quarta-feira, 31 de maio de 2023

TENTATIVA DE CONVERSÃO DE ALEXANDRE DE MORAIS COM UM TERÇO

 

Rogai por nós

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Jovem Anônimo entrega um terço e um Escapulário Verde para o ministro Alexandre de Moraes.| Foto: Reprodução/ Twitter

O caso dividiu cristãos. Um jovem, membro do Grupo São Frei Galvão da Faculdade de Direito da USP e aluno do homem mais poderoso do Brasil, Alexandre de Moraes, deu a ele um terço e um Escapulário Verde. O jovem, que pediu para não ter o nome divulgado, anunciou os preparativos dias antes. Comprou o terço, pediu para um padre abençoá-lo, se confessou. E lá foi ele, humilde e respeitosamente, tentar transformar Alexandre num seguidor de Cristo.

Pelo registro em vídeo, dá para ver o jovem pegar o terço e o escapulário do bolso e, um tanto quanto nervoso, entregar ao ministro. Para a surpresa de muitos, inclusive a minha, Alexandre é até simpático ao receber o presente. “Opa, obrigado!”, diz ele, parando para reparar em algum detalhe e fazendo um comentário inaudível. O ministro, então, volta a arrumar os papéis e o vídeo acaba abruptamente.

Mas por que o gesto tão simples (embora enganadoramente banal) dividiu os cristãos? Não sei e talvez você me ajude a entender. Uns poucos que não gostaram do gesto (que a meu ver é admirabilíssimo e de extrema caridade) criticaram o exibicionismo do jovem. Oquei. Talvez essa seja uma crítica válida. Mas o principal “argumento” para se reagir negativamente ao gesto me soou estranho: a suposta inutilidade do presente e da “tentativa de conversão” do ministro.

Para esses críticos furiosos, Alexandre de Moraes seria inconvertível. Seria um homem danado (no sentido faustiano do termo). Seria alguém imune à misericórdia e à Graça de Deus. Daí porque eles, os detratores do Jovem Anônimo, trataram o gesto com o desprezo e o escárnio típicos das redes sociais. “Quem esse carinha aí pensa que é para tentar converter o diabo?”, perguntou alguém.

Por falar nisso…
Mas se é tão inócuo o gesto, por que ele incomoda tanto? – fiquei me perguntando depois de assistir ao vídeo umas dez vezes. E, como não custa nada mesmo, fiquei imaginando o que aconteceria se o Escapulário Verde milagrosamente transformasse o hoje impiedoso e – por que não? – perverso ministro num homem conhecedor de suas fraquezas e limitações. E, além de tudo, temente a Deus!

Perdi uma boa meia hora nessas fantasias, quando então me vi soterrado por mais e mais dúvidas. Será que estamos preparados para testemunhar uma mudança desse tipo – e ainda mais numa figura pública dessa importância? De que forma a conversão de Alexandre de Moraes mexeria com a fé das pessoas? E aqui me refiro tanto às vitimas diretas do atual regime de terror alexandrino quanto àqueles que, por causa do arbítrio ideologicamente tendencioso, perderam a confiança na Justiça dos homens.

Infelizmente (e bota infelizmente nisso!) acho que Alexandre de Moraes se esqueceu do terço e do escapulário tão rápido quanto possível. Posso até imaginá-lo chegando em casa e dizendo que “a extrema direita fanática e fascista” tentou convertê-lo. Que absurdo! Mas também sou capaz de imaginá-lo pondo a cabeça no travesseiro e, por causa do terço e do escapulário, se lembrando por um instante do homem bom que já deve ter sido um dia, antes de se deixar corromper pelo orgulho. Antes de se deixar levar por alguma oferta mefistofélica que lhe prometeu a divindade em troca de uns inquéritos ilegais, umas censurazinhas, umas prisões no atacado. Enfim, o combo todo que o leitor já conhece.

Consigo vê-lo entretido com essas lembranças ligeiras e piegas, aqui e ali temperadas com algum resquício da catequese. Talvez com a Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11–32). Imagina só! Até que o sono o envolve e, no dia seguinte, Alexandre de Moraes calcula o risco jurídico e político de se converter, de reconhecer sua pequenez, de se ajoelhar diante de Deus. E desiste. Mas pelo menos o Jovem Anônimo tentou. Você, por outro lado, já rezou pela alma de seus inimigos hoje? Nem eu. Por falar nisso…


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GOVERNO DEPENDE DA APROVAÇÃO DE SUAS MEDIDAS PROVISÓRIAS

Por Levy Teles, Iander Porcella e Giordanna Neves – Jornal Estadão

Líderes partidários reclamam da articulação política da gestão petistas e ameaçavam rejeitar texto

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados adiou a votação da medida provisória (MP) que reestrutura os ministérios e deixa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma bomba-relógio que pode explodir na sexta-feira, 2 de junho. A votação, que teria início perto da madrugada, passou para a manhã desta quarta-feira, a partir das 11h. A MP vale até a quinta-feira, 1º, e, caso o prazo expire, o desenho da Esplanada, com 37 pastas volta ao que era no governo Jair Bolsonaro, com 23. Como mostrou o Estadão, 17 ministros perderiam o posto.

Insatisfeitos com a articulação política do Palácio do Planalto, deputados de partidos como União Brasil, Republicanos e PP ameaçaram votar contra o texto, além do oposicionista PL. Na avaliação de líderes partidários, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que “entrar em campo” para tentar solucionar a falta de coesão da base aliada no Congresso. Há reclamações principalmente sobre o ritmo de liberação de emendas e a demora na nomeação de aliados para cargos regionais.

“Há um clima de insatisfação que eu nunca vi igual. Parece que o governo já tem quatro anos. É um governo novo que é velho. Está muito complicado. Ninguém tinha confiança de que, se votasse hoje, o governo ganharia. O risco de derrota era iminente. Até os líderes petistas e da esquerda têm essa consciência de que o governo está totalmente desarrumado politicamente”, disse o deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), que faz oposição ao governo.

