terça-feira, 16 de maio de 2023

MENTIRAS DE LULA SEM PUNIÇÃO

 

Lula vem mentindo desde que assumiu o governo – e não será punido por isso

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


Lula vem mentindo desde que assumiu o governo – na verdade, desde sempre – e a cada vez que fala vem com uma mentira mais irresponsável.| Foto: Reprodução/TV Brasil


O presidente Lula disse há pouco que Jair Bolsonaro causou “300 milhões de mortes” no Brasil durante a epidemia da Covid; segundo ele, dos “700 milhões” que morreram, “300 milhões” foram culpa do seu antecessor. É uma estupidez: o Brasil não tem 300 milhões de habitantes. Mas os vigilantes de fake news e de outros crimes contra a democracia, do STF à mídia que milita pela criação da censura no Brasil, ficaram quietos – nem as “agências de verificação” de fatos, essas que o ministro Alexandre de Moraes e o governo Lula querem que sejam as fiscais do que são notícias falsas, acharam que o presidente tinha dito uma mentira, ou um despropósito.

No máximo, e com todo o respeito, correram em seu auxílio para explicar que ele tinha cometido um “equívoco involuntário”, coitado; queria dizer 300 mil mortos, mas saiu 300 milhões. Coisas que acontecem, não é? Só que ficou pior – o que era uma cretinice virou uma mentira maligna. De onde ele tirou esses 300 mil mortos? Qual é a prova? Qual o estudo sério em que se baseou para fazer uma acusação grave como essa? O presidente não tem nada a declarar a respeito. Nunca tem.

A Justiça brasileira criou um princípio jurídico sem precedentes – o de que Lula não pode ser processado, e muito menos punido, por nenhum delito que praticar.

Lula vem mentindo desde que assumiu o governo – na verdade, desde sempre – e a cada vez que fala vem com uma mentira mais irresponsável. Tudo bem: é esse o grande princípio que ele usa para fazer política há 40 anos, e o seu único método para governar o país. Mas ele deixa claro, dia após dia, a falsidade fundamental dos apóstolos da censura no Brasil.

Querem “limpar a internet”, segundo dizem, das mentiras, das notícias falsas, do “discurso do ódio”, dos “conteúdos enganosos”, “distorcidos” e “fora de contexto, da “desinformação” e mil e uma outras coisas horríveis. Mas Lula faz tudo isso, sem parar, e não é sequer advertido pelo STF e as outras polícias da verdade que andam por aí. A única conclusão possível para isso é que os “crimes antidemocráticos” nas redes sociais só podem ser praticados pela oposição ou por quem discorda do Supremo. É para esses que se quer a lei da censura; não é para deter as barbaridades ditas por Lula ou quem estiver do seu lado.

O presidente já disse que houve “bandidagem” e “crime de lesa-pátria” na privatização da Eletrobras – o que não é apenas uma fake news, pois ele não citou um único fato concreto para sustentar o que disse, mas uma acusação direta de que foi praticado um crime. No Código Penal é calúnia, se a acusação for falsa. Não vai haver nenhum problema para ele, é claro.

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Em primeiro lugar, a Justiça brasileira criou um princípio jurídico sem precedentes – o de que Lula não pode ser processado, e muito menos punido, por nenhum delito que praticar. Em segundo lugar, com a covardia habitual de boa parte de suas mentiras, não disse quem, exatamente, tinha cometido a “bandidagem”. Deve ter sido o Congresso Nacional, que aprovou por lei a privatização da Eletrobras, ou o Tribunal de Contas da União, que confirmou a decisão por 7 a 1.

Antes disso, tinha dito que a conspiração do crime organizado para assassinar o senador Sergio Moro e outras autoridades, descoberta pela Polícia Federal e Ministério Público, era uma “armação do Moro”. É, de novo, uma acusação gravíssima. Então por que, de lá para cá, seu governo, com todos os imensos recursos que tem à sua disposição, não apurou absolutamente nada sobre a sua denúncia? Acusações falsas, notícias que não existem e mentiras em estado puro, no Brasil de hoje, só podem ser feitas por quem discorda do governo Lula e do STF


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DIVULGAÇÃO DO LAUDO DO ACIDENTE QUE VITIMOU MARÍLIA MENDONÇA

 

Laudo aponta ‘avaliação inadequada’ do piloto em acidente que matou Marília Mendonça

Por Fabio Grellet – Jornal Estadão

Cenipa divulgou relatório após um ano e meio investigando as causas da queda do avião; família da cantora isenta piloto de culpa

Após um ano e meio investigando o acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, em 5 de novembro de 2021, na cidade mineira de Piedade de Caratinga, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado ao Comando da Aeronáutica, concluiu que não houve falha mecânica e que o piloto contribuiu para o acidente, ao decidir qual seria a manobra feita para o pouso no aeroporto mineiro. A trajetória feita pelo avião o levou a atingir um cabo para-raios de uma linha de transmissão de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Por lei, a função oficial dessa investigação não é atribuir culpa ou responsabilidade a quem quer que seja nem comprovar qualquer causa provável de um acidente, e sim propor medidas para tentar evitar que os acidentes se repitam. Antes da divulgação do relatório, também nesta segunda-feira, 15, o advogado da família de Marília Mendonça eximiu de culpa o piloto Geraldo Medeiros, que tinha 56 anos e experiência de 33 anos na profissão.

Ao discorrer sobre “fatores contribuintes” para o acidente, o relatório registra que o “julgamento de pilotagem” contribuiu para a queda da aeronave. “No que diz respeito ao perfil de aproximação para pouso (em Minas Gerais), houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso”.

Investigações concluíram que não houve falha mecânica no avião
Investigações concluíram que não houve falha mecânica no avião Foto: CORPO DE BOMBEIROS-MG

Segundo o Cenipa, a aproximação da aeronave para pouso “foi iniciada a uma distância significativamente maior do que aquela esperada” e “com uma separação em relação ao solo muito reduzida” (o avião estava mais baixo do que deveria, naquele ponto). O relatório cogita a hipótese de que a tripulação estivesse “com a atenção (visão focada) direcionada para a pista de pouso em detrimento de manter uma separação adequada com o terreno em aproximação visual”.

