sábado, 27 de maio de 2023

NA CPI DO MST DEPUTADOS GOVERNISTAS ATACAM A OPOSIÇÃO

 

Na Câmara
Deputados da oposição são alvo de ofensiva governista na CPI do MST
Por
Aline Rechmann – Gazeta do Povo


Relator da CPI do MST, Ricardo Salles, apresentou plano de trabalho das investigações. Advogados que apoiam o MST querem pacto de civilidade na comissão| Foto: Douglas Gomes/ Republicanos

Em meio à estratégia da base governista, deputados de oposição têm sido alvo de críticas e acusações nas reuniões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os principais alvos dessa ofensiva são os deputados Tentente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), presidente e relator da CPI do MST, respectivamente. Além deles, o deputado delegado Éder Mauro (PL-PA) também é um dos mais mencionados.

Deputados aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizam investigações contra os parlamentares de oposição para confrontar o comando da comissão e para postergar e criticar o andamento dos trabalhos. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), por exemplo, tem usado recursos regimentais para reforçar seu posicionamento contrário à condução de Zucco e Salles.

Já a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), por exemplo, relacionou Salles com grilagem, madeireiros e garimpo ilegal. “O relator desta Comissão é acusado de fraudar mapas. Ele tem relação com o garimpo ilegal”, afirmou a parlamentar fluminense. Talíria se referiu a um processo em que ele foi acusado pelo Ministério Público de fraudar o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, quando foi secretário estadual de São Paulo. Após as acusações, Salles disse que irá entrar com representação no Conselho de Ética contra Talíria.

Contra Zucco, presidente da CPI, os deputados Valmir Assunção (PT-BA) e Sâmia Bonfim apontaram uma investigação a ser realizada pela Polícia Federal e que foi autorizada na última semana pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação diz respeito a publicações feitas entre outubro e novembro nas redes sociais.

De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, onde as investigações iniciaram, o então deputado estadual teria motivado manifestações e atos antidemocráticos contra o resultado das eleições nas publicações. O caso foi remetido ao STF após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) entender que, como Zucco foi eleito deputado federal, ele tem foro privilegiado.

Zucco afirmou, no entanto, que essa é uma “resposta política” diante de seu trabalho à frente da CPI do MST. Em nota, o presidente da CPI do MST disse que se trata de “tentativa de ‘requentar’ pauta já há muito esclarecida”. “Documentos e vídeos de domínio público da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul demonstram que não há qualquer indício de envolvimento com quaisquer atos atentatórios à democracia”, disse.

“Estou tranquilo em relação à investigação e certo de que a Polícia Federal verificará que nenhum crime houve, assim como já observado pela autoridade policial do Rio Grande do Sul. Informo que minha assessoria jurídica se encontra à disposição da justiça para colaborar e esclarecer quaisquer pontos que se mostrem necessários”, completou Zucco, em nota enviada à imprensa.

Além deles, o deputado Éder Mauro também tem sido alvo de acusações ao afirmar frequentemente que o MST é composto por “marginais”. “Se está apurando exatamente situações de um grupo que não é movimento social, mas um movimento de marginais que invadem, que quebram, que põem fogo em sedes de fazendas, que matam animais”, disse o deputado paraense durante a CPI.

Para rebater as afirmações, Talíria se referiu a Mauro como “torturador”. “Sr. presidente, eu não quero ser interrompida por torturador”, disse a deputada do PSOL. Ela se referia a um caso envolvendo o então delegado Éder Mauro, ocorrido em 2008, mas em que o deputado foi absolvido, em 2016, no julgamento no Supremo. De acordo com a ação, o delegado teria permitido que agentes sob sua liderança cometessem excessos. O STS, no entanto, considerou, de forma unânime, que faltavam provas para comprovar a omissão do acusado em relação a conduta dos policiais.

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A ofensiva da base governista também refletiu na apresentação de requerimentos na CPI do MST. Aproximadamente 100 foram protocolados por membros da comissão. Quase 70 deles são de parlamentares do PCdoB, do PSOL e do PT. Na maior parte, deputados da esquerda – que defendem o MST – pretendem realizar audiências públicas para ouvir pessoas ligadas ao movimento, mas também miram o reforço das narrativas contra o comando da CPI.

Dentre as audiências propostas pelos parlamentares da esquerda, está o nome do delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva. Ele foi o responsável por apresentar uma notícia-crime contra Salles, relator da CPI do MST. A denúncia foi feita enquanto ele estava à frente da pasta do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após a divulgação da denúncia, Salles renunciou ao cargo de ministro.

O requerimento, no entanto, não menciona qual seria a ligação do delegado com a temática da CPI. “A presença do Delegado Alexandre Saraiva será de grande valia por sua experiência e conhecimentos da região amazônica que enfrenta nos últimos anos a ascensão do crime organizado”, diz a justificativa para o convite ao delegado.

Plano de trabalho da CPI do MST prevê visitas em assentamentos e nos estados das invasões 

No plano de trabalho apresentado pelo relator ficou estabelecido que o colegiado atuará na apuração de denúncias, identificação de organizadores e financiadores das invasões de terras no Brasil. O documento também prevê que a CPI deve realizar audiências externas, também chamadas de diligências, para ir até os estados e municípios onde ocorreram invasões neste ano.

A Bahia está entre os estados que devem ser visitados. De acordo com dados da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apenas essa unidade da federação registrou 17 invasões entre janeiro e abril de 2023. Esse é o maior número de invasões registradas em um único estado no período. No total, a CNA registrou 56 invasões em dez estados.

Além disso, Salles destacou que poderão ser feitas visitas técnicas e diligências em todos os estados onde existem assentamentos instalados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A CPI do MST buscará ainda a identificação de autoridades que estejam se omitindo ou prevaricando diante de suas obrigações legais relativas às invasões de terra no Brasil. No plano de trabalho, Salles previu também que os membros da CPI buscarão meios para fazer o ressarcimento pelos danos causados pelos atos de vandalismo promovidos durante as invasões, além de buscar a tipificação dos atos que possam ser enquadrados como crimes. O relator pontuou ainda que a CPI quer identificar propostas legislativas com temas relacionados que tramitam no Congresso.

Os deputados membros da CPI do MST também poderão fazer pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal e de dados, requerer documentos confidenciais de órgãos públicos e solicitar perícias, exames e vistorias, inclusive busca e apreensão.

Diante disso, a deputada Sâmia Bomfim apresentou questão de ordem para questionar o documento apresentado pelo relator. Para a parlamentar, o plano de trabalho apresentava, especialmente em seu título, escopo diferente do que foi apresentado no requerimento de instalação da CPI. O documento original tinha o seguinte título: “Comissão Parlamentar de Inquérito Destinada a Investigar a Invasão de Propriedade, Depredação de Patrimônio Público e Privado, e Crimes Correlatos – CPI”.

Diante disso, Salles atualizou o documento que foi publicado no portal da Câmara dos Deputados, no qual passou a constar somente “CPI MST”.

Grupo Prerrogativas nega formulação de dossiês e propõe “pacto de civilidade”

Apesar da ofensiva dos governistas, o advogado que lidera do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, buscou diálogo com Salles. Na conversa, Carvalho propôs um “pacto de civilidade” na condução dos trabalhos de investigação contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. O Grupo Prerrogativas – que reúne advogados, defensores públicos e outros da área do Direito que apoiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Partido dos Trabalhadores (PT) – ofereceu apoio para defender o MST durante a CPI.

