que irão participar no dia 04, e esperamos que a presença desses parlamentares dê confiança para que aqueles que estão com medo voltem às ruas para se manifestar por sua liberdade. Não existe democracia se o povo tem medo de expressar sua opinião”, evidencia.

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O SENADO VAI BARRA A INDICAÇÃO DE ZANIN PARA O STF?

 

Por
Guilherme Macalossi – Gazeta do Povo


Cristiano Zanin foi o advogado de Lula na Operação na Lava Jato| Foto: Ricardo Stuckert/PT

“Nós já tivemos uma experiência, no tempo da ditadura militar de mudar a composição da Suprema Corte. O Castelo Branco mudou. Mudou de 11 para 17. Depois ele tirou 5 que ele não gostava e ficou só os que ele queria. Não é prudente, não é democrático que um presidente da República quer ter os ministros da Suprema Corte como amigos. Você não indica um ministro da Suprema Corte para ele votar favorável a você ou te beneficiar. Os ministros da Suprema Corte têm que ter currículo, as pessoas tem que ter biografia.” As palavras são do então candidato Lula, no debate do 2° turno da TV Band. Estava corretíssimo.

Há de existir uma equidistância entre o presidente da República e seus indicados para o Supremo Tribunal Federal, ainda que seja do jogo que o nome escolhido por ele atenda um perfil ideológico ou tenha determinada leitura da lei. Uma vez presidente, Lula resolveu escolher para o cargo Cristiano Zanin, seu ex-advogado. Isso, portanto, tem a validade de um estelionato eleitoral, e o Senado faria bem em barrar a indicação.

Lula preferiu mandar às favas qualquer pudor ao indicar ao STF um ministro “terrivelmente amigo”.

A Constituição estabelece que o indicado ao Supremo Tribunal Federal precisa ter apenas notório saber jurídico e a reputação ilibada. O modelo foi copiado do sistema norte-americano, e estabelece critérios bastante amplos e subjetivos. O que é notório saber jurídico? E reputação ilibada? Será que o nome apontado por Lula se encaixa? Veremos.

Zanin é reconhecido por pares como um profissional qualificado, mas seu repertório bibliográfico é limitado. A obra mais relevante que publicou foi um livro sobre lawfare em parceria com os também advogados Rafael Valim e Valeska Teixeira Vanin. Também não tem grandes feitos curriculares. É claro que esse qualificativo não se limitada a diplomas ou certificações como mestrado e doutorado, mas ninguém poderá negar que seriam atributos, principalmente como compensação à falta de produção intelectual mais abrangente. E aqui importa apontar: ser um bom advogado não é ser jurista, muito menos significa ter uma visão ampla do que é direito ou do que é justiça. E é isso que se espera de um membro da mais alta Corte do país.

A nomeação ao STF não pode ser um honorário extra por serviço prestado, ou uma bonificação por resultado.

O que pensa Zanin pensa sobre descriminação das drogas? Sobre aborto? Sobre regulamentação das Big Techs? Sobre demarcação de terras indígenas? Esses são apenas alguns dos temas polêmicos e complexos que estão sob análise no Supremo Tribunal Federal. E não há a menor pista do que o ex-advogado de Lula pense sobre. A menos que se presuma que, por ser indicado por um presidente de esquerda, tenha alinhamento com visões progressistas. Mas aí seria adentrar no mundo da especulação.

Em sua primeira declaração sobre a escolha de Zanin, Lula afirmou: “Acho que todo mundo esperava que eu fosse indicar o Zanin, não só pelo papel que ele teve na minha defesa, mas simplesmente porque eu acho que o Zanin se transformará num grande ministro da Suprema Corte desse país”. As palavras fazem sentido. De “não só pelo papel que ele teve na minha defesa” se depreende que, apesar de não ser o único fator para a indicação, o fato de ter sido o representante jurídico de Lula contou para tanto. E isso já seria suficiente para que se enquadrasse como desvio de finalidade, além do óbvio fato de ferir o princípio da impessoalidade. A nomeação ao STF não pode, afinal, ser um honorário extra por serviço prestado, ou uma bonificação por resultado. Inadvertidamente, Lula confessa que está compensando Zanin por tê-lo representado em juízo.

