terça-feira, 23 de maio de 2023

SISTEMA AGONIZANDO E UMA HOMENAGEM AO BOLSONARO

 

Junior Magalhães – Professor com Mestrado em Teologia e Sociologia

Durante o período eleitoral assistimos uma batalha entre STF X Bolsonaro

De um lado 9 ministros votando em conjunto contra dois ministros indicados por Bolsonaro.

Destes 9 ministros percebíamos claramente que havia um certo desconforto para cinco deles.

Lembrem – se de Tofolli que evitava dar entrevistas e quando Presidente do STF travou investigações contra Flavio Bolsonaro

Lembremos de Fux que quando Presidente do STF agiu de forma também a evitar confrontos com Bolsonaro e buscava apaziguar a tensão entre poderes.

Rosa Weber que também sempre consultou a PGR antes de qualquer decisão. 

Outra Ministra Carmem Lúcia estava visivelmente desconfortável no TSE e votava constrangida pela censura prévia sempre ponderando.

E Lembremos de Fachin que após tornar Lula elegível desapareceu dos holofotes e se escondeu totalmente do incêndio vermelho.

Mas havia quatro elementos que incendiaram o Brasil:

Alexandre de Moraes do PSDB , Gilmar Mendes do PSDB, Roberto Barroso (Ministro  da ala do PT mais radical)  e Lewandowski (real escudeiro de Lula em todos os processos).

Após as eleições o pacto era apenas dar a vitória ao Lula no grande acordo nacional entre PT, antigo PSDB hoje PSB e antigo PMDB hoje MDB.

Sarney, Renan, Barbalho e todas as oligarquias emedebistas se uniam.

Ali estavam os ex Presidentes ou líderes do Senado de 1994 até 2018.

Este Partido que até 2018 possuía a maior bancada de deputados e Senadores e dominavam metade das prefeituras do Brasil e dos Governos  Estaduais, Inclusive o Rio de Janeiro.

Também havia a presença do antigo Tucanato (hoje PSB).

Alckimm, Serra, FHC, Dória e Aécio Neves.

Estes que de 1994  até 2014 disputaram todos os segundos turnos das eleições a nível  federal e que comandavam  os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná durante décadas e que possuíam sempre uma bancada forte no congresso tanto no Senado como na Câmara.

Além deles estava o PT como Partido que além de Governar o Brasil, também governou Rio Grande do Sul, Pernambuco e  Bahia por muito tempo.

Só estes três grupos  dominavam os Estados do centro sul e os Estados da Bahia, Pernambuco (únicos com relevância no nordeste).

Estes Partidos possuíam as capitais das principais cidades.

Mas toda esta união ainda não era suficiente para derrotar a direita.

Foi necessário que os Petistas e Tucanos ainda pedissem ajuda a terceira via:

Marina Silva Rede Sustentabilidade (antiga Ministra do PT) duas vezes terceira colocada nas eleições presidenciais.

Toda a classe política da antiga República se unia em um ato de desespero.

Já haviam perdido  o congresso em que o PSB só elegeria 11 deputados, o MDB pouco mais de 20, o PT criava uma federação com PV, PC do B para eleger 80.

No Senado a derrota era flagrante.

Para piorar a Direita vencia em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

No Rio grande do Sul um progressista vencia, mas era neoliberal para desespero Petista.

A extrema esquerda do Psol deixava de criticar o PT para apoiar.

O Sistema se desesperou e assistimos a velha mídia e estes senhores mostrarem sua verdadeira face.

Censuraram da forma mais descarada, prenderam, demonetizaram, sequestraram patriotas e os torturaram com a total penitência da OAB e do MP que simbolizava uma luta pelos direitos humanos.

Pensaram em vencer de qualquer forma mas esqueceram o dia depois do amanhã.

Lula assume o país com promessas vazias e precisa cumprir o que ele já sabia que não poderia cumprir.

A Aliança entre estes Partidos acabou.

Agora o todos contra todos reina.

O Desgoverno precisará lidar com uma guerra que a cada dia lança o mundo em uma recessão e vai ter que explicar para o Brasil que a pandemia já está sendo bem esclarecida fora do Brasil.

Como retardar que as informações que circulam na Europa e nos EUA cheguem ao Brasil?

Lula venceu as eleições com 40% contra 39% de Bolsonaro (segundo as urnas) enquanto 21% sequer foi votar ou votou em branco e nulo.

Lula ganhou somente no nordeste, entre os de menor poder aquisitivo.

Como manter o povo enganado?

Ministros do Supremo já ensaiam a saída do barco ⛵️.

Ministro Dias Tofolli mandou arquivar todos os processos da CPI da Covid que chamava Bolsonaro de GENOCIDA.

Carnem Lucia enviou, ao primeiro grau, 7 e depois mais três ações totalizando 10 que havia contra Bolsonaro e que por certo vão prescrever.

Lewandowski arquivou todos  processos do 7 de Setembro.

Barroso resolveu arquivar processos de suposta interferência de Bolsonaro na Petrobrás.

E como fica Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes?

Estão isolados esperando o congresso, que vai abrir a CPMI, para apurar o vandalismo de 8 de janeiro, e vai pautar o mandato de 8 anos para ministros do STF.

 Congresso que já fala em voto auditável como certo.

Por que Alexandre de Moraes está mandando soltar presos?

Eram 4 mil detentos extra oficialmente; caiu para 1700, agora são 800.

O que tá ocorrendo?

No Xadrez da Política, agora o Lula precisa de tempo que não tem…

Já não tinha nem 40% e este número vai caindo mais e mais.

Um governo derretendo.

Como acalmar a direita?

Como deixar o povo mais tranquilo?

Como conciliar tantos interesses?

Lula sabe muito bem que sua maior chance de se manter no poder é enfrentar Bolsonaro.

O TSE hoje com Alexandre de Moraes vai se tornar daqui há um ano o TSE de Cássio Nunes com Mendonça na Vice Presidência.

Lula tem duas vagas no STF?

Na verdade, ele não tem vaga nenhuma, porque os dois que vão se aposentar já eram dele.

Vão trocar seis por meia dúzia.

Mas ele precisa muito de um Supremo que ainda o ajude.

O Problema é que o Pacheco resolveu que não vai mais aceitar que o Supremo dite as regras do legislativo.

O maior tiro no pé que Lula deu foi junto ao STF tentar barrar o orçamento secreto ou emendas do relator.

Como Arthur Lira é inimigo de Renan Calheiros, e isto não tem conciliação, Lula sabe muito bem que seus inimigos estão no quintal de casa.

Para ele e para muitos que entendem de política o povo vai cobrar a conta.

Alguma cabeça vai rolar.

Lula não perdoou a Globo e nem tão pouco o STF (Gilmar e Xandão), tal como não perdoa Renan que presidiu o Senado na hora de cassar Dilma.

Lula sabe muito bem que o sistema jogou ele na cadeia por quase dois anos.

E Lula sabe que os movimentos nas portas dos quartéis querem a cabeça de Xandão.

Como político experiente, ele sabe que uma cabeça tem que rolar.

Sem sangue não há remissão de pecados.

Quem vai sangrar? LULA OU XANDÃO?

Alexandre de Moraes já começa a sofrer retaliação das Big Tecs.

Europa e EUA exigem que Lula se levante contra a Rússia, mas Lula mantém a política de neutralidade de Bolsonaro.

Aliás, Lula mantém muito da Política de Bolsonaro.

As pautas progressistas passaram a ser uma forma de afirmar ser um governo diferente do que era Bolsonaro.

Mas são pautas que o governo já não tem força no congresso para aprovar.

O movimento dos 70 dias nas portas dos quartéis foram o maior do Brasil.

A Esquerda sabe disso e sabe bem que quando sua militância se sentir traída, a coisa vai piorar.

A única forma de não perder sua militância é desagradar ao mercado financeiro e aos interesses corporativos.

De uma forma ou de outra, este governo é um carro que começou na reserva para uma corrida de quatro anos.

Cada dia que passa, os ataques aos Bolsonaro não geram mais nada.

O povo quer picanha… o povo quer a cervejinha… os bancos querem juros altos… os servidores querem aumento… as ONGs querem dinheiro público… as emissoras querem propagandas do governo para alimentar seus cofres…

Falar mal do Bolsonaro no início pode até gerar uma reação de felicidade em alguns, mas e quando a conta apertar?

Quando o desemprego chegar?

Quando a inflação aumentar? 

Quanto tempo Lula aguenta tendo o sistema ao lado do vice?

Como aguentar os aliados todo dia pedindo uma estatal e cargos?

Como aguentar os petistas e aliados totalmente envolvidos com o que há de mais corrupto no Brasil?

Como fazer as

Estatais darem lucro com tantos corruptos condenados gerenciando?

Este Governo do PT será como o de Getúlio Vargas.

Será o fim de uma era.

Um sistema que era um doente em estado terminal, que teve aquela melhora antes da morte.

Quem nunca ouviu falar que alguém melhorou de uma situação de doença e dias depois faleceu?

Este é o sistema agonizando, esperneando, e totalmente nu.

Sim meus amigos o sistema tá nu.

Eles não conseguem esconder que são corruptos, totalitários, que amam a censura, que nunca ligaram para direitos humanos.

Mais do que nunca, o rei está nu.

Suas verdadeiras intenções foram expostas e toda a luta por democracia e direitos humanos não passava de retórica.

Como diria o Coringa ao Batman:

A Moral deles…  A honra deles… é uma piada sem graça…

O último que ler apague as luzes.