“A ideia é tentar, de alguma forma, manter um padrão mínimo de dignidade, de institucionalidade. Vamos trabalhar para evitar essa espetacularização da CPI. Nós não queremos atuações circenses. Temos que focar no que é prioritário, que é o combate erradicação da fome, da miséria”, disse o advogado.

O grupo Prerrogativas também negou que esteja formulando dossiês contra deputados integrantes da CPI do MST. “Não estamos procurando fazer isso. Não é uma prática com a qual, inclusive, a gente concorda. E, ao que parece, embora tenha saído na imprensa, isso não é verdadeiro”, disse o líder do Grupo Prerrogativas.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/deputados-da-oposicao-sao-alvo-de-ofensiva-governista-na-cpi-do-mst/
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EMPLACAR AGENDA DE ESQUERDA NÃO VAI TERMINAR BEM PARA O GOVERNO

Por
Guilherme Macalossi – Gazeta do Povo


Presidente Lula minimizou aprovação de mudanças que esvaziam ministérios.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Não há, por hora, o menor risco de Lula sofrer um processo de impeachment. Isso, entretanto, não significa que terá vida fácil no Congresso Nacional. Foi a escolha legítima das urnas. A maior parte da população votou em um presidente de esquerda e contrabalanceou isso elegendo também um Congresso Nacional conservador (não no sentido britânico, é claro). Por si, isso já seria suficiente para enfileirar desacertos, mas há também um contexto político infinitamente mais complexo daquele que o atual presidente encontrou quando assumiu seu primeiro mandato. Durante os 8 anos em que esteve no poder, Lula manejou a relação, inclusive pela cooptação descarada, mas, no Brasil de 2023, esse polo se inverteu. O protagonismo agora é do Parlamento, que, turbinado pelo orçamento secreto, acabou também se assenhorando do orçamento oficial.

Na última terça-feira (23), Arthur Lira manobrou para votar a regra fiscal antecipadamente. A aprovação veio com um resultado muito acima do necessário para tanto. Foram 372 votos favoráveis e 102 contrários. Apesar da comemoração e do alarido do lulopetismo, a palavra “vitória” só cabe aqui se considerarmos que sem o arcabouço, sobraria apenas ingovernabilidade.

Só a esquerda mais estridente não foi avisada que o governo não teria condições de tocar uma agenda francamente progressista.

Dado o comportamento dos partidos políticos, nada ali permitia presumir o surgimento de uma base parlamentar sólida e fiel. Muito antes pelo contrário. O resultado se deveu à mobilização do Centrão e de setores da Câmara que não são governistas (motivados também pela liberação R$ 1 bilhão em emendas na véspera da apreciação do projeto). Partidos como PP e Republicanos entregaram quase que a totalidade de seus votos, e o PL um terço do total. Na esquerda, o PSOL foi até mais oposicionista que o partido de Jair Bolsonaro. Votou integralmente contra, indo na mesma linha que o Novo. Era evidente que esse cenário não se repetiria com facilidade. A agenda fiscal, é fato, transita por setores políticos não necessariamente alinhados ou subalternos ao PT.

Eis que, já no dia seguinte da aprovação do arcabouço, veio a tempestade. A Medida Provisória 1154/23, que reestrutura as funções dos Ministérios acabou sendo moldada para atender o interesse da força política majoritária na Câmara. A versão do relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), alterou o que Lula havia elaborado, desidratando o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério dos Povos Indígenas, gerando protestos da militância esquerdista e inconformidade em Marina Silva e Sônia Guajajara, as titulares das respectivas pastas.

A realidade se impõe, e ela não é simpática ao PT, ainda que seja o partido a ocupar o poder.

Conjuntamente a isso, durante a noite, quando da votação da urgência do Marco Temporal das Demarcações Indígenas, o governo liberou as bancadas da dita base para que votassem como bem entendessem (até porque não teria como exigir um posicionamento que não fosse favorável). A postura foi tomada pelas esquerdas como uma traição ao discurso ambiental e representativo dos povos originários, que Lula usou durante a campanha eleitoral para fustigar Jair Bolsonaro e capitalizar sua imagem no exterior.

As figuras de Marina Silva e Sônia Guajajara podem até render elogios em círculos de entidades internacionais, mas não votos dentro no Congresso de Arthur Lira. E Lula, como bom pragmático, sabe disso muito bem. A aprovação do Marco Temporal era de interesse dos deputados que defendem o agronegócio, o grosso do centro político de comanda os rumos da Câmara e que, é necessário dizer, exercem influência no naco de governo que não está na órbita do lulopetismo.

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Lula não desfruta mais dos índices de aprovação de outrora. Foi eleito com margem estreita e numa dinâmica institucional em que deputados e senadores já não se permitem controlar pelo Executivo, nem aceitam que temas já apreciados no Congresso sejam revistos. E a derrubada dos decretos presidenciais que alteravam o marco do saneamento são uma sinalização evidente disso.

O Planalto está limitado pela circunstância, e a esquerda pela falta de capilaridade política. Num encontro da Fiesp, realizado na quinta (25), Lula tratou os reveses da semana com naturalidade, dizendo que fazem parte do jogo democrático. E são. Mas essa declaração não deixa de ser também a confissão de uma resignação crescente. A realidade se impõe, e ela não é simpática ao PT, ainda que seja o partido a ocupar o poder. Só a esquerda mais estridente não foi avisada que o governo não teria condições de tocar uma agenda francamente progressista. Se o fizesse, Lula nem completaria o mandato.


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A IMPLACÁVEL PERSEGUIÇÃO AOS QUE COMBATERAM A CORRUPÇÃO

 

Por
Deltan Dallagnol


O ex-juiz da Lava Jato, senador Sergio Moro.| Foto: Agencia Senado

Enquanto corruptos confessos vivem livres e impunes, os agentes da lei que enfrentaram os abusos dos poderosos são implacavelmente perseguidos pelo sistema. Em abril de 2021, o ministro Barroso alertou: no Brasil, os poderosos não querem apenas impunidade, eles querem vingança para que ninguém mais ouse combater a sua corrupção no futuro.

O Brasil não será o país que queremos enquanto nos curvarmos ao arbítrio dessa perseguição, que se intensifica no contexto de um governo no qual Lula declarou querer vingança contra quem combateu sua corrupção.

Várias situações são melhor compreendidas à luz desse contexto anunciado de vingança sistêmica ou lulista, ainda que não seja possível individualmente comprovar a má-fé de pessoas ou decisões específicas.

No Brasil, os poderosos não querem apenas impunidade, eles querem vingança para que ninguém mais ouse combater a sua corrupção no futuro

É preciso ainda reconhecer que as acusações, condenações e decisões desfavoráveis contra os agentes da lei seguem um mesmo padrão, o de serem emitidas em instâncias mais permeáveis a influências políticas. Vejamos algumas dessas situações.