Parlamentares de esquerda protestaram contra a aprovação do marco temporal na Câmara dos Deputados; o texto foi aprovado com ampla margem, em mais uma derrota do governo.
Parlamentares de esquerda protestaram contra a aprovação do marco temporal na Câmara dos Deputados; o texto foi aprovado com ampla margem, em mais uma derrota do governo. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Mais cedo, houve um sinal de que o governo poderia ter problemas em aprovar a proposta: o marco temporal foi aprovado com sobras, por 283 votos a 155, em mais um derrota para o governo. Agora a matéria segue para o Senado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reuniu com os líderes partidários enquanto o plenário votava a MP do Bolsa Família e os sinais de descontentamento parecem também terem chegado ao limite.

Como mostrou o Estadão, há ainda outro impasse a ser gerido. Lira quer a demissão do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). O presidente da Câmara ficou furioso com um tuíte do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é seu adversário político e pai do ministro. Na postagem, Calheiros escreveu que Lira é “caloteiro”, “desvia dinheiro público” e “bate em mulher”.

Agora, Câmara e Senado terão que aprovar a MP dos ministérios em votação urgente nas duas Casas em apenas 48 horas.

Os parlamentares reclamam da ausência de um diálogo direto com Lula, do descumprimento de acordos com o governo e da falta de repasses orçamentários — um problema, que como mostrou o Estadãopersiste desde o começo de março, há quase três meses.

A expectativa é que seja votado, sem mudanças, o parecer do relator, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), com o esvaziamento das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, comandadas, respectivamente, por Marina Silva e Sônia Guajajara. Sem base consistente no Congresso, o governo deixou de atuar para evitar o enfraquecimento das ministras e passou a correr o risco de ver a MP ser derrubada.

O texto retirou a Agência Nacional de Águas (ANA), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a política de resíduos sólidos do controle de Marina. Sonia ficou sem procedimento de demarcação de terras após os ajustes.

A ANA ficará com o ministério das Cidades, de Waldez Góes, aliado de Davi Alcolumbre (União-AP), que presidiu a MP no Congresso; o CAR foi para o ministério da Gestão, de Esther Dweck e a política de resíduos sólidos foi para o MDB, mesmo com uma resolução da Controladoria Geral da União, que afirma que a competência na gestão é do Meio Ambiente.

Mesmo com as mudanças que afetam os povos indígenas de se autodeterminarem e com o ministério do Meio Ambiente de defender os recursos do País, membros relevantes do PT elogiam a aprovação. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o governo vai defender o relatório da MP dos Ministérios “do jeito que está”.

Zeca Dirceu (PR), líder do PT na Câmara, segue a linha de comentários feitos por Padilha nos últimos dias e acredita que, mesmo com as alterações, haverá fidelidade a Lula. “Não considero uma tragédia como estão pintando”, disse. “As atribuições independente de quais ministérios estiverem, estarão sempre subordinadas ao presidente Lula, isto nos dá muita segurança, não haverá prejuízo ao País.”

Mais cedo, Lira, que travou uma queda de braço contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o rito de tramitação das medidas, aproveitou para cutucar. “Eu sempre fui muito crítico com relação (ao rito tradicional das MPs) porque acontece isso. A comissão chegou na quarta-feira à noite e nós temos hoje para apreciar na Câmara e amanhã no Senado”, afirmou.

MP do Bolsa Família

Enquanto o governo ouvia com receio as queixas dos líderes dos demais partidos, a Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, o texto-base da Medida Provisória que recria o programa Bolsa Família, com valor mínimo de R$ 600 por família, adicional de R$ 150 por criança até seis anos e R$ 50 para cada dependente entre sete e 18 anos e gestantes. Após a análise de destaques, a matéria, relatada pelo deputado Dr. Francisco (PT-PI), segue agora para votação em plenário do Senado.

“Aprovada a Medida Provisória do Bolsa Família!!! Grande vitória para o Brasil e para todos que querem ver a fome erradicada do Brasil! Conseguimos manter o valor de R$ 600 por família, R$ 150 por crianças até 6 anos e R$ 50 por criança de 7 a 18 anos e gestante”, comemorou o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), no Twitter.

 

A TECNOLOGIA ESTÁ REMODELANDO A FORMA COMO MARCAS E CLIENTES SE COMUNICAM

 

Por Fabiana Ramos, CEO da PinePR

Por que esse é o assunto mais importante do momento?

O termo “inteligência artificial” não é novo. Aliás, já é sexagenário! Foi em 1956 que um grupo de cientistas criou um grupo de estudos no renomado Dartmouth College, nos EUA, para debater sobre a capacidade das máquinas de exercer tarefas humanas. Mas foi no fim de 2022, com o lançamento do rockstar ChatGPT, que o tema passou a ocupar grande espaço em quase todos os eventos de tecnologia do mundo.

Na primeira edição do Web Summit Rio, que aconteceu no início de maio, poucas eram as palestras e debates que não citavam a tal tecnologia. Em discussões sobre Venture Capital, falava-se sobre como empresas que buscam cheques se adaptarão à implementação de IA; em papos sobre o futuro das startups, falava-se sobre um provável boom de nascimento de empresas nos próximos meses, visto que a inteligência artificial está facilitando os processos de empreender.

Quando falamos sobre comunicação de empresas, o assunto fica ainda mais complexo, já que a tecnologia está remodelando a forma como marcas e clientes se comunicam. Hoje, já é possível ter conversas inteiras com ferramentas de IA, que entendem o contexto e interpretam o que o interlocutor precisa, fazendo com que um simples chatbot ou assistente virtual se tornem ferramentas quase obsoletas. O cliente não quer só ser atendido de forma personalizada, ele precisa ser compreendido.

Para os processos de planejamento de comunicação de uma marca, ferramentas de IA estão se tornando peça-chave. Otimizar processos não é mais o que as marcas buscam com tecnologia para se tornarem competitivas, mas sim formas de potencializar a criatividade humana. Então não, o ChatGPT não vai “acabar com os empregos”, como ouvimos com tanta frequência quando a novidade foi lançada, mas já está transformando a forma como fazemos comunicação, marketing e até jornalismo.