Segundo o relatório, o cabo para-raios com que o avião se chocou inicialmente não precisava de sinalização, porque estava fora da área considerada zona de proteção do aeroporto e das superfícies de aproximação ou decolagem e tinha só 38,5 metros de altura. Por isso, segundo o Cenipa, “não representava um efeito adverso à segurança”.

A investigação do Cenipa contou com uma equipe multidisciplinar composta por 30 militares e civis do órgão, entre eles especialistas em Fator Operacional (pilotos e mecânicos de aeronaves), Fator Humano (médicos e psicólogos), Fator Material (engenheiros), bem como Assessores Técnicos Consultivos compostos pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

POLÍTICA DE PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS DA PETROBRAS

 

Petrobras anuncia nova política para preços dos combustíveis em substituição ao PPI

Por Caroline Aragaki e Beth Moreira – Jornal Estadão

Nova estratégia usa referências de mercado como custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras

A Petrobras informou nesta terça-feira, 16, que sua Diretoria Executiva aprovou na segunda, 15, a estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina da estatal, em substituição à política de preço de gasolina e diesel comercializados por suas refinarias. A nova estratégia usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal explica que o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos, já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.

Segundo a Petrobras, “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. Além disso, as decisões relativas à estratégia comercial continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo presidente da companhia, o diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.

A estratégia comercial está alinhada com a Diretriz de Formação de Preços no Mercado Interno aprovada pelo Conselho de Administração em 27 de julho de 2022 e tem como premissa preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clientes.

Posto em São Paulo exibe preços de comnbustíveis
Posto em São Paulo exibe preços de comnbustíveis Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO

“Essa estratégia permite a Petrobras competir de forma mais eficiente, levando em consideração a sua participação no mercado, para otimização dos seus ativos de refino, e a rentabilidade de maneira sustentável”, afirma a estatal, acrescentando que passará a ter mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.

O fato relevante ainda afirma que a precificação competitiva mantém um patamar de preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento Estratégico, sob a premissa de manutenção da sustentabilidade financeira da companhia.

“A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado”, completa a petroleira.

PROBLEMAS NO PEMPREENDEDORISMO E A SOLUÇÃO

 

Cinco problemas comuns principais entre empreendedores brasileiros e como se livrar deles

Resende Neto – CEO da BS Tecnologia

Empreender ainda está entre os três maiores sonhos dos brasileiros. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil registrou 357.937 novas empresas abertas em janeiro de 2023, representando alta de 3,9% se compararmos com o mesmo período de 2022. No ano passado, 344.368 empresas foram criadas no país. O resultado representa, ainda, alta de 68,4% sobre dezembro do ano passado, quando 212.552 novas empresas foram registradas.

No entanto, o que sobra de vontade para empreender falta de conhecimento técnico. Para Resende Neto, CEO da BS Tecnologia, mentor, treinador e empreendedor ativo e já prestou assistência para mais de 300 pequenos e micro empresários da Baixada Santista ajudando-os a destravar os próprios negócios identificou os erros mais comuns cometidos por quem está dando os primeiros passos para empreender. São eles:

Gestão do Negócio

Segundo Resende, a falta de conhecimento dos empreendedores sobre gestão do negócio é a principal causa de fechamento de empresas nos três primeiros anos de atividade. “55% dos empreendedores não elaboraram um plano de negócios antes da abertura da empresa. Eles praticamente abrem o negócio no escuro, sem o conhecimento básico necessário sobre finanças, vendas, marketing, liderança, lucro, investimento para entrar no mercado. Isso diminui as chances de a empresa sobreviver”, disse. O especialista aconselha que antes de abrir sua empresa procure montar plano bem estruturado de negócios mostrando as oportunidades, os riscos além de trazer questões importantes como recursos financeiros, estratégias de marketing. “Esse plano será uma ferramenta importante e vai orientar o passo a passo da gestão além de mostrar um mapa completo do segmento de atuação”, completa.

Dificuldade para vender de forma previsível e recorrente

A maioria dos micro e pequenos empreendedores tem grande desejo de trabalhar com vendas, no entanto, não possui o conhecimento e tempo necessário para prospectar os novos negócios. “Muitas vezes são os próprios empreendedores que vendem, fecham o negócio e também prestam o serviço. Essa sobrecarga de atividades faz com que fiquem sem tempo de investir, por exemplo. Além disso, eles têm dificuldade de gerar uma receita previsível, se posicionar e mostrar o seu diferencial no mercado”, diz. O mentor ressalta que para aumentar as vendas, é importante ter um planejamento comercial bem estruturado e alinhado com o os objetivos do negócio. “Analise como foi o desempenho no ano anterior e o que trouxe de retorno positivo. Esses dados irão ajudar no planejamento do próximo ano buscando um melhorar a performance. Se possível traga pessoas para trabalhar com você”.

Formar e manter equipe de trabalho

Na empresa, o empreendedor é o líder, e como tal, deve saber contratar e lidar com pessoas. “O empreendedor pode até querer fazer tudo sozinho, mas precisará de outros colaboradores se quiser que o seu negócio cresça e prospere. Nas mentorias percebo que a maioria tem dificuldade de liderar, montar e manter uma equipe de trabalho por falta de conhecimento”. Para superar esse desafio, Resende recomenda construir uma relação positiva com seus funcionários, ou seja, respeitando-os, motivando-os e reconhecendo o bom desempenho”.

Solidão do empreendedor para tomar decisões

A solidão do empreendedor é um outro grande desafio. “A maioria das vezes o empreendedor não tem com quem conversar para dividir suas dúvidas, angustias e inseguranças. Para não deixar que esses fatores atrapalhem o desempenho da sua empresa a dica é buscar a ajuda de um especialista, uma mentoria e participar de grupos de apoio empreendedorismo”, aconselha.