  1. Sergio Moro foi acusado criminalmente perante o Supremo Tribunal Federal por ter feito uma piadinha de festa junina. Na brincadeira junina em que pessoas são presas e são liberadas mediante pagamento, ele cometeu um crime hediondo: disse que o dinheiro que entregava para libertar alguém era para comprar um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes. Até um estagiário de segundo ano de Direito sabe que a gozação, a intenção de fazer uma brincadeira, o “animus jocandi” como é chamado em jurisdiquês, afasta a ocorrência desse tipo de crime.

Enquanto Sergio Moro é submetido a uma acusação injusta que coloca seu mandato em risco, Sergio Cabral, condenado a centenas de anos, mas que vive livre, lançará seu novo podcast, o “rolê pelo Rio”, em que mostrará a curtição da vida noturna e bares cariocas. Vai aproveitar a vida, enquanto os outros sofrem com seus crimes, como a Marcele, cujo pai morreu por falta de equipamentos e medicamentos no Hospital Pedro Ernesto. Mais de trezentos milhões de reais que poderiam salvar essa e muitas outras vidas tinham sido desviados pelo ex-governador.

  1. Há pouco tempo, o juiz federal Marcelo Bretas, que fez um trabalho exemplar nos casos de combate à corrupção, foi afastado da Lava Jato do Rio de Janeiro pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sem que tenham vindo a público razões que apontassem irregularidades que justificassem o seu afastamento.
  2. De modo similar, mas talvez ainda mais grave, procuradores da Lava Jato do Rio de Janeiro foram condenados pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por terem feito uma entrevista coletiva apresentando uma denúncia pública, mas que havia sido colocada em sigilo no sistema, por equívoco, por um assessor. Em seguida, o juiz levantou o sigilo. O caso não merecia sequer condenação, mas os procuradores foram condenados e um deles, o coordenador da força-tarefa, à pena de demissão, que foi convertida em suspensão.
  3. Esses Conselhos, o CNJ e o CNMP, são órgãos cujos integrantes passam pela aprovação de seus nomes no Senado e têm vários de seus membros indicados politicamente. Há uma grande pressão política que vem do Senado, Câmara e governo nesses julgamentos, como pude acompanhar nos meus casos que tramitaram no CNMP.

Fui, aliás, condenado no CNMP por quebra de decoro por ter feito críticas respeitosas, embora firmes, a decisões do STF e a Renan Calheiros. Obtive decisões judiciais favoráveis, na primeira instância, para suspender esses processos e condenações, mas então o STF mudou o entendimento estabelecido há longa data, para determinar que os questionamentos não deveriam mais ser feitos perante a Justiça da primeira instância, mas apenas perante o STF, onde não tive a mesma sorte.

  1. Outra mudança brusca de entendimento que chamou a atenção aconteceu no caso em que a Justiça Eleitoral de São Paulo julgou o domicílio eleitoral do ex-juiz federal Sergio Moro. Um dos julgadores chegou a reconhecer que o entendimento do tribunal sempre foi no sentido oposto, mas era o caso de mudá-lo, em decisão que desfavoreceu Moro.
  2. O Superior Tribunal de Justiça também surpreendeu na condenação para que eu indenizasse Lula pela famosa entrevista coletiva do Power Point. Eu já havia sido absolvido na primeira e na segunda instância, que são compostas por juízes técnicos e concursados. Independentemente de você achar que a indenização é ou não é justa, houve dois problemas graves na decisão.

Primeiro, o STJ tem um entendimento consolidado de que não poderia, no recurso, reexaminar fatos e provas, como fez. Além disso, a decisão violou uma posição vinculante do STF no sentido de que esse tipo de ação indenizatória jamais poderia ter sido proposta contra o agente público como pessoa física, e sim contra a União. Assim, de forma incoerente com o entendimento dos próprios tribunais superiores, fui condenado.

  1. Contudo, o pior ainda viria no ano eleitoral. O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, alvo de delação na Lava Jato e candidato à vaga de ministro do STF no governo Lula, conduziu em tempo recorde um procedimento que me condenou a devolver diárias e passagens pagas para outros procuradores que viviam em outros Estados, mas vinham trabalhar semanalmente em Curitiba.

O ministro afirmou que as diárias eram legais, mas alegou que eram antieconômicas, sem apresentar um cálculo fundamentado disso. Além disso, eu não recebi as diárias, não pedi e não opinei sobre elas – ou seja, não tinham nada a ver comigo. Ainda assim, contra todos os pareceres da área técnica e do Ministério Público, fui condenado inclusive por ato de improbidade, o que tinha potencial para me deixar inelegível.

Em seguida, o próprio Ministério Público afirmou que não havia qualquer improbidade e a Justiça Federal suspendeu a decisão do TCU, apontando haver abundantes e manifestas ilegalidades na atuação do TCU, além de indícios de quebra de impessoalidade, ou seja, perseguição política.

No meio do caminho, o ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, que teve o filho acusado na Lava Jato, suspendeu a decisão do juiz de primeira instância, permitindo que o processo do TCU prosseguisse. Obtive outra decisão da Justiça, que evitou a inelegibilidade e, logo, o STJ retomará o julgamento do caso para determinar se o procedimento do TCU deve seguir ou não.

  1. Na última semana, o Tribunal Superior Eleitoral, contrariando decisão da instância inferior e os pareceres do Ministério Público, cassou meu mandato sem amparo na lei, segundo reconhecido por renomados juristas e a maior parte da opinião pública reconheceu.

A decisão violou o firme entendimento de que regras de inelegibilidade, que restringem direitos fundamentais, não podem ser expandidas via interpretação por intérpretes e julgadores. E foi exatamente o que fizeram: criaram uma hipótese de inelegibilidade inexistente e me cassaram.

Não deve passar despercebido que a decisão aconteceu no contexto de disputa por indicações para vagas de ministros do próprio TSE e do STF, feitas por Lula. A decisão foi conduzida pelo voto de um relator que notoriamente é candidato a uma vaga de ministro do STF, que tem proximidade com Lula e, mais, segundo a imprensa divulgou, foi mencionado em delação na Lava Jato.

Essas histórias todas seguem um padrão, que é o inverso do padrão do caso Lula. Os agentes da lei são absolvidos em instâncias técnicas, por juízes concursados, e condenados em instâncias em que há permeabilidade e ingerência política. Já com Lula ocorreu o contrário: foi condenado pelas instâncias técnicas do Judiciário, mas descondenado na última instância, mais suscetível a ventos políticos.

Quando a Odebrecht fez seu acordo de leniência, implicou um grande número de pessoas poderosas: 415 políticos de 26 partidos, englobando quase um terço dos senadores e ministros e quase metade dos governadores.

Havia tanta gente poderosa que um advogado desenvolveu uma teoria de suspeição institucional: como poderiam as instâncias superiores e órgãos sujeitos a influência política julgar a Odebrecht e os delatores, quando recheadas de gente delatada ou de seus indicados, amigos ou aliados?

A teoria, que já fazia sentido, tem uma aplicação mais ainda embasada no caso dos agentes da lei, que investigaram, processaram e condenaram um número ainda maior de poderosos e, agora, enfrentam implacável perseguição.