As possibilidades com IA são infinitas. Geoffrey Hinton, conhecido como um dos “padrinhos da IA” e pioneiro no assunto, afirmou em entrevista à Reuters que a Inteligência Artificial pode representar uma ameaça “mais urgente” para a humanidade do que a mudança climática. Milhares de executivos assinaram em abril uma carta-aberta pedindo uma pausa de seis meses nos estudos e desenvolvimento de IAs poderosas, mas isso não parece parar esse mercado. Aliás, opções de IAs gratuitas já não são mais problema.

Para a criação de imagens, profissionais de design do mundo inteiro têm se valido de plataformas como Dall-E (dos mesmos criadores do ChatGPT) e da tão famosa Midjourney, que já até ganhou um concurso de arte e é responsável pelas fotos do Papa de jaqueta puffer, que viralizou nas redes há algumas semanas.

E a redação também não ficou de fora. Ferramentas como Copy.AI, Wordtune, Writesonic e o próprio ChatGPT já fazem parte do dia a dia de publicitários, marqueteiros e jornalistas. É importantíssimo ressaltar que essas plataformas não são capazes de pensar por conta própria (ainda!), então elas não vão produzir conteúdos realmente originais, apenas otimizar tempo, processos e dar insights para que as verdadeiras mentes criativas sejam capazes de produzir mais conteúdo com menos esforço e recursos.

Seja qual for o uso que você der a ela, o fato é que é preciso aprender sobre isso e se adaptar a essas tendências, que já são a diferença entre liderança de mercado e defasagem de marca.

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terça-feira, 30 de maio de 2023

ADVOGADO DE LULA DEVE SER INDICADO PARA O STF E COM APROVAÇÃO DO SENADO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Cristiano Zanin é advogado do presidente Lula e pode ser indicado a uma vaga no STF.| Foto: David Fernandez/EFE

Lula está empenhado em colocar um servidor fiel e comprometido com seus interesses no Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo que tente disfarçar, negando-se a responder abertamente quando questionado sobre quem indicará para ocupar a vaga de Ricardo Lewandowski. Ainda assim, é quase certo que o nome anunciado, provavelmente nos próximos dias, será o do advogado Cristiano Zanin, seu defensor pessoal. Em um churrasco para aliados na sexta-feira (26), realizado no Palácio do Planalto, o nome de Zanin teria sido, inclusive, anunciado aos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e o ex-ministro Lewandowski, aposentado da corte desde abril, que estavam entre os convidados.

Mesmo sendo previsível, a indicação de Zanin é uma péssima notícia. Caso seja chancelado pelo Senado e passe integrar o STF – onde Zanin poderá permanecer pelos próximos 28 anos – teremos mais um ministro com uma visão de mundo completamente desconectada, se não contrária, ao que a população brasileira acredita e defende. Cristiano Zanin, 47 anos, é importante frisar, foi e ainda é, advogado pessoal de Lula. Pode-se dizer que boa parte do seu “notável saber jurídico” – um dos pressupostos para alguém ser indicado ao STF – é baseado em sua atuação como defensor de Lula nas inúmeras acusações e processos de que o petista foi alvo, incluindo os originados a partir da Operação Lava Jato, da qual Zanin é um crítico feroz. Seu maior triunfo profissional foi justamente ter conseguido a anulação das ações da Operação contra Lula, o que permitiu ao petista se candidatar à Presidência em 2022.

Resta saber se os senadores, eleitos para defender os interesses da população e não os de Lula, vão ter a hombridade necessária para barrar Zanin.  

Com esse perfil, é fácil entender os motivos pelos quais Lula busca emplacar Zanin no STF. A fidelidade canina e o comprometimento do advogado ao cliente são notórios, e é justamente isso que o presidente busca, segundo interlocutores: um ministro que defenda suas pautas pessoais – não as do país – dentro do STF. Em seus mandatos anteriores, Lula foi responsável por indicar sete ministros ao STF, todos com maior renome e experiência do que Zanin. Apenas dois deles, Cármen Lúcia e Dias Toffoli, ainda estão na corte. Em diversas ocasiões, Lula reclamou da atuação dos seus indicados, como o do hoje ministro aposentado Joaquim Barbosa. Enquanto foi ministro, Barbosa tornou-se relator do mensalão, que condenou vários nomes do PT – o que, obviamente, desagradou Lula. Agora, o petista quer ter a certeza de poder contar com alguém totalmente alinhado aos seus interesses.

A indicação ao STF é uma prerrogativa do presidente da República, mas depende do Poder Legislativo para ser efetivada. Assim, ainda há espaço para barrar a presença de Zanin no STF. Após a indicação ser oficializada, o advogado deverá passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A partir das respostas de Zanin, a CCJ elaborará um parecer, aprovando ou não a indicação. Por fim, independentemente do resultado da CCJ, há uma votação no Plenário da casa, onde o indicado precisa da aprovação da maioria absoluta dos senadores – equivalente a 50% mais um das 81 cadeiras, ou seja, 42 votos – para poder ser nomeado.

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Trata-se de uma decisão que terá impacto pelas próximas décadas. Zanin tem hoje 47 anos e, caso se torne ministro, poderá continuar na corte até os 75 – serão 28 anos de atuação em prol da visão de mundo alinhada à Lula e ao PT. Mesmo que ao longo dos anos tenha se firmado uma tradição – nociva, diga-se – de o Senado não contrariar as indicações dos presidentes da República ao STF, trata-se agora de uma situação singular: nunca antes um presidente tentou colocar alguém tão descaradamente alinhado aos seus próprios interesses. Os senadores não podem se furtar à responsabilidade de impedir que mais essa desfaçatez aconteça.

Em que pese que o STF hoje não é um exemplo de corte – e já foram várias as vezes em que apontamos os abusos cometidos pelo tribunal e alguns de seus ministros – ele ainda pode piorar se o Senado não agir. Resta saber se os senadores, eleitos para defender os interesses da população e não os de Lula, vão ter a hombridade necessária para barrar Zanin.