Equilibrar o profissional, família e saúde

O que fazer para equilibrar o profissional, família e saúde? Para Resende Neto, a solução é colocar limites, manter hábitos saudáveis e uma rotina de lazer. “A pessoa que está começando a empreender precisa dar um gás no início do negócio e muitas vezes estende o horário de trabalho porque ele está envolvido em todo processo e a família e os amigos podem não entender. Nesta fase, o importante é estabelecer limites entre a rotina de trabalho e vida pessoal e dar atenção para todas as áreas da vida”, finalizou.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 220.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 5.300.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas três anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

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segunda-feira, 15 de maio de 2023

A POPULAÇÃO COM MEDO DO STF EVITA FAZER MANIFESTAÇÃO

 

Poucas manifestações
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília

People protest against Brazilian former President Luiz Inacio Lula da Silva’s release from jail in the streets of Sao Paulo, Brazil, on November 9, 2019. – Brazil’s leftist icon Luiz Inacio Lula da Silva walked free from jail Friday after a year and a half behind bars for corruption following a court ruling that could release thousands of convicts. (Photo by Ari FERREIRA / AFP)


Manifestantes reunidos na Avenida Paulista, tradicional palco de protestos em São Paulo, em 2019.| Foto: Ari Ferreira/AFP

A escalada de autoritarismo do Supremo Tribunal Federal (STF), iniciada com o inquérito das fake news, impulsionada durante a corrida eleitoral de 2022 e exacerbada depois dos atos de 8 de janeiro, está tendo o efeito de desmobilizar o povo e reduzir a quantidade de manifestações de rua. Mesmo diante da insatisfação de grande parte da população com o novo Executivo e a controvérsia gerada na opinião pública pelo Projeto de Lei 2.630/2020, o PL das Fake News, ainda são poucos os sinais de reação popular fora do âmbito digital.

O temor de ser preso por manifestar opiniões – típico de regimes ditatoriais – é um dos motivos pelos quais muitos brasileiros têm evitado protestar nas ruas. Ainda é incerto, além disso, que o STF não possa resgatar uma decisão de janeiro que proibiu protestos no país para justificar reprimendas a eventuais manifestações que ocorram no futuro.

Para o advogado e professor Cândido Alexandrino, mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (Unifor), o receio de exercer o direito à manifestação é um sinal de corrosão da democracia.

“Não é crível que a democracia no Brasil proíba manifestações. O povo na rua, como disse Ulysses Guimarães, é o exemplo a ser seguido. As pessoas querem se manifestar e não estão podendo. Estão com medo. Conseguiram, com a deturpação da lei, em decisões e julgados, proibir manifestações e botar medo em todos. Quem é que quer se arriscar?”, comenta. “Parecem [alguns membros do Judiciário] ter conquistado o direito supremo de procurar as pessoas, investigá-las e puni-las, sem base legal nenhuma. Vivemos em um estado de exceção que parece ser constitucional, mas a atuação de alguns ministros do STF afronta a Constituição brasileira”.

Para Lucas Berlanza, presidente do Instituto Liberal, soma-se a esse temor uma desilusão de grande parte do povo com a posse de um Executivo alinhado às ideias do Supremo sobre o controle da expressão. “A sucessão de frustrações provocou um desânimo e uma desmobilização. Depois de tudo o que aconteceu, com a sociedade assistindo à eleição de Lula, ao aumento do poder do STF, há uma sensação de impotência”, afirma.

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) foi um dos responsáveis por convocar uma das únicas manifestações de rua significativas contra o PL 2.630 – em Porto Alegre, com cerca de 5.000 participantes, no dia 1º –, e tem destacado em suas redes sociais a importância do retorno da pressão popular. Ele concorda que o temor do STF fez os protestos diminuírem.

“Reduziu porque as pessoas estão com medo – o que era um dos objetivos do Alexandre de Moraes e do próprio governo ao fazer essas prisões de baciada completamente injustas de pessoas que, por mais que estivessem, na minha opinião, protestando no local equivocado, diante dos quartéis, têm o seu direito de manifestação garantido pela Constituição”, afirma.

Para Van Hattem, nós “já não vivemos em uma democracia plena”. “Estamos vivendo num estado de exceção. Quando você não pode manifestar a sua opinião porque o poderoso considera que a sua opinião é antidemocrática, quando ele faz essa avaliação, já não se vive numa democracia. Na democracia, é o povo quem controla o poder e não o poder que controla o povo”.

Berlanza aponta a fragmentação da direita nos últimos anos como outro motivo pelo qual é mais difícil se unir para protestos, mesmo quando a pauta é consensual, como no caso da oposição ao PL das Fake News. “Ninguém quer andar junto. Um liberal fala: ‘Ah, se eu for para uma manifestação, os bolsonaristas vão estar lá, e eu estou brigando com eles todo dia. Vou estar do lado da tia do zap que fala que o Bolsonaro é um mito e que eu sou um comunista. Eu não quero ficar do lado dessa pessoa’. Ou, do outro lado: ‘Ah, não vou me juntar com esse pessoal do MBL; eles são fabianos, comunistas ou coisa do gênero. Não podemos estar na rua juntos’. As tensões internas da direita desmobilizaram a possibilidade de articulação da direita durante esses últimos anos. Junto com isso, houve o acúmulo de frustrações”, observa.

Para ele, “essas brigas não podem ser mais fortes do que a [necessidade de protestar contra a] destruição da democracia representativa brasileira”. “Isso tem que ser um fator unificador para enfrentar esse problema. Nós não precisamos todo mundo dar as mãos, mas, para enfrentar um problema do tamanho do que a gente está enfrentando, eu acho que todo mundo tinha que esquecer essas coisas e ir para a rua”, afirma.

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Na opinião de Van Hattem, dada a gravidade da situação da liberdade de expressão no Brasil, a falta de mobilização não durará muito. Para ele, a revolta contra o autoritarismo está ficando maior do que o temor à represália.