Hoje vivemos um momento de perigo de perda de fé das pessoas na democracia e na justiça, o que é também alimentado pela percepção de que o Brasil tem donos do poder que se julgam intocáveis, e que, quando são tocados, abusam do poder e viram o jogo. Não teremos justiça enquanto quem a busca for oprimido. O Brasil não vai mudar enquanto nos curvarmos ao arbítrio.


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CHURRASCO DE LULA SEM CELULARES

Por Vera Rosa – Jornal Estadão

Presidente reúne ministros e líderes do governo para momento de descontração após semana de tensões e turbulências políticas

BRASÍLIA – Depois de uma semana marcada por turbulências políticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu um churrasco, na noite desta sexta-feira, 26, com ministros e líderes do governo, no Palácio da Alvorada. Os telefones celulares ficaram do lado de fora, mas, nas rodinhas de conversa, o assunto era a relação com o Congresso.

Dos 37 ministros, nove compareceram. Quando receberam o convite, muitos já estavam longe de Brasília. Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) não passaram pelo Alvorada. Nove horas após participar de uma reunião com Lula, no Palácio do Planalto, Marina afirmou que encerrava a semana com espírito feliz. Disse não ter ido ao churrasco porque já tinha uma confraternização marcada antes, na casa do novo presidente do ICMbio, Mauro Pires.

Ministros chegam para churrasco promovido por Lula no Palácio da Alvorada
Ministros chegam para churrasco promovido por Lula no Palácio da Alvorada Foto: WILTON JUNIOR

Embora os percalços no Congresso não pudessem deixar de fazer parte das conversas, principalmente após uma comissão de deputados e senadores ter feito mudanças na configuração dos ministérios, Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, muitas vezes desviavam do tema. Argumentavam que a hora era de descontração e de jogar conversa fora. Mesmo com todos os reveses enfrentados pelo Planalto nesta semana, ministros presentes também comemoraram a aprovação da nova âncora fiscal pela Câmara.

Com picanha à vontade no Alvorada, houve quem cobrasse ali que o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, gaúcho de Santa Maria, preparasse o próximo churrasco, para manter a tradição.

Além de Pimenta, estiveram presentes à confraternização os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Flávio Dino (Justiça), Anielle Franco (Igualdade Racial), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura), Luiz Marinho (Trabalho) e Margareth Menezes (Cultura). Os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) também compareceram.

 

A GERAÇÃO Z ESTÁ À FRENTE DAS MUDANÇAS NO RELACIONAMENTO COM OS CONSUMIDORES

 

Juliano Ricardo Regis – Gerente comercial do Myrp

Colleagues Corporate Meeting Conference Team Concept

Por já terem crescido em um ambiente com internet e dispositivos eletrônicos em pleno funcionamento, eles estão à frente das mudanças na forma como as marcas e os varejistas se relacionam com os consumidores. De acordo com o estudo Uniquely Gen Z, realizado pelo IBM Institute For Business Value, 67% dos consumidores da Geração Z preferem realizar compras em lojas físicas; no entanto, por terem acesso à internet e redes sociais desde pequenos, optam pelo caminho integrado, em que o mundo físico e digital podem fornecer experiências híbridas e personalizadas que combinam o melhor dos dois mundos.

Combinação entre físico e digital é a modalidade favorita para quem já conhece o melhor dos dois mundos e deseja uma boa experiência de compra

O mercado varejista passa por transformações significativas há certo tempo. Com o crescimento do comércio eletrônico e a popularização de dispositivos móveis, algumas estratégias do setor tornaram-se essenciais para a movimentação e crescimento de vendas, como a omnicanalidade. Entre os consumidores, em especial os que fazem parte da Geração Z – jovens nascidos entre meados dos anos 90 e início dos anos 2010, conhecidos por serem uma comunidade totalmente conectada e digital –, algumas preferências devem ser levadas em consideração.

Por já terem crescido em um ambiente com internet e dispositivos eletrônicos em pleno funcionamento, eles estão à frente das mudanças na forma como as marcas e os varejistas se relacionam com os consumidores. De acordo com o estudo Uniquely Gen Z, realizado pelo IBM Institute For Business Value, 67% dos consumidores da Geração Z preferem realizar compras em lojas físicas; no entanto, por terem acesso à internet e redes sociais desde pequenos, optam pelo caminho integrado, em que o mundo físico e digital podem fornecer experiências híbridas e personalizadas que combinam o melhor dos dois mundos.

“O consumo phygital foi, com certeza, impulsionado não somente pelas transformações tecnológicas, mas também pelo público. A nova geração de consumidores, mesmo que sem grande poder aquisitivo, influencia as outras a realizarem suas compras de diferentes maneiras”, afirma Juliano Ricardo Regis, gerente comercial do Myrp, sistema de gestão empresarial voltado às grandes operações franqueadoras do varejo de moda.

O varejo que possibilita a realização de compras em diferentes canais, como lojas físicas, sites, aplicativos e redes sociais, é valorizado pelo público que, atualmente, necessita desta disponibilidade. “Os consumidores sabem quais são as vantagens do atendimento presencial mesmo com as facilidades do online, e com as lojas cada vez mais digitais, a união dos ambientes é a modalidade de compra que mais se destaca”, comenta o executivo.

Algumas soluções, como telas interativas, espelhos inteligentes, realidade aumentada e outras, são inseridas com o foco total em customer experience (experiência do consumidor), o que acaba fortalecendo o varejo. Os negócios devem se manter atentos às novas gerações e seus hábitos de compra, já que, segundo pesquisa do Bank of America, até o ano de 2030 estima-se que a geração Z será detentora de uma renda de US$ 33 trilhões, e que, junto à geração Alpha, será cerca de metade da população, demonstrando a relevância de ambas. Desde já, é importante atentar-se a essas gerações, seus interesses e impeditivos antes de comprar.

As empresas que conseguirem entender as preferências desses consumidores e oferecer experiências que atendam às suas expectativas terão uma vantagem competitiva no mercado. Segundo estudos da consultoria GoAkira e a Fecomércio, 97% dos jovens possuem mídias sociais como principal fonte de inspiração na hora de consumir, e é também um público sempre em busca de experiências imersivas. “A geração Z assume um papel de oportunidade de crescimento e expansão no mercado digital. Uma estratégia de vendas omnicanal é capaz de conquistar a fidelidade desses consumidores e garantir um futuro no mercado de consumo”, finaliza Juliano.

UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?

Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.

Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de mais de 100.000 acessos.

O sucesso do modelo dos marketplaces está expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020 chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.

Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.

A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso, as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às ofertas de produtos.

Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.

Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do público.

Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.

1- Otimização dos recursos

A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem consolidados.

Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado. Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência significativa.

Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso, essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que seus parceiros possam desenvolver seus negócios.

2- Alcance de clientes

Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para alcançar um número maior de clientes.

Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o integram.

Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon, não divide os custos de marketing  com os seus parceiros custeando ele próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.

3- Volume de dados

Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.

Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.

Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de converter os visitantes do marketplace em seus clientes.

4- Integração com outras ferramentas

Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de preços ou inventários.

Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.

É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.

5- Aumento de vendas

Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair um bom volume de visitantes para o seu site.

Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.

6- Diversificação de público

Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro momento, não conseguiria atingir.

Isso contribui para a diversificação do seu público-alvo e faça com que a sua base de clientes possa crescer.

Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para atender a sua nova demanda.

Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.

Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?

Marketplace e o crescimento das empresas

Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.

Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em 2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.

Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.

Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.

O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e testado.

Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.

Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.

Exemplo disso é a plataforma comercial da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.

Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no marketplace.

Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

DEPOIMENTO DE UMA PRISÃO NO ACAMPAMENTO DE 8 DE JANEIRO

 

Por Ana Maria Cemin – Jornalista

Fatos de 8 de Janeiro de 2023

Fiquei 52 dias presa em Brasília por manifestar o meu patriotismo. Agora estou com tornozeleira. Meu nome é Thereza Helena Oliveira Souza Sena e moro na Suíça, em Zurique, há 10 anos, onde sou capelã e pastora da igreja evangélica Nova Aliança. Tenho um filho de 17 anos e marido que não vejo desde o ano passado. Eles ficaram na Suíça e eu não posso voltar para lá até que o Superior Tribunal Federal autorize.

Tenho 51 anos e há 25 moro no exterior. Antes de ir para Suíça, morei em Portugal. Desde o dia 9 de janeiro sinto que a minha vida foi roubada: primeiro fomos levados para o Ginásio de Esportes, depois para o Presídio Colmeia. Desde que sai em liberdade provisória, concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, estou em minha cidade natal, na casa de uma amiga, com tornozeleira eletrônica.

Não saio de casa depois das 18 horas e fico 24 horas dentro de casa nos finais de semana e feriados. Nem ao menos estive na Praça dos Três Poderes. Fiquei no QG de Brasília o tempo todo no dia 8 de janeiro, porque tenho esclerose múltipla, fibromialgia e utilizo equipamento para respirar.

Eu estou no Brasil para resolver alguns assuntos da minha filha, que se arrastaram ao longo do segundo trimestre de 2022. Na minha estada, vi um vídeo com um senhor daqui da minha cidade natal, Teófilo Otoni, MG. Ele estava na chuva, aos prantos, pedindo para o Brasil não se tornar comunista. Ver aquele senhorzinho me tocou tanto que comecei a ir para o acampamento da minha cidade. Passei quase dois meses indo ao TG e recebi convite para ir a Brasília, para uma manifestação no dia 9 de janeiro, uma segunda-feira. Me diziam que precisavam de uma pastora, alguém da parte espiritual e eu fui. O acampamento de Teófilo estava acabando e eu tinha um desejo particular de conhecer a Igreja das Nações, que fica em nossa capital federal. Pensei em aproveitar o movimento que só aconteceria na segunda-feira e, sendo possível, iria ainda no domingo visitar a igreja.

TUDO ACONTECEU MUITO RÁPIDO E SEM SENTIDO

Nós chegamos de ônibus em Brasília no sábado à noite, dia 7 de janeiro, quando a armadilha já estava sendo montada e nós não percebemos. Nós caímos feito patinhos. No sábado, não fomos para a porta do quartel com ônibus, pois a orientação era para ficarmos na Granja do Torto e só na manhã de domingo ir para o QG. Nos disseram que teria uma reunião na madrugada, quando seria definido como seria a marcha para a Praça dos Três Poderes e, só depois, iriam nos explicar como seria.

Ficamos meio incomodados com isso, até porque no nosso meio existiam militares da reserva, e um deles inclusive atuou no passado na guarda nacional de Lula. Ou seja, tinha uma visão de estratégia e ele falou que aquilo não estava cheirando bem. De qualquer forma, estávamos em Brasília e, de sábado para domingo, dormimos no ônibus.

No domingo de manhã, fomos ao QG e lá procuramos uma tenda e ficamos dentro de uma do estado do Pará. Devia ser em torno das 10 horas da manhã quando conseguimos nos ajeitar e já tinha um bom movimento de pessoas, com cozinheira providenciando alimentação, gente conhecida. Não demorou muito e o nosso motorista nos ligou comunicando que a Polícia Federal prendera todos os ônibus. Nos disse para darmos um jeito de buscar as coisas que estavam dentro do ônibus.

Na mesma hora, começou a chegar muita gente chamando para descer para a Praça dos Três Poderes, antecipando o ato de segunda-feira.  Eu falei que não estava certo, até porque muita gente ainda estava na estrada. De Teófilo Otoni, por exemplo, tinha ônibus que rodaria a noite inteira para chegar na manhã de segunda-feira.

“Vamos, vamos, vamos!” e o pessoal foi. Eu fiquei porque não tinha como chegar de carro e eram 8 km de caminhada. Como tenho muitas comorbidades, era impossível fazer esse percurso a pé. Além disso, as pessoas estavam saindo do QG com a intenção de passar a noite lá na praça, orando, no meio do nada, e eu não teria estrutura física para suportar.

INVADIU! INVADIU!

Por volta das 13h30, ali no QG ouvimos “Invadiu, invadiu!”. Curiosos, abrimos as nossas redes sociais e, para o nosso espanto, começaram a aparecer uma sucessão de postagens de gente dentro dos prédios. Isso causou grande estranheza, porque não é tão fácil assim invadir prédios públicos, ainda mais que estávamos rodeados pelo exército e o pessoal desceu escoltado.

Não demorou e percebemos o movimento do Exército se intensificar e cercar todo o QG. Havia drone sobre o acampamento, o que aumentava a sensação de que tinha algo errado acontecendo. A tarde passou e as pessoas começaram a retornar ao QG, algumas feridas, outras não. As pessoas diziam: “Vamos embora, vamos embora!”, e a gente sem entender nada. Eu creio que era mais ou menos 19 horas quando o Exército colocou um tanque de guerra na rua e o helicóptero começou a sobrevoar nos arredores do QG, piorando a cada minuto a confusão entre nós. Nada daquilo estava previsto. O barulho era intenso.

Domingo à noite foi terrível para quem estava no acampamento. A gente não sabia se saia ou não. Tinha gente que falava que quem tinha saído foi preso no hotel, em Uber, na rodoviária, em Goiás, que faz divisa. E de fato muita coisa aconteceu, uma variedade de situações, pelos relatos que ouvimos depois. Nós permanecemos e o QG amanheceu em alvoroço, com diversos ônibus, diferentes dos nossos, estacionados junto ao QG e continuávamos a não entender o que se passava.

COMO FOI QUE VIREI NEGOCIADORA?

Esse foi o momento em que me aproximei da multidão e vi aquele quadro horroroso de desespero coletivo. Senti que precisava negociar com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e com a Polícia Federal, e tentar fazer alguma coisa em especial pelos idosos e crianças que estavam no QG. Me ofereci, por ser mulher, uma pessoa de Deus, e fui com dois advogados e um outro senhor para o outro lado da rua onde estavam todos alinhados. Fomos porque não existia uma liderança ali, por ser um movimento orgânico. Antes de negociarmos, eles falavam com megafone conosco, dizendo que tínhamos apenas uma hora para esvaziar o acampamento e sair da área militar. 

Com a negociação, numa conversa amigável, queríamos ganhar tempo porque uma hora era pouco. Tinha gente com muita coisa no QG, inclusive comerciantes estavam ali a trabalho com seus equipamentos, outros tinham os seus automóveis, sem contar os cadeirantes, idosos e crianças. Tentamos ganhar um pouco de tempo e na negociação explicamos que pelo menos as mulheres com filhos e idosos poderiam ser liberados da triagem. Que deixassem as pessoas saírem em seus carros. Foram tentativas de sensibilização que fiz por ser mulher, pastora e capelã.