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Ainda que contra a reputação de Zanin nada de relevante conste, é claro que as falas de Lula contribuem para desmoralizá-lo, e também para lançar dúvidas razoáveis sobre o papel que ele prestará na Corte uma vez aprovado. Quem poderá negar a intimidade de ambos, ainda mais considerando o momento em que se deu a relação entre cliente e prestador de serviços? Artigos da Constituição não podem ser interpretados isoladamente. Há sempre de se ter sobre ela uma visão sistêmica, analisando os princípios que a norteiam. E se considerarmos a indicação do advogado sobre esse contexto, é claro que ela se torna incompatível e insustentável.

Em 2005, George W. Bush, então presidente americano, apontou para a Suprema Corte a advogada Harriet Miers, que tinha tido atuado no governo do Texas e também como conselheira da Casa Branca durante seu governo. Foi o suficiente para que democratas e republicanos, estes últimos correligionários de Bush, fizessem forte pressão contrária até que ela desistisse. Um ex-advogado de um presidente jamais seria admitido por lá. Mas não estamos nos Estados Unidos, e sim na terra do patronato. É por isso que Lula preferiu mandar às favas qualquer pudor ao indicar ao STF um ministro “terrivelmente amigo”.


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O REGIME DA VENEZUELA É TÃO BOM QUE 7 MILHÕES FUGIRAM DE LÁ

 

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Nicolás Maduro, chega ao Palácio do Itamaraty para encontro com Lula.| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Minha candidata ao Prêmio Nobel da Paz é a Operação Acolhida, que desde junho de 2018 já recebeu mais de 800 mil venezuelanos, que deixaram seu país natal por causa da fome e perseguições políticas. Segundo o órgão de refugiados da ONU, já deixaram a Venezuela 7 milhões de pessoas, a maioria indo para a Colômbia, porque é vizinha e tem a mesma língua. Os que vieram para o Brasil, pela Operação Acolhida, em geral chegaram famintos, subnutridos, doentes e foram alimentados, tratados e encaminhados, do extremo norte do Brasil, para os estados brasileiros, para terem vida digna para si e família. O Exército Brasileiro cumpriu uma honrada missão humanitária nessa operação. Por isso, dói ver os gloriosos Dragões da Independência, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, formados em alas para honras militares ao causador da tragédia dos venezuelanos, Nicolás Maduro, enquanto subia a rampa do Palácio do Planalto.

O povo venezuelano já foi feliz. Tinha a maior renda per capita da América Latina; eram os “sauditas” sulamericanos do petróleo; o combustível, lá, era quase de graça; só dirigiam carrões americanos; abarrotados de divisas, importavam o que de melhor havia no mundo. Mas veio Hugo Chaves e seu bolivarianismo, uma versão disfarçada de marxismo. Se o marxismo não deu certo na União Soviética, em mais de 70 anos de poderes divinos sobre as pessoas, por que daria certo na América Latina, onde a memória do povo não tem Tolstói para contar a história? Quem sabe um Bolívar revisado por um reescrevedor dos fatos? Com isso, destruíram a Venezuela. Chaves morreu há dez anos e Maduro é seu sucessor, com esse Bolívar de propaganda, que contraria o Bolívar libertador.

Os que vieram para o Brasil, pela Operação Acolhida, em geral chegaram famintos, subnutridos, doentes

Hugo Chavez inventou uma união de países sulamericanos para ver se por aqui viceja o marxismo. A UNASUL foi criada em 2008 por Chaves, com o apoio de Lula. Não sobreviveu ao estatuto do Mercosul, que exige democracia de seus integrantes. Como Lula não exige isso de Evo, de Ortega e nem de Maduro, quer recriar a UNASUL, com outro nome. Doutor Goebbels fazia isso, tal como antes fizeram os bolcheviques. Troca o nome e faz o mesmo. É o que pretende fazer hoje, com os presidentes visitantes, depois da recepção especial com que celebrou Maduro ontem, no Palácio do Planalto e no Itamaraty.