“As pessoas já estão, como nós percebemos em Porto Alegre, mudando de ideia sobre o receio de sair às ruas. Por mais que haja medo, a coragem tem sido maior para enfrentar isso. E eu vejo que, em breve, nós teremos milhões de pessoas nas ruas outra vez. É insustentável a situação do jeito que está hoje”, diz o deputado.

Declarações desaforadas de membros do Executivo e do Judiciário sobre o Legislativo – como a recente fala do ministro da Justiça e Segurança Público, Flávio Dino, de que uma regulação das redes aconteceria com ou sem o Congresso – são, para Van Hattem, uma afronta à vontade do povo, que está representada no Parlamento.

“Em outros tempos, o ministro estaria cometendo um sincericídio, porque o que ele disse deveria levar ou à sua demissão ou, se tivesse dignidade, à sua renúncia. No entanto, nós vivemos um momento em que essa prática já é tão corriqueira no arcabouço institucional brasileiro que uma fala dessas do ministro serve para amedrontar o Congresso Nacional. E nada lhe acontece. Pelo contrário, ele espera sair fortalecido de uma queda de braço dessas. E é por isso que eu entendo que o povo precisa se manifestar ainda mais fortemente, como já fez nas redes com o PL da Censura. Foi graças à mobilização popular que ele foi retirado da pauta. E o povo precisa continuar esse movimento on-line e nas ruas também”, comenta o deputado.

Berlanza também acredita que a pressão popular é essencial para reverter a tendência ao autoritarismo. “O STF está sem controle, e a gente não vislumbra uma reação dos poderes republicanos que deveriam se incumbir dessa tarefa, especialmente o Poder Legislativo. Mas eu acho que o jogo pode virar, principalmente se nós tivermos coragem e condições de articular manifestações da dimensão necessária para pressionar esse Legislativo. Hoje não há. Esse grande ausente que são as manifestações de rua precisam voltar a estar na ordem do dia. Se a destruição da divisão de poderes, o passar por cima do sistema representativo, do Legislativo e da liberdade de expressão, se isso não justificar a necessidade de manifestações de rua, eu não sei o que justifica”, diz.

Segundo ele, a gravidade da situação, especialmente após toda a controvérsia com o PL das Fake News, tem motivado mais forças políticas a cogitarem de forma aberta a hipótese de manifestações de rua. “Se, por um lado, o autoritarismo do Supremo gera medo e causa preocupação em lideranças, por outro, desperta o ímpeto do combate e a vontade em alguns de voltar a usar esse recurso [das manifestações de rua]. Dada a gravidade do que está acontecendo, mais cedo ou mais tarde – de preferência, mais cedo – esse recurso vai precisar ser utilizado”, diz.

Jurista recomenda uma medida de precaução contra potencial reação do STF
Cândido Alexandrino recomenda que organizadores de eventuais protestos tomem uma medida de precaução para diminuir a chance de represália: pedir autorização na Justiça antes de marcar o evento.

“A minha sugestão, por precaução e autopreservação, ante a insegurança promovida pelo STF, é solicitar um habeas corpus preventivo. Seria cômico caso não fosse trágico. Como existe acompanhamento on-line, ‘full-time’, dentro do ‘Inquérito do Fim do Mundo’ – que não acaba nunca, tudo esquadrinha e a todos pode investigar –, é, sem dúvida, pertinente buscar medida protetiva, principalmente quando o protesto, até então manifestação livre do pensamento, tem cunho político”, diz.

Alexandrino enfatiza, no entanto, que, em circunstâncias normais – em uma democracia real –, isso não seria necessário, já que o artigo 5º, inciso XVI, da Constituição diz que “todos podem reunir-se (…) em locais abertos ao público, independentemente de autorização, (…) sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”. “A Constituição é clara: você não depende de autorização de ninguém para se reunir, só precisa comunicar à autoridade”, afirma o jurista.


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BRASIL ESTÁ ATRASADO 30 ANOS EM RELAÇÃO À EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL NO SANEAMENTO BÁSICO

 


Décadas atrasado, Brasil tem muito a aprender com países campeões em saneamento básico
Por
Raquel Hoshino, especial para Gazeta do Povo


Brasil está quase 30 anos atrasado em relação à experiência internacional, o que causa grandes prejuízos aos mais pobres, com consequências como maior mortalidade infantil| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Com 35 milhões de pessoas sem água potável e quase 100 milhões (44,2% da população) sem acesso a rede de esgoto, segundo dados do Instituto Trata Brasil, o país retrocedeu ainda mais em saneamento básico no último mês, com dois decretos assinados por Lula alterando o Marco do Saneamento. De acordo com especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, o Brasil está quase 30 anos atrasado em relação à experiência internacional, o que causa grandes prejuízos aos mais pobres, com consequências como maior mortalidade infantil. Enquanto isso, nações como Israel, Chile, Espanha e outros países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e União Europeia, Noruega, Dinamarca, Suécia, e Japão são exemplos em termos de saneamento.

Em vigor desde 2020, o Marco Legal do Saneamento mira universalizar os serviços, garantindo que, até 2033, 99% da população brasileira tenha acesso a água potável e 90% a coleta e tratamento de esgoto. De acordo com Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e coordenador do Centro de Estudos de Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getúlio Vargas, o Brasil já está de duas a três décadas atrasado em relação à experiência internacional.

Um atraso desses significa maior mortalidade infantil, incidência maior de doenças durante a gestação com possíveis prejuízos ao bebê e até mesmo absenteísmo nas escolas. “Quando você compara com Colômbia, Uruguai e Argentina, esses países acabam tendo cobertura maior que a brasileira”, afirma.

Confira o que o Brasil pode aprender com os países melhor colocados em saneamento ao redor do globo:

Planejamento
O saneamento é um tipo de infraestrutura complexa, que requer muito capital e que leva vários anos do planejamento à implementação. “Você precisa de toda uma projeção de população, de intervenção dos projetos no meio ambiente, de planejamento de uma bacia hidrográfica. A cidade precisa estar planejada”, afirma o ex-presidente da Sabesp. “Os países onde há mais coordenação da política pública e mais planejamento apresentam melhor desempenho também.”