Não houve maneira de a gente sensibilizar. Subimos ao palco e comunicamos a orientação de entrar nos ônibus, priorizando os mais frágeis. A oficial Carla estava ao nosso lado e filmou tudo que falamos. O vídeo que roda na Internet foi editado. Não tem todo o conteúdo da explicação que demos ao público sobre o recado do BOPE e da PF.

QUEM É A MULHER DO CAMINHÃO DE SOM?

O que disse no palco foi o que nos disseram: o presidente Lula decretou a evacuação da área militar e vocês terão que sair nesses ônibus, para depois serem liberados e terão que procurar outro meio de transporte para voltar para as suas casas. Falava para todos, mas isso também valia para mim. Eles nos enganaram. Eles mentiram. Hoje eu estou diferente, cortei os cabelos. As pessoas me perguntam por que usava casaco de inverno no dia 9 de janeiro, em cima do caminhão do som. O fato é que sinto muita dor e aquele dia estava frio em Brasília.

Falei também, ao microfone, que era para evitar confusão, desordens e que se alguém começasse a fazer alguma coisa que se afastassem. Nós queríamos a liberdade e não confusão. Quanto mais organizados fôssemos ao entrar nos ônibus e passar pela triagem, mais rápido seríamos liberados. Sei de gente que resistiu e ficou no QG e foi transportado em camburão. Estávamos sem escolha e com uma falsa promessa.

DOENÇA GRAVE e 52 DIAS DE CÁRCERE

Meus laudos médicos de Zurique tiveram que ser traduzidos do alemão para o português rapidamente, até porque dependo de aparelho de oxigênio. Porém, o fato de ter inúmeras comorbidades não facilitou em nada a minha vida nos 52 dias que fiquei presa. Meus medicamentos nunca chegaram à cela e as dores que senti foram enormes. Pelo menos o meu aparelho de oxigênio foi entregue. Lá no presídio tinha pouco ar. Estávamos em 120 mulheres numa ala com apenas um chuveiro frio, duas privadas e um tanque. Eu ficava muito nervosa pela falta de condições do local e a minha pressão disparou para 22. Lembro de uma colega de cela que passou mal e foi socorrida com a minha máquina de oxigênio. Poderia ter morrido. Chegamos a fazer uma carta relatando a falta de atendimento à saúde dentro do Colmeia.

TORNOZELEIRA E UMA VIDA ROUBADA​

Sai depois de 52 dias presa em Brasília, voltei para minha cidade natal e todos os dias eu tenho que estar em casa até às 18 horas. Nos finais de semana e feriados não posso sair. Isso para quem é pastora é complicado porque os cultos em geral ocorrem à noite e nos finais de semana. Desde que tudo isso aconteceu em Brasília não consegui pregar. Eu não posso sair para atender. Eu não posso sair para fazer nada. Eu tenho minha vida roubada.

Eu moro na Suíça e a minha vida é lá, onde está minha casa e meu filho de 17 anos, com autismo baixo, que precisa de mim. Meu esposo está cuidando dele, mas ele é a única fonte de renda para manter lá e aqui. Eu sinto saudade da minha atividade de pastora na igreja e da capelania. Sou psicóloga também, então faço um trabalho pastoral. Vim com minha filha para o Brasil no ano passado porque ela tem precatórios a receber. Isso demorou e a nossa intenção era retornar no início do ano, deixando procuração para a nossa advogada.

Estou triste por ver o curso que o Brasil está tomando e perceber que as pessoas são capazes de tudo e mais um pouco para manter o poder. Lá na Suíça, a gente nem vê a política acontecer. Os políticos andam de bicicleta e usam transporte público. Não existem regalias, essas “tretas” todas. É um país governado pela direita, onde tudo funciona. Você paga bem o imposto, mas tudo retorna para nós em serviços.

Quando vi o Bolsonaro resgatar a credibilidade do Brasil lá fora, que a nossa nação voltou a ser respeitada, eu tive coragem de dizer que eu era brasileira. Meu filho com 17 anos fala cinco idiomas, por que não podemos sonhar com isso para os nossos jovens aqui? Quando vi a luta por um Brasil diferente, pensei que talvez o meu filho um dia pudesse vir para cá. Com tudo isso acontecendo, não há a menor possibilidade..”

👆BRASILEIROS PRECISAM SABER DA VERDADE 😢😢

TODOS FORAM ENGANADOS.

GASTANÇA DOS PARLAMENTARES COM VIAGENS DE JATINHOS

 

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo


Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, lidera com folga a gastança com jatinhos da FAB| Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já torraram R$ 1,6 milhão neste ano com jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). Teve até “Uber aéreo”. Lira lidera disparado os gastos com um total de R$ 1,26 milhão – metade dos voos de ida ou volta de Maceió. Só a viagem para Nova York, no início de maio, custou R$ 340 mil. Com diárias e passagens para seguranças e assessores nas suas viagens, ele gastou mais R$ 346 mil.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, quebrou a tradição de gastança dos presidentes anteriores, Luiz Fux e Dias Toffoli, e fez despesas de apenas R$ 157 mil com jatinhos. Mas ela manteve uma prática dos antecessores: o sigilo de voos de ministros em aviões de carreira. Essa medida começou em janeiro de 2019, no início da gestão de Toffoli. Em fevereiro de 2023, na gestão de Weber, tiveram início os voos secretos de ministros do STF em jatinhos da FAB, para evitar as hostilizações que eles vinham enfrentando nos aeroportos.

Os presidentes dos três poderes utilizaram eventualmente o “Uber aéreo” da FAB. No dia 2 de janeiro, segunda-feira, Pacheco voou de Brasília para São Paulo com apenas dois passageiros na aeronave oficial. Ele já tinha voado de São Paulo para Brasília no dia 30 de dezembro, sexta-feira com apenas dois passageiros a bordo. Em 9 de janeiro, mais uma viagem de São Paulo para Brasília com dois passageiros na aeronave oficial.

Lira foi a São Paulo no dia 12 de janeiro, quinta, e retornou no dia seguinte com apenas dois passageiros no jatinho. Rosa Weber não utilizou o “Uber aéreo”, mas alguns ministros, principalmente Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, têm viajado a São Paulo nos finais de semana com apenas 1 passageiro a bordo.

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 “Sugar Banquet” e jantar de gala em Nova York


Lira voou 19 horas num jatinho da FAB para participar da Conferência sobre Açúcar e Etanol, em Nova York. As despesas ficaram em R$ 220 mil. Mas ele também foi acompanhado de um assessor diplomático e de dois policiais legislativos. O assessor recebeu 8,5 diárias no valor total de R$ 24,3 mil. Cada policial contou com 10,5 diárias no valor de R$ 30 mil – cada um. A diária tem o valor de R$ 2.8 mil. As despesas com diárias e passagens somaram R$ 94 mil.

No dia 4, Lira esteve na conferência e no jantar de gala “Sugar Banquet”. No dia seguinte, participou de reunião promovida pelo Citibank. No dia 9, esteve no Fórum Lide Brasil Investiment e em reunião com executivos promovida pelo BTG. No dia seguinte, foi ao jantar de gala “Person of the Yer”, promovido pela Câmara de Comércio Brasil – EUA.