A Corrida está chegando a seu final; os combustíveis estão acabando a Fonte secou, Bancos Falídos, ninguém quer carregar o caixão sozinho, o Brasil re-nascerá das cinzas, poderemos ter eleições ainda este ano. Aguardem ! O Limite chegou ao fim façam suas apostas …

Agora Sim,   apague as Luzes o Último que Ler…

“Eu não queria dizer isso. Pode ferir sensibilidades, desmanchar castelos de areia, coisa e tal. Mas, que se dane. O fato, nu e cru, é que Bolsonaro vai sendo canonizado, imortalizado e santificado no altar máximo da glorificação histórica.

Nem Churchil, nem Roosevelt, nem Nelson Mandela chegaram perto dessa dimensão.

E essa consagração é insuspeita: não há maior Prêmio nem maior Insígnia do que ser perseguido e caçado com este nível de violência pelo aparelhamento judicial e financeiro em uníssono, com o auxílio de toda a imprensa e dos serviços de “inteligência” nacionais e estrangeiros. É o maior reconhecimento de uma vida que teve um sentido maior, léguas de distância do que a maioria de nós poderia sonhar.

Nem todos os títulos honoris causa do mundo juntos equivalem a essa deferência: ser perseguido por gente do sistema, por representantes máximos do capital, da normatização social e da covardia intelectual, gente que pertence ao lado comunista da história, o lado negro da Bestialidade Socialista.

Não há Prêmio Nobel que possa simbolizar a atuação patriótica de Bolsonaro no mundo, nem todos os títulos que Bolsonaro de fato ganhou ou recusou (a lista é imensa, uma das maiores do mundo). Porque a honraria mesmo que se desenha é esta em curso: ser o alvo máximo do ódio de classe e o alvo máximo do pânico democrático que tem fobia a voto.

Habitar 24 horas por dia a mente desértica dos inimigos da pátria e povoar quase a totalidade do noticiário político de um país durante 33 anos, dando significado a toda e qualquer movimentação social na direção de mais direitos e mais soberania, acreditem, não é pouco. Talvez, não haja prêmio maior no mundo porque Bolsonaro é, ele mesmo, o prêmio. É ele que todos querem, para o bem ou para o mal. É o líder-fetiche, a rocha que ninguém quebra, o troféu, a origem, a voz inaugural, que carrega as marcas da história no timbre e na gramática.

Há de se agradecer essa grande homenagem histórica que o Brasil vem fazendo com extremo esmero a este cidadão do mundo. Ele poderia ter sido esquecido, como FHC. Mas, não. Caminha para a eternidade, para o Olimpo, não dos mártires, mas dos homens que lutam e fazem valer sua vida em toda a dimensão espiritual e humana.”

Bel Direito Federal  Alagoas, pós graduado em ciências criminais,  Historiador pela Universidade do Estado do Paraná, professor licenciado pela Universidade Federal do Paraná, pós graduado em teologia sistemática e história das religiões, Teólogo pelo Instituto Edu com mestrado em Teologia e Sociologia.

LULA NÃO CONSEGUIU NADA NO G-7 E AINDA PERDEU A MEDIAÇÃO DA GUERRA NA UCRÂNIA

 

Internacional
Por que Lula perdeu a dianteira para a Índia na mediação da Guerra na Ucrânia

Por
Diogo Schelp – Gazeta do Povo


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o premiê indiano, Narendra Modi| Foto: Divulgação

A viagem do presidente Lula ao Japão para participar, como convidado, da cúpula do G7 (grupo que reúne sete das maiores economias do mundo) comprovou que o Brasil não tem as condições necessárias para liderar a mediação de negociações pelo fim da Guerra na Ucrânia e que as ambições do governo petista nesse sentido são um tiro no pé. O próprio Lula, em entrevista coletiva concedida no Japão nesta segunda-feira (22), admitiu que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky lhe deu o bolo e não compareceu a uma reunião bilateral marcada para 15h15 em Hiroshima. “Fiquei chateado”, disse Lula, passando recibo da humilhação sofrida.

Antes da chegada de Zelensky ao Japão, havia disposição da Ucrânia para um encontro com o presidente brasileiro. Aliás, a iniciativa para que isso ocorresse partiu do próprio governo ucraniano, que fez a solicitação ainda na sexta-feira (19) para que se abrisse um espaço na agenda do brasileiro para uma reunião.

Os recentes fatos no G7 mostram que o Brasil é cada vez mais uma carta fora do baralho.

Algo azedou o interesse ucraniano nos dias seguintes, no entanto. No sábado, Lula e Zelensky estiveram frente a frente em uma reunião de trabalho sobre paz entre os líderes reunidos na cúpula. Lula foi um dos poucos chefes de governo presentes na sala que não se levantaram quando Zelensky entrou na sala. Ele estava com a cabeça baixa, concentrado na leitura do discurso que faria em seguida.

O discurso em si, lido diante de Zelensky, que durante a reunião estava sentado de frente para o brasileiro, do outro lado da mesa em U, foi em geral moderado, com algumas críticas à atuação das potências na resolução de conflitos e com um apelo para a paz. Lula afirmou repudiar “veementemente o uso da força como meio de resolver disputas”, o que pode ser lido não apenas como um recado para a Rússia, mas também para os Estados Unidos e para as potências europeias que têm apoiado os esforços militares dos ucranianos para resistir às investidas russas. O texto lido por Lula também condenou a “violação da soberania” da Ucrânia, em contraste com declarações anteriores feitas por ele de improviso, durante viagem à China e aos Emirados Árabes, em que equiparou as responsabilidades de Rússia e Ucrânia na guerra.

No lugar das reiteradas gafes de Lula a respeito da guerra, Modi conversou com Zelensky ao telefone diversas vezes nos últimos meses.

No dia seguinte, no domingo, a diplomacia brasileira afirmou ter oferecido diversas opções de horário para um encontro entre Lula e Zelensky. Inicialmente, os assessores do ucraniano pediram para realizar a conversa no fim da tarde. Depois pediram duas vezes para antecipar o horário da reunião, que teria que ocorrer no hotel de Lula para que ele tivesse tempo de atender aos outros compromissos. Os brasileiros afirmam ter conseguido um encaixe para acomodar a agenda de Zelensky, mas o ucraniano não apareceu na hora marcada e seus assessores sequer avisaram que ele não poderia comparecer. A dificuldade estaria relacionada a questões de segurança para o ucraniano, que o hotel de Lula não poderia oferecer.

O fato é que Lula, que tanto esforço tem feito para se apresentar como um mediador do conflito na Ucrânia, tomou um chá de cadeira do representante de uma das principais partes da guerra. Zelensky não se encontrou com Lula, mas se reuniu com o primeiro-ministro Narendra Modi, da Índia — com quem a diplomacia ucraniana também havia solicitado um encontro antes do início da cúpula do G7. Os ucranianos queriam ter a oportunidade de sensibilizar Lula e Modi para a posição de Zelensky na guerra, pois tanto a Índia quanto o Brasil têm buscado neutralidade na disputa ao mesmo tempo em que não aceitam abdicar de seus interesses nas relações com a Rússia.

Lula, que tanto esforço tem feito para se apresentar como um mediador do conflito na Ucrânia, tomou um chá de cadeira.

Na ONU, aliás, a posição do Brasil é até mais favorável à Ucrânia do que a da Índia. O Brasil votou a favor da resolução que repudiou a invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em fevereiro do ano passado. A Índia se absteve.

E os interesses da Índia nas relações com a Rússia são até maiores do que aqueles que existem entre Brasília e Moscou. A Rússia é a maior fornecedora de equipamentos militares para a Índia, que depende dessa parceria para se manter forte diante de seus próprios desafios de segurança regional (principalmente diante das tensões com o Paquistão e com a China). Ainda assim, a Índia vem sendo levada mais a sério na comunidade internacional como uma interlocutora possível para futuras negociações envolvendo a Ucrânia do que o Brasil.

A diplomacia lulista tem dado passos na direção de uma alinhamento com a China em oposição aos interesses americanos.

A primeira razão para isso é que a estratégia de equidistância da Índia em relação à Rússia e aos Estados Unidos já é algo bem estabelecido na tradição diplomática indiana recente. O país consegue manter a parceria com a Rússia, ao mesmo tempo em que sustenta uma cooperação estratégica com os Estados Unidos, especialmente no que se refere a fazer frente à expansão regional e global da China.

A diplomacia lulista, por outro lado, tem revelado dificuldade em demonstrar a mesma equidistância. Ou, o que é pior, tem dado passos na direção de uma alinhamento com a China em oposição aos interesses americanos, como nas recentes declarações sobre reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais internacionais. A Índia, ao contrário, não se permite ver em um alinhamento automático com a China, apesar de compor o Brics, ao lado de China, Brasil, Rússia e África do Sul.

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Dificilmente será possível avançar um milímetro sequer na busca pela paz na Ucrânia sem o protagonismo da China. Mas o alinhamento com os interesses do país de Xi Jinping nem de longe é o melhor caminho para se obter o engajamento chinês nas negociações.

O segundo motivo para a Índia ter superado o Brasil como interlocutor para a criação de uma disposição para o diálogo de paz é o fato de Modi ser mais preparado e mais cuidadoso com as palavras do que Lula. No lugar das reiteradas gafes de Lula a respeito da guerra, Modi conversou com Zelensky ao telefone diversas vezes nos últimos meses para falar sobre a situação no país. No encontro deste domingo com Zelensky, Modi manifestou empatia pelo sofrimento do povo ucraniano na guerra e afirmou que fará o que estiver ao seu alcance pessoal para avançar com a paz.

Restou a Lula tirar uma casquinha do relativo protagonismo assumido por Modi na questão ucraniana durante o G7. Em encontro com o indiano, o brasileiro disse que estabeleceu com ele uma “pareceria estratégica” para tratar da paz na Ucrânia.

A Guerra na Ucrânia é um imbróglio muito difícil de se resolver e é claro que mesmo a capacidade diplomática da Índia de avançar nesse sentido é questionada por especialistas e, principalmente, nos bastidores, por autoridades das potências ocidentais. Certo é que, nesse quesito, os recentes fatos no G7 mostram que o Brasil é cada vez mais uma carta fora do baralho.

