Dino vai à casa de Lira para conter crise após operação da Polícia Federal atingir seu ex-assessor
Presidente da Câmara tem cópia de mensagens que assessoria da corporação divulgou, com dados de investigação sigilosa
Por Vera Rosa – Jornal Estadão
BRASÍLIA – O ministro da Justiça, Flávio Dino, esteve na residência
oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após a operação da
Polícia Federal que atingiu Luciano Cavalcante, o ex-assessor do
deputado que atualmente trabalha na liderança de seu partido, o PP. Lira
queria saber de Dino detalhes sobre a diligência e por que motivo o
processo de busca e apreensão em endereços de seus aliados foi
deflagrado agora, justamente no momento em que ele e o governo vivem uma
crise de relacionamento.
O presidente da Câmara tem em mãos cópias de mensagens que a
assessoria da Polícia Federal divulgou sobre a operação sigilosa e
desconfia que o Palácio do Planalto prepara um cerco político contra
ele. Agora, cobra uma apuração do que chama de “vazamento” ilegal de
informações.
No encontro desta quinta-feira, 1.º, Dino disse a Lira que o
inquérito da PF – aberto para investigar desvio de recursos destinados à
compra de kits escolares de robótica, em Alagoas –, começou antes mesmo
do início do governo Lula. É justamente essa investigação que atinge o
ex-assessor do deputado e outros aliados. O ministro da Justiça afirmou,
ainda, não ter controle sobre as datas de operação da PF.
Num dos locais de busca e apreensão, em Maceió, a PF encontrou R$ 4,4
milhões em dinheiro vivo. “Eu não tenho nada a ver com isso nem me
sinto atingido”, reagiu Lira. “Cada um é responsável por seu CPF.”
Fúria
Furioso, o presidente da Câmara fez questão de repetir, após a
aprovação da Medida Provisória (MP) de reestruturação dos ministérios,
na noite de quarta-feira, 31, que o governo terá agora de andar com as
próprias pernas. Àquela altura, não se desconfiava da operação da PF no
dia seguinte. Aliados de Lira observam, porém, que ele já deveria saber
de alguma coisa porque queria deixar caducar a MP e foi necessário muito
esforço para demovê-lo da ideia.
Lira
tem certeza de que Palácio do Planalto está por trás de operação da PF
que atingiu seu ex-assessor. Foto: Pablo Valadares/Agência
Câmara Foto: Pablo Valadares/Agência C
Lira não se cansa de criticar o que chama de “ausência de articulação
política” por parte do Executivo. Não é só: acha que está sendo
“enrolado” por ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
não querem dividir com ele a execução do Orçamento.
Na prática, o presidente da Câmara tem colecionado desavenças com o
governo. Em abril, por exemplo, Dino vetou a indicação de Lira para uma
vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região
(TRF-1). O deputado queria emplacar no cargo o juiz João Carlos Mayer
Soares, mas Dino alegou que ele era muito próximo do ex-ministro da
Justiça Anderson Torres, suspeito de ter estimulado os ataques golpistas
de 8 de janeiro.
Em outra frente, o Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para a
próxima terça-feira, 6, o julgamento de um recurso de Lira contra
denúncia da Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. O
processo que pode torná-lo réu o acusa de receber propina de R$ 106 mil
do ex-presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU)
Francisco Colombo. O dinheiro foi apreendido com um ex-assessor de Lira,
que nega ter qualquer relação com aqueles valores.
Especialista dá dicas para aumentar seu networking e fala da importância de ter conexções
Criador do maior evento brasileiro de network do mundo, Bruno Avelar
dá dicas para aumentar o networking e fala sobre a importância das
conexões
O network é a base do sucesso de qualquer negócio. A arte do
networking é poder construir uma rede de contatos que possa
potencializar oportunidades através de relacionamentos. Segundo o
empresário Bruno Avelar, especialista no assunto, a troca de
conhecimentos e experiências é fundamental, seja para fortalecer laços,
estreitar negociações ou se destacar no mercado.
Para ele, existem alguns passos que precisam ser seguidos para conseguir construir uma eficiente rede de networking:
“Conviver com pessoas de diferentes segmentos e que possam
influenciar nas suas conexões é uma forma de aprimorar o crescimento
interpessoal e se aproximar dos seus objetivos profissionais.
Independentemente do segmento, o networking traz inúmeros benefícios e
um grande reconhecimento. Já é de conhecimento comum que ser
bem-sucedido na área escolhida está diretamente ligado aos
relacionamentos cultivados dentro e fora do ambiente de trabalho.. Sem relacionamentos, não existe negócio”, disse Avelar, que complementou ter uma boa rede de contatos não é uma opção, é indispensável:
“Com as conexões certas você vai alavancar seu empreendimento e
caminhar lado a lado com quem pode te ajudar a impulsionar sua carreira
para o futuro”.
Avelar afirma que um bom-network é feito de forma orgânica e muda a
maneira como você é visto, fazendo com que se torne uma referência, já
que as pessoas estarão cientes de quem você é e o que você faz.
“Essa visibilidade é fundamental e te transforma em uma pessoa
confiável, com uma boa reputação. A reputação aqui é a chave para uma
rede de relacionamentos de sucesso”, falou.
Bruno é um empreendedor, mentor e escritor brasileiro, CVO (Chief
Visionary Officer) de diversas empresas e criador do ‘O Poder do
Network’. O encontro é o maior evento brasileiro de network do mundo e
já impactou há mais de 14 mil empresários nos Estados Unidos.
“Falando por experiência própria, o network foi a base das minhas
conquistas. Não fazemos nada sozinhos e precisamos de pessoas em todas
as áreas da vida. Como estratégia, sempre tentei fazer com que outras
pessoas me apresentassem, ao invés de me apresentar, o que já gera
confiança, credibilidade e autoridade. Mas lembre-se: devemos ser
intencionais na construção de um novo relacionamento, mas nunca
interesseiros”, disse.
COMO SER UM MESTRE NA ARTE DO NETWORKING?
1- Pague o preço para estar onde os melhores estão. São nos ambientes
mais restritos que você fará as melhores conexões e neste momento sua
postura e comportamento serão fundamentais para que isso aconteça. Você
já deve ter percebido que muitas pessoas conseguem empregos e
oportunidades porque fizeram um bom trabalho e foram reconhecidas.
A famosa “indicação” é algo comum quando se tem uma rede de contatos
sólida, com uma base que é nutrida constantemente, sempre atrelado a um
bom trabalho, claro.