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MARCO TEMPORAL DE TERRAS INDÍGENAS DEVE SER APROVADO COM DEMARCAÇÃO ATÉ 1988

 


Marco temporal tem expectativa de aprovação na Câmara, mas STF pode derrubá-lo
Por
Aline Rechmann – Gazeta do Povo


Indígenas protestam em Brasília contra o PL 490 e marco temporal, em 2021.| Foto: Joédson Alves/Agência EFE

Os deputados federais devem votar, nesta terça-feira (30), um projeto de lei que estabelece o ano de 1988 como o marco temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil. A votação é uma articulação da bancada do agronegócio para marcar a posição do Congresso sobre o tema, já que na próxima semana a constitucionalidade do marco temporal será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Na semana passada, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) mostrou que é capaz de mobilizar a Câmara dos Deputados em torno do projeto de lei do marco temporal (PL 490/2007): 324 deputados da oposição e do Centrão votaram pela aceleração do trâmite da proposta na Casa; e 131 parlamentares, de partidos de esquerda, votaram contra.

Na votação desta terça, serão necessários 257 votos para a aprovação do mérito do projeto de lei – maioria simples. Passando na Câmara dos Deputados, a proposta irá ao Senado, onde também já há uma articulação para que ela caminhe mais rapidamente.

Se houver a aprovação dos deputados, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) sinalizou que, assim que o texto chegar ao Senado, ele vai apresentar um requerimento de urgência para que a votação do marco temporal seja feita diretamente no plenário da Casa. São necessárias 27 assinaturas de senadores para que a urgência seja pautada. A votação da urgência deve ser simbólica, ou seja, não será possível verificar quem votou contra e a favor da aceleração da tramitação.

A bancada do agro acredita que o projeto dará segurança jurídica aos agricultores e promoverá a paz no campo, estabelecendo critérios mais claros para a demarcação de terras indígenas. Organizações ligadas à causa indígena, por outro lado, entendem que a aceleração da tramitação do PL do marco temporal às vésperas do julgamento no STF desrespeita a Suprema Corte e as instituições democráticas.

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Proposta pretende tornar lei decisão do STF 
O PL do marco temporal está em discussão no Congresso desde 2007. Originalmente, ele pretendia transferir do Poder Executivo para o Legislativo a competência para realizar demarcações de terras indígenas. Após alterações propostas por meio de textos substitutivos, o projeto passou a tratar também do marco temporal.

Atualmente, o texto apresentado pelo relator do PL 490, deputado Arthur Maia (União-BA), reforça a aplicação das 19 condicionantes que foram apresentadas pelo STF em 2009 durante o julgamento sobre a reserva indígena Raposa Serra do Sol (PET 3388/RR), confrontando a ideia de que o marco temporal resultaria em prejuízo ou retirada de direitos conquistados pelos povos indígenas.

Na percepção da bancada do agro, o STF, naquela ocasião, declarou o balizamento do procedimento de demarcação de terra indígena considerando o marco temporal de 05/10/1988 e as 19 condicionantes.

Dentre essas condicionantes estão pontos como a proibição da ampliação das áreas já demarcadas e a possibilidade de a União decidir sobre o uso das riquezas sempre que houver interesse público. Consta ainda que a União pode instalar entradas, redes de comunicação e serviços para saúde e educação nas áreas demarcadas. Além disso, há a previsão de que as terras indígenas não possam ser arrendadas e a proibição da realização de negócios que restrinjam os direitos indígenas. Todos estes pontos foram considerados no substitutivo apresentado pelo relator do PL do marco temporal, deputado Arthur Maia.

Para a FPA, setores do Ministério Público Federal (MPF) buscam relativizar o marco temporal, algo que traz grande insegurança jurídica ao tema.

Bancada do agro quer “esvaziar” julgamento do STF sobre o marco temporal
A votação do mérito do projeto deve acontecer na semana que antecede a retomada do julgamento no STF. No entendimento da FPA, a aprovação do PL do marco temporal “esvazia” o julgamento, já que a proposta regulamenta o disposto na Constituição Federal.

“Faz 16 anos que ele está tramitando, o PL 490 [do marco temporal], e acredito que com essa aprovação a gente consiga sustar essa iniciativa do Supremo Tribunal Federal que vai gerar uma crise gigantesca no nosso setor, insegurança jurídica para nossos produtores”, disse o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR) em entrevista para o Canal Rural. “Estamos falando da possibilidade de 22% de demarcação indígena do território nacional e nós temos que garantir o direito de propriedade daqueles que realmente têm o título da terra e hoje estão fadados a não ter sequer indenização dessas áreas”, alertou.

No entanto, não há garantia de que, mesmo o projeto sendo aprovado, a Suprema Corte deixará de julgar a ação do marco temporal, que tem repercussão geral, ou seja, passará a valer para todas as demarcações de terras indígenas no Brasil.

O julgamento em pauta no STF trata de um recurso apresentado pelo governo de Santa Catarina que aborda a demarcação da Terra Indígena Ibirama-La Klãnõ, habitada por povos Guarani, Guarani Mbya, Guarani Ñandeva, Kaingang e Xokleng. A área indígena está entre os municípios de Doutor Pedrinho, Itaiópolis, José Boiteux, e Vitor Meireles. O STF já adiou por sete vezes esse julgamento. A última vez ocorreu em junho de 2022 por “consenso entre os ministros”.

De acordo com um estudo apresentado pelo Observatório Jurídico do Agro (OJA) – ligado ao Instituto Pensar Agropecuária (IPA), que presta assessoria para a FPA -, o impacto econômico estimado com a demarcação de novas terras indígenas pode chegar na geração de empregos: 1,5 milhão a menos, segundo estimativa. Na avaliação do OJA, é possível ainda que se tenha um aumento significativo no preço dos alimentos.

Organizações indígenas consideram a proposta um ataque ao STF 

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Instituto Socioambiental (ISA), duas das principais organizações que atuam em defesa dos povos indígenas, manifestaram-se contra a atuação do Congresso na pauta do marco temporal.

Para o ISA, trata-se de uma afronta, especialmente por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que vem acelerando a tramitação do PL do marco temporal.

“Lira afronta os outros poderes e busca intimidar o STF, imitando as crises institucionais forjadas por Bolsonaro, ao colocar o PL 490 na pauta. A questão é constitucional, será judicializada e só irá gerar mais violência, conflitos no campo e insegurança jurídica, criando falsas expectativas de anulação das demarcações”, alerta a advogada do ISA Juliana de Paula Batista.