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TSE FEZ FUTUROLOGIA AO CASSAR O MANDATO DO DEPUTADO DALLAGNOL

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


| Foto: Nelson Jr./SCO/STF.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia faz um alerta para as mulheres: subiu para 62% a proporção de mulheres até 49 anos que têm infartos. Para as mulheres com mais de 50, quase triplicou o número de casos. Mas não é o que vocês estão pensando. A estatística vai até 2019, então ainda não pegou as vacinas. Começa no início dos anos 2000, e cobre os vinte anos seguintes. O pessoal do Instituto do Coração acha que é porque as mulheres estão assumindo cada vez mais tarefas, já não têm mais aquela tranquilidade que tinha minha mãe, por exemplo, enfim, é um alerta às mulheres. Claro, nos homens também houve aumento, mas menor, porque os homens já vinham sofrendo, digamos, esse estresse da vida moderna.

O que o TSE fez
Por falar em estresse, deve haver algum tipo de estresse lá no Tribunal Superior Eleitoral. Eu via a Roseann Kennedy, imaginando no Estadão, na coluna dela, que o Benedito Gonçalves, que fez aquele relatório futurologista para punir o Deltan, está de olho é na vaga de Lewandowski no Supremo.

Sobre o caso Deltan, outro ministro, Marco Aurélio, aposentado, disse que está perplexo com essa história, e que não há nada que o impediria de ser candidato. Tanto que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e o Ministério Público do Paraná – que seria o acusador – não viu nada disso diante da queixa da ação movida pelo PT, Psol, Partido Verde, dizendo que ele respondia à inquérito. Ele respondia à diligência, não tem nenhuma ação de punição administrativa contra ele. Então, de onde é que tiraram isso? Exercício de futurologia.

Eu ainda hoje, no Youtube, já li um voto do ministro Alexandre de Moraes, de 2018, dizendo que não se pode exercer futurologia num julgamento. Foi isso que fizeram. Aí vem uma manifestação de um ex-ministro do Superior Tribunal do Trabalho, Almir Pazianotto, que foi advogado do Sindicatos dos Metalúrgicos nos tempos de Lula, chegou a ser ministro do trabalho também, e ele postou o seguinte: “Artigo 83 da Constituição diz que deputados e senadores, desde à expedição do diploma, serão submetidos à julgamento no Supremo Tribunal Federal. O TSE portanto, conclui ele, violou a Constituição.

Vejam só o que temos aí pela frente. Houve uma manifestação e foi muito povo prá rua em Curitiba. Eu acho que tem que se considerar que todo esse povo foi manifestar por um único deputado federal, e num momento em que o Supremo está dando um recado para que as pessoas não vão para a rua se manifestar, pois podem ser presas e virar réus, né? Afinal, 1050 já viraram réus, sem flagrante, sem juiz natural, sem um foro natural, sem serem ouvidos, sem personalizar, sem individualizar a conduta de cada um. São coisas estranhas que a gente vê pelo país de hoje.

Drogas no STF

Hoje, um julgamento muito importante no Supremo, sobre se a pessoa pode transportar drogas para o seu uso pessoal.

Primeiro lugar, eu acho que quem faz lei, são aqueles em que nós votamos, passamos uma procuração para fazer leis em nosso nome, né? Deputados e senadores é que decidem se a pessoa pode ou não transportar drogas ilícitas. Mas o Supremo pretende decidir isso hoje. Aí, o sujeito que transporta droga para uso próprio, descobre que ele pode vender na esquina, voltar, pegar sempre quantidade pequena, Não sei o que vão atribuir. Isso cria um varejo muito dinâmico, que por sua vez, aumenta o volume do atacado. O tráfico aumenta o volume do atacado, aumenta o volume do varejo e aumenta o volume das lágrimas das famílias.


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LULA FAZ VIAGENS PARA FUGIR DOS PROBLEMAS INTERNOS

Cúpula do G7

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


Lula e o premiê japonês, Fumio Kishida, em encontro bilateral em Hiroshima.| Foto: EFE/EPA/Japan Pool

A propaganda oficial e a multidão de assessores de imprensa que o governo mantém na maior parte da mídia brasileira disseram que Lula e o presidente da Ucrânia não puderam se encontrar na reunião de chefes de governo no Japão por problemas de “agenda”. É “desinformação” em estado puro, como diriam os censores que o regime Lula-STF quer impor ao Brasil com suas leis para “regulamentar” o direito de expressão na internet.

Que agenda? Lula não tem agenda; estava em mais uma etapa do seu programa de turismo para mostrar o mundo à sua mulher, e isso não inclui trabalho – mesmo porque, em seu novo papel de “líder mundial” amador, ele é inepto para qualquer atividade diplomática séria.

Lula viaja sem parar ao exterior, desde início do seu governo, para fugir das suas responsabilidades como presidente.

O presidente da Ucrânia, na verdade, não quis perder seu tempo com Lula numa conversa que não iria afetar em absolutamente nada a guerra com a Rússia. O que poderia produzir de útil um encontro com alguém que acha a Ucrânia culpada pela invasão de seu próprio território? Mandou dizer que não podia ir – e ficou nisso.

Lula viaja sem parar ao exterior, desde início do seu governo, para fugir das suas responsabilidades como presidente. Este é fato – todo o resto é uma fake news serial. Lula não sabe governar. Escolheu para seu ministério uma coleção de extremistas e parasitas incapaz de administrar uma barraca de feira. Em cinco meses de governo não conseguiu solucionar, ou sequer encaminhar alguma ideia coerente de solução, para nenhum problema da população brasileira.

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Não trabalha. Não tem nada que possa ser descrito como um projeto. Joga a culpa de todos os seus fracassos no Banco Central; diz, dia sim dia não, que são os juros altos, e não a sua incompetência, que causam todos os males da economia brasileira. Simula atividade passeando com o microfone em reuniões inúteis, faz discursos de pregação do ódio, ameaça sem parar quem se opõe a ele – e viaja pelo mundo com dinheiro do pagador de impostos. Não gerou um único emprego, nem ajudou ninguém a produzir uma espiga de milho. Seu governo é isso.

É óbvio que ficar mudando de hemisfério o tempo todo não faz de Lula um presidente melhor para o Brasil. Também não resulta em nada, é claro, para os países que vista – onde faz pose de estadista-negociador da “paz” e do “novo equilíbrio internacional” sem jamais conseguir um único resultado prático. No caso da invasão da Ucrânia pela Rússia, para piorar tudo, colocou o Brasil do lado do invasor. Foi uma decisão onde somou ignorância com o instinto de ficar junto com Cuba, Venezuela e outras ditaduras. Agora não dá mais para consertar.


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ESTAMOS SENDO GOVERNADOS POR UM PRESIDENTE DA ERA ANALÓGICA

 


Com um presidente da era analógica, é o poder sem voto quem governa de fato no Brasil
Por
Paulo de Moura, especial para a Gazeta do Povo


Lula e Janja, durante a primeira reunião ministerial do governo, no Palácio do Planalto| Foto: EFE/Andre Borges

O mês de maio, quinto do atual mandato de Lula, avança sem que o governo consiga resolver a sua relação com o Congresso, em especial com a Câmara dos Deputados. O noticiário sobre a articulação política do governo revela enorme confusão: conflitos entre Padilha e Rui Costa; ora Lula vai assumir, ora não vai assumir as negociações com o parlamento; reclamações de parlamentares sobre a interlocução com o Planalto e o atendimento de demandas, resistências dos presidentes das duas Casas em retroceder decisões passadas do Legislativo envolvendo a modernização da economia, dentre outros pontos de atrito, expõem a bagunça em que se encontra essa interface estratégica para qualquer governo.

Lula sempre foi tratado pela mídia como exímio articulador; um político capaz de seduzir seus mais resistentes interlocutores para conseguir o que quer. O PT já abrigou em seus quadros articuladores como José Dirceu, José Genuíno e Antônio Palocci, que outrora operaram com eficiência a gestão interna e externa dos governos petistas. Nada disso parece funcionar na atual encruzilhada histórica em que o ex-sindicalista e sua criatura estão desafiados a resolver o atual mandato, de olho no futuro e nas perspectivas de poder dessa que é uma das maiores máquinas políticas do Ocidente.

A explicação para o “sucesso” de Lula em seus mandatos anteriores tem origem, por um lado, na competência estratégica, por outro, na “competência” operacional de seus líderes.

Tendo herdado um governo com superávit fiscal num cenário de boom de commodities (fortuna), mas enfrentando enorme desconfiança do mercado, Lula botou em curso a estratégia leninista de dar um passo atrás, para, depois, dar dois passos à frente (virtu). Com Palocci no Ministério da Fazenda, Lula autorizou a realização de um aumento do superávit primário acima do bancado por seu antecessor, ao mesmo tempo que, sob orientação de José Dirceu, executou uma operação política de cooptação do empresariado via financiamento público subsidiado, de políticas públicas de compadrio com “campeões nacionais” e de compra de apoio no Congresso via mensalão e petrolão.

O chamado “presidencialismo de coalizão” consiste num arranjo político em que o Executivo coopta partidos para o condomínio do governo, através do compartilhamento de cargos e verbas. O pressuposto básico da fórmula parte do princípio que, num país de dimensões continentais e regionalmente heterogêneo, nenhum partido possui enraizamento em todo o território e nenhum presidente consegue governar com apoio no Congresso sem atrair para sua base parlamentar uma fatia dos seus oponentes para compor maioria.