Para o engenheiro civil Álvaro Menezes, tesoureiro-adjunto da Diretoria Nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), que faz um ranking do saneamento baseado nos países que disputam a Copa do Mundo de Futebol – uma maneira lúdica de chamar a atenção para o tema –, “ter planejamento e respeitá-lo” é algo que os países bem-sucedidos fazem e que poderia servir de modelo para o Brasil.

Na Copa do Mundo do Saneamento 2022, por exemplo, o Brasil teria sido eliminado durante as oitavas de final. E a Coreia do Sul seria a grande campeã (levando o bicampeonato), seguida por Suíça e Estados Unidos. Em quarto lugar, ficaria a Inglaterra.

Gestão
A gestão profissional é outro segredo. “Você pode conseguir o recurso e fazer uma obra maravilhosa, de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de tratamento de resíduos sólidos, mas depois pode não ter condição de operar. Entregar [a obra] para uma operação deficiente, ao longo do tempo vai deteriorando a qualidade do serviço”, explica Menezes, reforçando que operação tem de se sustentar.

Gesner Oliveira completa que uma gestão profissional torna o serviço bom e barato, e que o fisiologismo é um aspecto prejudicial, já que “critérios não profissionais de gestão atrapalham muito”.

Regulação

A estrutura de mercado do saneamento, explica Oliveira, é de monopólio natural. Ou seja, não há duas, três ou quatro empresas cuidando do saneamento de uma cidade, sendo necessária, portanto, uma regulação muito equilibrada: “Não se pode ter uma tarifa baratinha, boa para o consumidor atual, mas que não fará o serviço chegar aos filhos e netos dele, por falta de investimento”.

Outra coisa que, segundo Álvaro Menezes, poderia servir de modelo para o Brasil é “uma regulação mais bem-preparada e que tenha autonomia”, já que nossas agências reguladoras “são muito suscetíveis a interferências políticas”. Ainda mais grave é a incapacidade dessas agências em fazer “a aplicação da agenda regulatória econômica na prestação de serviços de saneamento”, afirma.

Visão de comunidade
Álvaro Menezes coloca ainda um quarto elemento importante, o senso comunitário. “Na América Latina, a gente tem uma solidariedade muito grande com todos os nossos irmãos, mas não tem compromisso comunitário”, diz. “O saneamento é uma atividade integrada. Não dá para imaginar que vai resolver o problema de abastecimento de água e não vai ter que resolver o problema do esgotamento sanitário; que não vai ter de gerenciar bem os recursos hídricos e que não vai ter que cuidar dos resíduos sólidos e da saúde pública”, enumera.

Um agravante no caso do Brasil, segundo Oliveira, é que o espaço público também é pouco valorizado. Enquanto as fazendas do Rio de Janeiro, Vila Rica, São Paulo ou Salvador, por exemplo, eram limpas, “o resto dos dejetos eram jogados na rua”, o que pode ajudar a explicar um pouco o atraso do país em relação ao saneamento básico.

“O ponto é esse: é uma questão que associa a postura cultural da sociedade, entendendo que o saneamento é um bem da saúde pública; é um bem econômico que valoriza seu imóvel; é um bem para a cidade toda, para a sociedade; que limpa as ruas, em resumo. E, do lado das nossas autoridades, o saneamento não pode ser visto somente como algo em que você vai investir bilhões; que vai ter outorgas milionárias. Tem que ser visto como uma atividade que vai gerar saúde pública, que vai reduzir internamentos, que vai fazer com que a vida melhore”, afirma Menezes.


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CENÁRIO ECONÔMICO NÃO É FAVORÁVEL AO GOVERNO LULA


Perspectivas ruins minam promessa de Lula de repetir seu sucesso passado na economia
Por
Sílvio Ribas – Gazeta do Povo
Brasília


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)| Foto: EFE/Andre Borges

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu a prosperidade nacional no seu governo, afirmando que seu terceiro mandato apresentaria crescimento econômico médio dos primeiros dois governos (2003 a 2010) – cerca de 4% ao ano. Mas as perspectivas para os próximos anos indicam que a promessa dificilmente será cumprida.

“Nesses próximos quatro anos, vamos fazer muito mais do que fiz nos meus primeiros oito anos. O trabalhador vai receber, além da inflação, o crescimento médio do PIB, como sempre fizemos em nossos governos”, discursou o presidente em ato sindical do 1º de maio.

Em meio aos riscos para a economia doméstica e externa, Lula está apostando no investimento público e outras ações, como um programa de valorização do salário-mínimo, para reaquecer a atividade produtiva. Mas analistas e políticos ouvidos pela Gazeta do Povo descartam a expansão vigorosa do Produto Interno Bruto (PIB), que mede o desempenho da economia. Eles estimam percentual inferior à média dos dois primeiros mandatos do petista e, na melhor hipótese, um empate com a gestão do antecessor Jair Bolsonaro (PL), prejudicada pela pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia.

Variação do PIB no governo Bolsonaro
Em %

Fonte: Focus, Governo Federal Mais infográficos

O PIB cresceu 2,9% em 2022, uma desaceleração em relação aos 5% do ano anterior. Para este ano, o mercado financeiro calcula alta de 1%. Já para 2024, o crescimento subiria para 1,4%. As projeções do governo são mais otimistas: crescimento de 1,6% em 2023 e 2,34% no ano que vem.

Projeção do PIB no governo Lula 3º mandato
Considerando a expectativa do mercado para 2023 e 2024, em %

Considerando as projeções do governo em 2023 e 2024, em %

Fonte: Focus, Governo Federal Mais infográficos

Considerando as projeções do mercado para 2023 e 2024, o PIB precisaria saltar mais de 6% em cada um dos dois últimos anos do governo para que Lula possa cumprir a promessa de bonança – um número muito maior do que apontam as projeções para os ano de 2025 e 2026.