2- Para seu networking ser um sucesso, é preciso saber que existem
modos de tratar suas conexões que podem alavancar sua rede de contatos
ou prejudicar sua reputação. Pessoas que buscam apenas se relacionar a
qualquer custo, priorizando a quantidade em detrimento à qualidade,
acabam agindo da forma oposta ao que é recomendado. Network é um dom que
precisa ser moldado.
3- É muito comum, também, se sentir inseguro demais para criar
vínculos com outros profissionais. É preciso deixar a vergonha de lado e
inspirar confiança. Se você não confia em si mesmo, como outros irão?
Descubra o que a pessoa que você quer se conectar gosta, com quem ela
convive.
4- Estude e melhore seu storytelling e aprenda a se comunicar melhor.
Assim você conseguirá avançar.
Inicialmente, a criação de laços deve ser feita de forma espontânea.
Não se deve se aproximar de alguém apenas esperando receber algo em
troca. O ideal é que você crie e mantenha seus relacionamentos de forma
natural e que tenha interações constantes, não apenas quando tiver
necessidade de algo que possam fornecer.
Relacionamento é sobre dar, e não pedir. O retorno vem
automaticamente. A sabedoria do network está na paciência de esperar a
maturação do relacionamento. Você não planta uma árvore hoje e colhe
frutos no dia seguinte, você precisa entender que em algum momento Deus
irá usar pessoas para te levar para o próximo nível. Jesus foi o maior
estrategista que já passou pela terra, e seguir alguns princípios
básicos, como servir e presentear, irá te levar ao ápice do
relacionamento.
A probabilidade de que a pessoa se lembre de você, e, mais
importante, do que você faz, é muito grande se você puder inspirar
confiança e amizades recíprocas.
5- Procure estar no lugar certo, na hora certa. Você precisa saber
porquê, como e o que. Onde estar, quando estar e com quem estar. Manter
um bom relacionamento com a rede de contatos que você construiu é uma
ação que deve ser priorizada todos os dias. Com a internet e as redes
sociais se tornou ainda mais simples fortalecer seus laços e sua marca
pessoal.
Parece ingênuo, de início, atrelar o segredo do sucesso às pessoas
que convivemos. Mas é uma realidade fortíssima. Como já bem diz o famoso
versículo de Provérbios: “diga-me com quem tu andas, que te direi assim
quem tu és”. Valorize os contatos em que pode confiar, e o seu sucesso
será sem limites. Assim, alcançar seus objetivos pessoais e
profissionais será apenas uma questão de tempo.
Existem erros básicos na construção de um network. Bruno listou os mais comuns:
* Abordagem no momento errado e de forma errada;
* Acessar pedindo, e não servindo;
* Não investir no social;
* Não pagar o preço achando que não é necessário;
* Não deixar pessoas que são âncoras para trás;
* Não acreditar no seu potencial por não estar preparado;
* Ter problemas de autoestima por gatilhos do passado;
* Não se comportar e vestir da forma correta;
* Não frequentar os ambientes adequados;
* Não ser um solucionador de problemas;
* Desistir achando que já fez demais pelo outro e ainda não teve retorno;
* Não entender que relacionamentos não devem ser quebrados, pois não têm prazo de validade.
Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda,
empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de
reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.
São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os
negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.
Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento
das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de
consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas
possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os
negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e
se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade,
personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e
serviços.
Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do
comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios
passa pelo digital.
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região capaz de alavancar as suas vendas.
Mudança de perfil da Corte, mais politizada, influi no peso dado ao requisito do conhecimento sobre direito
Por Ives Gandra da Silva Martins*
Cristiano Zanin Martins é um grande e íntegro advogado, reconhecido pela classe. Exerceu admiravelmente a defesa do presidente Lula contra todos. Vale dizer: um brilhante profissional. De idoneidade moral, este requisito foi preenchido.
Agora, o requisito da Constituição vai além do
brilhantismo na profissão. O artigo 101 da Constituição prevê notável
saber jurídico. O notável é aquilo que está acima da média do
conhecimento de todos, o que inclui saber acadêmico, livros publicados,
reconhecimento nacional e internacional como jurista.
Ives
Gandra da Silva Martins é advogado, professor titular da Faculdade de
Direito do Mackenzie e emérito da Escola de Comando do Estado-Maior do
Exército (Foto: Alex Silva/Estadão)
Na prática, este requisito nem sempre tem sido seguido pelos
presidentes nas indicações. Quais livros publicou? Qual sua titulação? O
reconhecimento acadêmico é ser mestre, doutor, livre docente ou
professor titular, doutor honoris causa. O reconhecimento acadêmico é o que difere o advogado do jurista. O magistrado do jurista.
Este adjetivo não foi previsto inutilmente pelo constituinte. José Moreira Alves, que foi ministro do Supremo, foi professor titular da USP. Ricardo Lewandowski é professor titular da USP. Alexandre de Moraes é livre docente da USP, prestou concurso, fez mestrado e doutorado.
A figura do notável saber jurídico estabelece que, para ser ministro,
precisa estar acima de uma titulação normal. Não só ser brilhante
profissional – esse requisito, indiscutivelmente, Zanin preenche –, mas
titulação acadêmica é o que lhe falta. É o que está na Constituição. Não
é a tradição de todos os presidentes da República que este seja o
critério maior.
Hoje, o Supremo ganhou uma dimensão política, o que levou a Corte,
pela opinião popular, a ser muitas vezes equiparada a um poder político.
Os ministros hoje são elogiados ou atacados como políticos, não como
juristas respeitados. Nós temos hoje um perfil de STF que se
auto-outorgou uma flexibilidade muito maior em criar novas hipóteses
legislativas, invadindo a competência do Poder Legislativo.
Desde 2003, esse perfil vem mudando gradativamente, o que nos últimos
anos se intensificou. Os requisitos colocados na Constituição passaram a
ser formais. Os presidentes indicam bons profissionais, mas deveriam
indicar também grandes juristas.
*Ives Gandra da Silva Martins é advogado, professor titular da
Faculdade de Direito do Mackenzie e emérito da Escola de Comando do
Estado-Maior do Exército
Brasil está na perigosa dependência do (mau) humor de uma única pessoa: Lula
O que acontecerá se Lula decidir que sua
candidata para 2026 deve ser a primeira-dama, convertida em nossa
Isabelita Perón? Alguém vai se opor?