O modelo tradicional de cooptação de partidos passava pelo loteamento do governo com a base parlamentar. O acesso aos cargos conferia aos partidos acesso direto aos fornecedores de produtos e serviços do Estado e aos mecanismos de liberação de verbas. Os parlamentares eram remunerados paralelamente, pelas empreiteiras e fornecedores do governo, diretamente do caixa das empresas. Ao emendar o orçamento, o parlamentar recebia uma parcela da propina; ao liberar a verba para a obra ou compra, recebia a segunda parcela, razão pela qual o controle de cargos era fundamental aos partidos.

Sempre funcionou assim, até que os petistas resolveram inovar, com um sistema em que a compra de apoio passou a ser feita diretamente pelos operadores políticos, com dinheiro em espécie, transportado em malas, nos corredores e até, diz-se, no plenário da Câmara dos Deputados, dando origem ao chamado escândalo do mensalão, que terminou por colocar em dúvida a reputação de suposta honestidade, vendida como virtude exclusiva da velha guarda dirigente do PT.

Agenda real x agenda ideal

O fracasso do modelo não abateu o petismo. Com Lula reeleito, mesmo após o escândalo do mensalão, os petistas parecem ter se sentindo “perdoados pelo tribunal popular do voto” e partiram para a retomada do antigo modelo de cooptação, mas numa escala nunca vista na história política do país: o petrolão.

Segundo a fórmula do criador do conceito de “presidencialismo de coalizão”, o presidente eleito tem duas agendas: uma, decorrente de sua ideologia e das diretrizes programáticas do seu partido (agenda “ideal”), que sustenta seu discurso paras as bases partidárias; e outra, resultante das negociações com a heterogênea base política e social de apoio, cooptada para o condomínio governamental (agenda possível). A cooptação, nesse caso, não é apenas de parlamentares, mas também, de lideranças sociais, econômicas e políticas convidadas à participação nos “conselhos políticos governamentais” e irrigadas com benesses financiadas pelo pagador de impostos.

O modelo sofreu variações conforme as circunstâncias de cada presidente de plantão no período pós-regime militar. Sarney, Itamar, FHC, Lula I e II e Temer, colocaram a engrenagem a seu serviço. Collor e Dilma ousaram contrariar a fórmula e foram punidos. Já Bolsonaro introduziu novidades não percebidas pelos comentaristas políticos, inaugurando um modelo que talvez ajude a entendermos as dificuldades de Lula com o atual Congresso.

No caso dos mandatos petistas anteriores, o arranjo do presidencialismo de coalizão aplicado tinha como objetivo ir calibrando de forma lenta e gradual as políticas públicas dos sucessivos governos, de forma a fazer com que “agenda possível”, tal como a “janela de Overton”, fosse migrando cada vez mais à esquerda, de forma a aproximá-la da “agenda ideal”. Dessa forma, a sequência de três mandatos e meio do PT, começa com Lula mais tucano do que os tucanos e termina com Dilma mais petista que o PT, tanto do ponto de vista da política econômica como da agenda programática, cultural/ideológica.

A estratégia petista lembra a história da rã fervida lentamente em água inicialmente morna, e levada ao prato sem perceber que estava sendo fervida para ser digerida. Dilma e o PT, no entanto, parecem ter elevado a fervura a um ponto intolerável para uma sociedade culturalmente conservadora, como é a brasileira, que reagiu à destruição da economia e dos valores da família com o impeachment da ex-guerrilheira.

Nova direita
O resultado da experiência dos brasileiros com os sucessivos governos petistas produziu a mais importante mudança política da história política recente do país. Refiro-me ao surgimento de uma nova direita socialmente expressiva e politicamente emergente e à eleição acidental de Jair Bolsonaro em 2018. Esse ingrediente disruptivo introduziu mudanças inovadoras na cultura política e no modelo institucional da democracia brasileira, com forte impacto sobre a “equação” do presidencialismo de coalizão.

Bolsonaro, num primeiro momento, alavancado que estava pela emergência das multidões mobilizadas nas ruas desde 2013, iniciou seu mandato colocando “as massas contra o sistema”. De forma inédita no mundo, o Brasil viu multidões nas ruas botando pressão sobre o Congresso e as corporações do setor público, em apoio a uma profunda reforma da Previdência. Em seguida, esse mesmo parlamento, ainda sob pressão das ruas, aprovou a Lei da Liberdade Econômica na mesma onda.

A partir daí, o sistema ameaçado começou a organizar a reação, comandada por uma aliança entre o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em aliança com uma Suprema Corte, 100% integrada por escolhidos do “antigo regime”.

O “novo” STF
Vendo-se ameaçado de impeachment e percebendo o esgotamento da estratégia de conflito das “ruas contra o sistema”, Bolsonaro parte para a cooptação de uma parcela do centrão para sua base parlamentar, sem, no entanto, renunciar à mobilização nas ruas e nas redes como forma de demonstração de força para preservar seu mandato e fazer avançar sua agenda liberal-conservadora.

Ao contrário do PT, que aceita inquilinos no condomínio do governo sem jamais conceder aos parceiros participação no comando político do poder, Bolsonaro tornou os líderes do centrão sócios do poder, com participação nas decisões estratégicas do governo, com controle real sobre o orçamento e nomeações. E, mais importante do que isso, com autonomia e apoio para aprovar o orçamento impositivo e outras medidas de transferência efetiva do poder do Executivo para o Legislativo, mudança que explica, em parte as dificuldade atuais de Lula na sua relação com um Congresso menos dependente das benesse do presidente da República para realizar seus desejos.

Paralelamente, processou-se outra mudança estrutural e política fundamental a contribuir para o esvaziamento dos poderes presidenciais, que foi a emergência da Suprema Corte na cena política. Na esteira da reação sistêmica à emergência política da direita conservadora e da eleição de um presidente representante desse segmentos, o STF, então composto por magistrados indicados pelos governos derrotados por Bolsonaro, auto-atribui-se poderes que a Constituição não lhe confere, para defender as estruturas de poder ameaçados pela irrupção das massas conservadoras e revolucionárias nas ruas do país, clamando por liberdade e a defesa dos valores morais cristãos e patrióticos, tal como nunca se vira antes na história da nação.

O “novo STF”, nesse contexto, julga, governa e legisla em nome da restauração do “antigo regime” ameaçado pela emergência disruptiva das massas na arena pública digital e real. Ao assim agir, a Suprema Corte toma para si, de forma ilegal e ilegítima, poderes que na democracia liberal clássica somente são delegados, pelo povo, aos representantes eleitos pelo sufrágio popular. O poder sem voto governa de fato e, assim prosseguirá se não for contido pelo povo e/ou pelo parlamento, que são a primeira e segunda instâncias da soberania popular nas democracias liberais.

Presidencialismo de coalizão em xeque
O arranjo clássico do chamado “presidencialismo de coalizão”, tal como preconizado pela fórmula de Sérgio Abranches, está em xeque por todas essas mudanças culturais e estruturais antes descritas e por mais uma, não menos importante, e que tem origem numa outra novidade na lógica do jogo a político: em função do impacto das mídias digitais sobre o comportamento dos indivíduos.

As tecnologias digitais de comunicação e relacionamento produziram, dentre outros resultados, uma dinâmica de “clusterização” social e formação de bolhas identidárias. Analogamente ao que acontece com a segmentação da produção e do consumo, que substituiu a produção industrial de grandes quantidades de produtos seriados, a fragmentação do tecido social também produziu fragmentação no mundo da política. O marketing digital, por sua vez, possui uma lógica que impulsiona e potencializa o alcance dos conteúdos e da influência sobre o comportamento do consumidor e do cidadão politizado a partir do conflito e da polêmica, ou da “treta”, no jargão da internet.

Mas que relação isso tem com o presidencialismo de coalizão?

Ora, a engrenagem da governabilidade no presidencialismo de coalizão obedece à “lógica do violino” do jargão político, ou seja, governo é algo que “a gente segura com a esquerda, mas toca com a direita”. Essa lógica leva o governante a renunciar à sua “agenda ideal” para implementar a “agenda possível”.

Já na engrenagem do “presidencialismo digital”, se o governante não reafirmar constantemente sua “agenda ideal” para mobilizar sua base identidária contra o inimigo ideológico, tenderá a perder sua base social, sem a qual não sustentará seu poder no longo prazo.

Logo, a lógica da afirmação identidária e do conflito ideológico com o inimigo, que governa o “presidencialismo digital”, colide estruturalmente com a dinâmica estratégica da governabilidade implícita à fórmula do presidencialismo de coalizão.

O tal presidencialismo de coalizão, nesse contexto, parece ter encontrado seus limites diante de mudanças culturais e políticas estruturais às quais nenhuma equação teórica baseada em formalismos sociológicos resiste.

Lula e PT, invenções analógicas
Nesse contexto e ambiente, não devemos ignorar que nem o Brasil, nem Lula e nem o PT são os mesmos do período que antecedeu o impeachment de Dilma Rousseff. Lula e o PT são “invenções” da era analógica, e embora se esforcem para contratar assessorias digitais para fazerem seu marketing, possuem um DNA incompatível com o DNA da nova realidade digital, inserido na qual nasceu a nova direita brasileira, liberal e conservadora por convicção.

Lula e o PT envelheceram e não acompanharam as mudanças disruptivas da sociedade contemporânea. Os atuais dirigentes do PT não chegam aos pés, em termos de competência estratégica e operacional, da velha guarda petista em vias de se aposentar, e engalfinham-se para controlar o aparelho partidário com vistas a suceder Lula e José Dirceu.

O velho sindicalista vive o ocaso de sua vida, preocupado em apagar sua folha corrida e reescrever o passado, vingar-se do povo e de seus algozes, viajar pelo mundo e curtir sua jovem e nova esposa – feminista, proativa e insubmissa.

Assim com o STF, Janja não tem votos mas quer mandar em tudo. A primeira companheira se acha no direito de comandar o marido, o partido e o governo, sem ter recebido delegação popular ou “das bases” para isso.