Lula 3 com mesmo resultado de Lula 1+2? Quanto o PIB deveria crescer para esse resultado
Considerando a expectativa do mercado para 2023 e 2024, em %

PIB precisaria crescer 6,7% em 2025 e 2026 para igualar Lula 1+2

Considerando as projeções do governo em 2023 e 2024, em %

PIB precisaria crescer 5,8% em 2025 e 2026 para igualar Lula 1+2

Fonte: Gazeta do Povo. Mais infográficos

Não será fácil o desafio auto-imposto pelo Lula 3 para repetir o crescimento experimentado nos seus mandatos anteriores, entre 2003 e 2010. Durante o governo Lula 1 (2003-2006), a variação média anual do PIB foi de 3,5%, enquanto no Lula 2 (2007-2010) esta cifra alcançou 4,6%. As médias anuais dos dois governos somadas registram 4,05% no período. Veja:

Variação do PIB no governo Lula 1º e 2º mandatos

Cenários doméstico e externo cobram rapidez nas reformas
Segundo Bruno Carazza, da Fundação Dom Cabral (FDC), o governo enfrenta cenários dentro e fora do Brasil “extremamente complexos e desafiadores” para o crescimento do PIB.

“Este ano se espera uma expansão pífia e a do próximo ano dependerá da redução do déficit fiscal com o novo mecanismo de controle de gastos, além da reforma tributária, da economia chinesa, dos desdobramentos da guerra na Ucrânia e do patamar de juros nos Estados Unidos e na Europa”, resume o professor.

Para que o desenvolvimento almejado de Lula se realize, Carazza destaca a necessidade de o Congresso aprovar reformas econômicas anunciadas pelo Planalto de forma rápida e consistente.

“Esperava-se que a Administração atual fosse ágil, até para aproveitar o impulso pós-eleitoral. Lula, contudo, atrasou planos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Caso a projeção do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se confirme, os projetos urgentes serão votados pelo Senado apenas no segundo semestre”, detalha.

As dificuldades na economia têm sido lidadas por Lula ora com desdém ora com responsabilização de terceiros, como uma suposta “herança maldita” de Bolsonaro e, sobretudo, a política de juros conduzida pelo Banco Central (BC) independente.

Na última reunião para definir a taxa básica de juros (Selic), a autoridade monetária optou por mantê-la em 13,75% anuais. A decisão deu novo argumento para a rotina de ataques do petista ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, a quem ele considera agente da oposição.

Presidente contesta críticos e aposta em retomada inesperada
Durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto em 6 de abril, Lula reafirmou o compromisso com a retomada do crescimento econômico, como sendo uma etapa seguinte à atenção prioritária aos programas sociais nos primeiros 100 dias de governo.

Sem estipular qual deve ser a evolução do PIB no seu terceiro mandato, disse não haver “mágica” para melhorar os indicadores, restando perseguir mudanças que a conjuntura permitir dentro da correlação de forças no Legislativo. Analistas veem no tom realista o receio do presidente com o reflexo da fraqueza econômica nas urnas.

Em abril, diversos indicadores atestaram piora da economia brasileira. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo a previsão de crescimento do país em 2023, de 1,2% para 0,9%. Além disso, a projeção média dos economistas do mercado para a inflação de 2023 subiu para 6,01%, indicando preços sob pressão. O setor industrial registrou recuo de 0,2% na produção em fevereiro, em relação a janeiro, na terceira queda seguida, mostrando que o setor segue enfrentando problemas.

A arrecadação do governo também indicou queda em março de 2023, alcançando R$ 171 bilhões, uma redução de 0,42% em relação a igual período do ano anterior. A queda deve-se ao menor nível de atividade econômica e à persistência inflacionária. Por fim, a taxa de desemprego subiu de 8,6% para 8,8% no primeiro trimestre.

Sem chances de cassar a independência do BC, Lula redobra acusações contra a instituição de agir politicamente e de ser insensível ao desemprego. Em paralelo, o presidente investe na pressão de empresários e economistas críticos às maiores taxas de juros em seis anos e na indicação de diretores para o banco alinhados ao governo. Mas os números ruins da economia não levam, necessariamente, à queda dos juros, considerando o perfil vigilante do BC e a expectativa de a meta inflacionária ser atingida só em 2024. Durante debate no Senado, no fim de abril, Haddad afirmou que se a Selic seguir no nível atual as contas públicas vão piorar com baixo crescimento.

Em público, as falas de Lula tentam manter de pé a promessa aos eleitores de dias melhores na economia.

“A gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo. Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir mais, a comprar mais, a vender mais. Será um salto importante”, disse durante reunião ministerial no Palácio do Planalto, em 3 de abril.

Para políticos e analistas, Lula vai culpar terceiros pelo fracasso
De acordo com o cientista político e diretor-geral do Ranking dos Políticos, Juan Carlos Gonçalves, o Brasil hoje é bem diferente daquele do início do século, quando Lula assumiu a presidência pela primeira vez. “O país não conta com aquela alta valorização das commodities minerais e do campo e ainda enfrenta insegurança jurídica, com o presidente ameaçando reestatizar empresas e extinguir marcos regulatórios”, disse.

Para ele, a postura de Lula afugenta investimentos externos e retarda o avanço do PIB. “Mesmo com um recuo significativo dos juros, é improvável que o país atinja crescimento anual acima de 3% nos próximos anos”, disse.

Gonçalves acredita que Lula acabará transferindo a responsabilidade pelas frustrações no plano econômico para o BC, o Congresso ou fatores externos. “Mas este sucesso ou fracasso é sempre creditado ao Executivo, como ensina a frase de James Carville, assessor do presidente americano Bill Clinton na campanha eleitoral de 1992: ‘é a economia, estúpido’”.