O Doutor Freud estudou o mecanismo de fuga, com seus pacientes em Viena. Lula foge das questões internas que não consegue resolver, viajando. China, Japão, Europa, Estados Unidos… e agora Brasília, reunindo vizinhos para propor a paz no mundo e a bem-aventurança na América Latina. Não consegue se impor, como gostaria, ao Congresso Nacional, porque ainda vive na primeira década do milênio. Mas vai produzir notícia com essa reunião em Brasília. Áulico não falta para aplaudir. Só que a realidade não está em Brasília, mas em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

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LULA QUER UM NOVO AEROLULA E FAZ EXIGÊNCIAS

 

Pretensões de Lula esbarram em duas dificuldades. Saiba quais

Por Roberto Godoy – Jornal Estadão

A pretensão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de transformar um dos dois grandes jatos A-330 da FAB no principal avião presidencial esbarra em duas dificuldades. A Força Aérea precisa da aeronave para missões de reabastecimento em voo dos seus caças, para deslocamento rápido de pessoal e para socorro médico. Além disso, o custo da conversão do Airbus para o arranjo executivo é alto.

Lula quer uma suíte com cama de casal e banheiro com chuveiro. Um gabinete de trabalho privativo, uma sala de reuniões e cerca de 100 poltronas semi-leito também entram nas demandas do presidente.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 25/05/23
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 25/05/23 Foto: Foto AP/Andre Penner – 25/05/23

A Aeronáutica tem dois A330 comprados por Jair Bolsonaro (PL) em 2022 por US$ 80 milhões. Lula quer substituir o A319-ACJ, o “Aerolula”, adquirido durante seu primeiro mandato, em 2005, pelo modelo maior. O objetivo é dispor de mais espaço, maior conforto e de uma ala expandida para convidados e equipe de apoio.

A frota atual do Grupo de Transporte Especial (GTE) dispõe de um A319 para as viagens de longa distância, dois Emb-190 para as rotas regionais, jatos menores E-135 e E-145, mais dois helicópteros pesados.

Análises da área técnica têm apontado para duas soluções: adotar uma espécie de kit para mudar rapidamente a configuração do A330 ou a compra de uma terceira unidade.

INVESTIGAÇÃO DE EX-ASSESSOR DE LIRA PELA PF CAUSA DESAVENÇA COM DINO

 

Dino vai à casa de Lira para conter crise após operação da Polícia Federal atingir seu ex-assessor

Presidente da Câmara tem cópia de mensagens que assessoria da corporação divulgou, com dados de investigação sigilosa

Por Vera Rosa – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O ministro da Justiça, Flávio Dino, esteve na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após a operação da Polícia Federal que atingiu Luciano Cavalcante, o ex-assessor do deputado que atualmente trabalha na liderança de seu partido, o PP. Lira queria saber de Dino detalhes sobre a diligência e por que motivo o processo de busca e apreensão em endereços de seus aliados foi deflagrado agora, justamente no momento em que ele e o governo vivem uma crise de relacionamento.

O presidente da Câmara tem em mãos cópias de mensagens que a assessoria da Polícia Federal divulgou sobre a operação sigilosa e desconfia que o Palácio do Planalto prepara um cerco político contra ele. Agora, cobra uma apuração do que chama de “vazamento” ilegal de informações.

No encontro desta quinta-feira, 1.º, Dino disse a Lira que o inquérito da PF – aberto para investigar desvio de recursos destinados à compra de kits escolares de robótica, em Alagoas –, começou antes mesmo do início do governo Lula. É justamente essa investigação que atinge o ex-assessor do deputado e outros aliados. O ministro da Justiça afirmou, ainda, não ter controle sobre as datas de operação da PF.

Num dos locais de busca e apreensão, em Maceió, a PF encontrou R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo. “Eu não tenho nada a ver com isso nem me sinto atingido”, reagiu Lira. “Cada um é responsável por seu CPF.”

Fúria

Furioso, o presidente da Câmara fez questão de repetir, após a aprovação da Medida Provisória (MP) de reestruturação dos ministérios, na noite de quarta-feira, 31, que o governo terá agora de andar com as próprias pernas. Àquela altura, não se desconfiava da operação da PF no dia seguinte. Aliados de Lira observam, porém, que ele já deveria saber de alguma coisa porque queria deixar caducar a MP e foi necessário muito esforço para demovê-lo da ideia.

Lira tem certeza de que Palácio do Planalto está por trás de operação da PF que atingiu seu ex-assessor. Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara
Lira tem certeza de que Palácio do Planalto está por trás de operação da PF que atingiu seu ex-assessor. Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara Foto: Pablo Valadares/Agência C

Lira não se cansa de criticar o que chama de “ausência de articulação política” por parte do Executivo. Não é só: acha que está sendo “enrolado” por ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não querem dividir com ele a execução do Orçamento.