Cleber Buzatto, integrante do Cimi Regional Sul, afirmou que a votação na Câmara é “um indicador bastante objetivo de que os inimigos dos povos indígenas estão preocupados com o que pode acontecer no julgamento do Supremo Tribunal Federal”.

Em uma nota coletiva, um conjunto de organizações pastorais lideradas pelo Cimi também falou sobre “desrespeito” ao STF. “A aprovação da urgência em sua tramitação acontece nas vésperas do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do famigerado marco temporal. Isso significa, por parte da Câmara dos Deputados e do presidente da Casa, Arthur Lira (PP/AL), um enorme desrespeito à Suprema Corte do Brasil e às demais instituições democráticas”, diz um trecho da nota publicada pelo Cimi.

Em outra frente de oposição ao projeto, a Defensoria Pública da União (DPU) defendeu, em uma nota técnica, a rejeição integral do projeto de lei sobre o marco temporal na demarcação de terras indígenas. O documento foi enviado pelo defensor público-geral federal em exercício, Fernando Mauro Junior, na última sexta-feira (26), a Arthur Lira.


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FICHA SUJA DE NICOLÁS MADURO PELO MUNDO

 

Tortura e perseguição política

Por
Luciano Trigo – Gazeta do Povo


| Foto:

Com sede em Haia, o Tribunal Penal Internacional é o organismo da ONU que tem jurisdição para investigar e julgar indivíduos acusados de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

Pois bem, nos últimos meses até mesmo veículos da grande mídia simpáticos à esquerda e blogueiros que costumam passar pano para ditaduras “do bem” informaram que:

  • A Venezuela é o primeiro país do continente americano a ter uma investigação aberta no Tribunal penal Internacional, que investigou Maduro por crimes contra a humanidade;
  • Em um informe detalhado sobre a repressão à oposição na Venezuela, a ONU alertou para a implementação de um plano orquestrado nos mais altos níveis do governo para perseguir qualquer forma de dissidência. O plano envolveu a execução sistemática de ataques, prisões e torturas contra a população civil;
  • Cerca de 9 mil pessoas e diversas entidades jurídicas apresentaram denúncias ao Tribunal Penal Internacional como vítimas da ditadura venezuelana. O tribunal documentou espancamentos, sufocamentos, afogamentos, choques elétricos e estupros na Venezuela; as vítimas foram submetidas a atos de violência que resultaram em sérios danos ao seu bem-estar físico e mental;
  • Segundo o promotor de Haia Karim Khan, esses crimes foram cometidos como política de Estado, incentivada ou aprovada pelo governo venezuelano e realizada por membros de forças de segurança;
  • Milhares de supostos ou reais opositores do governo foram perseguidos por motivos políticos, presos e detidos sem fundamentação legal adequada; centenas foram torturados; e mais de 100 mulheres foram submetidas a variadas formas de violência sexual, incluindo estupros;

Etc.

Ignorado pelo governo Temer e proibido de entrar no Brasil por Bolsonaro, Maduro é hoje recebido com honras de chefe de Estado

Há pouco mais de 2 meses, em 22 de março, a própria ONU publicou em seu site oficial que:

  • O governo venezuelano continua perseguindo opositores políticos e sufocando protestos de líderes sindicais, além de prender integrantes da sociedade civil por motivos políticos;
  • Emissoras de TV e organizações não-governamentais que criticavam o regime de Nicolás Maduro foram fechadas, em um evidente esforço para reprimir qualquer manifestação contrária ao regime;
  • Nesse contexto de ampla impunidade, os cidadãos críticos a Maduro se sentem ameaçados e desprotegidos: o medo de ser preso ou torturado acaba impedindo a liberdade de expressão e o direito ao protesto;
  • Com o agravamento da crise econômica, as prisões políticas arbitrárias aumentaram. As famílias dos presos são vítimas de ameaças e represálias. Visitas dos parentes ou de advogados são negadas. O acesso ao alimento e a tratamento médico é limitado.

Além de tudo isso, desde a morte de seu mentor Hugo Chávez, Maduro vem sendo eleito e reeleito em eleições cercadas de suspeitas e controvérsias, não reconhecidas pela oposição em seu país nem por grande parte da comunidade internacional.

É pouco?

Em março de 2020, o Departamento de Justiça americano acusou Maduro de integrar o Cartel Los Soles, que atua em parceria com as Farc no tráfico de cocaína (200 a 250 toneladas por ano) para os Estados Unidos.

Em denúncia apresentada pelo então procurador-geral William Barr, o ditador foi acusado de crimes como lavagem de dinheiro e corrupção, além de associação com o narcotráfico.

Na ocasião, o governo americano ofereceu uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que pudessem levar à prisão de Maduro. “A intenção de Maduro era inundar os Estados Unidos com drogas”, afirmou Barr. “Ele usava a cocaína como arma.”

Por tudo isso, hoje nem mesmo os mais empedernidos esquerdistas ousam defender o ditador venezuelano, que ora se encontra no Brasil – país onde não punha os pés de 2015, quando compareceu para a posse da presidente Dilma Rousseff.

Depois disso, Maduro foi solenemente ignorado pelo governo de Michel Temer e proibido de entrar no Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro. Hoje está sendo recebido com honras de chefe de Estado.

Sinal dos tempos. É também uma mensagem que o Brasil emite para a comunidade internacional.

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NICOLÁS MADURO RECEBIDO NO BRASIL COM HONRAS MILITARES DE CHEFE DE ESTADO

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Brasília (DF) 29/05/2023 – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chega ao Palácio do Itamaraty para almoço com o presidente Lula . Foto Antônio Cruz/EBC


| Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

Bom dia! Está se esgotando o prazo que a Câmara deu ao deputado Deltan Dallagnol para apresentar sua defesa ante a condenação pela Justiça Eleitoral, que tirou o seu mandato, dado a ele por 345 mil eleitores, se não me engano, do Paraná. Foi o mais votado. E foi um julgamento incrível, que durou um minuto e seis segundos, em que estabeleceram um exercício de futurologia, dizendo que futuramente ele poderia ter que responder a um processo disciplinar e, portanto, ele não poderia ter sido aceito. Registro que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná aceitou, inclusive com a Procuradoria dizendo aos partidos políticos de esquerda que entraram para caçar o registro que não há nenhum motivo para caçar o registro, uma vez que ele não respondia a nenhum processo disciplinar.