Gonçalves entende que a reforma tributária deveria ser a prioridade maior do governo, pois contribui diretamente com o crescimento do PIB e com a sustentabilidade fiscal, mesmo sem grandes ganhos imediatos. Ele destaca o estudo do economista Bráulio Borges, da LCA Consultores, que prevê expansão econômica de 33% em 15 anos, caso o projeto em discussão no Congresso seja aprovado.

“O escopo da reforma definirá se o Brasil continuará com resultados medíocres ou se terá juízo para se tornar um país viável”, finalizou.

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GOVERNO LULA APOIA O MST E CRITICA O AGRONEGÓCIO

“Ponte rompida”

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Presença de Alckmin na feira do MST após declarações de Lula piorou o clima com o agronegócio.| Foto: Reprodução/Twitter Geraldo Alckmin

O presidente da Petrobras disse que a empresa não vai se desgarrar da cotação internacional do petróleo, mas que cada refinaria tem seus custos e poderia fazer o seu preço. Aí eu não sei como não vai se desgarrar… Seria como dizer que parcelas diferentes de uma soma podem dar o mesmo resultado sempre. É complicado a gente entender esse raciocínio.

Bom, por falar em Petrobras, você sabe que a Petrobras deu prejuízo, né? Foi muito roubada. Mas você sabe também que a Petrobras e outras estatais deram lucro nos últimos anos: por quê? A gente tem que pensar o que foi que aconteceu de diferente com as estatais no governo anterior, que acabaram dando lucro.

Ponte rompida

Vai haver briga feia entre o Agro e o governo. O Frente Parlamentar do Agronegócios (FPA)  no Congresso Nacional disse que o governo rompeu a ponte com o agro, depois das declarações do presidente da república, numa feira lá na Bahia, chamando pessoal do agro de fascista, de negacionistas e gente de mau caráter. Chegou a dizer que foi de propósito para uma feira na Bahia para causar usar inveja à exposição lá de Ribeirão Preto — segundo ele para onde não pôde ir o ministro da Agricultura, o que não é verdade.  O ministro da Agricultura não foi a Ribeirão Preto porque não queria constranger o governo, estando ele lá junto como Bolsonaro e a multidão aplaudindo o ex-presidente na Agrishow.

Agora, é importante essa declaração do deputado Evair de Melo, do PP, que é vice da frente parlamentar, sobre o rompimento da ponte. Agravou-se com a presença do vice-presidente da República Geraldo Alckmin numa feira do MST, uma feira de orgânicos em Água Branca, São Paulo. Foi também o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França – ex-governador de São Paulo. E foi o secretário executivo do Ministério da Fazenda e indicado de Lula para assumir a Diretoria de Políticas Monetárias do Banco Central, Gabriel Galípolo. E o deputado lembra que Alckmin tirou foto ao lado de Pedro Stédile – que foi com Lula para China (o que é mais ainda).

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Governo Lula insiste em espantar investidores
Não sei mais nada
Novo trabalho de Lewandowski

Agora falando de agro, vejam só quem contratou como consultor sênior para sua empresa o ministro Ricardo Lewandowski:  J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista.  Consultor sênior num caso de R$ 15 bilhões que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo contra uma empresa indonésia chamada Paper Excellence. Eu fico me perguntando será que foi por isso que o ministro antecipou de um mês aposentadoria compulsória dele? A gente fica na dúvida e eu fico querendo imaginar que não haveria isso, essas incompatibilidades, se fosse restrito a juiz de Direito de carreira a vaga no Supremo. Porque advogados, por natureza, defendem pessoas e causas, e têm ligações, têm centenas de causas na sua carreira antes de chegar ao Supremo. Essas ligações seriam eticamente impedimento. Seria muito mais sensato escolher os mais antigos juízes do Superior Tribunal de Justiça, por exemplo. Não é?


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PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS E OUTROS ASSUNTOS

 

Gasolina E Diesel
Petrobras confirma discussão sobre mudança na política de preços de combustíveis
PorGazeta do Povo


Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro| Foto: Agência EFE

A Petrobras informou neste domingo (14) que discutirá, no início desta semana, mudança em sua política de preço para o diesel e a gasolina. “A Companhia esclarece que eventuais mudanças estarão pautadas em estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”, afirmou em comunicado.

Atualmente, o valor dos combustíveis é calculado em dólar e o petróleo segue a cotação internacional. Assim, quando o barril de petróleo ou a moeda americana sobe no mercado internacional, o preço da gasolina e do diesel também sobem no Brasil.

Na sexta (12), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, adiantou à imprensa que o novo critério deverá equilibrar estabilidade e volatilidade. A ideia é evitar longa paralisação dos preços e também reajustes numerosos em curto espaço de tempo.

“Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste no ano inteiro. Em 2006 e em 2007 aconteceu isso. E também não precisamos viver dentro da maratona de 118 reajustes para um único combustível, como foi em 2017, o que levou à crise enorme da greve dos caminhoneiros”, disse.


Contas Públicas
Relator apresentará texto do arcabouço fiscal nesta segunda na Câmara
PorGazeta do Povo

Cláudio Cajado também é do PP, mesmo partido de Lira, e vai relatar projeto do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados. | Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado Claudio Cajado (PP-BA), relator da proposta do governo para um novo arcabouço fiscal, deve concluir o esboço do relatório nesta segunda-feira (15) até meio-dia. Ao jornal O Globo, ele disse que à noite vai apresentar o texto aos líderes partidários da Câmara para chegar a uma versão “consensual”.

“Vamos buscar um acordo possível para ter os votos que garantam a aprovação da matéria. Há um rol de penalidades, das mais simples às draconianas, previstas na Constituição Federal”, disse ao jornal.


Projeto De Lei
Marinho diz que mudança no saque-aniversário do FGTS será proposta no segundo semestre
PorGazeta do Povo

Ministro do Trabalho disse que está sendo discutido o momento de encaminhar medida para o Congresso Nacional, mas isso deve ocorrer a partir de julho | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse neste domingo (14) que a apresentação de um projeto de lei para mudar o saque-aniversário do FGTS deve ficar para o segundo semestre.