Por Fabio Giambiagi
Mauricio Macri era
o líder da coalizão que liderava as pesquisas para as eleições
argentinas e, recentemente, emitiu a declaração que sintetizo a seguir:
“Há 80 anos, uma parte da sociedade argentina decidiu acreditar em
líderes messiânicos. Essa liderança paternalista desestimulou as pessoas
a assumirem a sua própria responsabilidade. Nunca acreditei nesse
caudilhismo. Os argentinos me ouviram muitas vezes falar da importância
das equipes e da competição. Há alguns meses fomos enormemente felizes. A
seleção apostou em um conjunto, mesmo tendo em campo o melhor jogador
de todos, mas o resto não esperou que fosse ele quem assegurasse o
triunfo. Não venceu o líder: venceu o time. Nossa coalizão conseguiu
superar essa falsa ilusão do indivíduo salvador. Sempre fizemos isso
conservando a unidade. Estou convencido de que esse é o time do qual a
Argentina precisa. Por tudo isso, não serei candidato. E o faço
convencido de que é necessário ampliar o espaço político da mudança que
começamos no passado e de que precisamos inspirar os outros com nossas
próprias ações. Quero agradecer a todos pelo amadurecimento de avançar
na direção certa e dizer meu muito obrigado a todos pelo carinho que
sinto nas ruas”.
Em 2022, no Brasil, a necessidade de evitar o perigo associado a uma
seita de fanáticos levou a uma convergência de grupos políticos que
tinham tido sérias divergências entre si. Nesse contexto, Lula da Silva liderava
as pesquisas. O desafio histórico clamava por um gesto de grandeza,
renunciando à sua candidatura em favor de um nome de unidade ou sendo
candidato, mas compreendendo que teria que desempenhar um papel muito
diferente do de líder do PT.
E se Janja, esposa de Lula, quiser se candidatar em 2026? Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
Infelizmente, Lula não fez o gesto de Macri nem revela ter a grandeza
de um Nelson Mandela de deixar o rancor pessoal de lado e agir como o
presidente de uma frente ampla. O jornalista Thomas Traumann noticiou
que, quando alguém sugere que poderia estar errado, Lula responde: “Você
teve 60 milhões de votos? Porque, quando você tiver 60 milhões de
votos, você se senta nessa cadeira e faz do jeito que você quiser”.
O Brasil está na perigosa dependência do (mau) humor de uma única
pessoa. Nesse caso, o PT tem que responder a uma pergunta: se a
indicação for na base do “dedazo”, como em 2010, o que acontecerá se
Lula decidir que sua candidata para 2026 deve ser a primeira-dama, convertida em nossa Isabelita Perón? Alguém vai se opor? É uma hipótese na qual o País deveria começar a pensar.
| Foto: Ricardo Stuckert O presidente Lula esteve afastado do
país por 28 dias em visitas a nove países, torrando mais de R$ 6 milhões
só em diárias e passagens para assessores e seguranças. Ocupado com a
busca de projeção internacional, Lula cometeu gafes e afastou-se das
articulações políticas com deputados e senadores, o que resultou em
derrotas no Congresso Nacional. Nas viagens nacionais, que consumiram R$
800 mil, lançou ou relançou alguns projetos e visitou obras iniciadas
em governos anteriores.
O período mais intenso das viagens internacionais ocorreu em abril. A
comitiva de Lula partiu para a China no dia 11 daquele mês, com escalas
em Lisboa e Abu Dhabi. Passou primeiro em Xangai, dia 13, para a
cerimônia de posse da “presidenta” do Novo Banco de Desenvolvimento
(NBD), Dilma Rousseff. Lula teve ainda audiência com o secretário-geral
do Partido Comunista em Xangai, Chen Jining.
No dia seguinte, teve encontros restrito e ampliado com o presidente
da República Popular da China, Xi Jinping. No retorno, dia 15, esteve em
Abu Dhabi, onde teve reunião com o presidente dos Emirados Árabes
Unidos, o xeique Mohammed Al Nahyan. Chegou a Brasília no dia 16,
domingo, às 21h. As diárias e passagens da viagem custaram R$ 2 milhões.
No final da visita aos Emirados, Lula voltou a afirmar que a Ucrânia
também foi responsável pela guerra com a Rússia; quando, na verdade, a
Ucrânia foi invadida. “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E
agora estamos tentando construir um grupo de países que não tem
envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, para conversarmos
tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia”, disse Lula. Ele acrescentou
que “a Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a
continuidade desta guerra”. A declaração provocou protestos
principalmente da Europa e EUA.
VEJA TAMBÉM: Câmara dos Deputados paga o teto salarial ou até um pouco mais para 1,5 mil servidores
Lula entrega regras fiscais e retorna ao exterior No dia 18 de
abril, no Palácio do Planalto, Lula entregou o Projeto de Lei
Complementar 93/23, que institui o novo arcabouço de regras fiscais.
Participaram da cerimônia o presidente da Câmara, Arthur Lira; o
vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo; e o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad; entre outras autoridades. Em vez negociar o
PLP 93/23 com as lideranças do Congresso, Lula permaneceu apenas quatro
dias em Brasília. Embarcou para Lisboa no dia 20, quinta-feira, às 22h.
Em Lisboa, no sábado (22), manteve encontros com o presidente de
Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; e com o primeiro-ministro, Antônio
Costa. Na segunda-feira, viajou a Porto para a abertura do Fórum
Empresarial Brasil-Portugal. Retornou a Lisboa em voo de demonstração a
bordo da aeronave KC-390 Millennium, da Embraer. Às 16h, prestigiou a
entrega do Prêmio Camões a Chico Buarque.
Na terça-feira (25), foi para Madri, onde teve encontro com centrais
sindicais espanholas e participou do encerramento do Fórum Empresarial
Brasil-Espanha. No dia seguinte, esteve em reunião de ministros com o
presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez; e teve encontro com o
Rei Felipe VI, da Espanha. Partiu para o Brasil no meio da tarde e
chegou a Brasília às 22h30. Só a passadinha em Madri custou R$ 400 mil. A
viagem toda, R$ 1,4 milhão em diárias e passagens.
No final de janeiro, já havia passado pela Argentina e pelo Uruguai.
Em Buenos Aires, firmou acordos de cooperação, defendeu a criação de uma
moeda comum com a Argentina e prometeu usar Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar obras na
América do Sul. O banco estatal brasileiro vai financiar o trecho do
gasoduto da Patagônia argentina. Em Montevidéu, Lula conversou com o
presidente uruguaio, Lacalle Pou, um político de direita, sobre o
projeto da hidrovia da Lagoa Mirim, na fronteira dos dois países. As
duas viagens custaram R$ 800 mil.