Então, está se esgotando, amanhã, o prazo de cinco dias úteis depois da publicação no Diário Oficial da notificação para ele. Não foi retirado pela Câmara dos Deputados. Eu não vou dizer que é a dona do mandato dele, porque os donos do mandato dele são os eleitores. Na verdade, os eleitores é que estão sendo caçados. Esperaram o fato consumado para depois caçar, que é uma coisa muito, muito estranha. Fizeram o contrário no julgamento, no qual julgaram por um fato futuro que ainda não aconteceu. E depois, diante de um fato consumado, caçaram o mandato dele.

Manifestações em 4 de junho

Vão fazer manifestações no dia 4, nas capitais do Brasil, em favor de Deltan, em favor da Constituição, do devido processo legal e do Estado Democrático de Direito. Por falar nisso, mais 131 pessoas, mulheres, homens, idosos, foram considerados réus. Aqueles que estavam lá no acampamento, que foram presos, agora a gente sabe, foram presos pelo Exército, como disse o comandante militar do Planalto, depondo na Assembleia Legislativa do Distrito Federal.

E somando-se aos 1.044 que já são réus, dá 1.175. Interessante que um advogado criminalista, me perguntou ontem: 175 réus, entre sobrinhos, netos, filhos, afilhados. Eu perguntei, como, por quê? Esses jamais esquecerão o que está sendo feito. Eu imagino que seja umas 10 mil pessoas, talvez, ou mais. Realmente eu não tinha pensado nisso. Não atinge apenas a pessoa, atinge todos aqueles que amam essas pessoas. É uma questão.

Militares brasileiros e Maduro
Bom, durante o governo Bolsonaro, o então presidente reconheceu Juan Guaidó como presidente da Venezuela e a embaixadora de Guaidó aqui no Brasil. Agora está mudando tudo. O Nicolás Maduro chegou à noite, de repente. Teve que ser de repente, teve que ser secreto, para enganar os Estados Unidos, porque ele é procurado nos Estados Unidos e onde o avião dele pousar, e houver possibilidade, o avião vai ser confiscado também e ele está sendo procurado por narcotráfico, narcoterrorismo. Eu achei feia a posição de alguns deputados brasileiros que foram se queixar para a embaixadora americana, como se reconhecendo que ela tivesse algum poder sobre a lei brasileira. Uma atitude assim meio de colonizado, mas enfim, deveriam protestar, como protestaram na tribuna da Câmara e com a presença. Eu fiquei com pena até porque o Exército fez a operação acolhida maravilhosa, digna de Prêmio Nobel da Paz, para receber milhares e milhares de venezuelanos com fome, doentes, fugindo do país em que nasceram. E depois ter que ver os dragões da independência prestando homenagem, continência, na subida da rampa do Palácio do Planalto de Nicolás Maduro, que desde 2015 não vem ao Brasil.


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NICOLÁS MADURO DÉSPOTA BANANAEIRO VISITA O BRASIL

 

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


Deputados enviaram ofícios à embaixada dos EUA no Brasil contra o ditador venezuelano. Maduro tem mandado de busca por narcoterrorismo.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

Eis aí: Nicolás Maduro, um dos mais grosseiros ditadores do mundo, figura que faria com perfeição o papel do déspota bananeiro em história de gibi, está de visita ao Brasil. É um dos grandes sonhos do Lula pós-cadeia – uma de suas ideias fixas, já há tempo, tem sido a de transformar o Brasil em território de preferência para os tiranetes latino-americanos que o tratam como “líder internacional”. São os únicos – mas é o suficiente para que Lula realize a sua fantasia de se apresentar perante a mídia e demais devotos como alguém capaz de influir nos destinos do mundo.

O ditador da Venezuela, classificado oficialmente como narcotraficante, terrorista e golpista pela maior parte das democracias do planeta, não pode viajar para países civilizados. Será preso ao pisar no aeroporto: há uma recompensa de 15 milhões de dólares por sua captura e entrega à polícia, a ser paga pelo governo hoje ultraprogressista dos Estados Unidos. Nem na Argentina ele pode ir; ainda outro dia, ficou com medo de ser detido no desembarque. Só lhe resta o Brasil, além das ditaduras mais primitivas do Terceiro Mundo. Por isso ele está aí.

O Brasil não tem absolutamente nada a ganhar, por nenhum critério, com a paixão de Lula pela Venezuela. Ele está apenas se juntando com a ruína.

É esta a “política externa” do presidente Lula: a hostilidade às grandes democracias mundiais e a associação com países do nível da Venezuela e de seu ditador. Em menos de seis meses de governo, ele já conseguiu deixar o Brasil isolado do mundo do progresso e da liberdade; cada vez mais, ele coloca o país ao lado de tudo aquilo que a comunidade das nações tem de pior.

Abriu o porto do Rio de Janeiro para navios de guerra do Irã, apesar dos protestos da comunidade democrática internacional; aliou-se abertamente, nesse caso, a um regime que promove o terrorismo. Acusou a Ucrânia de ser responsável pela invasão do se próprio território. Acha que a China é o grande farol que o Brasil tem de seguir, na política e na economia.

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O Brasil não tem absolutamente nada a ganhar, por nenhum critério, com a paixão de Lula pela Venezuela. Ele está apenas se juntando com a ruína. A tirania de Maduro, que está no poder por eleições fraudadas e nega à população os seus diretos mais elementares, conseguiu reduzir 90% dos venezuelanos à pobreza – algo que jamais se viu na história humana. A única opção que o governo oferece aos cidadãos é fugir do país para não morrer de fome, enquanto Maduro e a sua corte vivem como paxás com os dólares que ganham no tráfico de drogas para os Estados Unidos e Europa. A economia da Venezuela foi destruída. A inflação está fora de controle, não existe moeda nacional e os sistemas de produção deixaram de funcionar. A elite sobrevive com produtos importados – e pagos com os dólares do narcotráfico.