Mas a maior parte das despesas com as viagens de Lira ocorreu no Brasil. Do total de R$ 1,26 milhão gasto com jatinhos, R$ 1 milhão resultou das viagens nacionais. As diárias e passagens para seguranças e assessores no país custaram mais R$ 252 mil. O presidente esteve em 12 cidades. A Câmara não divulga os gastos dos servidores feitos com cartões corporativos durante os deslocamentos.

Metade dos voos de Lira foram de ida ou de volta para Maceió, sua base eleitoral. Em 3 de abril, pelas redes sociais, Lira relatou uma das suas andanças em Alagoas: “Participei em Penedo da entrega de três retroescavadeiras que irão contribuir para o desenvolvimento da região. Duas serão usadas nos projetos de irrigação de Itiúba (Porto Real do Colégio) e de Boacica (Igreja Nova). Podem sempre contar comigo!”

Em Penedo (AL), Arthur Lira entrega escavadeiras. Foto:Reproução/FacebookVEJA TAMBÉM:
Viagem de Lula a Lisboa e Madri custou R$ 1,3 milhão em diárias e passagens

As andanças de Pacheco e Veneziano
As despesas de Pacheco com jatinhos somaram R$ 390 mil. As despesas com diárias e passagens do senador a Pequim e Londres ficaram em R$ 29 mil. As diárias e passagens dos assessores nessas “missões oficiais” custaram mais R$ 70 mil. Ele integrou a delegação do presidente Lula na viagem à China, de 12 a 16 de abril, e viajou a Londres, para participar da Lide Brazil Conference London, de 18 a 24 daquele mês.

Além de gastar bem menos do que Lira com viagens, o presidente do Senado divulga os valores pagos com cartões corporativos dos seus seguranças e assessores. Em nove viagens até abril, eles gastaram R$ 47 mil – quase a totalidade em despesas com locomoção.

Durante os afastamentos de Pacheco do país, a presidência do Senado foi assumida interinamente pelo 1º vice-presidente, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB). Ele assumiu também o jatinho do presidente. No dia 8 de janeiro, voou de João Pessoa para Brasília, às 23h, com apenas dois passageiros na aeronave oficial. Foi o dia da invasão e depredação das sedes do Congresso, Presidência da República e STF.

No dia 13 de abril, uma quinta-feira, voou de Brasília para Campina Grande (PB). No dia 21 de abril, véspera de feriadão, voou de jatinho para Campina Grande, retornando na segunda-feira, sempre nas asas da FAB. Mas não tem viagem grátis. Os voos do presidente interino custaram R$ 109 mil.

Veneziano fez também uma viagem internacional, para Washington e Baltimore (EUA), de 31 de março a 7 de abril, para participar de uma “missão oficial internacional” em Baltimore (Maryland). As passagens e diárias para ele e um assessor custaram R$ 43 mil.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/arthur-lira-torra-r-13-milhao-com-jatinhos-e-lidera-gastanca-nos-tres-poderes/
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GOVERNOS DETESTAM AS REDES SOCIAIS

 

Artigo
Por
Hugo Freitas Reis, especial para a Gazeta do Povo


As redes sociais possibilitaram um grande aumento da circulação de informações| Foto: Bigstock

Existe um site muito interessante chamado wtfhappenedin1971.com (“O que diabos aconteceu em 1971?”), cuja página inicial se limita a mostrar, sem qualquer comentário, dezenas de gráficos de estatísticas dos Estados Unidos (de todos os assuntos que se possam imaginar, do consumo de carne até a taxa de encarceramento) com algum tipo de inflexão súbita no início dos anos 70, geralmente para pior. Embora não se diga de imediato, deixando-se a pergunta para a livre consideração do leitor, a tese dos elaboradores é a de que a fonte misteriosa de todos esses males seria a decisão, naquele ano e país, de abandonar o padrão-ouro para a moeda corrente, em favor de uma moeda fiduciária (não lastreada em metais).

Não faço ideia se a tese específica é verdadeira ou falsa. Mas a página sempre me vem à cabeça quando vejo algumas outras estatísticas, que, conforme constato, bem que mereceriam uma página análoga, a ser chamada, desta vez, de WTF Happened in 2013.

O ano não é exato; o psicólogo social Jonathan Haidt antes fala num período de anos entre 2011 e 2015. Assim como os defensores do padrão-ouro, o psicólogo também tem sido capaz de coletar gráficos exibindo estatísticas as mais diversas, mas sempre relacionadas de alguma forma a saúde mental ou emocionalidade negativa, e todas essas estatísticas também mostram um ponto de inflexão muito visível por volta desses outros anos.

Como Haidt também destaca, foi, em paralelo a isso, um período de ebulição política. Exemplares iniciais de grande repercussão foram a Primavera Árabe e o movimento Occupy Wall Street, ambos em 2011.

Em seguida, em junho de 2013, o Brasil foi surpreendido pela maior onda de protestos da sua história até então, com pauta indefinida e inexplicável pelo tradicional fator econômico, visto que as estatísticas ainda eram confortantes à época (a grande recessão só viria nos anos de 2015 e 2016, que voltaram a testemunhar protestos de igual dimensão). A tendência internacional se verifica até mesmo numa inexplicada queda de popularidade da monarquia britânica em meados da década, passando a atingir níveis mais baixos até mesmo do que na famosamente conturbada década de 1990, em que a família real se vira às voltas com a comoção popular em torno do adultério e divórcio do príncipe herdeiro.

No entanto, diferentemente da tese da moeda fiduciária, a explicação dada por Haidt para estes fenômenos já tinha sido, em muitos casos, invocada contemporaneamente aos eventos: trata-se do advento das redes sociais.

A propagação das redes sociais
É certo que as redes sociais não passaram a existir apenas em 2011. O Facebook, por exemplo, foi criado em 2004. Mas é natural que as tecnologias levem alguns anos para se propagarem na população, tanto pelo barateamento quanto por outros fatores. Na minha adolescência nos anos 2000, as redes sociais — como o Orkut — eram vistas como coisa de jovem; pessoas de mais idade preferiam interagir por e-mail, mídia muito limitada em termos de amplitude de interação. Mas, por volta de 2012 em diante, sobretudo com a propagação do Facebook — e, posteriormente, do WhatsApp —, pessoas de faixas etárias mais altas passaram a se envolver em redes sociais tanto quanto os adolescentes. Com isto, também passaram a desfrutar da possibilidade de interagir e formar grupos com pessoas distantes — inclusive para fins de mobilização política.

Um fator que certamente contribuiu para a propagação na população foi o advento do smartphone moderno, ao levar a internet a quem antes não a possuía e ao permitir aos mesmos usuários acessar as redes sociais a qualquer hora do dia. O primeiro iPhone com loja de aplicativos foi lançado em 2008; o Samsung Galaxy S, em 2010.