Na prática, o presidente da Câmara tem colecionado desavenças com o governo. Em abril, por exemplo, Dino vetou a indicação de Lira para uma vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1). O deputado queria emplacar no cargo o juiz João Carlos Mayer Soares, mas Dino alegou que ele era muito próximo do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, suspeito de ter estimulado os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Em outra frente, o Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para a próxima terça-feira, 6, o julgamento de um recurso de Lira contra denúncia da Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. O processo que pode torná-lo réu o acusa de receber propina de R$ 106 mil do ex-presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Francisco Colombo. O dinheiro foi apreendido com um ex-assessor de Lira, que nega ter qualquer relação com aqueles valores.

O NETWORKING É A BASE DO SUCESSO DE QUALQUER NEGÓCIO

 

Bruno Avelar – Empresário

Especialista dá dicas para aumentar seu networking e fala da importância de ter conexções

Criador do maior evento brasileiro de network do mundo, Bruno Avelar dá dicas para aumentar o networking e fala sobre a importância das conexões

O network é a base do sucesso de qualquer negócio. A arte do networking é poder construir uma rede de contatos que possa potencializar oportunidades através de relacionamentos. Segundo o empresário Bruno Avelar, especialista no assunto, a troca de conhecimentos e experiências é fundamental, seja para fortalecer laços, estreitar negociações ou se destacar no mercado.

Para ele, existem alguns passos que precisam ser seguidos para conseguir construir uma eficiente rede de networking:

“Conviver com pessoas de diferentes segmentos e que possam influenciar nas suas conexões é uma forma de aprimorar o crescimento interpessoal e se aproximar dos seus objetivos profissionais. Independentemente do segmento, o networking traz inúmeros benefícios e um grande reconhecimento. Já é de conhecimento comum que ser bem-sucedido na área escolhida está diretamente ligado aos relacionamentos cultivados dentro e fora do ambiente de trabalho.. Sem relacionamentos, não existe negócio”, disse Avelar, que complementou ter uma boa rede de contatos não é uma opção, é indispensável:

“Com as conexões certas você vai alavancar seu empreendimento e caminhar lado a lado com quem pode te ajudar a impulsionar sua carreira para o futuro”.

Avelar afirma que um bom-network é feito de forma orgânica e muda a maneira como você é visto, fazendo com que se torne uma referência, já que as pessoas estarão cientes de quem você é e o que você faz.

“Essa visibilidade é fundamental e te transforma em uma pessoa confiável, com uma boa reputação. A reputação aqui é a chave para uma rede de relacionamentos de sucesso”, falou.

Bruno é um empreendedor, mentor e escritor brasileiro, CVO (Chief Visionary Officer) de diversas empresas e criador do ‘O Poder do Network’. O encontro é o maior evento brasileiro de network do mundo e já impactou há mais de 14 mil empresários nos Estados Unidos.

“Falando por experiência própria, o network foi a base das minhas conquistas. Não fazemos nada sozinhos e precisamos de pessoas em todas as áreas da vida. Como estratégia, sempre tentei fazer com que outras pessoas me apresentassem, ao invés de me apresentar, o que já gera confiança, credibilidade e autoridade. Mas lembre-se: devemos ser intencionais na construção de um novo relacionamento, mas nunca interesseiros”, disse.

COMO SER UM MESTRE NA ARTE DO NETWORKING?

1- Pague o preço para estar onde os melhores estão. São nos ambientes mais restritos que você fará as melhores conexões e neste momento sua postura e comportamento serão fundamentais para que isso aconteça. Você já deve ter percebido que muitas pessoas conseguem empregos e oportunidades porque fizeram um bom trabalho e foram reconhecidas.

A famosa “indicação” é algo comum quando se tem uma rede de contatos sólida, com uma base que é nutrida constantemente, sempre atrelado a um bom trabalho, claro.

2- Para seu networking ser um sucesso, é preciso saber que existem modos de tratar suas conexões que podem alavancar sua rede de contatos ou prejudicar sua reputação. Pessoas que buscam apenas se relacionar a qualquer custo, priorizando a quantidade em detrimento à qualidade, acabam agindo da forma oposta ao que é recomendado. Network é um dom que precisa ser moldado.