A visita de Maduro ao Brasil contém um outro veneno. As Forças Armadas brasileiras foram obrigadas a bater continência para um indivíduo que está com a cabeça formalmente a prêmio por traficar com entorpecentes . Nunca havia acontecido nada parecido com isso ao longo da história; é uma primazia dos oficiais que comandam as três forças no regime de Lula. O comandante do Exército vive dizendo que é um defensor intransigente da “legalidade”. Eis aí para onde a sua legalidade conduziu os militares brasileiros; estão tendo de prestar homenagem ao crime internacional.


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BASTIDORES DO CONVESTE POLÍTICO DE MINISTROS DO STF NO CHURRASCÃO DO LULA

 

Um luxo!

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Gilmar Mendes sorri pela primeira vez e Alexandre de Moraes conta piadas no Churrascão do Lula.| Foto: Montagem

Por Athayde Petreyze – Gazeta do Povo

Desesperado por recuperar o prestígio que só uma imprensa independente é capaz de lhe devolver, e cansado do rapapé sem imaginação dos jornalistas de sempre (um beijo, Reynaldo!), o venerável presidente Lula não hesitou em ligar para a Athayde P13 Produções e contratar este douto colunista social socialista que vos fala para contar os bastidores do Churrascão da República, que celebrou a cassação do deputado Deltan Dallagnol. O concorrido evento bovino-alcooleiro foi realizado na chiquérrima laje niemeyeriana do Palácio do Planalto.

O churrasqueiro

A grelha e os espetos ficaram a cargo do sempre prestativo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que trajava um belo avental vermelho com a estrela do PT na altura da hombridade. Uma pena o Mercado não estar ali para ver o maestro das finanças nacionais manejando o fogo e as facas com toda a experiência de seus dois meses de treinamento intensivo com o ministro e gaúcho assumido Paulo Pimenta.

Axé com consciência social

Assim que os primeiros convidados chegaram, a ministra Margareth Menezes começou a cantar seu axé com consciência social. Munido da primeira das muitas caipirinhas do dia, o ministro Gilmar Mendes foi visto batendo o pezinho ao som da música envolvente e “crítica na medida certa”, nas palavras dele. Especialista em código morse que sou, porém, decifrei a mensagem que o pezinho ritmado do ministro transmitia: “Moro é o próximo”. O que será que ele quer dizer com isso?

Na cozinha…

Assim que chegou, a ministra Simone Tebet se juntou à primeira-dama Janja e à ministra Carmem Lúcia na cozinha, onde ficaram preparando maionese e salada de alface, tomate e cebola. “A Margareth é fogo, hein? Em vez de vir ajudar fica lá cantando”, reclamou uma das mulheres. Não digo qual. Ao me verem ali fazendo este excelente trabalho de reportagem investigativa, porém, elas mudaram de assunto. “Viram o capítulo da novela ontem? Adoro o Toni Ramos. Pena que ele esteja fazendo papel de fascista, né?”, disse a Janja.

Flávio Dino vem aí!

Assim que Flávio Dino chegou ao churrasco, Lula foi informado pela Abin de que precisava de mais carne. Muito mais carne. Gestor hábil que é, o presidencialíssimo consultou Haddad e ali, usando sua Mont Blanc sobre um saco de pão Hermés, assinou um decreto mandando o Exército abater dez cabeças de gado. A imprensa golpista dirá que Flávio Dino comeu um boi inteiro, mas é mentira. Foram dois.

Vossa Majestade

De repente, ouço palmas no recinto. Não só! Ouço também foguetes e o espocar de fuzis – cortesia da ONG antiviolência policial PCC (Paz, Coração e Carinho), que também se prontificou a fazer a segurança do evento democrático. “Olha só quem chegou”, me diz Randolfe Rodrigues, subindo num banquinho para tocar meu ombro. Ao me virar para a esquerda, sempre à esquerda, quase fico cego com o brilho que a aura dourada de Alexandre de Moraes emana. Que homem!

Picanha

“Hei, Petreyze. Diz aí no seu texto que a carne era picanha, senão logo aparece alguém pra dizer que você esqueceu dessa informação óbvia por interesses escusos”, me aconselhou uma fonte anônima. Por falar em fonte anônima, já contei que Zé Dirceu permaneceu o churrasco todo atrás da churrasqueira, só observando? Pois.

Momento de crise

Na cozinha, Janja, Tebet e Carminha mudaram de assunto e agora falam mal, digo, fazem críticas construtivas a Gleisi Hoffmann. “Será que a Marina vem?”, pergunta uma delas bem quando Marina chega e, furiosa, vai até a churrasqueira. “O Lula me prometeu que teria carne vegana!”, diz ela, soltando fogo pelas ventas, indo embora e criando uma crise política no governo.

Supremas gargalhadas

Eduardo Appio, Cristiano Zanin e Mas-Será-o-Benedito Gonçalves escutavam atentamente o ministro Alexandre de Moraes. “Aí a Tabata disse: por que vocês não indicam uma mulher negra para o STF? Hahahahahahahahahaha”. As gargalhadas assustaram o cãozinho Resistência que, juntamente com um dogue alemão de olhar parvo e um pinscher invocado, esperava para roer os ossos da festança.

O ponto da carne

Haddad errou o ponto da carne. Errou feio. “Não tem problema, cara. A carne mal passada é uma ameaça à democracia”, disse Gilmar Mendes, a fala um tanto quanto embolada, mas sorrindo pela primeira vez em 67 anos. A caipirinha estava boa mesmo. Chamado a julgar o ponto da carne, Eduardo Appio não hesitou em dizer que a picanha estava per-fei-ta.

De olhinhos bem fechados

Margareth Menezes começou a cantar uma versão de Que País É Este. Equilibrando precariamente o copo de cerveja, de olhinhos fechados e expressão de enlevo, Toffoli cantava o refrão com a indignação mais sincera que o Zé Dirceu lhe ensinou.

“Missão dada…”

Entreouvido na mesa onde Alexandre de Moraes continua seduzindo a plateia com seu humor cáustico, mas em conformidade com o Estado Democrático de Direito: “Cassei mesmo. E agora ele vai ter que recorrer ao STF. Ao STF! Hahahahahahahaha”. Por precaução, todo mundo riu. Até eu.