Em maio, Lula esteve em Londres para a cerimônia de coroação do Rei
Charles III do Reino Unido da Grã-Bretanha, na Abadia de Westminster. No
dia 17 de maio, partiu para Hiroshima, onde participou como convidado
do G7, grupo das sete maiores potências mundiais. Ele participou de
reuniões de trabalho e teve encontros com o presidente da França,
Emmanuel Macron, e com os primeiros-ministros do Japão, da Alemanha, da
Índia, do Canadá e da Austrália; além do secretário-geral da ONU,
António Guterres.
Lula entrega o projeto no novo arcabouço fiscal a Lira e Rêgo: Foto: Ricardo Stuckert/PR| Ricardo Stuckert
VEJA TAMBÉM: Arthur Lira torra R$ 1,3 milhão com jatinhos e lidera gastança no Congresso
As derrotas e sustos de Lula no Congresso No início de maio,
Lula teve sua primeira derrota expressiva no Congresso. No início de
abril, o presidente havia flexibilizado, por decreto, o marco legal do
saneamento, aprovado pelo Congresso em 2020, no governo Bolsonaro. Em 3
de maio, um decreto legislativo aprovado pelo Congresso anulou o decreto
de Lula.
Na noite desta terça-feira (30/05), a Câmara aprovou o projeto de lei
490/2007, que transforma em lei a tese sobre o marco temporal para
demarcação de terras indígenas. Foram 283 votos a favor e 155 contra. O
texto seguiu agora para a deliberação do Senado.
Lula acabou conseguindo a aprovação do novo arcabouço de regras
fiscais, que substituiu o antigo teto de gastos, mas o relator do
projeto, deputado Claudio Cajado (PP-BA), incluiu gatilhos para ajuste
de despesas e sanções ao governo caso as metas de resultado primário não
sejam cumpridas.
Enquanto Lula viajava pelo mundo, a oposição alterou a Medida
Provisória 1154/23, que reestrutura os ministérios. Os mais atingidos
foram os ministérios do Meio Ambiente dos Povos Indígenas. O presidente
teve que pedir a ajuda de Arthur Lira. Conseguiu, mas ele avisou: “daqui
para frente, o governo tem que andar com suas próprias pernas”. No dia
anterior, afirmou que “há uma insatisfação generalizada com a falta de
articulação política do governo”. Após a aprovação pela Câmara, o Senado
aprovou a MP na tarde desta quinta-feira (01/06), por 51 votos a 19.
VEJA TAMBÉM: Maior benefício do Bolsa Família chega a R$ 2,5 mil: quase dois salários mínimos Obras, relançamento de programas e Coldplay
Lula teve um início de mandato agitado. No dia 8 de janeiro, domingo,
fez visita de apoio à Araraquara (SP) em decorrência das enchentes, às
14h30. Naquele momento, ocorreu a invasão e depredação dos prédios do
Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Presidência
da República. Lula desembarcou em Brasília às 20h50. No dia 21, esteve
em Boa Vista para anunciar ações emergenciais para a população Yanomami.
No início da noite, partiu para Buenos Aires.
No dia 6 de fevereiro, deu início as andanças pelo país. Esteve na
inauguração de unidades do complexo Super Centro Carioca de Saúde, com o
aliado e prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Mas três dias depois
partiu para Washington. No dia 14, começaram as visitas eleitoreiras.
Quando não tinha obra para inaugurar, visitava canteiros de obras. Lula
esteve no “lançamento” do novo programa Minha Casa Minha Vida e entrega
de empreendimentos em Santo Amaro (BA). No dia seguinte, visitou o
canteiro de obras da frente de trabalho para a duplicação da BR-101/SE,
em Aracaju. As duas viagens custaram R$ 100 mil em diárias e passagens.
Em 17 de fevereiro, Lula partiu para Salvador sem agenda oficial, para o
feriado de Carnaval.
Em 3 de março, prestigiou a cerimônia de entrega de 1.440 unidades do
Programa Minha Casa Minha Vida em Rondonópolis (MT), acompanhado do
ministro das Cidades, Jader Filho). Duas horas mais tarde, estava no
encontro com representantes do agronegócio de Mato Grosso, acompanhado
do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. As diárias e
passagens dos seguranças de Lula custaram R$ 72 mil.
Lula entrega casas do Minha Casa Minha Vida em Rondonópolis. Foto: Ricardo Stuckert/PR
No dia 13 de março, esteve na 52ª Assembleia Geral dos Povos
Indígenas de Roraima, em Boa Vista. Em 22 de março, viajou para a
cerimônia de lançamento do Complexo Renovável Neoenergia – Parque Eólico
Chafariz, em Santa Luzia (PB). No mesmo dia, presenciou a cerimônia de
“relançamento” do Programa de Aquisição de Alimentos, em Recife.
Em 23 de março, Lula visitou o Complexo Naval de Itaguaí (RJ), às
15h30, onde funciona um estaleiro de submarinos. O ex-presidente Jair
Bolsonaro esteve por lá algumas vezes. Às 18h, teve encontro com a banda
Coldplay. Em seguida, esteve no ato “Pelo Direito à Cultura: Novo
Decreto do Fomento”, no Theatro Municipal. A passagem pelo Rio custou R$
104 mil.
Lula repete gesto de Bolsonaro e prestigia estaleiro de submarinos. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Depois de ter sua candidatura cassada pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) numa decisão que, como já mostramos, distorce a Lei da
Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) e a Lei de Inelegibilidades (Lei
Complementar 64/90), Deltan Dallagnol agora se defronta com uma
situação digna de Franz Kafka. Em seu romance O Processo, o escritor
tcheco descreve o pesadelo vivido por Josef K., processado pela Justiça,
e que não consegue saber nem ao menos o crime pelo qual é acusado. Pois
bem, Dallagnol foi intimado pela Polícia Federal a depor nesta
sexta-feira (2) e não tem ideia do motivo do depoimento.
Na intimação recebida pelo deputado, as informações são absolutamente
vagas. Há apenas a menção de que a ordem partiu da “Coordenação de
Inquéritos nos Tribunais Superiores”, setor da PF responsável pelas
investigações de inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal
(STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Não há informação se o
deputado será ouvido como testemunha, vítima ou acusado, nem sobre o que
deverá se explicar, muito menos a qual inquérito a oitiva estaria
relacionada.