3- É muito comum, também, se sentir inseguro demais para criar vínculos com outros profissionais. É preciso deixar a vergonha de lado e inspirar confiança. Se você não confia em si mesmo, como outros irão? Descubra o que a pessoa que você quer se conectar gosta, com quem ela convive.

4- Estude e melhore seu storytelling e aprenda a se comunicar melhor.

Assim você conseguirá avançar.

Inicialmente, a criação de laços deve ser feita de forma espontânea. Não se deve se aproximar de alguém apenas esperando receber algo em troca. O ideal é que você crie e mantenha seus relacionamentos de forma natural e que tenha interações constantes, não apenas quando tiver necessidade de algo que possam fornecer.

Relacionamento é sobre dar, e não pedir. O retorno vem automaticamente. A sabedoria do network está na paciência de esperar a maturação do relacionamento. Você não planta uma árvore hoje e colhe frutos no dia seguinte, você precisa entender que em algum momento Deus irá usar pessoas para te levar para o próximo nível. Jesus foi o maior estrategista que já passou pela terra, e seguir alguns princípios básicos, como servir e presentear, irá te levar ao ápice do relacionamento.

A probabilidade de que a pessoa se lembre de você, e, mais importante, do que você faz, é muito grande se você puder inspirar confiança e amizades recíprocas.

5- Procure estar no lugar certo, na hora certa. Você precisa saber porquê, como e o que. Onde estar, quando estar e com quem estar. Manter um bom relacionamento com a rede de contatos que você construiu é uma ação que deve ser priorizada todos os dias. Com a internet e as redes sociais se tornou ainda mais simples fortalecer seus laços e sua marca pessoal.

Parece ingênuo, de início, atrelar o segredo do sucesso às pessoas que convivemos. Mas é uma realidade fortíssima. Como já bem diz o famoso versículo de Provérbios: “diga-me com quem tu andas, que te direi assim quem tu és”. Valorize os contatos em que pode confiar, e o seu sucesso será sem limites. Assim, alcançar seus objetivos pessoais e profissionais será apenas uma questão de tempo.

Existem erros básicos na construção de um network. Bruno listou os mais comuns:

* Abordagem no momento errado e de forma errada;

* Acessar pedindo, e não servindo;

* Não investir no social;

* Não pagar o preço achando que não é necessário;

* Não deixar pessoas que são âncoras para trás;

* Não acreditar no seu potencial por não estar preparado;

* Ter problemas de autoestima por gatilhos do passado;

* Não se comportar e vestir da forma correta;

* Não frequentar os ambientes adequados;

* Não ser um solucionador de problemas;

* Desistir achando que já fez demais pelo outro e ainda não teve retorno;

* Não entender que relacionamentos não devem ser quebrados, pois não têm prazo de validade.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

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sexta-feira, 2 de junho de 2023

MUDANÇA NO STF INCLUI NOTÁVEL SABER JURÍDICO

 

Leia análise de Ives Gandra Martins

Mudança de perfil da Corte, mais politizada, influi no peso dado ao requisito do conhecimento sobre direito

Por Ives Gandra da Silva Martins*

Cristiano Zanin Martins é um grande e íntegro advogado, reconhecido pela classe. Exerceu admiravelmente a defesa do presidente Lula contra todos. Vale dizer: um brilhante profissional. De idoneidade moral, este requisito foi preenchido.

Agora, o requisito da Constituição vai além do brilhantismo na profissão. O artigo 101 da Constituição prevê notável saber jurídico. O notável é aquilo que está acima da média do conhecimento de todos, o que inclui saber acadêmico, livros publicados, reconhecimento nacional e internacional como jurista.

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Ives Gandra da Silva Martins é advogado, professor titular da Faculdade de Direito do Mackenzie e emérito da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército (Foto: Alex Silva/Estadão)
Ives Gandra da Silva Martins é advogado, professor titular da Faculdade de Direito do Mackenzie e emérito da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército (Foto: Alex Silva/Estadão) 

Na prática, este requisito nem sempre tem sido seguido pelos presidentes nas indicações. Quais livros publicou? Qual sua titulação? O reconhecimento acadêmico é ser mestre, doutor, livre docente ou professor titular, doutor honoris causa. O reconhecimento acadêmico é o que difere o advogado do jurista. O magistrado do jurista.