A revolução do retuíte
Mas a explicação não está apenas no aumento da penetração das redes sociais: elas também passaram por inovações tecnológicas posteriores ao seu surgimento que potencializaram em muito os seus efeitos. Haidt destaca, em particular, o botão de retuíte, surgido no Twitter em 2009; e, no Facebook, as funções de curtir (2009) e compartilhar (2012). Estes recursos aumentaram exponencialmente a quantidade de interações, inclusive as interações entre completos estranhos; em consequência, potencializaram a viralização. E, uma vez que curtidas e compartilhamentos são pretendidos como forma de recompensa, constituíram também incentivo para o exercício das faculdades criativas dos usuários, inclusive para articular novas ideias associadas a emoções negativas, como raiva ou indignação — que parecem ser desproporcionalmente premiadas neste sistema, por produzirem naturalmente mais engajamento nos usuários.

Não se trata de algo novo; já antes das redes sociais, sempre se observou que a imprensa tinha como viés focar nas notícias negativas. Mas as redes sociais intensificaram este processo, e já foram achadas evidências empíricas de que a própria imprensa foi desde então obrigada a reforçar o viés pessimista, para competir no novo mercado da atenção. Tudo isso pode ajudar a explicar o incremento da insatisfação popular.

O escrutínio sobre os poderosos
Por último, mas não menos importante, as redes sociais possibilitaram um grande aumento da circulação de informações. E, como já explicara o pesquisador em comunicação Joshua Meyrowitz em ‘No Sense of Place: The Impact of Electronic Media on Social Behavior’ [Sem senso de lugar: o impacto da mídia eletrônica no comportamento social] obra profética de 1985, as novas tecnologias que facilitam a circulação de informação (como a televisão, à qual atribui as revoluções culturais da década de 1960) são, no cômputo geral, lesivas aos poderosos.

Meyrowitz faz referência a obras futuristas distópicas, como “1984” (publicada em 1949, quando a televisão começava a se popularizar), que tratam novas tecnologias como ferramentas autoritárias; na obra de George Orwell, todo cidadão tem em casa um televisor especial controlado pelo governo central, com câmera de viligância. Como aponta Meyrowitz, pouca atenção foi dada ao fato de que o funcionamento de um televisor do mundo real é inverso ao do romance: é o governante que passa a ser observado por milhões de câmeras de vigilância — e isto tampouco é confortável para ele.

Com a internet e os smartphones, o escrutínio aumentou mais ainda; cada cidadão tem uma câmera e um teclado à mão para documentar condutas das autoridades ou opinar sobre elas — inclusive negativamente. Nem a rainha Elizabeth II, que exercia função quase exclusivamente simbólica no seu país, escapou da tendência, como se viu.

Não é à toa que os poderosos ao longo da história sempre procuraram se resguardar do escrutínio, até mesmo fisicamente: seja recluindo-se em palácios fora da capital, como em Petrópolis ou Versalhes, seja até mesmo mudando a própria capital: a situação quase categórica ao longo da história foi de o centro de poder mudar para uma localidade mais vazia (como Brasília). Ao inverso dos cidadãos comuns, os dirigentes nacionais quase nunca são atraídos pelos grandes centros, quando distintos da capital.

E raramente gostam das redes sociais, razão pela qual elas são tão frequentemente alvos de governos.

Hugo Freitas Reis é mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS EVITA MUDANÇA NO MARCO TEMPORAL INDÍGENAS PELO STF

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Plenário da Câmara aprovou o regime de urgência para projeto sobre demarcação de terras indígenas.| Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Os deputados aprovaram ontem, e é muito importante essa aprovação, de urgência, para um projeto de lei que pretende se antecipar ao Supremo, pois o Supremo pode mexer numa data que está na Constituição. Trata-se de uma discussão sobre terra indígena. O Supremo vai examinar um caso de Santa Catarina, em que as pessoas que estão nessa terra já avisaram que morrem, mas não saem de lá. É uma área que é reivindicada por indígenas.

O artigo 231 da Constituição diz que são indígenas as terras que tradicionalmente ocupam – ocupam é presente do indicativo. Significa ocupam no dia 5 de outubro de 1988, que é o dia em que a Constituição entrou em vigor, que foi promulgada. E o Supremo pode mudar o tempo desse verbo, né? O Supremo pode tudo, pode botar “que vierem a ocupar depois”, ou “que tenham ocupado antes”.

Então, para evitar esse “que tenham ocupado antes”, há um projeto de lei, agora de urgência, para chegar na frente do Supremo, projeto de lei de 2007. Só agora que despertaram. Esse projeto de lei destaca que não vale se os indígenas deixaram de ocupar, e voltarem a ocupar depois da promulgação da Constituição. Está valendo é no dia, a menos que sejam terras que estivessem ou estavam em litígio naquele dia, na justiça. Aí, o litígio é outra coisa, tem que deslindar o litígio. É isso o que diz. Então significa votação imediata, provavelmente na semana que vem já vão votar isso e evitar uma decisão do Supremo que todo mundo acha que pode inventar outro verbo para o artigo 231 da Constituição.

CPMI comprometida
Decepção, pelo menos pra mim, foi a escolha do presidente e da relatora da CPMI do 8 de janeiro. A senadora Eliziane Gama, que outro dia mostrou uma foto abraçada com Flavio Dino. A relatora e o presidente estiveram no mesmo partido, o PPS, que foi o nome que deram para substituir o Partido Comunista Brasileiro. O Partido Comunista ficou meio que com vergonha do nome e mudou para PPS. A Eliziane hoje é do PSD, do Maranhão. E o presidente é o Arthur Maia, que é do União Brasil, da Bahia, mas foi do PPS. Interessante que ele saiu do PPS, de um extremo, para outro extremo, para o DEM. Mas também já passou pela Solidariedade, pelo PSDB, pelo MDB. Muito cheio de convicções doutrinárias pelo jeito, né? Ele é advogado. E o  governo evitou que estivesse nessa comissão o Renan Calheiros, o Azis, pra não parecer que era de novo aquela CPI do circo, mas pelo jeito vai ser, sabe por que? A relatora, depois de escolhida, disse o seguinte: “foi uma tentativa de golpe o que aconteceu em 8 de janeiro, que não se concretizou”. Ou seja, ela já deu a conclusão, acabou. Nasceu e morreu. Acabou, a relatora já tem a conclusão.

Quando a CPI iria investigar quem foi que quebrou, se foi uma coisa comandada por outro lado, quais foram as causas, por que as pessoas fizeram isso, quem são os personagens de tudo realmente. É aquela velhinha que estava lá cozinhando no acampamento, que está presa hoje ou está com tornozeleira? Por que que o general estava lá? Por que o coronel fez isso ou aquilo, por que as portas se abriram?  Tudo isso a gente pensava que ia ser investigado, mas a relatora já tirou conclusão, então é triste.

Carro barato?

E por fim, só pra registrar, o governo está anunciando que carro de menos de R$ 120 mil pode ter abatimento nos impostos federais e ficar mais barato e dá para comprar até direto da montadora. Quer dizer, deixar a concessionária na mão, no meio do caminho.

O pessoal da Fenabrave estava lá, dos distribuidores de automóveis, e da ANFAVEA também estava lá com Lula, antes que o vice Alckmin, como ministro da Indústria e Comércio, fizesse esse anúncio para aliviar as montadoras e baratear o preço dos carros. Vamos ver o que vai acontecer.


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