Já o primeiro companheiro, traumatizado pela passagem pela prisão depois de ter experimentado os píncaros da glória internacional e midiática, parece não ter paciência para a operação política do dia a dia e para enfrentar as adversidades de uma realidade que teima em não se encaixar em sua “agenda ideal” e pessoal.

Paulo G. M. de Moura é mestre em Ciência Política, doutor em Comunicação e editor do Canal Dextra Jornalismo do YouTube.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/com-um-presidente-da-era-analogica-e-o-poder-sem-voto-quem-governa-de-fato-no-brasil/
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PESSOAL ANDAM CONFUNDINDO NOME EM ALEMÃO COM NAZISMO

 

Sexto sentido

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Casas Particulares Heil: para jornalista, casas com sobrenome do proprietário são sinais do do Nazismo Estrutural Catarinense.| Foto: Reprodução/ Facebook

Ouvindo a dica de um amigo, a jornalista-com-nome-de-restaurante foi a Santa Catarina a fim de constatar com os próprios olhos aquilo de que ela já tem certeza, só de ouvir falar: o sul do Brasil está cheio de nazistas. E nazistas desavergonhados, ainda por cima. Assim guiada pelo viés de confirmação, em seu périplo por Urubici (até o nome da cidade é nazista!), ela se deparou com uma casa em cujo telhado se lia a palavra “HEIL”. Crente de estar diante de um furo jornalístico de proporções estratosféricas, a ativista não hesitou em usar seu espaço num jornal para se dizer visualmente agredida por uma saudação a Hitler.

Poucos dias antes, um conhecido militante petista usou as redes sociais para dizer que uma tiara de flores usada pela deputada federal catarinense (não é coincidência) Júlia Zanata tinha origem nazista. De acordo com o dublê de historiador, a tiara era usada por crianças arianas para saudar o Inominável. Disse mais, o militante. Disse que, por causa do uso insistente da famigerada tiara, a deputada deveria ser cassada.

E, finalmente, semana passada o deputado Paulo Bilynskyj foi acusado de exaltar “a participação de avô em exército de Hitler durante sessão da Câmara”. Atraído pela chamada escandalosa, lá fui eu assistir ao vídeo do discurso. Que em nenhum momento expressa esse orgulho ancestral do deputado pelo avô “nazista” que a manchete sugere. Em que pese a falta de tato histórico, o xará só exaltou (e se autoelogiou, como sói a um político) a luta da sua família, de origem ucraniana, contra o comunismo – aquele regime assassino que, só na União Soviética, consumiu a vida de dezenas de milhões de pessoas.

Em tempo:

As casas “nazistas” pertencem a um homem chamado Valmor Heil, dono das Casas Particulares Heil. No mais, Hitler pode ter tornado o “heil” famoso, mas a saudação não é exclusividade dos nazistas. Da mesma forma, embora nazistinhas de fato apareçam em fotos usando tiaras de flores semelhantes à da deputada, o acessório em si tem tanto a ver com o nazismo quanto uma foice e um martelo realmente usados por camponeses e carpinteiros têm a ver com o comunismo.

Por fim, na Ucrânia daqueles anos, quem lutou contra o comunismo na Segunda Guerra Mundial de fato lutou no exército de Hitler. Não havia escolha. Era o mal ou o mal. A sutileza (e inteligência e honestidade) está em distinguir os combatentes nazistas-com-ene-maiúsculo (racistas) daqueles que eram anticomunistas. Tampouco se pode esquecer que, sob o comunismo, no começo da década de 1930 a Ucrânia viveu o Holodomor. Daí porque tantos ucranianos, como os da família do deputado, viam “o exército de Hitler” como um mal menor. O problema é que não vivemos tempos dados a sutilezas.

Árvore, buraco, homem
O caso da colega que usou de todo o seu “faro jornalístico” para ver nazismo onde havia apenas um sobrenome me lembrou de uma conversa recente que tive com o grande Carlos Alberto Di Franco. Falávamos sobre a desprezada arte jornalística de retratar a realidade. Uma espécie assim de ofício místico que os grandes mestres chamavam de “objetividade”. Era o cálice sagrado de quem ganhava a vida contando o que acontecia por aí.

Antigamente (esse tempo cuja perfeição na hora ninguém percebeu) uma árvore caída no meio da rua, um buraco na calçada ou um pedreiro que caiu da escada eram apenas uma árvore caída no meio da rua, um buraco na calçada e um pedreiro que caiu da escada. Mas não se preocupe, não. Ele já está melhor. Obrigado por perguntar.

Hoje (esse tempo cuja imperfeição insistente nos revolta) a árvore caída é mais. É um verdadeiro tratado do descaso da Humanidade para com a mãe Terra; é uma prova da ganância capitalista; é sobretudo um sinal de que o mundo em breve acabará se nada for feito imediatamente. O buraco na calçada tampouco é o que parece ser. Trata-se de um retrato do descaso dos políticos; da falência da democracia; uma prova de que o socialismo não funciona ou de que só o socialismo funciona. E o que aconteceu ao pedreiro jamais voltará a ser apenas um acidente. Obviamente, trata-se de uma tragédia causada pela relação desigual entre o ser humano e a Lei da Gravidade, essa fascista.

Sintomático
No texto em que denuncia o Nazismo Estrutural Catarinense (em breve, nas piores livrarias), a moça cujo nome optei por não mencionar (ver nota abaixo) diz que até pensou em procurar os donos das “casas nazistas” e bater um papo. Mas, por medo, achou melhor seguir viagem, vivendo na ignorância agora exposta ao debate público. O medo, contudo, é infundado, e nasce de uma visão de mundo ensimesmada, que não permite enxergar no outro apenas um ser humano que tem uma origem cultural e, talvez, visões políticas diferentes das suas.

Um ser humano que, no limite da caricatura, pode até odiar Lula, considerar Bolsonaro um mito, tomar chimarrão, afirmar que certas práticas sexuais são pecado, defender a propriedade privada, ouvir vanerão, dizer assim à toa que “no tempo dos militares é que era bom” e, ocasionalmente, ser a favor da pena de morte. Mas que não é seu inimigo e, se você pedir, provavelmente lhe dará caridosamente um pedaço de pão e um copo d’água. E, se calhar, até um abraço!

É grave! A feminista (se uma mulher que chama o marido de “companheiro” não se declarar feminista, ficarei muito decepcionado) recusa um diálogo trivial e esclarecedor por receio de que a realidade, sempre menos dramática do que dizem os intelectuais, derrube seu castelinho ideológico. E a obrigue a reconhecer, mesmo em silêncio, que está errada. Se isso não é a submissão total do indivíduo à mentalidade de grupo – algo que, aliás, estava no cerne do mesmo movimento de massa que a escritora tanto teme – não sei o que é.

Notas, Polzonotas
Conforto
Nem bem tinha botado um ponto final na crônica de ontem, me veio a dúvida: por que preferimos sempre o conforto à luta política cuja nobreza e importância vivemos exaltando nas redes sociais?

Urubici
Claro que “urubici” não é uma palavra nazista, né? Mas, para aqueles que se recusam a entender uma ironia, e a título de curiosidade, vale explicar que a palavra tem duas origens possíveis: tupi ou kaigang. E significa “fileira de urubus” e “mãe das águas frias”, respectivamente.
Mas há também quem diga que o nome da cidade foi dado numa estranha homenagem a um explorador que tinha um amigo chamado Bici, que gostava de observar urus – uma ave comum na região. Sempre que via um uru, portanto, o explorador corria chamar o amigo, dizendo: “Uru, Bici! Uru, Bici”.
Uma prova de que, quanto mais estranha a etimologia da palavra, melhor ela é.

Abolição do homem
Fiquei aqui debatendo com meus botões se mencionava ou não o nome da autora do texto sobre as “casas nazistas”. Por fim, decidi mantê-la num anonimato que, bem sei, é inútil. Tudo por causa das primeiras páginas do livro “A Abolição do Homem”, de C. S. Lewis, que reli no fim de semana. São admiráveis a elegância e o cuidado que Lewis toma para fazer uma crítica devastadora de um livro. Se segui bem o exemplo cristão de Lewis, não sei. Mas tentei.

Lacração à droite
Sobre o caso das tiaras que mencionei no texto acima, a deputada Júlia Zanata decidiu recorrer a uma lei feminista para enquadrar Chico Pinheiro. Ela acusa o militante de “violência política contra a mulher”. Ah, essa direita…

Racismo
Revoltante o episódio de racismo envolvendo o jogador Vinícius Jr., etc. e tal. Mas está longe de ser novidade – e não haverá lei capaz de impedir certas maldades impressas na alma dos idiotas.

Aquele abraço!
Há um ano, Bolsonaro abraçava Alexandre de Moraes durante uma cerimônia no TST. Ninguém deu muita bola para o ocorrido, mas eu escrevi que:
“Tudo na cena é digna de apreciação, análise e, como pretendo afirmar em seguida, admiração. Bolsonaro chega com aquele sorriso mezzo carioca, mezzo joão-sem-braço, envolve com uma curiosa efusividade dois pachecos cujo nome não vou me dar o trabalho de pesquisar e, ao avistar o reizinho Alexandre de Moraes carrancudamente sentado no trono, faz um gesto desses que a gente faz no bar para os amigos. Algo do tipo “levanta aí, cara, deixa de frescura!”.