Este adjetivo não foi previsto inutilmente pelo constituinte. José Moreira Alves, que foi ministro do Supremo, foi professor titular da USP. Ricardo Lewandowski é professor titular da USP. Alexandre de Moraes é livre docente da USP, prestou concurso, fez mestrado e doutorado.

A figura do notável saber jurídico estabelece que, para ser ministro, precisa estar acima de uma titulação normal. Não só ser brilhante profissional – esse requisito, indiscutivelmente, Zanin preenche –, mas titulação acadêmica é o que lhe falta. É o que está na Constituição. Não é a tradição de todos os presidentes da República que este seja o critério maior.

Hoje, o Supremo ganhou uma dimensão política, o que levou a Corte, pela opinião popular, a ser muitas vezes equiparada a um poder político. Os ministros hoje são elogiados ou atacados como políticos, não como juristas respeitados. Nós temos hoje um perfil de STF que se auto-outorgou uma flexibilidade muito maior em criar novas hipóteses legislativas, invadindo a competência do Poder Legislativo.

Desde 2003, esse perfil vem mudando gradativamente, o que nos últimos anos se intensificou. Os requisitos colocados na Constituição passaram a ser formais. Os presidentes indicam bons profissionais, mas deveriam indicar também grandes juristas.

*Ives Gandra da Silva Martins é advogado, professor titular da Faculdade de Direito do Mackenzie e emérito da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército

O BRASIL ESTÁ NA DEDPENDÊNCIA DO MAU HUMOR DE LULA

Brasil está na perigosa dependência do (mau) humor de uma única pessoa: Lula

O que acontecerá se Lula decidir que sua candidata para 2026 deve ser a primeira-dama, convertida em nossa Isabelita Perón? Alguém vai se opor?

Por Fabio Giambiagi

Mauricio Macri era o líder da coalizão que liderava as pesquisas para as eleições argentinas e, recentemente, emitiu a declaração que sintetizo a seguir: “Há 80 anos, uma parte da sociedade argentina decidiu acreditar em líderes messiânicos. Essa liderança paternalista desestimulou as pessoas a assumirem a sua própria responsabilidade. Nunca acreditei nesse caudilhismo. Os argentinos me ouviram muitas vezes falar da importância das equipes e da competição. Há alguns meses fomos enormemente felizes. A seleção apostou em um conjunto, mesmo tendo em campo o melhor jogador de todos, mas o resto não esperou que fosse ele quem assegurasse o triunfo. Não venceu o líder: venceu o time. Nossa coalizão conseguiu superar essa falsa ilusão do indivíduo salvador. Sempre fizemos isso conservando a unidade. Estou convencido de que esse é o time do qual a Argentina precisa. Por tudo isso, não serei candidato. E o faço convencido de que é necessário ampliar o espaço político da mudança que começamos no passado e de que precisamos inspirar os outros com nossas próprias ações. Quero agradecer a todos pelo amadurecimento de avançar na direção certa e dizer meu muito obrigado a todos pelo carinho que sinto nas ruas”.

Em 2022, no Brasil, a necessidade de evitar o perigo associado a uma seita de fanáticos levou a uma convergência de grupos políticos que tinham tido sérias divergências entre si. Nesse contexto, Lula da Silva liderava as pesquisas. O desafio histórico clamava por um gesto de grandeza, renunciando à sua candidatura em favor de um nome de unidade ou sendo candidato, mas compreendendo que teria que desempenhar um papel muito diferente do de líder do PT.

E se Janja, esposa de Lula, quiser se candidatar em 2026?
E se Janja, esposa de Lula, quiser se candidatar em 2026? Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Infelizmente, Lula não fez o gesto de Macri nem revela ter a grandeza de um Nelson Mandela de deixar o rancor pessoal de lado e agir como o presidente de uma frente ampla. O jornalista Thomas Traumann noticiou que, quando alguém sugere que poderia estar errado, Lula responde: “Você teve 60 milhões de votos? Porque, quando você tiver 60 milhões de votos, você se senta nessa cadeira e faz do jeito que você quiser”.