Ao longo de sua atuação, a Lava Jato fez muitos inimigos,
especialmente aqueles que tiveram seus conluios e maracutaias expostas.
Em outra frente, a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
determinou nesta semana um procedimento de fiscalização na 13ª Vara
Federal de Curitiba e nos gabinetes de magistrados do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, onde correm processos decorrentes da Operação Lava
Jato. O motivo principal seria a “existência de diversas reclamações
disciplinares apresentadas ao conselho ao longo dos últimos dias”, mas
sem especificar quais seriam tais reclamações.
Na verdade, a correição será realizada para atender a um pedido feito
pela defesa do juiz Eduardo Appio, que tomou o lugar de Sergio Moro na
análise dos processos da Lava Jato. Appio foi afastado da 13ª Vara
Federal após denúncias de ser o autor de uma tentativa de intimidação –
em uma suposta ligação, feita anonimamente – ao filho do desembargador
Marcelo Malucelli, do TRF4. O juiz afastado, que sempre foi um crítico
da Operação Lava Jato e defensor da inocência de Lula, vinha tomando uma
série de medidas com o claro intuito, dentro dessas convicções, de
desmoralizar a operação. Agora, mesmo depois de provas importantes, e
surreais, de um comportamento impróprio, tem seu pedido atendido. Não
será surpresa, dados os estranhos tempos que estamos vivendo, que ele
mais à frente seja inocentado e recupere seu posto.
Uma atuação firme e comprometida com a defesa dos interesses do Brasil é o mínimo que se espera de nossos deputados e senadores.
Embora aparentemente sem conexão, as duas ações encontram um fio
condutor comum: a tentativa descarada de colocar uma pá de cal na
Operação Lava Jato, que conseguiu desvendar o monstruoso e fétido
esquema de corrupção envolvendo estatais comandadas pelo PT e partidos
aliados, empreiteiras e políticos. Primeiro, o foco foi reverter os
resultados da força-tarefa, com uma enxurrada de “descondenações”,
incluindo a do próprio presidente Lula, cujos processos acabaram
anulados. Agora, a estratégia foca na perseguição descarada aos membros e
apoiadores da força-tarefa, com a possibilidade de tornar-lhes a vida
um verdadeiro inferno.
Ao longo de sua atuação, a Lava Jato fez muitos inimigos,
especialmente aqueles que tiveram seus conluios e maracutaias expostas e
que, pela primeira vez, se viram alvos da Justiça. Não à toa, a
população, cansada de ser abusada e explorada por corruptos, foi uma
ardorosa apoiadora da operação, por entender que, finalmente, a
corrupção generalizada não ficaria mais impune. Era de se esperar que
uma reação acontecesse: os corruptos não iriam deixar de usar todo o seu
poder para tentar manter seus esquemas ímpios de vantagens e propinas.
Nenhuma surpresa, portanto, que buscassem de todas as formas possíveis
tentar enlamear os trabalhos da Lava Jato e dos promotores e juízes que
nela atuaram. O que causa preocupação, porém, é, de um lado, que esse
movimento nefasto tenha encontrado eco em inúmeros outros agentes
públicos não diretamente ligados aos casos desvendados pela Lava Jato.
Não fazemos aqui um julgamento da boa ou má-fé dos autores desse
tortuoso modus operandi. O fato é que, por uma cegueira e distorções
incompreensíveis, injustiças trágicas vêm sendo sistematicamente
cometidas. De outro lado, a preocupação decorre da apatia da sociedade,
que parece não perceber a gravidade dos abusos cometidos em nome desse
projeto de vingança contra aqueles que simplesmente fizeram o que se
esperaria da Justiça, ou seja, punir corruptos e salvaguardar o erário
público.
Dallagnol foi intimado pela Polícia Federal a depor nesta sexta-feira (2) e não tem ideia do motivo do depoimento.
É compreensível que diante dos constantes atentados contra os
direitos fundamentais promovidos pelas instâncias que, ao menos em tese,
deveriam justamente proteger esses direitos, um sentimento comum dos
cidadãos brasileiros – e aqui falamos de todo homem ou mulher que se
preocupa com os rumos do país – seja o desalento. Mas por mais difícil
que sejam o cenário e as perspectivas de mudança no curto prazo, é
preciso insistir e buscar maneiras de colocar fim a esses abusos. Não é à
toa que a máxima de que o mal reina quando os bons se calam é tão
verdadeira: o silêncio dos bons cidadãos é tudo o que qualquer tirano –
seja um político ou não – mais deseja para continuar a cometer seus
desmandos. É por isso que defendemos a ideia de que é preciso manter
acesa a chama da indignação contra os descalabros que, infelizmente,
infestam o Brasil, dos quais a perseguição a Deltan Dallagnol e outros
integrantes da Lava Jato é um exemplo irrefutável.
Neste mês, completam-se 10 anos das chamadas jornadas de junho, onde
milhares de brasileiros foram às ruas mostrar sua indignação e cobrar
uma resposta do poder público. Não temos dúvida de que a situação atual
do nosso país mereceria uma ação de maior porte. Para o próximo domingo,
dia 4 de junho, há a previsão de uma mobilização contra a cassação do
deputado Dallagnol e todos os abusos contra as liberdades em nosso país.
Divergências entre diferentes lideranças mais à direita do espectro
político talvez impeçam que ela tenha a magnitude que deveria ter. São
vicissitudes próprias de uma democracia. Isso, no entanto, não deve
desanimar quem tem a convicção e a consciência de que é necessário fazer
o que está ao alcance de cada um. Se muitos eventualmente deixarem de
comparecer – pela razão que for –, a manifestação, ainda que não tão
grande quanto se desejaria, pode ser o início de um paulatino movimento
de conscientização e mobilização.
VEJA TAMBÉM: A crise moral que assola o Brasil TSE atropela a lei e os fatos para cassar Deltan Dallagnol A cassação de Dallagnol e a competência do Legislativo
E, além da mobilização nas ruas, há muitos outros caminhos
possíveis que os cidadãos, aqueles que se importam com os rumos do
Brasil, podem seguir para dar voz à sua indignação e lutar por mudanças.