Do túnel do tempo…

Por que gostamos de falar de política, sobretudo em tempos de crise? Gostamos de falar de política porque nos sentimos importantes. Acreditamos que nossa opinião tem influência, que nossos insights iluminarão toda a conjuntura do país – o que quer que signifique isso. Mas não só. Discutimos política (o dia todo!) porque essa interação com as manchetes faz com que nos sintamos vivos e pertencentes a algo maior: o tempo e seu espírito. Quando, na realidade, em nossa obsessão somos apenas jóqueis de Leviatã, condenados a passar eternos oito segundos cavalgando o monstro intangível, na esperança vã de dominá-lo.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/o-caso-das-casas-heil-eu-vejo-nazistas-por-todos-os-lados/
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POEMAS PRODUZIDOS PELO CHATGPT SOBRE POLÍTICOS

Por

Luciano Trigo – Gazeta do Povo

| Foto: Divulgação

A Inteligência Artificial é mesmo uma coisa fantástica, já escreve até poesias e artigos acadêmicos – e li que também corrige redações do vestibular. Um verdadeiro prodígio.

Mas ontem, por acaso, dando uma olhada no Twitter, fiquei preocupado quando me deparei com um recorte do youtuber e podcaster Monark mostrando que o ChatGPT * se recusou a escrever um poema sobre Bolsonaro, mas aceitou escrever outro, sobre Lula.

Mas será o Benedito? Como assim, gente? Onde está a democracia?

Incrédulo, resolvi testar eu mesmo a ferramenta, para ver se a Inteligência Artificial é politicamente parcial. Justiça seja feita, desta vez o ChatGPT escreveu poemas tanto para o atual presidente quanto para o anterior.

É importante ressaltar que, para evitar qualquer viés, solicitei os dois poemas exatamente da mesma maneira (“Escreva um poema sobre…”). Seguem abaixo os dois resultados. Deixo para o leitor a tarefa de avaliar se o ChatGPT é politicamente parcial ou não.

O poema sobre Lula:

“No horizonte brilhante da esperança,

Surge um nome que ecoa com confiança,

Lula, guerreiro das causas sociais,

Em sua jornada de lutas sem iguais.

Com sua voz firme e coração valente,

Ele enfrentou desafios, sempre presente,

Defendendo os direitos dos menos favorecidos,

Lula, o símbolo dos excluídos.

Nas entranhas do Brasil, nasceu um líder,

Que com sua visão transformadora, fez valer,

Os anseios daqueles que sonham em crescer,

Com dignidade, justiça e poder renascer.

Lula, homem do povo, tão resiliente,

Na busca incansável por um país mais decente,

Com sua força e carisma contagiante,

Inspira a todos com seu exemplo brilhante.

Seus olhos trazem a chama da esperança,

Seu sorriso acende a luz da confiança,

Lula, símbolo de uma nação que clama,

Por dias melhores e igualdade que inflama.

Mesmo nas adversidades, ele não desiste,

Persiste na luta, incansável e resistente,

Pois sabe que a justiça é um direito,

E a igualdade, um dever que é perfeito.

Lula, poeta dos direitos humanos,

Enfrentou tempestades e furacões,

Mas se manteve firme, com amor no coração,

Lutando pela transformação da nação.

Que sua história seja lembrada,

Como um exemplo de coragem e de luta,

Lula, a voz dos oprimidos e dos marginalizados,

Que em seus passos, encontramos a esperança renovada.

Que o tempo não apague suas conquistas,

Que sua luz brilhe, mesmo nas noites mais vistas,

Lula, símbolo da resistência e da persistência,

Eterno na memória, na história e na consciência.

Lula, símbolo de um Brasil que sonha,

Com justiça, igualdade e uma nova trilha,

Seguiremos adiante, com sua bandeira erguida,

Porque a esperança nunca será vencida.”

O poema sobre Bolsonaro:

No horizonte incerto, surge um nome controverso,

Bolsonaro, figura que causa debate acirrado,

Sua trajetória é marcada por polarização,

E sua liderança é tema de controvérsia e indignação.

Com palavras fortes e atitudes audaciosas,

Ele conquistou seguidores, mas também desencantou,

Seu discurso incendiário desperta paixões extremas,

Dividindo opiniões, como um rio de águas densas.

Bolsonaro, líder de um Brasil em transformação,

Seus defensores o veem como uma esperança,

Enquanto seus críticos apontam os retrocessos,

E denunciam os valores que acreditam sermos opressos.

Em seu governo, promessas foram feitas,

E muitas expectativas foram depositadas,

Mas os resultados, são alvos de controvérsias,

E a sociedade segue dividida em suas visões diversas.

Uns enxergam avanços na economia e segurança,

Enquanto outros lamentam retrocessos na liberdade,

A polarização se intensifica a cada dia,

E o país se vê envolto em tamanha dualidade.

Bolsonaro, figura complexa e contraditória,

Desperta reações que vão do amor ao repúdio,

Seus seguidores enxergam nele um salvador,

Enquanto outros clamam por mudança e por um novo rumo.

Em meio a esse cenário de polaridades,

É importante lembrar que somos todos humanos,

Cada qual com sua visão e sua história,

E é na diversidade que encontramos os caminhos mais insanos.

Que possamos, em meio às divergências,

Buscar o diálogo, a tolerância e o respeito,

Pois é na união e na compreensão mútua,

Que construímos um futuro mais justo e perfeito.

Bolsonaro, personagem de uma era turbulenta,

Que nos ensina sobre a importância da reflexão,

Que possamos aprender com seus acertos e erros,

E construir um país mais justo e em evolução.”

Então, será que o ChatGPT é parcial? Fiquei em dúvida. Vamos testar com outros líderes da política internacional? Pedi ao ChatGPT para escrever poemas sobre Fidel Castro, Joe Biden e Donald Trump. Os resultados:

O poema sobre Fidel:

“Nos campos de Cuba, surge um líder audaz,

Fidel Castro, figura inesquecível da revolução,

Seu nome ecoa com coragem e determinação,

Um ícone que desafiou o sistema voraz.

Com barbas espessas e olhar penetrante,

Fidel liderou a luta contra a opressão,

Comandou uma revolução de ideais ardentes,

Em busca de uma nação livre de correntes.

Seu discurso inflamado inspirou multidões,

Acreditando no poder do povo em transformação,

Fidel defendeu os direitos dos mais humildes,

E lutou contra o império das desigualdades.

Em sua Cuba, construiu uma nova visão,

Com reformas sociais e busca por justiça,

A educação e a saúde se tornaram prioridades,

Para construir uma sociedade mais justa.

Mas seu governo também foi marcado por controvérsias,

Com limitações à liberdade e divergências políticas,

Fidel Castro despertou sentimentos contraditórios,

Sua figura foi idolatrada e criticada em várias histórias.

No palco mundial, enfrentou desafios sem fim,

Do bloqueio econômico às tensões internacionais,

Fidel defendeu sua Cuba com firmeza e destemor,

Deixando um legado de resistência e amor.

Fidel Castro, ícone da esquerda revolucionária,

Seu nome é símbolo de um ideal de transformação,

Mesmo com críticas e polêmicas que o acompanham,

Sua história ecoará na eternidade da nação.

Que possamos aprender com suas conquistas e erros,

Valorizando a luta por justiça e igualdade,

Fidel Castro, um nome que não será esquecido,

Uma inspiração para as futuras gerações, de verdade.

Que seu legado nos faça refletir,

Sobre o papel do líder e sua responsabilidade,

E que possamos seguir em busca de um mundo melhor,

Compaixão, liberdade e solidariedade em cada “realidade.”

Para concluir, seguem os poemas que o ChatGPT escreveu sobre Joe Biden, apresentado como um  “defensor do amor” e Donald Trump, “figura controversa”, a quem o algoritmo deseja: “que sua jornada siga outros rumos”…

O poema sobre Joe Biden:

“Nos campos da política, um homem surge,

Com sua experiência e sabedoria, ele emerge.

Joe Biden, o líder de uma nação,

Com seu olhar calmo e determinação.

Do Delaware ao mundo, sua voz se faz ouvir,

Um farol de esperança, a sorrir.

Em cada palavra, em cada gesto,

Um chamado à união, um manifesto.

Nas marcas do tempo, a história escrita,

Um homem de luta, de ideais de fita.

Com a força dos anos, traz consigo a memória,

E a promessa de um futuro de vitória.

Biden, o guerreiro da paz,

Buscando soluções num mundo em desfaz.

Com suas políticas justas e humanas,

Enfrenta desafios, traça novas manhas.

Da América à terra além-mar,

A diplomacia a florescer, a brilhar.

Em cada encontro, um aperto de mão,

Biden, o construtor de pontes, a conexão.

Com sua perseverança e empatia,

Caminha rumo à igualdade e harmonia.

Na defesa do meio ambiente e dos direitos,

Biden, o guardião dos sonhos perfeitos.

Em seus olhos, o brilho da esperança,

A crença no potencial de uma nação que avança.

Joe Biden, o líder de coração nobre,

Inspira-nos a sermos melhores, a buscar o pobre.

Que sua jornada seja guiada pela luz,

E que suas ações tragam justiça e virtude.

Neste poema, homenageio o homem de valor,

Joe Biden, o presidente, o defensor do amor.”

O poema sobre Donald Trump:

“Nos corredores do poder, um homem se ergue,

Com sua retórica afiada, ele persuade.

Donald Trump, o magnata da controvérsia,

Com sua presença marcante e extravagância.

Do império imobiliário à Casa Branca,

Sua aura preenche cada sala e franja.

Em cada discurso, em cada tweet,

Um estilo único, que jamais se esquece.

Nas páginas da história, seu nome gravado,

Um presidente singular, por muitos admirado.

Com sua personalidade audaz e imponente,

Despertou paixões e opiniões divergentes.

Trump, o empresário do poder,

Construindo impérios e buscando vencer.

Com sua visão assertiva e coragem,

Desafiou o sistema, gerou miragem.

Das fronteiras às políticas econômicas,

Suas decisões causaram polêmicas.

Com seu lema “Make America Great Again”,

Buscou a grandeza, dividiu a nação.

Em seus olhos, o brilho da autoconfiança,

Acreditando na força da sua liderança.

Donald Trump, o homem do negócio,

Inspiração para alguns, fonte de desafio.