O Brasil está na perigosa dependência do (mau) humor de uma única pessoa. Nesse caso, o PT tem que responder a uma pergunta: se a indicação for na base do “dedazo”, como em 2010, o que acontecerá se Lula decidir que sua candidata para 2026 deve ser a primeira-dama, convertida em nossa Isabelita Perón? Alguém vai se opor? É uma hipótese na qual o País deveria começar a pensar.

 

GASTOS DE VIAGENS DE LULA NO INÍCIO DO SEU MANDATO

 

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo


| Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Lula esteve afastado do país por 28 dias em visitas a nove países, torrando mais de R$ 6 milhões só em diárias e passagens para assessores e seguranças. Ocupado com a busca de projeção internacional, Lula cometeu gafes e afastou-se das articulações políticas com deputados e senadores, o que resultou em derrotas no Congresso Nacional. Nas viagens nacionais, que consumiram R$ 800 mil, lançou ou relançou alguns projetos e visitou obras iniciadas em governos anteriores.

O período mais intenso das viagens internacionais ocorreu em abril. A comitiva de Lula partiu para a China no dia 11 daquele mês, com escalas em Lisboa e Abu Dhabi. Passou primeiro em Xangai, dia 13, para a cerimônia de posse da “presidenta” do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff. Lula teve ainda audiência com o secretário-geral do Partido Comunista em Xangai, Chen Jining.

No dia seguinte, teve encontros restrito e ampliado com o presidente da República Popular da China, Xi Jinping. No retorno, dia 15, esteve em Abu Dhabi, onde teve reunião com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, o xeique Mohammed Al Nahyan. Chegou a Brasília no dia 16, domingo, às 21h. As diárias e passagens da viagem custaram R$ 2 milhões.

No final da visita aos Emirados, Lula voltou a afirmar que a Ucrânia também foi responsável pela guerra com a Rússia; quando, na verdade, a Ucrânia foi invadida. “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora estamos tentando construir um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia”, disse Lula. Ele acrescentou que “a Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”. A declaração provocou protestos principalmente da Europa e EUA.

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Lula entrega regras fiscais e retorna ao exterior
No dia 18 de abril, no Palácio do Planalto, Lula entregou o Projeto de Lei Complementar 93/23, que institui o novo arcabouço de regras fiscais. Participaram da cerimônia o presidente da Câmara, Arthur Lira; o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo; e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; entre outras autoridades. Em vez negociar o PLP 93/23 com as lideranças do Congresso, Lula permaneceu apenas quatro dias em Brasília. Embarcou para Lisboa no dia 20, quinta-feira, às 22h.

Em Lisboa, no sábado (22), manteve encontros com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; e com o primeiro-ministro, Antônio Costa. Na segunda-feira, viajou a Porto para a abertura do Fórum Empresarial Brasil-Portugal. Retornou a Lisboa em voo de demonstração a bordo da aeronave KC-390 Millennium, da Embraer. Às 16h, prestigiou a entrega do Prêmio Camões a Chico Buarque.

Na terça-feira (25), foi para Madri, onde teve encontro com centrais sindicais espanholas e participou do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Espanha. No dia seguinte, esteve em reunião de ministros com o presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez; e teve encontro com o Rei Felipe VI, da Espanha. Partiu para o Brasil no meio da tarde e chegou a Brasília às 22h30. Só a passadinha em Madri custou R$ 400 mil. A viagem toda, R$ 1,4 milhão em diárias e passagens.

No final de janeiro, já havia passado pela Argentina e pelo Uruguai. Em Buenos Aires, firmou acordos de cooperação, defendeu a criação de uma moeda comum com a Argentina e prometeu usar Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar obras na América do Sul. O banco estatal brasileiro vai financiar o trecho do gasoduto da Patagônia argentina. Em Montevidéu, Lula conversou com o presidente uruguaio, Lacalle Pou, um político de direita, sobre o projeto da hidrovia da Lagoa Mirim, na fronteira dos dois países. As duas viagens custaram R$ 800 mil.