Não é à toa que tantos governos antidemocráticos busquem cercear as
comunicações e as redes sociais: elas são, hoje, um instrumento
importante na defesa da democracia. Se antes os cidadãos raramente
tinham contato com seus representantes eleitos, e só podiam manifestar
seu apoio ou desagrado a cada eleição, através do voto, agora é possível
cobrar posicionamentos e ações continuamente. Boa parte das questões
que hoje afligem o país, como a falta de equilíbrio entre os Poderes, os
abusos cometidos pelo Judiciário, os ataques às liberdades, passam,
mais cedo ou mais tarde, pelo Parlamento.
Uma atuação firme e comprometida com a defesa dos interesses do
Brasil é o mínimo que se espera de nossos deputados e senadores. Por
isso, cabe ao cidadão – usando as redes sociais, por exemplo –
lembrar-lhes, insistentemente, de seu papel. Uma mensagem de um eleitor
pode chacoalhar o comodismo, passividade, cegueira e, eventualmente,
falta de retidão de um parlamentar. A sociedade não pode deixar de
exigir que deputados e senadores tenham, dentro do Congresso, neste
momento histórico, consciência de sua força e de seu papel na defesa do
Estado Democrático de Direito.
Como dissemos, não é um caminho fácil e os resultados podem demorar a
chegar. Mas é preciso dar o primeiro passo e insistir o quanto for
necessário. É o futuro do país que está em jogo.
Tomara que não seja verdade, mas estão dizendo que o Rodrigo Pacheco,
presidente do Senado, vai retardar a votação definitiva do projeto de
lei que dá paz no campo e na cidade, quanto à questão fundiária,
regulamentando e esclarecendo o que diz a Constituição, no artigo 231,
no qual é dito que são dos povos indígenas as terras que eles ocupam
tradicionalmente. Ocupam é presente do indicativo, portanto, é dia 5 de
outubro de 1988, dia que isso foi promulgado na Constituição e passou a
valer.
Não é que ocuparam, porque se está valendo ocuparam, aí, meu Deus, é
1500, de 1500 prá cá. Aí ninguém tem segurança do seu imóvel, urbano ou
rural. Tá nas mãos do Supremo e depois daquilo que o Supremo fez lá em
Roraima, com os arrozeiros, deixando todo mundo na mão, deixando índios e
arrozeiros na mão, a gente fica assustado. Aqui está um a um e o
Supremo continua essa votação na quarta-feira que vem.
Se o presidente do Senado empurrar até quarta-feira, já vai ter
problema de choque entre Supremo e Poder Legislativo. Dois poderes que
teoricamente são independentes, autônomos e harmônicos entre si. A
Câmara aprovou, diz basicamente que povos indígenas que saíram das suas
terras, perderam as terras, a menos que sejam terras em litígio na
justiça. É isso.
Porque é isso que diz a Constituição. Aqui havia oito milhões e meio
de quilômetros quadrados de povos morando, vivendo aqui quando chegou
Cabral. E aí começou a colonização europeia do país. Depois veio gente
da África, da Ásia e de todos os continentes e formaram essa grande
mistura maravilhosa que é o Brasil. E parece que tem gente que quer
destruir isso.
Prêmio Nobel e corrupção Bom, vejam só, eu tô vendo que em
Bangladesh tem o Prêmio Nobel da Paz envolvido e acusado por corrupção,
metendo o dinheiro num fundo do trabalhador. Aqui toda hora aparece
problema com o fundo de amparo ao trabalhado, o FAT. Inclusive para
garantir coisas para a Argentina ou cobrir dívida da Venezuela, de
Moçambique, da Nicarágua, sei lá mais o quê, só prá gente lembrar esses
acontecimentos.
MP dos ministérios
Passou a medida provisória que mantém os ministérios que Lula criou,
17, e foi um preço alto, né? O governo pagou emendas de R$1,7 bilhão,
liberou para deputados, para conseguir aí os 337 votos. É do seu imposto
essa liberação.
O governo está sem articulação na Câmara e no Senado também. Isso foi
mostrado por Arthur Lira, o presidente da Câmara. Diz que se o governo
vem sofrendo derrotas lá, não é por culpa dele, não. É por falta de
articulação. Por exemplo, os deputados mexeram nas medidas provisórias.
Esvaziaram alguns ministérios de Marina Silva, o ministério do Meio
Ambiente, dos Povos Indígenas, reforçaram de novo o Ministério da
Agricultura, que estava sendo esvaziado, porque Lula não gosta do agro,
diz que o agro é fascista. Continua então os 17 ministérios.
Zanin Por fim, o registro de que o advogado de Lula foi indicado
por Lula para o Supremo. Ele faz 10 anos que defende Lula de todas as
acusações que o Lula tem recebido desde 2013. Ele era assistente do
Batoque, que foi presidente da OAB, que foi deputado do PDT, a mulher
dele é sócia dele num escritório de advocacia. Fica estranho, né? Ele
não é o primeiro a ir para o Supremo com essas ligações familiares em
escritório de advocacia. E ele tem 47 anos e agora é o Senado que
sabatina e marca a votação em plenário. É estranho, porque ele vai
continuar sendo advogado de Lula, entrando no Supremo. Advogado chega lá
para defender uma causa, é da natureza dele ou defender os seus
clientes. Por isso que eu insisto que o ideal seria juiz de direito, de
carreira, depois de subir todos os degraus da carreira, em todas as
instâncias, brilhando, aí sim ficar disponível entre os 11 mais antigos e
mais brilhantes do Superior Tribunal de Justiça, que tem 33. Pode ser
que um dia esse sonho seja realizado. E com mandato de 10 anos é seria
conveniente.
Sem ânimo para escrever uma legenda para Cristiano Zanin (foto).| Foto: EFE/ David Fernández
Ah,
o orgulho. Este é o mês em que o mundo descristianizado celebra esse
que é o pai de todos os vícios e a fonte de todos os nossos sofrimentos,
né? Pois então talvez não seja coincidência que hoje (1º), justo hoje, o
Todo-Orgulhoso Lula, bancando o reizinho e dando uma banana para o que
resta de decência no país, tenha indicado seu advogado pessoal,
Cristiano Zanin, para o STF – aquela corte cujo orgulho ferido hoje
persegue, prende e humilha.
Esse é mais um golpe no já combalidíssimo senso de ética do
Brasileiro de Bem. Isto é, para quem ainda acredita nesse ser quase
mítico que encontramos todos os dias diante do espelho, mas que nos
escapa no meio da rua e nos telejornais. O Brasileiro de Bem que, depois
de ter de engolir um descondenado na Presidência e de, dia após dia, se
sentir vulnerável à vontade instável de um juiz-imperador, agora terá
de engolir mais um advogado do PT na Suprema Corte. Sim, mais um.