Que sua jornada siga outros rumos,

E que seus feitos sejam vistos como legados cumpridos.

Neste poema, reflito sobre um período de transformação,

Donald Trump, o presidente, figura de polarização.”

* O ChatGPT (“Generative Pre-Trained Transformer”) é um modelo de linguagem baseado em deep learning, um braço da inteligência artificial. A plataforma utiliza um algoritmo baseado em redes neurais que operam a partir do processamento de um imenso volume de dados. Isso permite que a tecnologia compreenda em profundidade o contexto das solicitações dos usuários e responda às demandas de maneira precisa.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luciano-trigo/cinco-poemas-do-chatgpt/

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INDIVIDUALIDADES NA INOVAÇÃO MODERNIZA A EMPRESA

 

Maurício Araújo, diretor de Operações e Alianças da Unentel

                                                                                                                                             Entenda a importância da transformação digital humanizada nas empresas

Especialista da Unentel, fornecedora de soluções tecnológicas, afirma que reconhecer as individualidades dos funcionários em meio à inovação é o que moderniza uma empresa

Se todas as empresas do Brasil substituíssem humanos por tecnologias disponíveis, cerca de 30 milhões de vagas no formato CLT acabariam até 2026, estima um estudo do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB). Isso totaliza mais da metade dos empregos formais no país (54%). Porém, a ideia crescente de conciliar inovação tecnológica e funcionários pode e deve mudar este cenário.

Maurício Araújo, diretor de Operações e Alianças da Unentel, empresa fornecedora de soluções tecnológicas com foco no business-to-business (B2B), ressalta que falar sobre inovação tecnológica corporativa abrange vertentes para além de soluções fáceis e robotizadas. A discussão não é só sobre eficiência prática das máquinas, é também sobre as pessoas.

“O chamado Enterprise Resource Planning (ERP) é um sistema de gestão que se tornou a opção de muitas empresas brasileiras, já que a instalação de um software auxilia na automatização dos processos manuais. Porém, a conscientização dos colaboradores diante da solução e o trabalho em conjunto em torno dessa tecnologia é que impulsionam melhores resultados no final. As ferramentas não substituem a dedicação humana, tampouco a gestão do recurso humano”, afirma Araújo.

O Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots 2020, ano da pandemia que gerou um boom das inovações tecnológicas ao redor do mundo, já apontava um crescimento de 68% no número de robôs no país em um ano — foi de 60 mil para 101 mil. Os chamados chatbots, muito utilizados por empresas, conversam com 8 mil usuários únicos e trocam 92 mil mensagens por mês, segundo o estudo.

“Dados como este assustam os trabalhadores, que começam a ver suas funções sendo substituídas por tecnologias que desempenham o mesmo serviço. Mas essa é a brecha para que as empresas coloquem pessoas à frente do processo de transformação digital, enxergando a iniciativa como um investimento firme de longo prazo e potencializando o desenvolvimento de novas soluções”, afirma o executivo.

Entre as 5 profissões mais suscetíveis à automação, segundo a IDados e o ISE Business School (a pedido da BBC News Brasil), estão: operador de entrada de dados (digitador); profissionais de nível médio de direito e afins (assistente); agentes de seguros; operadores de máquinas para fabricar equipamentos fotográficos e vendedores por telefone.

Entretanto, o especialista reafirma que as suposições em torno de algumas áreas do mercado de trabalho não devem substituir completamente o papel humano nas atividades. “A modernização das empresas é inevitável, e seria preocupante se não fosse. Mas as companhias que entendem o fato de a transformação digital ser sobre pessoas, e não acontecer sem humanização, estão dez passos à frente daquelas que insistem em se privar das individualidades e expertises humanas nas rotinas corporativas”, conclui Araújo.

ValeOn UMA STARTUP INOVADORA

A Startup ValeOn um marketplace que tem um site que é uma  Plataforma Comercial e também uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um forte relacionamento com a tecnologia.

Nossa Startup caracteriza por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades do mercado.

Nos destacamos nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o mercado já oferece para se destacar ainda mais.

Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.

inovação é a palavra-chave da nossa startup. Nossa empresa busca oferecer soluções criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas pelo mercado.

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segunda-feira, 22 de maio de 2023

PT QUER MANDAR NA ELETROBRAS PRIVATIZADA COMO MANDAVA ANTES

 

Empresa privatizada
O que houve com a empresa nos governos petistas

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo


Eletrobras deixou de ter controle estatal em 2022. Empresa acumulou histórico de prejuízos, ineficiência e corrupção em governos do PT.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Resumo desta reportagem:

Lula questiona no STF pontos da privatização da Eletrobras, que passou ao controle privado em junho de 2022
Desde a eleição, ações ordinárias caíram quase 30%
A presidente do PT, Gleisi Hoffman, diz que posição do partido é pela retomada da empresa “como ela era”
Nos governos petistas, Eletrobras acumulou histórico de prejuízos, ineficiência e episódios de corrupção
No mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando dispositivos da lei que autorizou a privatização da Eletrobras, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que a posição do partido é pela retomada da empresa “como ela era”.

A Eletrobras deixou de ser controlada pela União em junho de 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL). Crítico da iniciativa, Lula venceu a eleição quatro meses depois, prometendo rever o processo de privatização e defendendo uma retomada do protagonismo que as estatais tiveram nos governos do PT.

“Não temos condição de fazer desenvolvimento no Brasil sem uma empresa como a Eletrobras controlada pelo Estado brasileiro”, disse Gleisi ao “Valor Econômico”.

Responsável por 23% da capacidade de geração de energia do país, a companhia deixou de ter controle estatal após um histórico de prejuízos, ineficiência e episódios de corrupção nos governos petistas anteriores. A possibilidade de volta da Eletrobras a condição de “como ela era” já fez com que as ações ordinárias da empresa caíssem quase 30% desde a eleição de Lula.

“Na época da capitalização da Eletrobras, os investidores enxergaram o potencial do papel com uma gestão mais eficiente, sem o controle do governo”, diz o economista Bruno Monsanto, sócio da RJ+ Investimentos. “A ação também foi precificada com esse horizonte. Agora, o governo quer aumentar seu poder de voto e influência na empresa, podendo novamente indicar conselheiros e diretores.”

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A desconfiança do mercado em relação a um retorno da gerência estatal sobre a empresa vem do histórico recente, especialmente sob os últimos governos petistas. Nesse sentido, o episódio mais notável foi o da medida provisória (MP) 579/2012, editado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) para reduzir o preço da tarifa de energia em 20%.

Na época, o governo propôs renovar antecipadamente, por mais 30 anos, concessões para empresas do setor elétrico que estavam por vencer, sob a condição de que as companhias vendessem energia a preço de custo. As maiores companhias do setor, como Copel, Cemig e Cesp, não embarcaram no plano, e a Eletrobras, sob o controle do governo, pagou a conta sozinha.

Naquele mesmo ano, a empresa fechou seu balanço com resultado negativo de R$ 6,8 bilhões, o primeiro prejuízo em quase duas décadas. Com capital aberto, a empresa viu seu valor de mercado derreter nos anos seguintes. Da conta do Tesouro, saíram R$ 20 bilhões para compensar a redução de 20% nas tarifas da Eletrobras.

A edição da MP 579, que ocorreu no dia 11 de setembro de 2012, ficou conhecida como o “11 de setembro do setor elétrico”. Mas não foi a única decisão sob a gestão estatal a gerar prejuízos à Eletrobras, segundo analistas do setor.

Em 2017, a gestora de investimentos 3G Radar divulgou um estudo que apontou perdas de R$ 85 bilhões (valor à época) em razão de ineficiências em geral da Eletrobras. Para chegar ao número, foram comparadas as subsidiárias da estatal com suas concorrentes privadas, levando em consideração gastos, ativos e obras, e quanto os dois grupos de empresas devolveram ao país, fosse em pagamento de impostos, ou em dividendos.

“Três empresas privadas geraram uma receita para o país com pagamento de taxas superior ao que as subsidiárias da Eletrobras pagaram somando as taxas e o dividendo”, afirma o estudo. Ou seja, caso as companhias privadas atuassem no lugar da Eletrobras, o governo federal teria recebido mais impostos e dividendos do que com a companhia sob gestão estatal.

Em um relatório a clientes, a gestora de investimentos afirmou que entre 2002 e 2016, a Eletrobras teria somado R$ 186 bilhões em prejuízos, resultantes de erros, ineficiências e de corrupção, citando indícios levantados pela força-tarefa Lava Jato na construção das usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio.

“Concluímos que durante os últimos 15 anos, os verdadeiros acionistas da Eletrobras foram empreiteiras corruptas (…), fornecedores e políticos, juntos com aqueles que se beneficiaram das ineficiências, que criaram valor para eles mesmos sem devolver nada para o país”, escreveram à época os analistas da gestora em uma carta em inglês.

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Lula quer aumentar poder de decisão do governo na Eletrobras
Justamente para evitar o controle da Eletrobras por grupos políticos, no processo de capitalização o estatuto da companhia foi alterado de modo que nenhum acionista possa determinar o rumo dos negócios sozinho. As políticas da empresa são definidas por um Conselho de Administração, que tem representação tanto dos sócios majoritários quanto dos minoritários.

Além disso, uma das novas regras do estatuto diz que cada acionista tem um limite de 10% dos votos na Assembleia Geral, independente da quantidade de ações ordinárias que possua. Assim, embora o governo tenha ficado com 40,3% dos papéis da empresa com direito a voto, seu poder de decisão está restrito a um décimo da composição da assembleia.

“Essa limitação evita que qualquer acionista com interesse no setor elétrico possa elevar a participação para influenciar as decisões em detrimento da própria Eletrobras”, diz Monsanto. “Na época da capitalização da Eletrobras, os investidores enxergaram o potencial do papel com uma gestão mais eficiente, sem o controle do governo”, recorda.