Em maio, Lula esteve em Londres para a cerimônia de coroação do Rei Charles III do Reino Unido da Grã-Bretanha, na Abadia de Westminster. No dia 17 de maio, partiu para Hiroshima, onde participou como convidado do G7, grupo das sete maiores potências mundiais. Ele participou de reuniões de trabalho e teve encontros com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com os primeiros-ministros do Japão, da Alemanha, da Índia, do Canadá e da Austrália; além do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Lula entrega o projeto no novo arcabouço fiscal a Lira e Rêgo: Foto: Ricardo Stuckert/PR| Ricardo Stuckert

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As derrotas e sustos de Lula no Congresso
No início de maio, Lula teve sua primeira derrota expressiva no Congresso. No início de abril, o presidente havia flexibilizado, por decreto, o marco legal do saneamento, aprovado pelo Congresso em 2020, no governo Bolsonaro. Em 3 de maio, um decreto legislativo aprovado pelo Congresso anulou o decreto de Lula.

Na noite desta terça-feira (30/05), a Câmara aprovou o projeto de lei 490/2007, que transforma em lei a tese sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Foram 283 votos a favor e 155 contra. O texto seguiu agora para a deliberação do Senado.

Lula acabou conseguindo a aprovação do novo arcabouço de regras fiscais, que substituiu o antigo teto de gastos, mas o relator do projeto, deputado Claudio Cajado (PP-BA), incluiu gatilhos para ajuste de despesas e sanções ao governo caso as metas de resultado primário não sejam cumpridas.

Enquanto Lula viajava pelo mundo, a oposição alterou a Medida Provisória 1154/23, que reestrutura os ministérios. Os mais atingidos foram os ministérios do Meio Ambiente dos Povos Indígenas. O presidente teve que pedir a ajuda de Arthur Lira. Conseguiu, mas ele avisou: “daqui para frente, o governo tem que andar com suas próprias pernas”. No dia anterior, afirmou que “há uma insatisfação generalizada com a falta de articulação política do governo”. Após a aprovação pela Câmara, o Senado aprovou a MP na tarde desta quinta-feira (01/06), por 51 votos a 19.

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Obras, relançamento de programas e Coldplay

Lula teve um início de mandato agitado. No dia 8 de janeiro, domingo, fez visita de apoio à Araraquara (SP) em decorrência das enchentes, às 14h30. Naquele momento, ocorreu a invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Presidência da República. Lula desembarcou em Brasília às 20h50.  No dia 21, esteve em Boa Vista para anunciar ações emergenciais para a população Yanomami. No início da noite, partiu para Buenos Aires.

No dia 6 de fevereiro, deu início as andanças pelo país. Esteve na inauguração de unidades do complexo Super Centro Carioca de Saúde, com o aliado e prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Mas três dias depois partiu para Washington. No dia 14, começaram as visitas eleitoreiras. Quando não tinha obra para inaugurar, visitava canteiros de obras. Lula esteve no “lançamento” do novo programa Minha Casa Minha Vida e entrega de empreendimentos em Santo Amaro (BA). No dia seguinte, visitou o canteiro de obras da frente de trabalho para a duplicação da BR-101/SE, em Aracaju. As duas viagens custaram R$ 100 mil em diárias e passagens. Em 17 de fevereiro, Lula partiu para Salvador sem agenda oficial, para o feriado de Carnaval.

Em 3 de março, prestigiou a cerimônia de entrega de 1.440 unidades do Programa Minha Casa Minha Vida em Rondonópolis (MT), acompanhado do ministro das Cidades, Jader Filho). Duas horas mais tarde, estava no encontro com representantes do agronegócio de Mato Grosso, acompanhado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. As diárias e passagens dos seguranças de Lula custaram R$ 72 mil.

Lula entrega casas do Minha Casa Minha Vida em Rondonópolis. Foto: Ricardo Stuckert/PR

No dia 13 de março, esteve na 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima, em Boa Vista. Em 22 de março, viajou para a cerimônia de lançamento do Complexo Renovável Neoenergia – Parque Eólico Chafariz, em Santa Luzia (PB). No mesmo dia, presenciou a cerimônia de “relançamento” do Programa de Aquisição de Alimentos, em Recife.

Em 23 de março, Lula visitou o Complexo Naval de Itaguaí (RJ), às 15h30, onde funciona um estaleiro de submarinos. O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve por lá algumas vezes. Às 18h, teve encontro com a banda Coldplay. Em seguida, esteve no ato “Pelo Direito à Cultura: Novo Decreto do Fomento”, no Theatro Municipal. A passagem pelo Rio custou R$ 104 mil.

Lula repete gesto de Bolsonaro e prestigia estaleiro de submarinos. Foto: Ricardo Stuckert/PR


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