“Nós estamos estudando, discutindo com as lideranças, com o ministro [das Relações Institucionais, Alexandre] Padilha, que coordena as ações junto ao Congresso Nacional, para ver o momento de encaminhar essa medida, para submeter à apreciação do parlamento, mas devemos fazer isso no segundo semestre”, declarou Marinho, em uma feira organizada pelo MST no Parque da Água Branca, em São Paulo.


Gasolina E Diesel
Petrobras confirma discussão sobre mudança na política de preços de combustíveis
PorGazeta do Povo

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro | Foto: Agência EFE

A Petrobras informou neste domingo (14) que discutirá, no início desta semana, mudança em sua política de preço para o diesel e a gasolina. “A Companhia esclarece que eventuais mudanças estarão pautadas em estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”, afirmou em comunicado.

Atualmente, o valor dos combustíveis é calculado em dólar e o petróleo segue a cotação internacional. Assim, quando o barril de petróleo ou a moeda americana sobe no mercado internacional, o preço da gasolina e do diesel também sobem no Brasil.


Mercado
Indicado por Lula ao BC, Galípolo é eleito presidente do conselho do Banco do Brasil
PorGazeta do Povo

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, foi eleito presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil nesta sexta (12). Ele é também um dos indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar a diretoria de política monetária do Banco Central, mas ainda depende de sabatina no Senado para tomar posse.

Galípolo passa a chefiar o conselho do banco estatal junto da agora vice-presidente Anelize de Almeida, procuradora da Fazenda Nacional desde 2006. A eleição da dupla foi divulgada aos acionistas do Banco do Brasil durante a tarde através de um fato relevante ao mercado (veja na íntegra).

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INDICAÇÃO DO ADVOGADO DE LULA PARA O STF É UM MAU CAMINHO

 

Indicação de Zanin para o STF sintetizaria o Lula 3: fiel a seus caprichos e indiferente ao interesse público. Dizem que Zanin é um bom advogado, mas isso não basta para ser um bom ministro

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

A cada dia, a indicação de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal (STF) é dada como mais certa. Segundo o Estadão, o presidente Lula da Silva estaria decidido a indicar seu advogado para a Corte, apesar de todas as pressões contrárias do próprio PT. Além disso, o terreno para a indicação parece cada vez mais preparado no Judiciário e no Legislativo. Em entrevistas, ministros do Supremo, bem como os presidentes do Senado e da Câmara, têm dito não haver objeções ao nome de Zanin.

Chama a atenção que, nas manifestações de apoio a Cristiano Zanin, o máximo que se diz é que se trata de um advogado competente. “Eu reputo (Zanin) como um ótimo advogado”, disse o ministro Gilmar Mendes. Não há dúvida de que isso é um grande elogio, mas a questão é: basta ser um bom advogado para ser ministro do Supremo?

Segundo a Constituição, os integrantes do STF devem ser “cidadãos com mais de 35 e menos de 70 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada”. É um patamar exigente. Compor a Corte constitucional requer mais do que uma excelência na práxis da advocacia. É preciso ter notável saber jurídico. E aqui, sem desmerecer Cristiano Zanin, é de justiça reconhecer a completa ausência de qualquer conhecimento sobre ele. Não se sabe o que ele pensa. Suas posições jurídicas são uma incógnita. Não há nada a indicar sua específica compreensão do Direito e da Constituição. Ou seja, simplesmente não se sabe qual é, de fato, o seu saber jurídico.

Para preencher o requisito constitucional, não basta ter profundo conhecimento do Direito. É preciso que esse conhecimento seja notável. Não deve pairar nenhuma dúvida sobre ele. Caso contrário, já não será “notável”. Essa dimensão pública do saber jurídico da pessoa indicada para o Supremo relaciona-se diretamente com o papel da Corte, que precisa dispor de autoridade.

A população não precisa gostar dos ministros, tampouco concordar com suas posições. Mas é imprescindível que não haja nenhuma sombra sobre seu saber jurídico. Por isso, não é nenhum demérito, a princípio, não preencher os requisitos constitucionais. As exigências específicas para integrar o Supremo – notável saber jurídico e reputação ilibada – expressam o necessário cuidado com a Corte constitucional, de forma a que ela tenha condições de exercer adequadamente sua função contramajoritária de defesa da Constituição.

Esse cuidado com o STF, indicando pessoas que indiscutivelmente cumprem os requisitos constitucionais, é aspecto essencial do zelo pelo Estado Democrático de Direito. De outra forma, a Constituição ficará desprotegida. As decisões da Corte que eventualmente contrariem a opinião da maioria da população serão mais vulneráveis à resistência. O caráter jurídico dos julgamentos do STF será mais facilmente contestado. Nada disso é mera questão teórica. Para defender eficazmente as liberdades fundamentais e as instituições democráticas, o Supremo precisa ter autoridade reconhecida, com ministros de reputação ilibada e notável saber jurídico. Não basta ser um bom advogado.

É frequente a avaliação de que, nesses primeiros meses de governo, Lula da Silva tem escutado pouco e agido de forma teimosa – ou mesmo arbitrária – em muitos assuntos. De certa forma, a indicação de Cristiano Zanin para o STF seria a síntese perfeita desse modo obnubilado de governar. Ao efetuá-la, o presidente explicitaria que, indiferente às exigências constitucionais, é fiel apenas a seus impulsos, gostem os outros ou não.

Por óbvio, esse jeito de governar gera sérios problemas ao País. O despotismo serve para realizar caprichos, não para identificar e implementar o interesse público. No entanto, em geral, há a possibilidade de retificar o rumo. Por exemplo, mesmo que não haja expectativa de nenhuma grande mudança em Lula, é possível esperar que, no segundo semestre, ele não erre tanto como tem errado até agora. O problema é que, em relação à indicação ao STF, não há essa possibilidade de correção. Feita a escolha equivocada, não há volta, como Lula bem sabe.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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