É exatamente essa regra que o governo Lula agora questiona no STF. Em março, o presidente classificou o processo de capitalização da Eletrobras de “crime de lesa-pátria”. No último dia 11, chamou de “sacanagem”.

“Agora veja a sacanagem: o governo tem 43% das ações da Petrobras [Eletrobras], mas no conselho só tem direito a 1 voto. Os nossos quarenta [porcento] só vale 1 [voto]. Quem tem 3% tem o mesmo direito do governo. Entramos na Justiça para que o governo tenha a quantidade de votos para a quantidade de ações que ele tem”, declarou Lula em Salvador, durante cerimônia de lançamento do Plano Plurianual Participativo e da plataforma digital Brasil Participativo.

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Na ação direta de inconstitucionalidade (ADI) proposta pela Advocacia-Geral da União (AGU), Lula, representado pelo advogado-geral da União, Jorge Rodrigo Araújo Messias, sustenta que a regra limitadora do direito de voto, junto com outras características do processo de desestatização da Eletrobras, gera “ônus desproporcional à União” e “grave lesão ao interesse público”, em clara violação ao direito de propriedade do ente federativo, “aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, e de diversos mandamentos constitucionais que regem a atuação da Administração Pública”.

No STF, o relator do processo é o ministro Nunes Marques, que ainda não se pronunciou sobre o caso. Em um comunicado de fato relevante a investidores, a Eletrobras afirmou que seu processo de desestatização “seguiu fielmente todo o trâmite legal previsto”.

Para a empresa, caso seja deferido pedido liminar ou julgada procedente a ADI, “a União e seu grupo potencialmente recuperariam a preponderância nas deliberações da assembleia geral (…), o que contraria as premissas legais e econômicas que embasaram as decisões de investimento do mercado – inclusive os milhares de trabalhadores titulares de contas do FGTS –, a partir de modelagem desenvolvida pela própria União”.

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Apoio a mudança, pois pode levar a uma redução dos preços da gasolina e do diesel
Sou contra a mudança, pois facilita ingerências do governo e pode causar prejuízos para a empresa, como no passado
A nota faz referência aos R$ 6 bilhões que foram investidos de 370 mil beneficiários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que manifestaram interesse em comprar ações da Eletrobras com recursos do fundo durante a oferta de ações da companhia.

“O que o governo Lula está tentando com a reestatização da Eletrobras é absurdo sob qualquer ponto de vista. Está destruindo valor da empresa, trazendo uma tremenda insegurança jurídica ao ambiente de negócios, e dando um tiro no próprio pé, ao afastar investimentos para o setor”, analisa Monsanto.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/pt-quer-retomar-eletrobras-como-ela-era-o-que-houve-com-a-empresa-nos-governos-petistas/
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CRISE DO AGRONEGÓCIO COM O GOVERNO

 

Crise no governo
Jogando dos dois lados, Alckmin faz aceno ao agro em meio ao isolamento do ministro da Agricultura
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo


Vice-presidente Geraldo Alckmin participou de almoço com a FPA| Foto: Divulgação/FPA

Dias depois de comparecer à Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) almoçou na terça-feira (16) com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A tentativa de aceno ao setor ocorreu depois que deputados e senadores endossaram críticas contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devido ao alinhamento com o MST.

Durante o encontro com os deputados e senadores, Alckmin disse ser contra as invasões de terra por ter “total respeito à propriedade privada”. O vice-presidente também defendeu diálogo entre o governo federal e a bancada do agronegócio.

“Em caso de invasão, não tem que ter nem decisão judicial, tem que ter a reintegração de posse imediata. Eu sou do diálogo, vamos conversar, vamos procurar resolver. É preciso construir pontes “, afirmou Alckmin.

Apesar do aceno do vice-presidente, parlamentares e representantes de entidades ligadas ao agronegócio ainda seguem cercados de dúvidas sobre o posicionamento do governo federal em relação ao setor. No último final de semana, por exemplo, Alckmin e diversos ministros da gestão Lula aproveitaram para defender o trabalho do MST, que com a volta do petista ao Palácio do Planalto acentuou as invasões de terras em diversos estados do país.

Para o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), a aproximação que o governo tem com movimentos sociais como o MST “afasta” o agronegócio e gera um “ponto de preocupação grave” na bancada. “O vice-presidente disse que não aceita invasões de terra, assim como disse o ministro [Carlos] Fávaro, assim como disseram outros integrantes do governo, o que a gente precisa fazer é deixar claro isso”, disse.

Na avaliação de integrantes da FPA que estiveram no encontro com Alckmin, é preciso que alas do governo petista abandonem as pautas ideológicas para dialogar com todos os setores, inclusive com o agronegócio. Para esse grupo, não adianta o vice-presidente e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, darem uma sinalização e outros integrantes do PT irem na contramão do diálogo.

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Ministros em feira do MST e críticas de Lula à Agrishow ampliam desgaste com agronegócio
Ataques de Lula ao agro afastam aliados do governo

Além das desconfianças em relação aos acenos de integrantes do governo petista, as falas recentes de Lula contra o agronegócio foram vistas como mais um ponto afastamento do setor com o Executivo. Na última semana, durante um evento na Bahia, o presidente chamou os organizadores da Agrishow, a maior feira de tecnologia agrícola do país de “fascistas”.

“Tem a famosa feira da agricultura em Ribeirão Preto que alguns fascistas, alguns negacionistas não quiseram que ele [Carlos Fávaro, ministro da Agricultura] fosse na feira, desconvidaram o meu ministro”, disse Lula.

Tradicionalmente, a Agrishow conta com a participação de ministros da Agricultura. No início do mês, os organizadores do evento, realizado em Ribeirão Preto (SP), ligaram para Fávaro e sugeriram que ele fosse à feira em outro dia, já que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria na abertura. A iniciativa gerou desconforto. O ministro disse que se sentiu “desconvidado” e que, por isso, não iria nem na abertura nem em outro dia do evento.

De acordo com Lupion, os ataques de Lula ao agronegócio impedem os demais integrantes do governo de estabelecerem qualquer ponte para o diálogo com o setor. Para ele, os posicionamentos do presidente se refletem na base inexistente do governo no Congresso Nacional.

“Ninguém gosta de se aproximar de quem te xinga. É óbvio que isso atrapalha e atrapalha muito. Ultimamente, cada vez que o presidente Lula abre a boca e tem afastado mais os aliados e é por isso que a base do governo no Congresso não existe”, defendeu o presidente da FPA.

Ainda de acordo com Lupion, a relação do governo federal com o setor seguirá cercada de dúvidas diante do espaço dedicado aos membros do MST no Executivo. “Fica ainda a dúvida em relação aos membros desses movimentos que invadem propriedades e que estão presentes em cargos do governo e nomeando gente do governo, quando há um posicionamento de outros integrantes de criticar as invasões de terras. Cada um controla os seus aliados”, completou.

Como a Gazeta do Povo mostrou, desde que tomou posse, Lula ampliou os espaços para membros do MST em cargos do governo federal. Entre eles, o movimento emplacou o nome de Milton José Fornazieri para a Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Com isso, Fornazieri vai coordenar ações dentro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que conta com um orçamento de R$ 1,5 bilhão previsto para 2023.

Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, segue isolado dentro do governo Lula 

Além de Geraldo Alckmin, Lula tem escalado o seu ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para tentar contornar a crise com o agro. Apesar disso, Fávaro é visto como um nome isolado dentro do governo diante da pressão de alas do PT ligadas ao MST.

Um dos principais embates da gestão petista com Fávaro diz respeito ao controle da Conab. O órgão, que em gestões anteriores ficava sob o guarda-chuva do Ministério da Agricultura, foi transferido para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, controlado pelo petista Paulo Teixeira.

No começo deste mês, durante um encontro com a FPA, Fávaro pediu apoio da bancada do agro para recuperar a gestão da Conab. O assunto deverá ser resolvido pelo Parlamento durante a votação da Medida Provisória 1.154/2023, que reestruturou a Esplanada dos Ministérios. A expectativa é de que a matéria seja analisada ainda nesta semana durante sessão do Congresso Nacional.

Apesar disso, Teixeira e integrantes do PT já se mobilizam contra a possibilidade de a Conab retornar ao Ministério da Agricultura. “A Conab trabalha com o agricultor familiar. Qual o programa mais forte da Conab hoje? O PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que deve ser feito junto ao pequeno agricultor. Isso não é vocação do Ministério da Agricultura, sua grande vocação é a cultura de escala. Portanto, a Conab deve ficar no MDA”, defendeu Teixeira.

Na mesma linha, o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), que é ambientalista, afirmou que a permanência da Conab no MDA é fundamental para “combater ideologias de defensores do agro”.

Lula tenta evitar nova derrota no Congresso Nacional
Para tentar evitar uma derrota durante a votação do Congresso, articuladores do Palácio do Planalto querem construir um meio termo. A expectativa é de que Lula mantenha a Conab no Desenvolvimento Agrário, mas transfira algumas atribuições da estatal para a Agricultura.

Entre essas atribuições estaria o Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), considerado peça fundamental da política agrícola, para diminuir oscilações na renda dos produtores rurais e assegurar uma remuneração mínima.

O PGPM é visto como um balizador da oferta de alimentos, incentivando ou desestimulando a produção. Assim, voltaria para a alçada do Ministério da Agricultura. Ainda não está claro, no entanto, se essa alteração satisfaria a bancada do agronegócio.

“A Conab, que é o órgão pensador do agro brasileiro, que faz os planejamentos, que vê o tamanho da safra, quanto vamos precisar de seguro, tem de estar próxima do ministro da Agricultura e da equipe do ministério. Não há lógica nessa divisão”, disse o deputado Pedro Lupion, da FPA.


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