E terá mesmo. Porque em um século o Senado nunca rejeitou uma
indicação presidencial ao STF. E nada indica que desta vez será
diferente. Pelo contrário, é bem possível que o presidente da Casa Alta,
Rodrigo Pacheco, já esteja conchavando para que a confirmação de Zanin
se dê sem as turbulências que seria de se esperar de tempos polarizados.
Se duvidar, é capaz de até já estarem confeccionando aquela peça de
vestimenta que lhe conferirá poderes extraconstitucionais: a toga.
Em tese, bem sei, caberia aos senadores de oposição (uma espécie de
sociedade tão secreta que nem os próprios membros se reconhecem nela)
atrapalhar a indicação que qualquer juristinha formado na Faculdade Law
& Order de Direito sabe: viola claramente o Artigo 37 da
Constituição. Aquele que fala da impessoalidade, moralidade e outros
duendes do cerrado. Mas, por mais que se esforçassem o Moro, a Damares, o
Astronauta e até o Mourão, atrapalhar não significaria impedir.
Resta o consolo de saber que, no caso de Zanin, pelo menos ninguém se
surpreenderá com a conduta do aspirante a excelentíssimo. Não
acontecerá o mesmo que se deu com Alexandre de Moraes, o outrora grande
constitucionalista que até hoje só fez rasgar a Constituição. Posso até
não ser vidente, mas consultando a borra do café da tarde aqui prevejo:
Zanin entregará exatamente aquilo que se espera dele. Isto é, compadrio
ideológico, perseguição aos inimigos do regime, censura, interpretações
criativas da lei e ativismo jurídico. E não ouse reclamar: foi para isso
que eles fizeram o L mesmo.
A mim, neste texto escrito às pressas e temperado pelo fel da
indignação que não fui capaz de evitar, só me resta parabenizar
Cristiano Zanin. Você conseguiu! Depois de perder sucessivas causas para
o seu cliente preso na Operação Lava Jato, teve paciência o bastante
para acreditar que o Sistema o recompensaria. Foi resiliente, como dizem
os coaches. E agora receberá do Príncipe do Orgulho, por intermédio de
seus estafetas temporais, o cargo que, no Brasil atual, equivale ao de
semideus. (A referência para essa frase é Gênesis 3:5).
Parabéns, Zanin. Você se submeteu ao que há de pior no mundo e o
mundo agora o recompensará com todo o orgulho do mundo. [SR. EDITOR, A
REPETIÇÃO É PROPOSITAL]. Gostaria de desejar que fosse virtuosa essa sua
passagem pelo trono. Mas não consigo. Desculpe. O senhor, digo, o
Excelentíssimo Senhor me pegou num dia de pouca esperança. Se bem que
toda a esperança do mundo ainda seria pouca. Mas tenho que me lembrar: a
alma é maior do que a Pátria. Sempre.
Eles são a mentira e tomaram o
poder. São a sujeira, o lixo do lixo, a escória. São maus, são nefastos.
Estão abraçados, trocam elogios, são caloteiros. São cúmplices, são a
mentira, toda a mentira. Eles são o terror, a violência, o ódio. São
bandidos, são bandidos.
Seremos obrigados a acreditar que seus crimes não são crimes. Os
criminosos são seus rivais; serão todos eliminados, um a um. A eles,
todo-poderosos, estendem um tapete vermelho, a eles prestam continência,
ainda que neles nada preste. As armas estão com eles, eles são uma
droga.
Se há forças do bem, eles são contra elas. Sempre estarão do lado
errado e vão empurrar, atropelar, dar socos, disparar destruição. Em
seus palácios, em suas cortes, terão todo o luxo. Toda a riqueza será
garantida a eles. Terão banquetes, não passarão fome.
Eles são o Estado que controla tudo nos mínimos detalhes. São assassinos da verdade, do bom, do belo
Eles são todos os erros, os pequenos, os médios, os crassos. São a
enganação completa, os sequestradores de um continente. Colecionam
vítimas, aos milhares, aos milhões. Não estão nem aí para ninguém. Não
veem ninguém. O paraíso deles é o inferno de todos.
Eles são o Estado que controla tudo nos mínimos detalhes. São
assassinos da verdade, do bom, do belo. São a corrosão, a ferrugem, o
estragado, a podridão. Eles são o ocaso, o escurecer para sempre, a
falta de moral e de ética.
Nunca andarão direito, são revolucionários, são demoníacos. Na
sociedade que forjam não há direitos fundamentais, direitos humanos.
Eles perseguem, censuram, prendem, torturam. São totalitários. Eles são
parte de uma corja, de uma gangue, de uma quadrilha, uma facção
criminosa.
Berram, gritam, ameaçam. Sabem que são ilegítimos, fajutos,
inaceitáveis. Não têm resposta para nada… Por isso, não têm apreço por
perguntas. Eles são narrativas, nada mais do que narrativas, um farelo
de nada.
O fundo do poço é o que oferecem, as profundezas… A derrota sem fim é
o que impõem, uma derrota avassaladora, geral. Eles são a vergonha sem
limite, são trastes, são asquerosos, são párias.
Eles não desistem, são tudo de ruim que apontam naqueles que ainda
não se calaram, que ainda se erguem contra eles, em defesa do que é
correto. Eles são a violação, a transgressão, o desrespeito.
Seus abraços, seus apertos de mão, os elogios trocados… Eles são
nojentos. Só não vê, só não ouve os absurdos e não reage contra isso
quem também não vale nada… Eles desejam o poder para sempre, mas não
terão, não terão.
Nesta semana, o governo Lula estendeu um
tapete vermelho para Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, e afirmou que
há uma “campanha internacional para desacreditar a liderança de
Maduro”. Uma investigação da ONU apontou que, na verdade, quem é
perseguido não é Maduro, e sim os 3,4 mil opositores políticos presos
desde 2014 e as 122 pessoas que foram submetidas pelo governo a
torturas, tratamento cruel e violência sexual por razões políticas.
O apoio de Lula a Maduro indignou o país, mas não é menos grave do
que o apoio ao ditador Daniel Ortega da Nicarágua, que você deve
conhecer para compreender melhor os perigos que rondam nossa democracia
no Brasil debaixo do governo e do projeto de poder do Partido dos
Trabalhadores.