“Ô, Lula, que churrasco é esse que não tem lagosta? Cuidado que eu te prendo de novo, hein?”, diz o ministro, todo empolgado. Por via das dúvidas, Lula pede encarecidamente ao ministro Benedito Gonçalves, que pouco depois volta com uma lagosta em cada uma das mãos. “Missão dada é missão cumprida”, cochicha ele, repetindo seu bordão preferido.

Munheca

Depois de muita insistência dos convidados, Lula imita a munheca dramática do chef turco Salt Bae e faz uma piada com cervídeos que não reproduzo aqui porque não.

Evidências

Aos poucos a animação se desfaz. Toffoli canta “Evidências”. Dino, muitos e muitos (e muitos) quilos de comunismo concentrado, pede que o ajudem a levantar. De bucho cheio, Alexandre de Moraes me olha como se fosse mandar me prender a qualquer momento. Eu, aliás, estou quieto num canto, bloquinho na mão, tentando pensar numa forma de incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro neste churrasco sem atrair a fúria da direita mal-humorada.

Gilmar Mendes, que exagerou na caipirinha, dorme numa poltrona Sérgio Rodrigues milagrosamente salva do ira golpista do 8/1. Zé Dirceu só observa. E enquanto as mulheres lavam a louça, Haddad separa os ossos a serem disputados pelo vira-lata Resistência, o dogue alemão Parvo e o pinscher Serelepe.

Athayde Petreyze é colunista social socialista, caçador de nazistas, consultor de diversidade, sommelier de gravata borboleta e mixologista forense. Formado em Direito em Harvard e em Esquerdo em Dravrah, todos os anos ele é forte concorrente ao Prêmio Nobel da Paz. Os direitos de seu sua autobiografia “O Caminho da Borboleta Verde-Amarela: Memórias de um Fascista Arrependido” acabam de ser comprados pela Netflix. Na adaptação, Petreyze será interpretado por Seu Jorge.

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MINISTROS DO STF AMIGOS DE LULA PARTICIPARAM DE CHURRASCO OFERECIDO PELO GOVERNO

 

O STF tem sido alvo de ataques que buscam minar sua autonomia. Mas nem todas as críticas são infundadas: se quer que suas prerrogativas sejam respeitadas, deve se dar ao respeito

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

Na sexta-feira, o presidente Lula da Silva recebeu ministros e congressistas aliados no Palácio da Alvorada para um churrasco. Mais do que mera confraternização, a festa era temática: os revezes do governo no Congresso. Não por acaso os presidentes das duas casas legislativas não foram convidados. Mas lá estavam dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes (também presidente do Tribunal Superior Eleitoral), além do recém-aposentado Ricardo Lewandowski.

A esta altura, ministros do Supremo já deveriam saber que toga não é traje esporte fino, desses que se usam em festas informais. É evidente que os dois ministros foram convidados não por suposta amizade com o presidente, e sim porque integram o STF, lugar por onde trafegam interesses do governo.

Assim, se já seria inadequada a presença dos ministros num convescote governista, tanto pior quando ele tem tinturas políticas. Em particular, foi uma oportunidade para alinhar as bases após as medidas do Congresso que evisceraram o Ministério do Meio Ambiente e outros. O caso pode parar no STF. Como fica a percepção de independência dos ministros? Lula aproveitou para comunicar aos comensais que indicará seu amigo e advogado, Cristiano Zanin, para a vaga de Lewandowski.

Não é de hoje que o Judiciário conspurca sua já precária reputação de isonomia mantendo relações esquisitas com o poder político e econômico. Ora, no poder público, em especial no Judiciário, a compostura é lei. Ela exige que os juízes sejam não só seus primeiros cumpridores, mas falem apenas nos autos, sejam conscienciosos com os limites de suas funções, não busquem holofotes nem usem o cargo para promover convicções pessoais. Não basta ao judiciário ser isento. É preciso parecer.

Pela lei, juízes podem, por exemplo, exercer atividade acadêmica, mas não “o comércio ou participar de sociedade comercial”. Há, porém, os que têm empresas de educação. Também frequentam todo tipo de eventos e “seminários” em resorts de luxo bancados por empresas que têm ações multimilionárias na Justiça. Recentemente, o ministro Nunes Marques viajou a Paris com as despesas pagas por um advogado para assistir a Roland Garros e à Champions League. Dias Toffoli passeou na casa de veraneio do então ministro Fábio Faria, genro do empresário Silvio Santos e filho do ex-governador Robinson Faria, que responde a uma investigação por corrupção no STF relatada por Toffoli.

Com a presença de empresários e ministros do STF, a diplomação do presidente Lula foi comemorada na mansão do advogado antilavajatista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay – aquele que tirou fotos desfilando de bermuda pela sede da Suprema Corte como se fosse a extensão de seu quintal. No dia seguinte a um almoço com Alexandre de Moraes, Lula indicou dois aliados do ministro para o TSE. Mais cedo ou mais tarde, a Corte se debruçará sobre os processos que pedem a inelegibilidade do maior adversário de Lula, Jair Bolsonaro. Qual será a percepção da população sobre sua isenção?

Por disfunções históricas do “presidencialismo de coalizão”, há muito tempo o STF tem sido instado a arbitrar impasses entre o Executivo e o Legislativo ou entre as próprias lideranças partidárias. O corolário é não apenas a judicialização da política, mas a politização da Justiça. Consolidou-se uma tendência dos ministros de interpretar as leis e a Constituição de modo extensivo e criativo, como se coubesse à Corte não só aplicar a lei, mas fazer a “justiça social” que os representantes eleitos não fazem. O ministro Dias Toffoli chegou a dizer que os ministros são “editores de um país inteiro”, e Luís Carlos Barroso, que seu papel é “empurrar a história na direção certa”.

Se as críticas excessivas de “ativismo judicial” têm tanta aderência na população é porque há um fundo de verdade genuíno nelas. O STF tem sido alvo de difamação, intimidações e ataques frontais, como no 8 de Janeiro, com o objetivo de tolher sua autonomia, independência e respeito junto à população. As forças republicanas têm se esforçado por defender essas prerrogativas. Mas é preciso que a Corte as ajude a ajudá-la. Quem quer ser respeitado precisa se dar ao respeito.

DEMOCRACIA RELATIVA DE LULA E MADURO CADA UM AO SEU MODO

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