Numa reunião recente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o
governo Lula não assinou uma declaração conjunta de 55 países que
condenava as violações aos direitos humanos cometidas por Ortega, que
persegue adversários políticos e cristãos na Nicarágua. Mas você conhece
a história da amizade entre Lula e Ortega?
Quando Lula era líder sindical, na época de 1980, ele visitou a
Nicarágua e se encontrou com nomes da esquerda latino-americana. Durante
um jantar na casa de Sergio Ramírez, escritor e vice-presidente do
então governo de Daniel Ortega, Lula encontrou Fidel Castro, presidente
de Cuba na época.
O escritor Sergio Ramirez sofre censura e é perseguido por Ortega. O
anfitrião do passado cobra o Lula de hoje pelo silêncio do governo
brasileiro sobre os abusos cometidos pelo tirano nicaraguense: “é tão
incompreensível, tão impactante, que se ouve… É constrangedor”, disse
Sergio Ramirez.
De acordo com representantes da ONU, recentes decisões de Ortega
incluem a detenção de mais de 200 presos políticos, incluindo líderes
empresariais, políticos da oposição, escritores, líderes religiosos e
ativistas de direitos humanos.
Em março, um grupo de especialistas em Direitos Humanos da ONU
divulgou documento que menciona ocorrerem na Nicarágua execuções
extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura e privação arbitrária da
nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país.
O anfitrião do passado cobra o Lula de hoje pelo silêncio do governo
brasileiro sobre os abusos cometidos pelo tirano nicaraguense: “é tão
incompreensível, tão impactante, que se ouve… É constrangedor”
Esses atos são cometidos de maneira generalizada e sistemática por
motivos políticos e constituem crimes de lesa-humanidade, incluindo
assassinato, prisão, tortura, violência sexual, deportação e perseguição
política.
Dentre os abusos, foi retirada a cidadania de opositores do regime, o
que é semelhante ao que Augusto Pinochet fazia no Chile. Em fevereiro,
222 dos 245 prisioneiros políticos foram libertados e deportados para os
Estados Unidos, perdendo a cidadania nicaraguense e tendo seus bens
confiscados por meio de decreto de “traição à Pátria”.
Muitos governos na América Latina concordaram em conceder cidadania
aos nicaraguenses apátridas, incluindo Argentina, Uruguai, Colômbia,
Chile, Equador e México, mas o governo de Lula se omitiu e se omite em
relação às violações antidemocráticas cometidas por Ortega. Como disse
Ramirez, é constrangedor.
Enquanto isso, a repressão aos opositores do regime nicaraguense
segue crescendo. A perseguição religiosa também é uma realidade, como
foi em tantas ditaduras ao longo da história mundial. Ortega lançou uma
campanha contra a Igreja Católica, resultando na detenção de 11 padres.
Durante um protesto contra o regime de Ortega em 2018, a estudante de
medicina brasileira Raynéia Gabrielle Lima foi assassinada. A Comissão
Interamericana de Direitos Humanos reconheceu que ela foi vítima da
repressão do regime Ortega. O assassino confesso continua livre e
recebendo salário do Estado nicaraguense.
Lula e seu governo, entretanto, mantêm silêncio sobre o assunto. Lula
não fez nenhum comentário nem mesmo condenou o caso. Pelo contrário,
durante a campanha eleitoral, Lula minimizou a ditadura instaurada por
Ortega na Nicarágua, que já está 5º mandato, e chegou a comparar a
“reeleição” de Ortega com a da primeira-ministra alemã, Angela Merkel,
que completou 16 anos à frente da maior democracia da Europa.
Em entrevista ao jornal El País, da Espanha, Lula questionou a lógica
de não permitir que Ortega fique tanto tempo no poder quanto Merkel. É
importante ressaltar a óbvia diferença: desde 2007, Ortega tem mandado
prender sete de seus opositores antes mesmo das eleições, eliminando
possíveis candidatos que poderiam ameaçar sua vitória. Mais uma vez, o
silêncio de Lula é constrangedor.
Por que o governo do “ditadura nunca mais” não faz coro às vozes que clamam por democracia em toda a América Latina?
O silêncio de Lula grita uma verdade: sua defesa da democracia é da
boca para fora. É um governo que vende democracia, mas entrega um
projeto de poder essencialmente antidemocrático para implantar ideais da
esquerda no Brasil e que ajuda governos que, com os mesmos objetivos,
violam direitos humanos na América Latina.
Por que o governo do “ditadura nunca mais” não faz coro às vozes que clamam por democracia em toda a América Latina?
A explicação para o silêncio de Lula é simples: democracia é admitida
pelo lulismo como um meio, quando é útil, para os fins da esquerda, que
admite igualmente meios antidemocráticos para os mesmos fins. O apoio
às ditaduras de esquerda é coerente com as ações e projetos do lulismo
no Brasil.
De fato, a natureza antidemocrática do projeto petista foi
evidenciada quando, por baixo dos panos da democracia, o PT injetou
bilhões desviados dos cofres públicos nas campanhas eleitorais para
eleger seus cúmplices e alcançar hegemonia – e sabe-se, com base em
muitos estudos, que há forte correlação entre número de reais investidos
nas campanhas e número de votos recebidos, ressalvadas poucas exceções.
É disso que se trata também quando Lula fala nove vezes em
regulamentação da mídia, muda a lei das estatais para injetar bilhões na
imprensa, defende um projeto de censura nas redes sociais, promete
vingança a adversários políticos e silencia diante de violações da lei e
das liberdades praticadas por tribunais, inclusive mediante a
perseguição de agentes da Lava Jato e a cassação de adversário político.
Uma pesquisa revelou que em 2011, na Venezuela, metade das pessoas
dava uma nota altíssima para a força da democracia no país – 51% deram
nota 8 ou superior, numa escala de 1 a 10. Aqueles que acusavam as
intenções de Maduro foram tidos como alarmistas e exagerados. Hoje, mais
de 6 milhões de pessoas emigram buscando fugir do regime de terror que
oprime a população. Regimes de esquerda prometem utopias e entregam
violação de liberdades, tragédia econômica e fome.
O projeto de poder petista é revelado suas ações: corrupção,
cooptação do parlamento, abuso de poder econômico nas eleições, projetos
de censura e de manipulação da mídia, ações de perseguição a inimigos
políticos e apoio a ditaduras. Precisamos nos posicionar para impedir
que avencem essas medidas antidemocráticas. É preciso defender a
verdadeira democracia, a justiça e a liberdade.